quarta-feira , 20 novembro , 2024

10 anos de ‘Homem de Ferro 2’ | Sequência poderia ser um clássico se não fosse a pressa da Marvel

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Estamos em 2020 e a esta altura do ano, a maioria de vocês já deve ter sentido o peso da idade, não é mesmo? Muitos sucessos do cinema, que sem dúvidas foram assunto na escola, faculdade ou trabalho, estão completando 10, 20, 30, 40 anos… e um desses é Homem de Ferro 2. Lançado em abril de 2010, o filme foi um sucesso gigante de bilheteria. Mas para falar sobre ele, precisamos fazer uma pequena viagem no tempo.

Com este dispositivo viajaremos de volta para a década passada. Vamos lá!

Atualmente, quando falamos no Universo Cinematográfico Marvel, pensamos em diversão, lutas incríveis, muita emoção… enfim, entretenimento de qualidade. Mas nem sempre foi assim. Após o sucesso incontestável do primeiro Homem de Ferro (2008) e o início oficial do MCU, a cena pós-créditos dava indícios de que haveria um filme dos Vingadores. Mais tarde no mesmo ano, O Incrível Hulk chegou aos cinemas e mais uma cena pós-créditos indicava a realização do filme da equipe. Diferentemente da aventura de Tony Stark, o longa de Bruce Banner (Edward Norton) passou longe de ser um sucesso tanto de crítica quanto de bilheteria. No entanto, eles tinham algo em comum: as críticas foram super pesadas na falta de emoção dos respectivos clímax dos filmes. Para a crítica especializada – e para muita gente – a Marvel tinha encontrado um jeito de fazer filmes com personalidade, mas escorregava feio na luta final, que era chata.



O problema da luta final chata foi resolvido, mas a que preço?

Em 2009, pela primeira vez na história do MCU, o mundo não teria um filme da Marvel exibido nos cinemas. Então, com esse ano de expectativa e esperando que a Marvel/ Paramount trouxesse novidades sobre o filme dos Vingadores, o público foi ávido aos cinemas para assistir Homem de Ferro 2. Nesse tempo, Tony Stark (Robert Downey Jr.) já era um queridinho do público, então combinou o útil ao agradável e terminou arrecadando mais de US$ 620 milhões. E a presença da Viúva-Negra (Scarlett Johansson), mais a cena pós-créditos do Thor já eram o suficiente para deixar as pessoas ansiosíssimas. Porém, mais uma vez as críticas não foram tão agradáveis assim.

A Viúva-Negra fez sua estreia no MCU em “Homem de Ferro 2”.

De fato, se formos colocar na balança, a Marvel conseguiu corrigir o “problema” da luta final chata. Com uma batalha super intensa, Homem de Ferro 2 se distanciou dos anteriores nesse ponto. O problema é que novos erros vieram, fazendo com que o meio do filme fosse enfadonho, cansativo e confuso. Depois do Monge de Ferro (Jeff Bridges), o segundo filme da franquia traria quatro vilões: o Chicote Negro (Mickey Rourke), Justin Hammer (Sam Rockwell), o governo americano e o reator Arc. Historicamente, filmes de HQs com três vilões não costumam dar muito certo porque não há tempo o suficiente para desenvolver os três antagonistas e o herói em si, fazendo com que pelo menos um desses elementos fique de escanteio. E aqui, com QUATRO malfeitores, não é diferente.

 

 

 

 

 

 

 

 

Chega a um ponto da trama em que o diretor Jon Favreau já não sabe o que fazer com o vilão principal, o Chicote Negro, e o tira de cena por uns 40 minutos. O que é um problema, já que a história de intriga familiar envolvendo Tony e Ivan era interessante e prometia embates não apenas físicos, mas ideológicos também, e acabou sendo posto de lado para resolver o problema de outro vilão: o reator Arc. Essa ameaça também era interessantíssima, já que o aparelho que mantinha Tony Stark vivo o estava envenenando, causando uma morte lenta e dramática.

O ponto é que a Marvel aproveitou para resolver esse problema de uma forma que envolvesse uma introdução dos Vingadores. Por conta disso, cerca de 1/3 do filme é dedicado a tal elemento, trazendo o governo, a Shield, a Viúva-Negra e uma trama confusa sobre o trabalho de Howard Stark (John Slattery) com o Tesseract – que só viria a ser apresentado no ano seguinte, em Capitão América: O Primeiro Vingador – e terminaria sendo a solução para o problema do envenenamento. No meio dessa confusão toda, o vilão Justin Hammer e o governo entraram para criar um novo personagem a ser utilizado no futuro do MCU: o Máquina de Combate (Don Cheadle).

O Agente Coulson (Clark Gregg) com o protótipo do escudo do Capitão América acabou se tornando um dos easter eggs mais famosos do MCU.

Essa pressa em introduzir o futuro da Marvel nos cinemas em um filme só foi MUITO prejudicial a Homem de Ferro 2, que poderia ter se tornado um clássico do MCU caso tivesse apenas de resolver seus próprios problemas. A trama de Tony Stark poderia ter crescido muito de forma antecipada. O filme em si é cheio de momentos memoráveis, como a entrada do Homem de Ferro na Expo Stark, o debate nos tribunais, o duelo em Mônaco, a briga no aniversário e a luta final. O problema é que em meio a esses momentos há o emaranhado de tramas tentando encontrar uma solução.

A briga em Mônaco é fantástica! Ação, tensão e o embate entre os dois opostos do filme.

Mas há de se destacar uma coisa: os efeitos práticos da época eram fantásticos! A mescla deles com o CGI aproveitava o trabalho feito no primeiro filme e fazia a armadura parecer real. Fora isso, a visão de Jon Favreau em fazer Tony Stark como o rei dos playboys foi algo único no MCU. Por mais que outros diretores tenham tentado replicar isso, só ele soube fazer um Tony sacana/babaca adorável desse jeito. Com o passar do tempo e a integração com o universo, Stark foi amolecendo e ficando cada vez mais PG-13.

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Outro ponto maravilhoso é a trilha sonora. A parceria com o AC/DC foi tão marcante no filme original que a trilha sonora da sequência foi um álbum inteirinho da banda, chamado Iron Man 2. É praticamente um AC/DC Greatest Hits.

Enfim, é curioso ver como Homem de Ferro 2 acabou sendo um dos pilares do Universo Cinematográfico Marvel como o conhecemos, mas, ao mesmo tempo, esse acabou sendo um dos maiores problemas para que ele se sustentasse como filme solo. É um daqueles casos em que seu maior mérito foi também sua ruína, quase como uma analogia à trama do reator Arc mostrada no filme. É um filme que foi impedido de brilhar para que Os Vingadores pudesse ser um sucesso dois anos depois.

Homem de Ferro 2 está disponível no Telecine Play.

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Pedro Sobreirohttp://cinepop.com.br/
Jornalista apaixonado por entretenimento, com passagens por sites, revistas e emissoras como repórter, crítico e produtor.

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Com este dispositivo viajaremos de volta para a década passada. Vamos lá!

Atualmente, quando falamos no Universo Cinematográfico Marvel, pensamos em diversão, lutas incríveis, muita emoção… enfim, entretenimento de qualidade. Mas nem sempre foi assim. Após o sucesso incontestável do primeiro Homem de Ferro (2008) e o início oficial do MCU, a cena pós-créditos dava indícios de que haveria um filme dos Vingadores. Mais tarde no mesmo ano, O Incrível Hulk chegou aos cinemas e mais uma cena pós-créditos indicava a realização do filme da equipe. Diferentemente da aventura de Tony Stark, o longa de Bruce Banner (Edward Norton) passou longe de ser um sucesso tanto de crítica quanto de bilheteria. No entanto, eles tinham algo em comum: as críticas foram super pesadas na falta de emoção dos respectivos clímax dos filmes. Para a crítica especializada – e para muita gente – a Marvel tinha encontrado um jeito de fazer filmes com personalidade, mas escorregava feio na luta final, que era chata.

O problema da luta final chata foi resolvido, mas a que preço?

Em 2009, pela primeira vez na história do MCU, o mundo não teria um filme da Marvel exibido nos cinemas. Então, com esse ano de expectativa e esperando que a Marvel/ Paramount trouxesse novidades sobre o filme dos Vingadores, o público foi ávido aos cinemas para assistir Homem de Ferro 2. Nesse tempo, Tony Stark (Robert Downey Jr.) já era um queridinho do público, então combinou o útil ao agradável e terminou arrecadando mais de US$ 620 milhões. E a presença da Viúva-Negra (Scarlett Johansson), mais a cena pós-créditos do Thor já eram o suficiente para deixar as pessoas ansiosíssimas. Porém, mais uma vez as críticas não foram tão agradáveis assim.

A Viúva-Negra fez sua estreia no MCU em “Homem de Ferro 2”.

De fato, se formos colocar na balança, a Marvel conseguiu corrigir o “problema” da luta final chata. Com uma batalha super intensa, Homem de Ferro 2 se distanciou dos anteriores nesse ponto. O problema é que novos erros vieram, fazendo com que o meio do filme fosse enfadonho, cansativo e confuso. Depois do Monge de Ferro (Jeff Bridges), o segundo filme da franquia traria quatro vilões: o Chicote Negro (Mickey Rourke), Justin Hammer (Sam Rockwell), o governo americano e o reator Arc. Historicamente, filmes de HQs com três vilões não costumam dar muito certo porque não há tempo o suficiente para desenvolver os três antagonistas e o herói em si, fazendo com que pelo menos um desses elementos fique de escanteio. E aqui, com QUATRO malfeitores, não é diferente.

 

 

 

 

 

 

 

 

Chega a um ponto da trama em que o diretor Jon Favreau já não sabe o que fazer com o vilão principal, o Chicote Negro, e o tira de cena por uns 40 minutos. O que é um problema, já que a história de intriga familiar envolvendo Tony e Ivan era interessante e prometia embates não apenas físicos, mas ideológicos também, e acabou sendo posto de lado para resolver o problema de outro vilão: o reator Arc. Essa ameaça também era interessantíssima, já que o aparelho que mantinha Tony Stark vivo o estava envenenando, causando uma morte lenta e dramática.

O ponto é que a Marvel aproveitou para resolver esse problema de uma forma que envolvesse uma introdução dos Vingadores. Por conta disso, cerca de 1/3 do filme é dedicado a tal elemento, trazendo o governo, a Shield, a Viúva-Negra e uma trama confusa sobre o trabalho de Howard Stark (John Slattery) com o Tesseract – que só viria a ser apresentado no ano seguinte, em Capitão América: O Primeiro Vingador – e terminaria sendo a solução para o problema do envenenamento. No meio dessa confusão toda, o vilão Justin Hammer e o governo entraram para criar um novo personagem a ser utilizado no futuro do MCU: o Máquina de Combate (Don Cheadle).

O Agente Coulson (Clark Gregg) com o protótipo do escudo do Capitão América acabou se tornando um dos easter eggs mais famosos do MCU.

Essa pressa em introduzir o futuro da Marvel nos cinemas em um filme só foi MUITO prejudicial a Homem de Ferro 2, que poderia ter se tornado um clássico do MCU caso tivesse apenas de resolver seus próprios problemas. A trama de Tony Stark poderia ter crescido muito de forma antecipada. O filme em si é cheio de momentos memoráveis, como a entrada do Homem de Ferro na Expo Stark, o debate nos tribunais, o duelo em Mônaco, a briga no aniversário e a luta final. O problema é que em meio a esses momentos há o emaranhado de tramas tentando encontrar uma solução.

A briga em Mônaco é fantástica! Ação, tensão e o embate entre os dois opostos do filme.

Mas há de se destacar uma coisa: os efeitos práticos da época eram fantásticos! A mescla deles com o CGI aproveitava o trabalho feito no primeiro filme e fazia a armadura parecer real. Fora isso, a visão de Jon Favreau em fazer Tony Stark como o rei dos playboys foi algo único no MCU. Por mais que outros diretores tenham tentado replicar isso, só ele soube fazer um Tony sacana/babaca adorável desse jeito. Com o passar do tempo e a integração com o universo, Stark foi amolecendo e ficando cada vez mais PG-13.

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Outro ponto maravilhoso é a trilha sonora. A parceria com o AC/DC foi tão marcante no filme original que a trilha sonora da sequência foi um álbum inteirinho da banda, chamado Iron Man 2. É praticamente um AC/DC Greatest Hits.

Enfim, é curioso ver como Homem de Ferro 2 acabou sendo um dos pilares do Universo Cinematográfico Marvel como o conhecemos, mas, ao mesmo tempo, esse acabou sendo um dos maiores problemas para que ele se sustentasse como filme solo. É um daqueles casos em que seu maior mérito foi também sua ruína, quase como uma analogia à trama do reator Arc mostrada no filme. É um filme que foi impedido de brilhar para que Os Vingadores pudesse ser um sucesso dois anos depois.

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Jornalista apaixonado por entretenimento, com passagens por sites, revistas e emissoras como repórter, crítico e produtor.

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