Lançado em 2019, Toy Story 4 é o capítulo mais controverso da saga dos brinquedos mais amados do mundo. Enquanto alguns dizem que o longa não passa de um grande caça-níqueis da Pixar, há quem veja nele uma história realmente emocionante e com algo a dizer. Ame ou odeie, o filme vai ganhar continuação em breve, mostrando que, ao menos para a Disney, ele foi um grande sucesso.
Em meio a essa controvérsia, os bastidores do filme trouxeram uma série de curiosidades. Então, o CinePOP escolheu 10 delas para você conhecer. Confira!
Melhor
Polêmico desde seu anúncio, Toy Story 4 foi motivo de grande debate dentro da Pixar. Após a conclusão espetacular em Toy Story 3 (2010), John Lasseter disse que eles só fariam um quarto filme se a trama fosse realmente muito boa e digna de ser trazida para as telas. A ideia para a franquia era só contar histórias que fossem de mesmo nível ou melhores que as contada anteriormente.
Só chamar
Tim Allen, que interpreta o Buzz Lightyear, já havia assinado um contrato para dar voz ao brinquedo espacial novamente antes mesmo da Disney anunciar que haveria um quarto Toy Story. A preocupação maior era a volta de Tom Hanks, que deu vida ao Woody, cujo contrato precisaria ser negociado novamente. Havia um temor de que ele não quisesse voltar, mas bastou um telefonema para ele correr de volta ao projeto.
Responsabilidade
Tom Hanks achava que a história já havia sido concluída no terceiro filme, mas não pensou duas vezes na hora de aceitar retornar ao Woody.
Ao longo dos anos, conforme disse em entrevista ao The New York Times, ele desenvolveu um certo tipo de afeto pelos filme e pelo seu personagem, só que foi além.
Ele fez uma reflexão em casa e compreendeu que seu trabalho na saga, que dialogava com crianças e adultos de diferentes épocas, era algo tão incrível que deveria ser tratado como uma grande responsabilidade, já que seria preservado pela eternidade, como a animação da Branca de Neve, que é da década de 1930 e segue assistida até os dias de hoje. Inclusive, Hanks se emocionou no dia da gravação de sua última fala, porque falou que, por conta do filme, seus tataranetos poderiam saber como era sua voz e se orgulhar do nome da família.
Justiça
Antes de ser esse grande império de longas animados, a Pixar teve uma origem ligada aos curtas em 3D. Um dos mais queridos é Tin Toy, a quarta produção do estúdio. Ele conta a história de um soldadinho de lata que é comprado para um bebê. Nos anos 90, quando corriam para fazer Toy Story, as mentes criativas da Pixar queriam que o ‘Tin’ fosse o grande protagonista do filme. Porém, desistiram por achar que ele um brinquedo muito antiquado para ser o favorito de uma criança dos anos 90. Mais de 20 anos depois, em Toy Story 4, eles decidiram fazer justiça ao personagem e deram a ele uma breve participação no filme.
Escolha difícil
Ao contrário do que muitos acham, a escolha de Keanu Reeves para dar vida ao dublê Duke Caboom não foi baseada exclusivamente na popularidade fora de série do ator na época. Na verdade, o diretor e os produtores ouviram uma porção de testes sem saber quem eram os atores, só sabiam que eram canadenses. E quando chegaram na vez de Keanu, não quiseram ouvir mais ninguém. Depois de descobrirem que era Reeves, chamaram o ator para conversar sobre o papel, que deveria ser apenas uma participação sem muitas falas. O problema é que o ator começou a fazer perguntas sobre as motivações, como querer saber se o boneco tinha raiva do antigo dono ou se ficava incomodado pelos comerciais de TV, e eles acabaram aprofundando um pouco mais o núcleo de Duke. E, sim, Keanu chegou ao estúdio andando de moto.
Inspiração
No Brasil, o Duke é só um personagem engraçadinho. No entanto, para os norte-americanos, ele é uma clara homenagem a um ícone do entretenimento do século XX: o lendário dublê Evel Knievel. Ele virou um símbolo de coragem – e um pouco de burrice também – por suas acrobacias performáticas sobre motocicletas. Ao longo da carreira, foram mais de 75 saltos sobre carros, casas, penhascos e afins. Ele também entrou para o Livro dos Recordes por se consagrar como o ser humano vivo com mais ossos quebrados. Foram cerca de 433 fraturas antes de sua morte em 2007.
Processo
O problema dessa homenagem é que os representantes do legado de Knievel não foram consultados na criação do personagem e não gostaram nem um pouco de ver a imagem de seu ‘cliente’ ser explorada dessa forma, não apenas por contas das piadinhas, que mostravam o Duke saltando e se entortando todo pelo chão, mas principalmente porque eles não receberiam royalties pelo uso da imagem e muito menos pela vendas dos bonecos temáticos. Inclusive, o brinquedo foi citado no processo que eles abriram contra a Disney por ser muito parecido com o boneco oficial de Evel lançado na década de 1970.
Confusão
O grande personagem dessa sequência é o Garfinho. Ele foi interpretado pelo ator e dublador Tony Hale, que fez carreira com personagens estranhos e sempre muito confusos sobre seu papel na trama. Então, ele refletiu um pouco e entendeu que não seria muito diferente para o Garfinho, mas ele queria entender o motivo de sua confusão. Após uma conversa com os produtores, eles concluíram que seria uma grande crise existencial. Ele nasceu como um utensílio descartável, então só sabia que deveria lidar com comida e ser descartado. Só que ao ser transformado em brinquedo pela Bonnie, ele ganharia um novo e maior propósito e essa seria a causa de seu transtorno.
Desafio
O grande pesadelo dos animadores de Toy Story 4 foram as cenas ambientadas no brechó. A ideia era que as quinquilharias sobrassem das prateleiras, o que significaria milhares de peças a serem individualmente animadas. No entanto, para facilitar o trabalho, eles tiveram uma ideia genial. A equipe acessou os arquivos da Pixar e reaproveitou uma série de outras peças de animações históricas e inseriu nas prateleiras. Isso resultou em um território vasto para os caçadores de easter eggs. Dentre as peças inseridas nas cenas, estão a máscara de mergulho de Procurando Nemo, o carrinho do Bing Bong, de Divertida Mente, o Celeiro de Brinquedos do Al, de Toy Story 2, a casa e o rótulo do refrigerante de Up: Altas Aventuras e por aí vai.
Bom ou ruim?
Toy Story 4 divide opiniões até hoje. Há quem goste muito e há quem odeie muito o que fizeram, já que o longa traz uma trama de desapego e de novos inícios da vida. Por isso, há um debate se o filme é bom ou ruim, o que acaba sendo algo mais pessoal mesmo. Porém, se há algo que podemos afirmar é que foi um sucesso. Ele arrecadou aproximadamente 1,073 bilhão de dólares, fazendo dele a oitava maior bilheteria de 2019. Curiosamente, esse ano foi completamente dominado pelas produções da Disney. Foram sete filmes da casa no Top 10 de bilheterias.