Lançado em 1982, E.T. – O Extraterrestre é um dos maiores clássicos da história do cinema. Voltado para o público infantil, a história de amizade entre um garotinho e um alienígena foi o primeiro contato de várias gerações de crianças com a ficção científica e a aventura.
Mais de 40 anos depois, o longa segue como um dos mais louvados do cinema, reunindo uma legião interminável de fãs ao redor do mundo. E como todo grande filme, E.T. também esconde uma série de curiosidades de bastidores. Por isso, o CinePOP separou 10 delas para você conhecer. Confira!
Em pé de igualdade
Como parte da construção da magia do filme, Steven Spielberg conduziu a trama buscando trazer a ótica infantil sobre um alienígena para as telonas. Para ajudar a criar essa identificação com o público, o diretor gravou a maior parte das cenas pela perspectiva, pelo ângulo infantil. Por isso que os adultos parecem sempre muito maiores, a ponto de praticamente não se ver rostos do pessoal maior de idade, e o E.T. está sempre em pé de igualdade com a molecada.
Cameo
Uma das histórias mais fantásticas desse filme é sobre a participação especial de Harrison Ford. O ator e o diretor tinham uma grande amizade por conta do tempo junto gravando Indiana Jones, e Steven queria que ele fizesse uma ponta como diretor da escola de Elliott. Ford não estava muito interessado, mas a roteirista do filme, Melissa Mathison, que namorava o ator na época, encheu tanto a paciência que ele topou com uma condição: seu rosto não apareceria.
Não adiantou
Ford gravou a cena em que aparece de costas em uma sala escura. Ele está dando um leve esporro no Elliott (Henry Thomas), logo depois da icônica cena do colégio, em que o menino estabelece uma conexão mental com o ET, liberta os sapos que seria dissecados e causa um caos na sala de aula. No fim das contas, a cena ficou muito sombria e Spielberg sentiu que não estava acrescentando muito ao longa, que já estava com uma enorme duração. Resultado: o cameo foi gravado, mas não entrou no corte final. A cena, inclusive, só foi revelada nos anos 90, com o lançamento do DVD.
John Williams
A parceria e amizade entre Steven Spielberg e John Williams é de outro mundo. É praticamente impossível falar de um sem pensar no outro. E ela se construiu por meio de histórias e liberdades que foram tomando ao longo dos projetos que trabalharam juntos. Em E.T. – O Extraterrestre, Williams não estava conseguindo reger a trilha de forma que sincronizasse com o filme. Após uma série de tentativas, Spielberg reparou no incômodo e constrangimento do amigo e desligou as telas. Sem ter as cenas como referência, o diretor pediu para o compositor e maestro reger sua orquestra como se estivesse fazendo uma apresentação. A trilha fluiu de forma praticamente mágica. Então, Steven editou o filme para adaptar as cenas à trilha e não o contrário. Deu tão certo que Williams foi premiado com o Oscar de Melhor Trilha Sonora Original pelo filme.
Brincadeira
Falando em amizade, Spielberg homenageou seu grande amigo George Lucas com uma piada na icônica sequência do Halloween. Nas ruas, o E.T. vê uma criança vestida como o Mestre Yoda, de Star Wars, e associa ao seu lar. A cena em questão fez muito sucesso ao misturar as franquias. Anos mais tarde, com a retomada de Guerra nas Estrelas, George retribuiu a brincadeira colocando a espécie do E.T. no Senado Galáctico, em Star Wars: Episódio I – A Ameaça Fantasma (1999).
Peso na consciência
Estreando na atuação, a pequena Drew Barrymore foi o grande destaque dos bastidores. Ela era uma graça e constantemente reagia a coisas comuns das gravações, como os fios que estavam por baixo dos pés do E.T. nas cenas de movimentação. Isso rendeu algumas falas a ela que foram praticamente improvisos da criança reagindo ao ambiente. Porém, teve um momento em que ela ficou doente e foi trabalhar mesmo estando com febre. Foi um dia terrível, porque a menina não conseguia lembrar suas falas. O processo de filmagem foi tão exaustivo que Spielberg acabou se irritando e gritou com a menina. Quando contaram para ele que ela estava doente, pesou na consciência e ele foi se desculpar. A menina não parava de chorar, então ele a abraçou e mandou a coitada para se recuperar em casa.
Fumante
A construção do E.T. passa pela aparência e pela voz. Para criar o visual do alienígena, o time apostou no tom professoral dos rostos do físico Albert Einstein e do poeta Carl Sandburg. Para deixar mais fofinho, misturaram esses rostos com a cara de um cachorrinho da raça Pug. Para a voz, eles convidaram a atriz Pat Welsh, que fumava dois maços de cigarro por dia. Por US$ 380, ela gravou suas falas em aproximadamente nove horas e meia.
Surpresa
Steven Spielberg botava tanta fé no projeto, que decidiu fazer o primeiro teste oficial do longa no Festival de Cannes. O filme entrou na programação de última hora, como uma inscrição extraoficial. O resultado foi uma sonora salva de palmas, fazendo de E.T. um dos filmes mais populares daquela edição, tendo melhor desempenho do que muitos longas que estavam na programação e concorrendo ao prêmio.
Injusto
E.T. – O Extraterrestre foi um fenômeno. O longa se tornou a maior bilheteria do cinema até então e foi indicado a 9 Oscars, incluindo Melhor Filme. Porém, acabou concorrendo com o espetacular Gandhi, que levou 8 das indicações que conseguiu, incluindo a tão sonhada categoria de melhor filme. No entanto, alguns anos depois, o ator e diretor do filme Richard Attenborough disse ter se sentido culpado por ter vencido, porque considerava E.T. um filme muito melhor.
Ele gosta
Spielberg é um dos maiores diretores da história e tem uma filmografia absurda. Porém, ele reconhecidamente não gosta de rever seus filmes. Em entrevista ao ‘The Late Show com Stephen Colbert’, o diretor revelou que só gosta de assistir várias vezes cinco ou seis filmes de sua autoria, sendo E.T. um deles. Steven definiu o longa como “um filme realmente perfeito”.
E.T. – O Extraterrestre está disponível no Amazon Prime Video.