quarta-feira , 20 novembro , 2024

007 – Sem Tempo para Morrer | Conheça TODOS os Filmes (Oficiais e Não Oficiais) da Franquia no Cinema e TV

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007 – Sem Tempo para Morrer já estreou nos cinemas brasileiros e pelo mundo, se tornando um sucesso de crítica e bilheteria. Para os fãs da franquia, a despedida do ator Daniel Craig e de toda a sua era, iniciada em 2006, não poderia ter sido mais satisfatória. Criado pelo autor britânico Ian Fleming, o primeiro livro contendo o espião James Bond foi lançado em 1953, num total de 14 obras literárias. Adaptado para o cinema logo na década seguinte, 007James Bond iniciou uma verdadeira febre no gênero do suspense, ação e espionagem nas telas e revolucionou o cinema entretenimento como o conhecemos hoje. Sim, 007 é um dos grandes responsáveis pela cultura pop como a temos atualmente.

Pegando carona no sucesso do vigésimo quinto filme oficial da franquia EON – a produtora responsável por levar os filmes 007 ao cinema – resolvemos colocar você a par sobre a trajetória do maior agente secreto da sétima arte e um dos maiores heróis que o cinema já viu. Abaixo repassaremos de forma cronológica todos os passos de James Bond e não apenas na franquia oficial, como alguns filmes e produções realizados por “debaixo dos panos”. Confira.



Leia também: Todas as Matérias Dossiê 007 – até o momento

Clímax: Cassino Royale (1954)

Ao contrário do que muitos possam pensar, a primeira aparição de James Bond nas telas não foi nas formas de Sean Connery. Antes de ir para o cinema, logo no ano seguinte do lançamento do primeiro livro de 007 (Cassino Royale), a história ganhava uma adaptação nas telinhas, no programa de antologia chamado Clímax! Nesta versão para a TV, James Bond foi interpretado por Barry Nelson e era um agente americano apelidado de Jimmy Bond.

007 Contra o Satânico Dr. No (1962)

Agora sim. Já nas formas de Sean Connery, o primeiro e único, 007 ganhava sua primeira superprodução nas telonas, devidamente amparado pela EON e a United Artists (depois MGM). Aqui, o espião seguia uma trilha na Jamaica que o levava até o esconderijo numa ilha do vilão Dr. No, um asiático com mãos biônicas, membro da diabólica organização terrorista SPECTRE. Dr. No foi o sexto livro escrito por Fleming.

Moscou Contra 007 (1963)

O filme de estreia fez sucesso e Sean Connery retornou para a continuação imediata. Aqui, a SPECTRE está atrás de vingança pelo ocorrido com Dr. No e contrata um assassino profissional para caçar James Bond: Red Grant. O matador é tão bom quanto 007 e a bordo do expresso do Oriente os dois travarão sua grande batalha, repleta não apenas de ação, mas também suspense. Uma coisa que todos concordam é que a continuação é ainda melhor que o original. From Russia, With Love (no original) foi o quinto livro escrito por Fleming.

007 Contra Goldfinger (1964)

Terceira investida de Sean Connery no personagem que fez sua carreira. Desta vez, a SPECTRE descansa da trama, com foco em Auric Goldfinger, um magnata do ramo do ouro que é louco (literalmente) pelo minério reluzente. Aqui temos a cena emblemática em que o vilão mata uma “traidora” pintando todo seu corpo de ouro. E também a introdução do capanga Odjob, o asiático extremamente forte que destrói bolas de golfe com as mãos e possui um chapéu com abas de lâmina. Goldfinger foi o sétimo livro escrito por Fleming.

007 Contra a Chantagem Atômica (1965)

A cada novo filme, um novo sucesso. Após Goldfinger, a “Bondmania” havia sido implantada com sucesso no mundo, despertando uma verdadeira onda de imitadores. Todos queriam sua própria franquia com um agente secreto descolado. E assim, os filmes do original 007 precisavam ser melhores e maiores. E aqui, no quarto longa, eles atingiam seu auge de popularidade e sucesso de bilheteira. Novamente com Sean Connery à frente, em um filme com muitas cenas submarinas, Bond enfrenta o número 2 da SPECTRE, Emilio Largo, com direito a tapa-olho e tudo. Esse foi o nono livro escrito por Fleming.

Cassino Royale (1967)

Antes de fechar parceria com a EON, o escritor Ian Fleming havia vendido os direitos de alguns de seus livros para outros produtores e estúdios. Assim, foi parar nas mãos da Sony (Columbia) os direitos de levar às telas a versão cinematográfica de Cassino Royale, o primeiro livro. Com medo de enfrentar a concorrência da franquia oficial, os produtores decidiram por criar uma comédia, que tiraria sarro do verdadeiro James Bond. E para isso reuniram uma verdadeira constelação de nomes como Peter Sellers, Orson Welles, David Niven e Woody Allen, entre outros. O resultado foi um fracasso, mas anos depois a obra ressurgiu como cult.

Com 007 Só Se Vive Duas Vezes (1967)

Lançado no mesmo ano da paródia citada acima, o quinto filme oficial da franquia demonstrou que os fãs não aceitavam substitutos, queriam era ver James Bond realizando suas façanhas, seduzindo mulheres e envolto em tudo que já era mitologia a esta altura. Connery estava de volta, embora insatisfeito, e aqui viajava até o Japão para treinar com ninjas e enfrentar a SPECTRE de uma vez por todas. Neste filme temos revelado pela primeira vez o rosto do vilão Blofeld, o líder da organização terrorista, interpretado por Donald Pleasence. E sua base é localizada dentro de um vulcão, é claro. Esse foi o décimo segundo livro escrito por Fleming.

007 – A Serviço Secreto de Sua Majestade (1969)

Sean Connery estava insatisfeito e queria respirar outros ares. Após muitas ameaças, finalmente o ator deixava a franquia e o papel imortalizado por ele. Assim a EON correu e encontrou nas formas de um modelo australiano sem muita experiência como ator, chamado George Lazenby, um substituto. O filme foi um fracasso, pois os fãs não aceitaram outro de forma abrupta no papel – rola até piadinha do tipo “isso nunca aconteceu com o outro cara”, saindo da boca do novo 007. A obra está longe de ser ruim, no entanto, se tornando uma das preferidas de diversos diretores famosos (como Tarantino e Nolan). Na trama, Bond continua a perseguir Blofeld, se apaixona, se casa e fica viúvo. O livro foi o décimo primeiro escrito por Fleming.

007 – Os Diamantes São Eternos (1971)

Os produtores acharam ter encontrado um substituto nas formas de George Lazenby, mas para a surpresa geral, após apenas um filme, o ator/modelo “pediu para sair”. Assim, esforços foram feitos para trazer Connery de volta e ele aceitou, mas com a condição de que seria mesmo o último. Aqui, Bond vai para Las Vegas e se envolve numa trama com diamantes, contrabando, milionários reclusos (no estilo Howard Hughes), cirurgias plásticas e Blofeld. Esse foi o quarto livro escrito por Fleming.

Com 007 Viva e Deixe Morrer (1973)

Uma nova longa seleção era realizada e elegia Roger Moore como o novo intérprete de James Bond. Desta vez, a promessa era de permanência para o novo protagonista. Na nova era, 007 perdida um pouco de sua seriedade, ganhava mais humor e seus filmes pegavam carona nas tendências do que estivesse acontecendo na época. Na estreia de Moore, o mote era o cinema negro do blaxploitation, que tomava os anos 70 de assalto. Assim, a cultura negra africana do vudu e um traficante do Harlem faziam parte da narrativa desta vez. Esse foi o segundo livro escrito por Fleming.

007 Contra o Homem com a Pistola de Ouro (1974)

Na segunda investida de Roger Moore como 007, um pouco da história de Moscou Contra 007 era reprisada, no sentido de que o espião igualmente se via alvo de um assassino profissional, aqui o melhor do mundo, que faz uso de uma pistola de ouro e possui três mamilos. Francisco Scaramanga, o tal matador, é vivido pelo eterno Drácula, Christopher Lee. Esse foi o décimo terceiro livro escrito por Fleming.

007 – O Espião que me Amava (1977)

Considerado por muitos o melhor filme da era Roger Moore como o espião, este terceiro filme do ator apresenta o relacionamento mais significativo de 007 nas formas do terceiro intérprete. Um vilão megalomaníaco fomenta a guerra entre a Inglaterra e a Rússia, assim uma espiã soviética apelidada Triplo X entra em cena para servir como a contraparte de 007 na investigação representando seu país. A ideia por trás é interessante e bonita, a de que inimigos políticos de nações diferentes podem vir a se tornar amantes. Fora isso, introduz um dos capangas mais memoráveis da franquia, o gigante de dentes metálicos Jaws. Esse foi o décimo livro escrito por Fleming.

007 Contra o Foguete da Morte (1979)

Pegando carona no sucesso então recente de Star Wars (1977), a franquia perde totalmente a noção e aqui foi onde tudo saiu completamente dos trilhos para muitos fãs. O nível “cômico galhofa” atingia níveis impensáveis neste filme que leva James Bond para o carnaval no Rio de Janeiro, e logo após o manda para o espaço, literalmente, para combater um vilão numa base na lua. Ah sim, não podemos esquecer a “guerra nas estrelas” no desfecho com direito a armas laser. Sim, não era para ser levado a sério, mas foi ridicularizado, ao ponto de ser considerado o pior da franquia. Hoje, ressurgiu como item cult, garantindo muitas risadas. Ao menos não é um episódio esquecível. Esse foi o terceiro livro escrito por Fleming – que tem muito pouco a ver com o filme.

007 – Somente para Seus Olhos (1981)

Para onde ir após a franquia ter perdido totalmente a noção e ser taxada como ridícula? Bem, de volta para a Terra, é claro, colocando os dois pés no chão. O quinto filme de Roger Moore como 007, e décimo segundo da franquia oficial, é considerado o exemplar mais “sóbrio” da era Moore, com uma trama crível, simples, direta e muito eficiente. Aqui, uma jovem parte atrás de vingança contra os criminosos que assassinaram sua família. Sua trilha de justiça pessoal a leva de encontro com James Bond. Esse foi o oitavo livro escrito por Fleming.

007 Contra Octopussy (1983)

O ano de 1983 marcaria a franquia como o ano do duelo entre os James Bond. Roger Moore estava pronto para deixar o papel, quando a notícia foi divulgada de que Sean Connery voltaria como 007 num filme fora da franquia oficial. Assim, a EON manteve Moore por perto a todo custo. Nesta aventura, que segue o clima das matinês no estilo Indiana Jones, James Bond vai para a Índia, se envolve com o circo, ciganos e uma sedutora contrabandista chamada Octopussy. Esse não é um livro, mas um conto contido no décimo quarto livro escrito por Fleming.

007 – Nunca Mais Outra Vez (1983)

Lembra da venda dos direitos de alguns livros citada anteriormente? Pois bem, aqui a Warner se aproveitou do fato para tirar da cartola um remake de A Chantagem Atômica, protagonizada pelo mesmo Sean Connery, que por uma pequena fortuna voltava ao papel de James Bond. O título “Nunca Diga Nunca Outra Vez”, no original, foi sugerido pela própria esposa do ator, trollando ele um pouco. No fim das contas, o público terminou optando por Octopussy, acredite se quiser, garantindo mais sucesso para Roger Moore na época.

007 – Na Mira dos Assassinos (1985)

Aos quase 60 anos, pode-se dizer que o saudoso Roger Moore havia “passado do ponto” na pele do personagem heroico. De fato, muitos fãs acreditam que sua permanência no papel foi constrangedora. Seja como for, aqui seria a sua despedida, com direito a Christopher Walken platinado e a musa 80’s Grace Jones como os vilões. A trama é tida como uma repaginada em Goldfinger, trocando o ouro pelos chips de computadores do vale do Silício. Esse é outro conto do décimo quarto livro escrito por Fleming.

007 Marcado para a Morte (1987)

Com a saída do engraçadinho Roger Moore, uma nova epopeia era iniciada para encontrar o quarto intérprete. O eleito foi Timothy Dalton, que iniciava uma era mais sombria com o personagem. Ele era um James Bond mais duro e desprovido de qualquer humor. Seus filmes assim se tornavam mais sérios e sisudos. Aqui, ele ajuda uma violinista e assim como Rambo em seu terceiro filme, ajuda os afegãos a expulsar os soviéticos de seu país, lutando ao lado dos Mujahideen, que viriam a se tornar o Talibã. A era da Aids também trazia um 007 mais “pudico”. Esse foi mais um conto do décimo quarto livro escrito por Fleming.

007 – Permissão para Matar (1989)

Se a estreia do novo James Bond nas formas de Timothy Dalton havia sido considerada muito sombria, esta continuação serviria para colocar um prego no caixão. Na trama, 007 bate de frente com um cartel de drogas mexicano e encara o líder Franz Sanchez, um impiedoso traficante criado nos moldes de Pablo Escobar. Considerado o mais violento episódio da franquia, assim como o anterior o filme não se tornou um sucesso. Era hora de repensar a franquia, dar tempo ao tempo, e reescalar o personagem.

James Bond Jr. (1991-1992)

Antes de estrear com um novo intérprete nos cinemas, a franquia seguiu para as telinhas na forma de uma animação para a criançada. Desenvolvida pelo mesmo Michael G. Wilson dos filmes no cinema, a proposta desta série infantil era justamente conquistar os fãs jovens e os introduzir para eles quem era o famoso espião James Bond. Ou quase. Porque aqui tínhamos protagonizando o sobrinho de 007, um estudante, dono do mesmo DNA aventureiro do tio.

007 Contra GoldenEye (1995)

Nova década, novo 007. Desta vez era Pierce Brosnan o eleito para seguir com o manto de James Bond, e para toda uma geração, a minha, ele serviu como elo para a franquia. Em sua primeira aventura, o novo ator já chegava com o pé na porta, tirando onda, enfrentando uma maníaca sadomasoquista e seu antigo parceiro na agência. Aqui também foi onde a chefe M se tornava mulher, nas formas de Judi Dench. Desde o segundo filme de Dalton, os livros de Fleming pararam de ser base das histórias, e dali para a frente apenas roteiros originais.

007 – O Amanhã Nunca Morre (1997)

A mídia das fake News como vilã não parece ser uma ideia tão fantasiosa assim. Aqui, Brosnan retorna para enfrentar Elliott Carver, um magnata midiático, criado nos moldes de Rupert Murdoch, que instiga uma guerra para ter a cobertura. Bond, que já se envolveu com sua esposa, se alia a uma espiã chinesa na investigação do sujeito.

007 – O Mundo Não é o Bastante (1999)

Terceiro filme com Brosnan, desta vez Bond precisa proteger uma bela herdeira de um império de petróleo. Ela e sua família estão na mira de um terrorista que a sequestrou no passado, Renard, um sujeito que por motivo de uma bala alojada na cabeça é incapaz de sentir dor. O filme guarda uma das reviravoltas mais interessantes da franquia em relação a uma das personagens principais.

007 – Um Novo Dia Para Morrer (2002)

Sabe aquela história de quando a franquia perdeu a noção em O Foguete da Morte? Pois bem, o fato se repetia aqui neste quarto filme de Brosnan, que ao contrário de Daniel Craig, se despediria do papel não numa nota positiva, mas no que é considerado por muitos como um dos piores filmes da série. São muitas incoerências e fanfarronices, desde um carro invisível, até um Bond cinquentão surfando uma onda gigante, ou fazendo kite surf nas geleiras. Surreal é pouco.

007Cassino Royale (2006)

Como o episódio anterior havia perdido a noção da realidade e saído dos trilhos, a franquia era “rebootada”, numa espécie de James Bond begins. A ideia era contar os primórdios do espião na agência após ter ganhado o título de 00 e sua permissão para matar. Nesta altura também, a EON tinha revertido os direitos do primeiro livro, Cassino Royale, e podia adaptá-lo pela primeira vez dentro da franquia oficial. Assim, os livros de Fleming eram novamente usados como fonte. Daniel Craig era eleito o sexto Bond oficial e fez os reclamões morderem tanto a língua, que se tornou o grande preferido de muitos no papel. Ah sim, esse era um 007 mais pé no chão, cru e realista, inaugurando uma nova era.

007 – Quantum of Solace (2008)

Embora tenha novamente usado um conto de Fleming como base – contido no décimo quarto livro – o resultado do segundo filme com Craig não foi tão positivo quanto o anterior. Grande parte disso foi culpa da greve de roteiristas de Hollywood, o que resultou no episódio mais curto da franquia. O filme soa como um recorte de várias cenas de ação quase sem espaço para uma trama se desenvolver entre elas.

007 – Operação Skyfall (2012)

A franquia fazia as pazes com o sucesso no terceiro filme de Craig. De fato, Skyfall se tornou não apenas o maior sucesso financeiro da franquia, se tornando sua maior bilheteria (ultrapassando a marca de US$ 1 bilhão), como também um dos mais prestigiados, recebendo algumas indicações ao Oscar e vencendo duas. O espanhol Javier Bardem cria um dos vilões mais memoráveis da franquia.

Fleming (2014)

Minissérie em quatro episódios focada na vida do criador do personagem James Bond, o autor Ian Fleming – no programa interpretado por Dominic Cooper, vivendo de uma forma, digamos, muito 007 para inspirar o herói de seus livros.

007 Contra SPECTRE (2015)

Mais um elo com o passado na era Craig. Aqui a franquia recuperava os direitos de usar novamente a organização terrorista SPECTRE e seu líder Blofeld em suas tramas. Assim, ser perder tempo, Christoph Waltz foi escalado para viver o Blofeld dos novos tempos. Apesar do grande escopo e da grande promessa, o quarto filme da era Craig não correspondeu à expectativa.

007 – Sem Tempo para Morrer (2021)

Adiado do ano passado para este devido à pandemia, o filme marca a despedida de Daniel Craig da franquia em grande estilo. Aqui, a trama continua os eventos do filme anterior (algo constante na fase do ator), e reprisa personagens como Blofeld (Waltz) e a Dra. Swann, seu novo grande amor. Fora isso, introduz um novo vilão pauleira (Rami Malek) e duas personagens femininas que estão dando o que falar: a nova 007 mulher (Lashana Lynch) e uma espiã cubana (Ana de Armas).

Qual será o próximo filme da franquia?

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007 – Sem Tempo para Morrer já estreou nos cinemas brasileiros e pelo mundo, se tornando um sucesso de crítica e bilheteria. Para os fãs da franquia, a despedida do ator Daniel Craig e de toda a sua era, iniciada em 2006, não poderia ter sido mais satisfatória. Criado pelo autor britânico Ian Fleming, o primeiro livro contendo o espião James Bond foi lançado em 1953, num total de 14 obras literárias. Adaptado para o cinema logo na década seguinte, 007James Bond iniciou uma verdadeira febre no gênero do suspense, ação e espionagem nas telas e revolucionou o cinema entretenimento como o conhecemos hoje. Sim, 007 é um dos grandes responsáveis pela cultura pop como a temos atualmente.

Pegando carona no sucesso do vigésimo quinto filme oficial da franquia EON – a produtora responsável por levar os filmes 007 ao cinema – resolvemos colocar você a par sobre a trajetória do maior agente secreto da sétima arte e um dos maiores heróis que o cinema já viu. Abaixo repassaremos de forma cronológica todos os passos de James Bond e não apenas na franquia oficial, como alguns filmes e produções realizados por “debaixo dos panos”. Confira.

Leia também: Todas as Matérias Dossiê 007 – até o momento

Clímax: Cassino Royale (1954)

Ao contrário do que muitos possam pensar, a primeira aparição de James Bond nas telas não foi nas formas de Sean Connery. Antes de ir para o cinema, logo no ano seguinte do lançamento do primeiro livro de 007 (Cassino Royale), a história ganhava uma adaptação nas telinhas, no programa de antologia chamado Clímax! Nesta versão para a TV, James Bond foi interpretado por Barry Nelson e era um agente americano apelidado de Jimmy Bond.

007 Contra o Satânico Dr. No (1962)

Agora sim. Já nas formas de Sean Connery, o primeiro e único, 007 ganhava sua primeira superprodução nas telonas, devidamente amparado pela EON e a United Artists (depois MGM). Aqui, o espião seguia uma trilha na Jamaica que o levava até o esconderijo numa ilha do vilão Dr. No, um asiático com mãos biônicas, membro da diabólica organização terrorista SPECTRE. Dr. No foi o sexto livro escrito por Fleming.

Moscou Contra 007 (1963)

O filme de estreia fez sucesso e Sean Connery retornou para a continuação imediata. Aqui, a SPECTRE está atrás de vingança pelo ocorrido com Dr. No e contrata um assassino profissional para caçar James Bond: Red Grant. O matador é tão bom quanto 007 e a bordo do expresso do Oriente os dois travarão sua grande batalha, repleta não apenas de ação, mas também suspense. Uma coisa que todos concordam é que a continuação é ainda melhor que o original. From Russia, With Love (no original) foi o quinto livro escrito por Fleming.

007 Contra Goldfinger (1964)

Terceira investida de Sean Connery no personagem que fez sua carreira. Desta vez, a SPECTRE descansa da trama, com foco em Auric Goldfinger, um magnata do ramo do ouro que é louco (literalmente) pelo minério reluzente. Aqui temos a cena emblemática em que o vilão mata uma “traidora” pintando todo seu corpo de ouro. E também a introdução do capanga Odjob, o asiático extremamente forte que destrói bolas de golfe com as mãos e possui um chapéu com abas de lâmina. Goldfinger foi o sétimo livro escrito por Fleming.

007 Contra a Chantagem Atômica (1965)

A cada novo filme, um novo sucesso. Após Goldfinger, a “Bondmania” havia sido implantada com sucesso no mundo, despertando uma verdadeira onda de imitadores. Todos queriam sua própria franquia com um agente secreto descolado. E assim, os filmes do original 007 precisavam ser melhores e maiores. E aqui, no quarto longa, eles atingiam seu auge de popularidade e sucesso de bilheteira. Novamente com Sean Connery à frente, em um filme com muitas cenas submarinas, Bond enfrenta o número 2 da SPECTRE, Emilio Largo, com direito a tapa-olho e tudo. Esse foi o nono livro escrito por Fleming.

Cassino Royale (1967)

Antes de fechar parceria com a EON, o escritor Ian Fleming havia vendido os direitos de alguns de seus livros para outros produtores e estúdios. Assim, foi parar nas mãos da Sony (Columbia) os direitos de levar às telas a versão cinematográfica de Cassino Royale, o primeiro livro. Com medo de enfrentar a concorrência da franquia oficial, os produtores decidiram por criar uma comédia, que tiraria sarro do verdadeiro James Bond. E para isso reuniram uma verdadeira constelação de nomes como Peter Sellers, Orson Welles, David Niven e Woody Allen, entre outros. O resultado foi um fracasso, mas anos depois a obra ressurgiu como cult.

Com 007 Só Se Vive Duas Vezes (1967)

Lançado no mesmo ano da paródia citada acima, o quinto filme oficial da franquia demonstrou que os fãs não aceitavam substitutos, queriam era ver James Bond realizando suas façanhas, seduzindo mulheres e envolto em tudo que já era mitologia a esta altura. Connery estava de volta, embora insatisfeito, e aqui viajava até o Japão para treinar com ninjas e enfrentar a SPECTRE de uma vez por todas. Neste filme temos revelado pela primeira vez o rosto do vilão Blofeld, o líder da organização terrorista, interpretado por Donald Pleasence. E sua base é localizada dentro de um vulcão, é claro. Esse foi o décimo segundo livro escrito por Fleming.

007 – A Serviço Secreto de Sua Majestade (1969)

Sean Connery estava insatisfeito e queria respirar outros ares. Após muitas ameaças, finalmente o ator deixava a franquia e o papel imortalizado por ele. Assim a EON correu e encontrou nas formas de um modelo australiano sem muita experiência como ator, chamado George Lazenby, um substituto. O filme foi um fracasso, pois os fãs não aceitaram outro de forma abrupta no papel – rola até piadinha do tipo “isso nunca aconteceu com o outro cara”, saindo da boca do novo 007. A obra está longe de ser ruim, no entanto, se tornando uma das preferidas de diversos diretores famosos (como Tarantino e Nolan). Na trama, Bond continua a perseguir Blofeld, se apaixona, se casa e fica viúvo. O livro foi o décimo primeiro escrito por Fleming.

007 – Os Diamantes São Eternos (1971)

Os produtores acharam ter encontrado um substituto nas formas de George Lazenby, mas para a surpresa geral, após apenas um filme, o ator/modelo “pediu para sair”. Assim, esforços foram feitos para trazer Connery de volta e ele aceitou, mas com a condição de que seria mesmo o último. Aqui, Bond vai para Las Vegas e se envolve numa trama com diamantes, contrabando, milionários reclusos (no estilo Howard Hughes), cirurgias plásticas e Blofeld. Esse foi o quarto livro escrito por Fleming.

Com 007 Viva e Deixe Morrer (1973)

Uma nova longa seleção era realizada e elegia Roger Moore como o novo intérprete de James Bond. Desta vez, a promessa era de permanência para o novo protagonista. Na nova era, 007 perdida um pouco de sua seriedade, ganhava mais humor e seus filmes pegavam carona nas tendências do que estivesse acontecendo na época. Na estreia de Moore, o mote era o cinema negro do blaxploitation, que tomava os anos 70 de assalto. Assim, a cultura negra africana do vudu e um traficante do Harlem faziam parte da narrativa desta vez. Esse foi o segundo livro escrito por Fleming.

007 Contra o Homem com a Pistola de Ouro (1974)

Na segunda investida de Roger Moore como 007, um pouco da história de Moscou Contra 007 era reprisada, no sentido de que o espião igualmente se via alvo de um assassino profissional, aqui o melhor do mundo, que faz uso de uma pistola de ouro e possui três mamilos. Francisco Scaramanga, o tal matador, é vivido pelo eterno Drácula, Christopher Lee. Esse foi o décimo terceiro livro escrito por Fleming.

007 – O Espião que me Amava (1977)

Considerado por muitos o melhor filme da era Roger Moore como o espião, este terceiro filme do ator apresenta o relacionamento mais significativo de 007 nas formas do terceiro intérprete. Um vilão megalomaníaco fomenta a guerra entre a Inglaterra e a Rússia, assim uma espiã soviética apelidada Triplo X entra em cena para servir como a contraparte de 007 na investigação representando seu país. A ideia por trás é interessante e bonita, a de que inimigos políticos de nações diferentes podem vir a se tornar amantes. Fora isso, introduz um dos capangas mais memoráveis da franquia, o gigante de dentes metálicos Jaws. Esse foi o décimo livro escrito por Fleming.

007 Contra o Foguete da Morte (1979)

Pegando carona no sucesso então recente de Star Wars (1977), a franquia perde totalmente a noção e aqui foi onde tudo saiu completamente dos trilhos para muitos fãs. O nível “cômico galhofa” atingia níveis impensáveis neste filme que leva James Bond para o carnaval no Rio de Janeiro, e logo após o manda para o espaço, literalmente, para combater um vilão numa base na lua. Ah sim, não podemos esquecer a “guerra nas estrelas” no desfecho com direito a armas laser. Sim, não era para ser levado a sério, mas foi ridicularizado, ao ponto de ser considerado o pior da franquia. Hoje, ressurgiu como item cult, garantindo muitas risadas. Ao menos não é um episódio esquecível. Esse foi o terceiro livro escrito por Fleming – que tem muito pouco a ver com o filme.

007 – Somente para Seus Olhos (1981)

Para onde ir após a franquia ter perdido totalmente a noção e ser taxada como ridícula? Bem, de volta para a Terra, é claro, colocando os dois pés no chão. O quinto filme de Roger Moore como 007, e décimo segundo da franquia oficial, é considerado o exemplar mais “sóbrio” da era Moore, com uma trama crível, simples, direta e muito eficiente. Aqui, uma jovem parte atrás de vingança contra os criminosos que assassinaram sua família. Sua trilha de justiça pessoal a leva de encontro com James Bond. Esse foi o oitavo livro escrito por Fleming.

007 Contra Octopussy (1983)

O ano de 1983 marcaria a franquia como o ano do duelo entre os James Bond. Roger Moore estava pronto para deixar o papel, quando a notícia foi divulgada de que Sean Connery voltaria como 007 num filme fora da franquia oficial. Assim, a EON manteve Moore por perto a todo custo. Nesta aventura, que segue o clima das matinês no estilo Indiana Jones, James Bond vai para a Índia, se envolve com o circo, ciganos e uma sedutora contrabandista chamada Octopussy. Esse não é um livro, mas um conto contido no décimo quarto livro escrito por Fleming.

007 – Nunca Mais Outra Vez (1983)

Lembra da venda dos direitos de alguns livros citada anteriormente? Pois bem, aqui a Warner se aproveitou do fato para tirar da cartola um remake de A Chantagem Atômica, protagonizada pelo mesmo Sean Connery, que por uma pequena fortuna voltava ao papel de James Bond. O título “Nunca Diga Nunca Outra Vez”, no original, foi sugerido pela própria esposa do ator, trollando ele um pouco. No fim das contas, o público terminou optando por Octopussy, acredite se quiser, garantindo mais sucesso para Roger Moore na época.

007 – Na Mira dos Assassinos (1985)

Aos quase 60 anos, pode-se dizer que o saudoso Roger Moore havia “passado do ponto” na pele do personagem heroico. De fato, muitos fãs acreditam que sua permanência no papel foi constrangedora. Seja como for, aqui seria a sua despedida, com direito a Christopher Walken platinado e a musa 80’s Grace Jones como os vilões. A trama é tida como uma repaginada em Goldfinger, trocando o ouro pelos chips de computadores do vale do Silício. Esse é outro conto do décimo quarto livro escrito por Fleming.

007 Marcado para a Morte (1987)

Com a saída do engraçadinho Roger Moore, uma nova epopeia era iniciada para encontrar o quarto intérprete. O eleito foi Timothy Dalton, que iniciava uma era mais sombria com o personagem. Ele era um James Bond mais duro e desprovido de qualquer humor. Seus filmes assim se tornavam mais sérios e sisudos. Aqui, ele ajuda uma violinista e assim como Rambo em seu terceiro filme, ajuda os afegãos a expulsar os soviéticos de seu país, lutando ao lado dos Mujahideen, que viriam a se tornar o Talibã. A era da Aids também trazia um 007 mais “pudico”. Esse foi mais um conto do décimo quarto livro escrito por Fleming.

007 – Permissão para Matar (1989)

Se a estreia do novo James Bond nas formas de Timothy Dalton havia sido considerada muito sombria, esta continuação serviria para colocar um prego no caixão. Na trama, 007 bate de frente com um cartel de drogas mexicano e encara o líder Franz Sanchez, um impiedoso traficante criado nos moldes de Pablo Escobar. Considerado o mais violento episódio da franquia, assim como o anterior o filme não se tornou um sucesso. Era hora de repensar a franquia, dar tempo ao tempo, e reescalar o personagem.

James Bond Jr. (1991-1992)

Antes de estrear com um novo intérprete nos cinemas, a franquia seguiu para as telinhas na forma de uma animação para a criançada. Desenvolvida pelo mesmo Michael G. Wilson dos filmes no cinema, a proposta desta série infantil era justamente conquistar os fãs jovens e os introduzir para eles quem era o famoso espião James Bond. Ou quase. Porque aqui tínhamos protagonizando o sobrinho de 007, um estudante, dono do mesmo DNA aventureiro do tio.

007 Contra GoldenEye (1995)

Nova década, novo 007. Desta vez era Pierce Brosnan o eleito para seguir com o manto de James Bond, e para toda uma geração, a minha, ele serviu como elo para a franquia. Em sua primeira aventura, o novo ator já chegava com o pé na porta, tirando onda, enfrentando uma maníaca sadomasoquista e seu antigo parceiro na agência. Aqui também foi onde a chefe M se tornava mulher, nas formas de Judi Dench. Desde o segundo filme de Dalton, os livros de Fleming pararam de ser base das histórias, e dali para a frente apenas roteiros originais.

007 – O Amanhã Nunca Morre (1997)

A mídia das fake News como vilã não parece ser uma ideia tão fantasiosa assim. Aqui, Brosnan retorna para enfrentar Elliott Carver, um magnata midiático, criado nos moldes de Rupert Murdoch, que instiga uma guerra para ter a cobertura. Bond, que já se envolveu com sua esposa, se alia a uma espiã chinesa na investigação do sujeito.

007 – O Mundo Não é o Bastante (1999)

Terceiro filme com Brosnan, desta vez Bond precisa proteger uma bela herdeira de um império de petróleo. Ela e sua família estão na mira de um terrorista que a sequestrou no passado, Renard, um sujeito que por motivo de uma bala alojada na cabeça é incapaz de sentir dor. O filme guarda uma das reviravoltas mais interessantes da franquia em relação a uma das personagens principais.

007 – Um Novo Dia Para Morrer (2002)

Sabe aquela história de quando a franquia perdeu a noção em O Foguete da Morte? Pois bem, o fato se repetia aqui neste quarto filme de Brosnan, que ao contrário de Daniel Craig, se despediria do papel não numa nota positiva, mas no que é considerado por muitos como um dos piores filmes da série. São muitas incoerências e fanfarronices, desde um carro invisível, até um Bond cinquentão surfando uma onda gigante, ou fazendo kite surf nas geleiras. Surreal é pouco.

007Cassino Royale (2006)

Como o episódio anterior havia perdido a noção da realidade e saído dos trilhos, a franquia era “rebootada”, numa espécie de James Bond begins. A ideia era contar os primórdios do espião na agência após ter ganhado o título de 00 e sua permissão para matar. Nesta altura também, a EON tinha revertido os direitos do primeiro livro, Cassino Royale, e podia adaptá-lo pela primeira vez dentro da franquia oficial. Assim, os livros de Fleming eram novamente usados como fonte. Daniel Craig era eleito o sexto Bond oficial e fez os reclamões morderem tanto a língua, que se tornou o grande preferido de muitos no papel. Ah sim, esse era um 007 mais pé no chão, cru e realista, inaugurando uma nova era.

007 – Quantum of Solace (2008)

Embora tenha novamente usado um conto de Fleming como base – contido no décimo quarto livro – o resultado do segundo filme com Craig não foi tão positivo quanto o anterior. Grande parte disso foi culpa da greve de roteiristas de Hollywood, o que resultou no episódio mais curto da franquia. O filme soa como um recorte de várias cenas de ação quase sem espaço para uma trama se desenvolver entre elas.

007 – Operação Skyfall (2012)

A franquia fazia as pazes com o sucesso no terceiro filme de Craig. De fato, Skyfall se tornou não apenas o maior sucesso financeiro da franquia, se tornando sua maior bilheteria (ultrapassando a marca de US$ 1 bilhão), como também um dos mais prestigiados, recebendo algumas indicações ao Oscar e vencendo duas. O espanhol Javier Bardem cria um dos vilões mais memoráveis da franquia.

Fleming (2014)

Minissérie em quatro episódios focada na vida do criador do personagem James Bond, o autor Ian Fleming – no programa interpretado por Dominic Cooper, vivendo de uma forma, digamos, muito 007 para inspirar o herói de seus livros.

007 Contra SPECTRE (2015)

Mais um elo com o passado na era Craig. Aqui a franquia recuperava os direitos de usar novamente a organização terrorista SPECTRE e seu líder Blofeld em suas tramas. Assim, ser perder tempo, Christoph Waltz foi escalado para viver o Blofeld dos novos tempos. Apesar do grande escopo e da grande promessa, o quarto filme da era Craig não correspondeu à expectativa.

007 – Sem Tempo para Morrer (2021)

Adiado do ano passado para este devido à pandemia, o filme marca a despedida de Daniel Craig da franquia em grande estilo. Aqui, a trama continua os eventos do filme anterior (algo constante na fase do ator), e reprisa personagens como Blofeld (Waltz) e a Dra. Swann, seu novo grande amor. Fora isso, introduz um novo vilão pauleira (Rami Malek) e duas personagens femininas que estão dando o que falar: a nova 007 mulher (Lashana Lynch) e uma espiã cubana (Ana de Armas).

Qual será o próximo filme da franquia?

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