Presença certa nas graduações de Comunicação Social, O Show de Truman – O Show da Vida é um daqueles clássicos com ‘C maiúsculo’. A história de Truman Burbank, um rapaz que passou a vida inteira dentro de uma cidade cenográfica de estúdio, tendo sua existência televisionada para os EUA sem saber que havia um mundo além daquelas paredes conquistou a todos com sua filosofia e metalinguagem.
Contando com uma atuação genial de Jim Carrey, o longa se imortalizou dentre os clássicos e segue fazendo fãs e rendendo estudos até os dias de hoje. Pensando nisso, o CinePOP separou 10 curiosidades que você talvez não conheça sobre o filme. Confira!
Mais pesado
As primeiras versões do roteiro traziam algo mais voltado para o formato padrão de ficção científica. Em vez de se passar em uma cidadezinha com pouquíssimos problemas, a história de Truman se passaria em uma cópia de Nova York, incluindo seu tão conhecido e típico caos. O que incluiria uma série de crimes pesadíssimos sendo recriados para que o rapaz tivesse contato e pudesse reagir a eles, como homicídios constantes.
Idade pesou
A ideia original era retratar Truman como um adolescente no Ensino Médio. No entanto, quando escalaram Jim Carrey para o papel de protagonista, a produção percebeu que ficaria ridículo retratar um galalau de 30 anos como um jovem em idade escolar. Dessa forma, eles correram para reescrever o roteiro, abordando problemas mais voltados para uma crise de meia idade.
Como a vida é
Outra mudança que teve de acontecer por conta de uma péssima recepção do estúdio é que nas primeiras versões, Truman desenvolveria um grave caso de alcoolismo e estaria tão profundamente apaixonado por sua suposta esposa, Meryl, que seria manipulado pela produção do programa a engravidar a amada, que desenvolveria uma gravidez televisionada, garantindo uma nova série para ser tocado pelo canal.
Outro fim
Mas talvez a grande mudança do filme tenha acontecido em seu final. A versão inicial mostraria Truman saindo do estúdio e encontrando toda a equipe de direção, roteiro e produção do show de TV do outro lado. Diferentemente do fim ‘otimista’ do longa, nessa versão, ele iria direto ao encontro do diretor e começaria a enforcá-lo na frente de todos, momentos antes de ser detido pelos seguranças. Outra versão mostraria um final tenso, em que Truman não perceberia e continuaria sendo filmado, além de ter gerado um spin-off para um bebê que estaria por vir.
Talento nato
A relação inicial entre Jim Carrey e Peter Weir, o diretor/roteirista, passou longe de ser boa. Por contrato, Jim poderia exigir quantas mudanças quisesse na trama, o que claramente chateou Peter. Porém, conforme o ator dava sugestões e principalmente improvisava cenas e piadas, Weir percebeu que estava lidando com um gênio do cinema e que poderia se beneficiar desse talento nato, trazendo uma nova ótica para o filme. Com isso, a relação deles melhorou bastante.
Premiado
Falando em Peter Weir, ele escreveu um prólogo para o elenco. No texto de dez páginas, ele contava toda a história do programa que seria retratado no filme, contando as ideias de direção e produção, além de revelar que era um verdadeiro fenômeno televisivo daquele universo, tendo ganho até mesmo troféus do Emmy, o ‘Oscar da TV‘.
Proibido
Quando chegou a O Show de Truman, Jim Carrey já era um nome consagrado nas comédias de Hollywood, tendo emplacado sucessos como O Máskara, Débi & Lóide – Dois Idiotas em Apuros e Ace Ventura: Um Detetive Diferente. Como a proposta era fazer um projeto mais dramático, a produção e outros membros do elenco foram proibidos de ficar brincando com os bordões e momentos icônicos de outros personagens de Jim Carrey, para evitar que se distanciassem do tom pretendido.
Sem encontro
Para viver o grande controlador Christof, o ator Ed Harris ganhou uma mini-biografia de dez páginas escrita pelo próprio diretor do filme. No material para estudo, Peter Weir abordou aspectos da vida pessoal e profissional do personagem, que havia sido muitíssimo premiado previamente por conta de documentários explorando o sofrimento de moradores em situação de rua nos Estados Unidos. O mais curioso é que Ed Harris e Jim Carrey nunca se encontraram nos sets de gravação.
Composição
Para compor a agonia de seu personagem, Truman Burbank, Jim Carrey afirmou ter se inspirado em sua própria fama, que havia levado ele ao ponto de não conseguir sair de casa para comprar uma garrafa d’água sem ser assediado por fãs sem-noção ou pelos paparazzi, com menos noção ainda. O curioso é que o diretor do filme chegou a planejar uma ‘vingancinha’ contra o público. Na ideia de Weir, ele pediria que os projecionistas interrompessem a exibição do filme, inserindo trechos das câmeras dos cinemas mostrando o público entrando na sala para ver o longa. Seria uma metalinguagem genial para inserir a plateia na paranoia de estar sendo constantemente vigiado. Infelizmente, devido a dificuldade da logística da ideia, o plano ambicioso não foi para frente.
Síndrome
Entre o final dos anos 2000 e o início dos anos 2010, uma série de estudos britânicos e norte-americanos apontaram para o crescimento preocupante de pessoas com um transtorno que foi chamado de ‘Síndrome de Truman’. Nele, os diagnosticados com o surto acreditam estar vivendo em um reality show e que todas as pessoas ao seu redor são atores contratados para simular contato com elas. Algo parecido com o que a TikToker Vanessa Lopes sofreu no Big Brother Brasil 2024.
O Show de Truman – O Show da Vida está disponível para aluguel no Amazon Prime Video.