Quando o assunto é “Filme Catástrofe”, ninguém se destaca mais, positiva e negativamente, do que Roland Emmerich. Se Hollywood quer destruir o planeta, ou uma franquia famosa, como Godzilla, é para Roland que eles ligam. Mas ainda que ele tenha acumulado mais insucessos do que sucessos, o diretor conseguiu arrecadar mais de US$ 3 bilhões pelo mundo com seus filmes. E um de seus longas mais famosos é O Dia Depois de Amanhã, cuja história gira em torno dos efeitos catastróficos do aquecimento global. E como essa aventura apocalíptica teve muita repercussão, o CinePOP separou 10 curiosidades sobre ele. Confira!
Leilão
Depois de pronto, o roteiro foi a leilão para todos os grandes estúdios de Hollywood com uma condição: 24 horas para dar a resposta. O único estúdio que se interessou pelo projeto, que pedia um grande orçamento foi a 20th Century Fox.
Quase foi zoado ‘ao vivo’
Os conceitos de “sigilo nos estúdios” não são lá muito bem definidos, visto os constantes vazamentos que entregam informações sobre filmes ainda não lançados. No entanto, isso quase deu um problema seríssimo para a equipe criativa de O Dia Depois de Amanhã. Isso porque o roteiro do filme caiu nas mãos de Trey Parker e Matt Stone, os criadores de South Park, quando o longa ainda estava em pré-produção. E qual foi o primeiro pensamento da dupla? Gravar o filme em segredo, mas com bonecos em vez de atores. E para deixar tudo ainda mais zoado, eles planejaram lançar sua versão no mesmo dia do filme live action. Feliz ou infelizmente, o advogado da dupla disse que seria impossível eles fazerem isso e saírem impunes, então eles desistiram da ideia. Mas não perderam a oportunidade de zoar o filme, lançando um episódio paródia de South Park no ano seguinte.
11/9
A ideia de escrever o filme veio enquanto Roland Emmerich estava filmando O Patriota (2000). No entanto, ele decidiu deixar o projeto de lado depois de ver os atentados do 11/9. Na época, ele pensou que não seria o melhor momento para ter um filme catástrofe em Nova York, já que a cidade vivia seu trauma da catástrofe na vida real. Mas o tempo passou e ele retornou ao roteiro. E mesmo assim, quando o projeto foi aprovado, a produção não achou que seria de bom tom levar outra tragédia para Nova York tão cedo. Porém, as sessões-teste realizadas em Nova York registraram reações muito positivas do público nas cenas em que a cidade é tomada pelas águas.
Quero ser grande
Uma das maiores diferenças do roteiro original para a versão final foi que Roland Emmerich escreveu o filme com seus protagonistas sendo crianças na casa dos 10/11 anos de idade. Só que ele assistiu ao filme O Céu de Outubro (1999) e ficou encantado com o trabalho de Jake Gyllenhaal. Então, ele perguntou para o pessoal do casting se ficaria crível ter o Jake interpretando um garoto de 17 anos. Com o retorno positivo, ele reescreveu as situações para que seus protagonistas fossem adolescentes.
Vetado pela NASA
Antes do início da produção do filme, a extinta FOX tentou contratar cientistas da NASA para servirem de consultores do longa, só para garantir que a história seria uma ficção cientificamente correta. Só que o roteiro chegou à direção, que leu a trama e achou um completo absurdo. O medo de ficar associado a uma possível repercussão negativa foi tanto que a diretoria publicou um memorando proibindo seus funcionários de atuarem ou comentarem qualquer coisa sobre o filme. Algum tempo depois, essa orientação caiu.
Piada no meio científico
Apesar da reação inicial da NASA, a Fox não desistiu e tentou obter mais opiniões científicas para embasar seu filme. Então, eles juntaram alguns profissionais de diversos campos da ciência e os levaram para uma pré-estreia exclusiva. O resultado, no entanto, foi mais parecido com a opinião da NASA. A grande maioria deu gargalhadas e disse que apesar de ser um grande bobajada sem um pingo de ciência envolvida, era uma boa diversão para passar o tempo. Isso acabou levando o filme para o Top 10 de filmes cientificamente incorretos do Yahoo!.
Ecologicamente correto
Apesar de ser zoado no meio científico até hoje, Roland Emmerich investiu US$ 200 mil do próprio bolso para reduzir as emissões de carbono do filme. Foi a primeira vez que esse impacto ecológico da produção de um filme virou tema nos bastidores de Hollywood. Como forma de compensar o carbono emitido, houve um plantio de árvores e foram feitos investimentos no uso de energias renováveis.
Crítica social
A produção sofreu duras críticas políticas por ter escalado o ator Kenneth Welsh para interpretar o Vice-Presidente dos EUA. Isso porque Kenneth era muito parecido com o Vice-Presidente dos EUA da vida real, Dick Cheney. Mas a escalação foi mantida porque, segundo Roland Emmerich, a intenção era essa mesmo, já que George W. Bush e Cheney não levavam a sério a questão climática e se posicionaram contra o Protocolo de Kyoto. A crítica à gestão Bush é tão explícita, que até mesmo o discurso dado pelo VP no filme é ironizado. Ele fala ao povo por meio do canal do clima.
Efeitos impressionantes
O principal chamariz do filme foram seus efeitos especiais impressionantes. O uso do CGI foi revolucionário e virou exemplo para grandes longas que vieram posteriormente. Para isso dar certo, foram contratados mais de mil artistas digitais diferentes e nove produtoras especializadas no desenvolvimento de efeitos especiais trabalharam no filme ao longo de um ano.
Bilheteria
O filme arrecadou mais de US$ 550 milhões no mundo todo, fazendo dele a sexta maior bilheteria de 2004. Mas um ponto surpreendente é que a venda de DVDs e Blu-rays trouxe um retorno impressionante de US$ 110 milhões, um valor altíssimo. Quem ficou feliz com essa dinheirama toda foi o diretor, Roland Emmerich, que acertou um salário de US$ 10 milhões pelo filme, e uma participação de 10% da arrecadação total do filme. Ou seja, ele saiu com uns 60/ 70 milhões de dólares nos bolsos.
O Dia Depois de Amanhã está disponível no Star+.