domingo , 22 dezembro , 2024

10 filmes muito tristes… para corações fortes

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Existem filmes que mexem com nossos corações, nossas emoções, não tem jeito! Dá aquele nó na garganta, aquelas lágrimas que estavam perdidas em nosso corpo aparecem e quando nos damos conta estamos aos prantos. O cinema tem esse poder e isso é um fato! Seja no cinema, ou em casa vendo em algum serviço de streaming, existem obras que ficam guardadas durante muito tempo em nosso imaginário por conta do impacto que nos causou.

Partindo do princípio que refletir sobre histórias tristes acabam de alguma forma nos fazendo crescer como seres humanos, resolvemos criar uma lista de 10 filmes muito tristes… para corações fortes.



 

Vulcão

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Como reconstruir quando você só destrói? Falando sobre a busca da felicidade de um homem, o cineasta islandês Rúnar Rúnarsson – em seu primeiro longa-metragem na época –  transforma um conflito pessoal em uma obra de arte. Vulcão é o tipo de filme que você nunca ouviu falar mas que certamente vai querer debater sobre ele.

Na trama, conhecemos Hannes (Theodór Júlíusson) um rabugento fumante de idade avançada que leva a vida de maneira triste e sem novos grandes objetivos. Faz questão de ser a pessoa mais inconveniente dos lugares onde passa, sendo assim, visto por todos como um infeliz que não gosta de ninguém. Certo dia, após retornar de uma falha tentativa de suicídio, uma certa conversa que escuta desperta nele um sentimento de mudança.

O que mais chama a atenção no longa é a desconstrução do personagem – absurdamente bem feita. A lentidão na narrativa apresentada neste trabalho – característica de alguns filmes europeus – é extremamente necessária para captar todos os elementos que caracterizam o universo familiar que o protagonista vive. Méritos total do diretor, que também escreveu o roteiro.

Theodór Júlíusson – o ator que interpreta o protagonista da história – tem uma atuação fabulosa. Não perde um segundo o foco de seu difícil personagem, o que facilita a exposição dos conflitos para o espectador. Toda a dor, angústia, aflição, insegurança e desespero são mostrados com uma verdade que impressiona. A todo instante, o público interage com a trama e sai do cinema sem saber se Hannes é o vilão ou o mocinho dos fatos.

A cena mais importante da película, a do travesseiro, expõe o tão longe do seu limite emocional o protagonista já se encontrava. A dor dá lugar à compaixão, podemos interpretar não como uma despedida mais um ato de socorro de quem quer recomeçar mais escolheu muito tarde essa opção. É uma parte tocante, uma espécie de clímax desta dramática história.

 

Pieces of a Woman

Quando os sentimentos viram uma série de portas fechadas. Com um abre alas angustiante, antes do título aparecer na tela, onde não conseguimos tirar os olhos das ações que acontecem Pieces of a Woman é um poderoso drama que mostra desenrolares da vida de um jovem casal e os passos seguintes que precisam caminhar durante o luto. Dirigido pelo cineasta húngaro Kornél Mundruczó e com roteiro assinado por Kata Wéber, o filme, está disponível no catálogo da Netflix. É tenso, polêmico, excelente para reflexão. Poderosas interpretações compõem o projeto. A personagem principal interpretada magistralmente pela atriz britânica Vanessa Kirby, é um grande destaque. O roteiro possui bastante profundidade.

Na trama, conhecemos um jovem casal, Sean (Shia Lebouf) e Martha (Vanessa Kirby) apaixonado e com alta expectativa com a chegada da primeira filha. Eles optaram por um parto domiciliar, feito por uma parteira. No dia onde a chegada do bebê se torna iminente, a parteira que faria o parto não consegue chegar a tempo e uma outra vai no lugar dela. Durante o processo do parto, uma alta tensão acontece, um nervosismo de todos, pai, mãe e parteira. Infelizmente uma tragédia acontece. Nos meses após o corrido, a maneira como o casal lida com a terrível tragédia é o que vai moldando a trajetória desse impactante filme.

Como lidar com a perda? Os personagens são os grandes motores do filme. Levados ao limite após a tragédia que acontece em suas vidas, nada vai ser como antes e eles já sabem disso. Conflitos antes suportáveis, se tornam estopins para discussões ou intromissões injustas nas escolhas que os dois devem tomar juntos. Sean é um homem que trabalha com construções e em especial nas pontes, está a seis anos sóbrio, possui um relacionamento conflitante com a sogra, assim precisa lutar contra seus demônios após a tragédia. Já Martha é introspectiva, de fala mansa, de família com mais dinheiro que a do companheiro, mostra um controle na aparência para os outros mas um descontrolado ninho de sentimentos conflitantes por dentro após o ocorrido, principalmente lutando contra as interferências de sua mãe Elizabeth (Ellen Burstyn, em atuação também digna de aplausos). A habilidade de Mundruczó em mostrar as entrelinhas através da expressão dos personagens é digna de aplausos, emocionante em muitos momentos, nos sentimos próximos das dores dos personagens.

O filme toca em alguns pontos polêmicos. A questão da comunidade médica vs parteiras e os dilemas sobre doação de corpos para estudos médicos. As partes jurídicas de uma dessas questões são colocadas como ferramenta de ‘justiça’ por Elizabeth, insensível e intrometida, em muitos momentos. O projeto chega fácil aos corações dos espectadores, dentre os dilemas e os sofrimentos, vamos tentar entender como é possível (ou não) reunir peças de uma vida despedaçada.

 

O Caderno de Tomy

Ame, leia, veja, escute…e pense em mim de vez em quando. Baseado em uma história real, o longa-metragem argentino O Caderno de Tomy é uma história, antes de mais nada, sobre um último desejo de mãe para filho. Abordando temas delicados como a linha tênue entre procedimentos legais e a eutanásia, a difícil tarefa de dizer adeus, o projeto gera muitas emoções pois em nossas vidas já conhecemos ou sabemos de alguém que já conheceu quem teve câncer. Disponível na Netflix, o filme pode também ser definido como uma grande mistura de sentimentos. Escrito e dirigido pelo cineasta Carlos Sorin.

Na trama, conhecemos uma mulher de 40 e poucos anos (interpretada pela ótima atriz argentina Valeria Bertuccelli) que é diagnosticada com um câncer terminal. Seu marido (Esteban Lamothe), sempre ao seu lado, faz de tudo para que ela fique bem nos seus últimos dias em um quarto de hospital. Certo dia, fugindo de um quadro depressivo por conta de sua situação, resolve escrever um diário endereçado a seu filho pequeno, a cada página que escreve ela conta sobre sua experiência de estar ali mas também todos seus desejos par ao futuro dele. Além do diário, resolve ir twitando sobre sua rotina e acaba ficando famosa involuntariamente saindo em jornais e aparecendo na televisão.

Quando ser corajoso e forte é nossa única opção. Não é um filme fácil, há muita dor pelo caminho dos 84 minutos de projeção. Os diálogos da protagonista com o médico chefe são sinceros, fortes e com uma maturidade gigante. Sedação paliativa ou eutanásia, os contornos dessa linha tênue chegam já no arco final dando bastante profundidade para o polêmico tema.

Por mais que não seja o foco principal, está dentro de outros subtópicos o sentido do relacionamento de pais e filhos. Além disso é algo profundo, dolorido e notório que não é fácil para ela nem para todos ao seu redor. As cenas dos arcos finais deixam nossos corações apertados. O Caderno de Tomy gera muita reflexão sobre o sentido de nossas vidas e o que fazemos com ela.

 

 

Nosso Amor

Não haverá um minuto em que não estrei com você. Exibido pela primeira vez no Festival de Cinema de Toronto, o drama Ordinary Love é encontro de dois grandes atores mostrando a vida como ela é. Um primoroso roteiro, inclemente, profundo mais próximo da realidade do que nossos corações permitem para não se emocionar. Das atuações em perfeita harmonia, Lesley Manville e Liam Neeson, parece que enxergamos esse casal numa volta na praia, ou correndo por aí em alguma pista para pedestres esportistas amadores. Dirigido pela dupla de cineasta Glenn Leyburn e Lisa Barros D’as, Ordinary Love é uma devastadora história sobre amores, união e perdas.

Na trama, conhecemos o harmônico casal Joan (Lesley Manville) e Tom (Liam Neeson) que vivem seus dias animados e com uma união de anos em perfeita sintonia mesmo com os fortes abalos de uma tragédia anos atrás. Mas, a rotina do casal que adora realizar caminhadas matinais, é mudada abruptamente quando a primeira é diagnosticada com câncer de mama e precisa iniciar o tratamento por quimioterapia. A partir dessa situação o relacionamento dos dois muda mas o amor que vive no lar deles é preparado também para enfrentar qualquer tristeza.

Os conflitos durante o tratamento pela quimioterapia expõe os limites emocionais que cada parte do casal chega. Por meio de metáforas delicadas inseridas nas emoções, medos e resistências da protagonista, fruto do magistral roteiro assinado por Owen McCafferty, como a cena do sonhar de um trem partindo e o marido do lado de fora. Essa analogia mostra muito sobre as emoções desse momento delicada que ela enfrenta. A cena do diálogo de Nesson conversando e dizendo tudo que sente sobre a situação com ele enfrentada em frente ao túmulo da filha é algo que emociona numa escala inimaginável, só vendo e sentindo a força dessa cena.

Mas o que seria um bom filme sem dois grandes atores em cena? A sintonia é enorme, parece que estamos abrindo a porta de casa e encontrando à luz da vida de um casal de vizinhos ou mesmo de lembranças de histórias que nos contam na realidade. A atuação dos dois já vale o ingresso.

 

Brothers

No filme, um militar exemplar, pai de dois filhos, é mandando pela ONU para uma missão no Afeganistão. Seu irmão mais novo acaba de sair da cadeia e vai morar um tempo na casa dele um pouco antes desse viajar. Chegando ao local da missão, o helicóptero em que o militar está, é abatido, e o mesmo é dado como morto. Em paralelo, seu irmão começa a ter uma relação mais próxima com a sua mulher. Será que o militar morreu? E se ele voltar para casa e perceber que as coisas estão muito diferentes?

Há um destaque para a narrativa, o modo de filmar bastante interessante marca pelo enredo envolvente e à espera pelo desfecho. Nesse belíssimo longa-metragem dinamarquês, mostra-se a dor impensável de um homem, onde tem que lutar contra muitas coisas que podem até serem banais comparados à guerra, mas não são.

O trio Ulrich Thomsen, Nikolaj Lie Kaas e Connie Nielsen atua de maneira impecável, dando um verdadeiro show.

 

 

Manchester à Beira-Mar

Só nos curamos de um sofrimento depois de o haver suportado até ao fim. Após alguns anos de hiato desde seu último filme, o cineasta nova iorquino Kenneth Lonergan (Conta Comigo) volta às telonas roteirizando e dirigindo um filme pra lá de triste que passa um angustia arrepiante sempre na ótica melancólica de seu protagonista. Manchester à Beira-Mar indicado a seis prêmios do Oscar, é uma história profunda repleta de buscas e dor, com flashbacks impactantes que muito nos mostram nas mudanças da vida de um homem que luta contra uma terrível tragédia em seu passado. Atuações marcantes são vistas, Casey Affleck e Michelle Williams elevam a qualidade da fita e Lucas Hedges cumpre com louvor seu importante papel na história.

Na trama, conhecemos Lee Chandler (Casey Affleck) um homem solitário que vive em um minúsculo quarto na cidade de Boston e sobrevive sendo uma espécie de faz tudo para alguns condomínios próximos a onde mora. Certo dia, seu passado bate em sua porta com a terrível notícia de que seu único irmão Joe (Kyle Chandler) acabara de falecera. Imediatamente, Lee precisa voltar a cidade onde morou durante anos, muito por conta de único sobrinho Patrick (Lucas Hedges), mas precisará enfrentar terríveis dores de seu passado.

Manchester à Beira-Mar é um longa-metragem cirúrgico na modelagem de seus dramas. Há subtramas importantes que são exploradas aos poucos como a distante relação da ex-cunhada do protagonista com o filho. Quando descobrimos o que aconteceu com o protagonista, começamos a entender seu jeito caladão e distante que o acompanha em toda a trama. Os flashbacks, nos arcos iniciais um pouco jogados no roteiro, são parte importante do quebra cabeça que se monta, começamos a entender melhor o porquê daquela personalidade, perguntas do tipo: ‘Será que ele foi sempre assim?’ e ‘O que houve com esse personagem?’ são rapidamente respondidas, fator que nos faz sofrer junto com o personagem.

O filme fala também sobre as inúmeras tentativas que temos de recomeçar, mesmo quando quase tudo parece conspirar contra. A chance que Lee tem em tentar criar o filho de seu irmão, sendo seu tutor, é algo importante para ambos. Nesse desenrolar o roteiro segue frio e seco, e entre seus traumas (visão do protagonista), principalmente o confronto que acontece com sua ex-mulher Randi (Michelle Williams), após ser atualizado de como ela conseguiu de alguma forma seguir em frente é uma das cenas mais bonitas dos últimos anos, arrepia e emoção à flor da pele em cada segundo do emocionante diálogo.

 

 

Ferrugem e Osso

Quantas formas de amor existem? Escrito e dirigido pelo cineasta francês Jacques Audiard (O Profeta), Ferrugem e Osso é um drama que consegue tocar a alma de todos os espectadores de maneira bruta, intensa, deixando um rastro de emoção em cada sequência. Estrelado pela ganhadora do Oscar Marion Cotillard o filme é adaptado de uma história do autor Craig Davidson que mais parece o encontro da era moderna entre a bela e a fera.

Na trama, acompanhamos dois destinos que se cruzam de maneira inusitada transformando a vida dos envolvidos. Ali é um rapaz inconsequente que cresceu com sérias dificuldades sociais. É pai de um menino, pelo qual tem um grande carinho que não sabe demonstrar, deixa a cidade onde mora para morar com a irmã e o cunhado. Ao mesmo tempo, somos apresentados a Stephanie uma comprometida treinadora de baleias que sofre um acidente gravíssimo. Esses dois personagens enfrentarão medo, preconceito, dificuldades sociais tendo como grande companheiro a união que nasce desse amor peculiar.

A trajetória fria, triste e vazia da personagem principal, a bela moderna Stephanie, se agrava com um acontecimento que muda para sempre sua vida. A partir desse momento, a personagem amadurece e conseguimos acompanhar essa linda mulher com outros olhos. Marion Cotillard está mais uma vez excelente em um papel sofrido, onde precisou de muita doação, dessa que é uma das melhores atrizes francesas de sua geração. Uma atuação digna de Oscar, fala com o olhar, impressionante e constante.  O que impressiona é que Cotillard estava filmando Ferrugem e Osso e Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge ao mesmo tempo, conseguindo desenvolver muito bem seus personagens nos dois longas.

O outro lado da moeda, é quando paramos para analisar a fera, o personagem principal Alain, interpretado pelo artista belga Matthias Schoenaerts (do marcante Bullhead). Enquanto a personagem de Marion precisa de carinho, Alain só tem a oferecer a frieza e a falta de sentimento. Esse conflito é entendido pelos personagens ao longo do filme, o que enriquece mais ainda a trama, pois, o amadurecimento dessa relação é exatamente aonde o filme se sustenta, levando muitos espectadores às lágrimas pela forma como essa história é contada.

 

Fruitvale Station: A Última Parada

Em seu primeiro longa-metragem, o cineasta californiano Ryan Coogler surpreende o mundo do cinema com um poderoso drama baseado em fatos reais que gera indignação e calafrios do início ao fim. Fruitvale Station: A Última Parada é aquele tipo de filme que faz o espectador não conseguir desgrudar os olhos da telona. A impactante trama não deixa de ser uma bandeira contra a violência policial e o despreparo da segurança, que ainda ocorre em muitas grandes cidades ao redor do planeta.

O vencedor do importante prêmio Um Certo Olhar, no Festival de Cannes, conta a história de Oscar (Michael B. Jordan), um rapaz de 22 anos que busca redenção em sua vida. Demitido do seu honesto emprego, busca forças na sua carinhosa família para não voltar ao mundo das drogas. Mesmo com o passado triste batendo em sua porta muitas vezes, Oscar possui um desejo gigante de ser um melhor pai e um parceiro melhor para sua namorada. No dia 31 de dezembro de 2008, ele e sua família foram protagonistas de uma das cenas mais chocantes, dramáticas e absurdas da história da polícia norte-americana.

Fruitvale Station: A Última Parada é um filme independente. Partindo desse ponto, já sabemos que a força cênica precisa funcionar, exatamente para conseguir criar toda a atmosfera de sofrimento que a trama pede. A vencedora do Oscar Octavia Spencer domina o filme com sua sofrida, controlada e bastante racional personagem. Aos olhos dessa mãe em desespero por dentro mas controlada por fora, o público se sente, cada minuto que passa, mais próximo desta trágica história.

O projeto como um todo, pode ser visto como uma grande crítica às injustiças do destino, ao despreparo de policiais e ao preconceito que ainda cisma em sobreviver nesse mundo. Ao causar indignação do público, ou para todos que não conheciam essa história, o diretor consegue que a mensagem seja passada de forma muito objetiva nas telonas. Fruitvale Station: A Última Parada é um filme que pode e deve ser usado em salas de aula, principalmente em disciplinas ligadas à sociologia e direito. Essa é, sem dúvidas, uma fita que todo cinéfilo precisa conferir.

 

Para Sempre Alice

E se todas as lembranças de nossas vidas simplesmente sumissem ou nunca mais conseguíssemos lembrá-las mais? Para falar sobre o terrível Mal de Alzheimer nas telonas, os diretores Richard Glatzer e Wash Westmoreland criam uma história forte, convincente e comovente que envolve problemas existenciais de uma impactante mulher. Para Sempre Alice é muito mais que um drama tocante, é uma lição de vida onde o público presencia uma das grandes atrizes em atividade no auge do seu talento.

Na trama, conhecemos Alice (Julianne Moore), uma conceituada professora e autora de livros que se encontra em uma fase conturbada de sua vida ao ser diagnosticada com Mal de Alzheimer aos 50 anos. Tentando não enlouquecer e espantando a tristeza, encontra um desafogo para suas dores na tentativa de reaproximação com sua filha mais nova, com quem sempre teve muitos problemas e discussões.

O roteiro, que é baseado na obra de Lisa Genova, aborda a vida da protagonista no trabalho e na família, antes e depois de ser diagnosticada com a doença. No campo familiar, as relações passam a ser mais melancólicas, frias e distantes. Vemos uma protagonista que se desmonta no campo emocional com tanta verdade que somente uma atriz do nível de Julianne Moore para conseguir tal feito.

A protagonista é levada a um recomeço distante, se encontra aprendendo a arte do reaprender todos os dias. Toda a vida acumulando memórias, como conheceu seu marido, quando segurou pela primeira vez seus filhos, tudo isso sendo retirado de maneira cruel. Esse trabalho não deixa de levantar uma bandeira importante sobre a doença que sofre a personagem principal.

 

Tiranossauro

Com uma história intensa que fala sobre raiva e redenção de maneira muito comovente, o ator e agora diretor Paddy Considine (que assina a direção e o roteiro) apresenta aos cinéfilos seu trabalho, Tiranossauro. O nome assusta um pouco, tem gente que acha até que o filme é de ficção científica, porém, qualquer suposição é apenas ilusão. O filme é recheado de pontos positivos e com duas atuações pra lá de convincentes.

Na trama, conhecemos Joseph (Peter Mullan) um homem rodeado por desilusões e que está à beira da loucura dominado completamente pelo ódio que sente. Um certo dia, após beber todas em uma tarde, acaba indo parar na loja de Hannah (Olivia Colman), uma simpática vendedora que também possui seus problemas no cotidiano. Aos poucos, entre um drama e outro, vai surgindo entre eles uma amizade muito forte que acaba virando um conforto para essas duas almas perturbadas por fantasmas que os assombram faz muito tempo.

O longa possui cenas fortes e marcantes provocadas pela fúria sem limite dos personagens principais. O desfecho caracteriza um novo caminho e a liberdade de alguns desses carmas passados, porém, toda ação tem suas consequências. Bruto, intenso, brilhante!  Você não pode perder essa fita irlandesa!

 

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10 filmes muito tristes… para corações fortes

Existem filmes que mexem com nossos corações, nossas emoções, não tem jeito! Dá aquele nó na garganta, aquelas lágrimas que estavam perdidas em nosso corpo aparecem e quando nos damos conta estamos aos prantos. O cinema tem esse poder e isso é um fato! Seja no cinema, ou em casa vendo em algum serviço de streaming, existem obras que ficam guardadas durante muito tempo em nosso imaginário por conta do impacto que nos causou.

Partindo do princípio que refletir sobre histórias tristes acabam de alguma forma nos fazendo crescer como seres humanos, resolvemos criar uma lista de 10 filmes muito tristes… para corações fortes.

 

Vulcão

Como reconstruir quando você só destrói? Falando sobre a busca da felicidade de um homem, o cineasta islandês Rúnar Rúnarsson – em seu primeiro longa-metragem na época –  transforma um conflito pessoal em uma obra de arte. Vulcão é o tipo de filme que você nunca ouviu falar mas que certamente vai querer debater sobre ele.

Na trama, conhecemos Hannes (Theodór Júlíusson) um rabugento fumante de idade avançada que leva a vida de maneira triste e sem novos grandes objetivos. Faz questão de ser a pessoa mais inconveniente dos lugares onde passa, sendo assim, visto por todos como um infeliz que não gosta de ninguém. Certo dia, após retornar de uma falha tentativa de suicídio, uma certa conversa que escuta desperta nele um sentimento de mudança.

O que mais chama a atenção no longa é a desconstrução do personagem – absurdamente bem feita. A lentidão na narrativa apresentada neste trabalho – característica de alguns filmes europeus – é extremamente necessária para captar todos os elementos que caracterizam o universo familiar que o protagonista vive. Méritos total do diretor, que também escreveu o roteiro.

Theodór Júlíusson – o ator que interpreta o protagonista da história – tem uma atuação fabulosa. Não perde um segundo o foco de seu difícil personagem, o que facilita a exposição dos conflitos para o espectador. Toda a dor, angústia, aflição, insegurança e desespero são mostrados com uma verdade que impressiona. A todo instante, o público interage com a trama e sai do cinema sem saber se Hannes é o vilão ou o mocinho dos fatos.

A cena mais importante da película, a do travesseiro, expõe o tão longe do seu limite emocional o protagonista já se encontrava. A dor dá lugar à compaixão, podemos interpretar não como uma despedida mais um ato de socorro de quem quer recomeçar mais escolheu muito tarde essa opção. É uma parte tocante, uma espécie de clímax desta dramática história.

 

Pieces of a Woman

Quando os sentimentos viram uma série de portas fechadas. Com um abre alas angustiante, antes do título aparecer na tela, onde não conseguimos tirar os olhos das ações que acontecem Pieces of a Woman é um poderoso drama que mostra desenrolares da vida de um jovem casal e os passos seguintes que precisam caminhar durante o luto. Dirigido pelo cineasta húngaro Kornél Mundruczó e com roteiro assinado por Kata Wéber, o filme, está disponível no catálogo da Netflix. É tenso, polêmico, excelente para reflexão. Poderosas interpretações compõem o projeto. A personagem principal interpretada magistralmente pela atriz britânica Vanessa Kirby, é um grande destaque. O roteiro possui bastante profundidade.

Na trama, conhecemos um jovem casal, Sean (Shia Lebouf) e Martha (Vanessa Kirby) apaixonado e com alta expectativa com a chegada da primeira filha. Eles optaram por um parto domiciliar, feito por uma parteira. No dia onde a chegada do bebê se torna iminente, a parteira que faria o parto não consegue chegar a tempo e uma outra vai no lugar dela. Durante o processo do parto, uma alta tensão acontece, um nervosismo de todos, pai, mãe e parteira. Infelizmente uma tragédia acontece. Nos meses após o corrido, a maneira como o casal lida com a terrível tragédia é o que vai moldando a trajetória desse impactante filme.

Como lidar com a perda? Os personagens são os grandes motores do filme. Levados ao limite após a tragédia que acontece em suas vidas, nada vai ser como antes e eles já sabem disso. Conflitos antes suportáveis, se tornam estopins para discussões ou intromissões injustas nas escolhas que os dois devem tomar juntos. Sean é um homem que trabalha com construções e em especial nas pontes, está a seis anos sóbrio, possui um relacionamento conflitante com a sogra, assim precisa lutar contra seus demônios após a tragédia. Já Martha é introspectiva, de fala mansa, de família com mais dinheiro que a do companheiro, mostra um controle na aparência para os outros mas um descontrolado ninho de sentimentos conflitantes por dentro após o ocorrido, principalmente lutando contra as interferências de sua mãe Elizabeth (Ellen Burstyn, em atuação também digna de aplausos). A habilidade de Mundruczó em mostrar as entrelinhas através da expressão dos personagens é digna de aplausos, emocionante em muitos momentos, nos sentimos próximos das dores dos personagens.

O filme toca em alguns pontos polêmicos. A questão da comunidade médica vs parteiras e os dilemas sobre doação de corpos para estudos médicos. As partes jurídicas de uma dessas questões são colocadas como ferramenta de ‘justiça’ por Elizabeth, insensível e intrometida, em muitos momentos. O projeto chega fácil aos corações dos espectadores, dentre os dilemas e os sofrimentos, vamos tentar entender como é possível (ou não) reunir peças de uma vida despedaçada.

 

O Caderno de Tomy

Ame, leia, veja, escute…e pense em mim de vez em quando. Baseado em uma história real, o longa-metragem argentino O Caderno de Tomy é uma história, antes de mais nada, sobre um último desejo de mãe para filho. Abordando temas delicados como a linha tênue entre procedimentos legais e a eutanásia, a difícil tarefa de dizer adeus, o projeto gera muitas emoções pois em nossas vidas já conhecemos ou sabemos de alguém que já conheceu quem teve câncer. Disponível na Netflix, o filme pode também ser definido como uma grande mistura de sentimentos. Escrito e dirigido pelo cineasta Carlos Sorin.

Na trama, conhecemos uma mulher de 40 e poucos anos (interpretada pela ótima atriz argentina Valeria Bertuccelli) que é diagnosticada com um câncer terminal. Seu marido (Esteban Lamothe), sempre ao seu lado, faz de tudo para que ela fique bem nos seus últimos dias em um quarto de hospital. Certo dia, fugindo de um quadro depressivo por conta de sua situação, resolve escrever um diário endereçado a seu filho pequeno, a cada página que escreve ela conta sobre sua experiência de estar ali mas também todos seus desejos par ao futuro dele. Além do diário, resolve ir twitando sobre sua rotina e acaba ficando famosa involuntariamente saindo em jornais e aparecendo na televisão.

Quando ser corajoso e forte é nossa única opção. Não é um filme fácil, há muita dor pelo caminho dos 84 minutos de projeção. Os diálogos da protagonista com o médico chefe são sinceros, fortes e com uma maturidade gigante. Sedação paliativa ou eutanásia, os contornos dessa linha tênue chegam já no arco final dando bastante profundidade para o polêmico tema.

Por mais que não seja o foco principal, está dentro de outros subtópicos o sentido do relacionamento de pais e filhos. Além disso é algo profundo, dolorido e notório que não é fácil para ela nem para todos ao seu redor. As cenas dos arcos finais deixam nossos corações apertados. O Caderno de Tomy gera muita reflexão sobre o sentido de nossas vidas e o que fazemos com ela.

 

 

Nosso Amor

Não haverá um minuto em que não estrei com você. Exibido pela primeira vez no Festival de Cinema de Toronto, o drama Ordinary Love é encontro de dois grandes atores mostrando a vida como ela é. Um primoroso roteiro, inclemente, profundo mais próximo da realidade do que nossos corações permitem para não se emocionar. Das atuações em perfeita harmonia, Lesley Manville e Liam Neeson, parece que enxergamos esse casal numa volta na praia, ou correndo por aí em alguma pista para pedestres esportistas amadores. Dirigido pela dupla de cineasta Glenn Leyburn e Lisa Barros D’as, Ordinary Love é uma devastadora história sobre amores, união e perdas.

Na trama, conhecemos o harmônico casal Joan (Lesley Manville) e Tom (Liam Neeson) que vivem seus dias animados e com uma união de anos em perfeita sintonia mesmo com os fortes abalos de uma tragédia anos atrás. Mas, a rotina do casal que adora realizar caminhadas matinais, é mudada abruptamente quando a primeira é diagnosticada com câncer de mama e precisa iniciar o tratamento por quimioterapia. A partir dessa situação o relacionamento dos dois muda mas o amor que vive no lar deles é preparado também para enfrentar qualquer tristeza.

Os conflitos durante o tratamento pela quimioterapia expõe os limites emocionais que cada parte do casal chega. Por meio de metáforas delicadas inseridas nas emoções, medos e resistências da protagonista, fruto do magistral roteiro assinado por Owen McCafferty, como a cena do sonhar de um trem partindo e o marido do lado de fora. Essa analogia mostra muito sobre as emoções desse momento delicada que ela enfrenta. A cena do diálogo de Nesson conversando e dizendo tudo que sente sobre a situação com ele enfrentada em frente ao túmulo da filha é algo que emociona numa escala inimaginável, só vendo e sentindo a força dessa cena.

Mas o que seria um bom filme sem dois grandes atores em cena? A sintonia é enorme, parece que estamos abrindo a porta de casa e encontrando à luz da vida de um casal de vizinhos ou mesmo de lembranças de histórias que nos contam na realidade. A atuação dos dois já vale o ingresso.

 

Brothers

No filme, um militar exemplar, pai de dois filhos, é mandando pela ONU para uma missão no Afeganistão. Seu irmão mais novo acaba de sair da cadeia e vai morar um tempo na casa dele um pouco antes desse viajar. Chegando ao local da missão, o helicóptero em que o militar está, é abatido, e o mesmo é dado como morto. Em paralelo, seu irmão começa a ter uma relação mais próxima com a sua mulher. Será que o militar morreu? E se ele voltar para casa e perceber que as coisas estão muito diferentes?

Há um destaque para a narrativa, o modo de filmar bastante interessante marca pelo enredo envolvente e à espera pelo desfecho. Nesse belíssimo longa-metragem dinamarquês, mostra-se a dor impensável de um homem, onde tem que lutar contra muitas coisas que podem até serem banais comparados à guerra, mas não são.

O trio Ulrich Thomsen, Nikolaj Lie Kaas e Connie Nielsen atua de maneira impecável, dando um verdadeiro show.

 

 

Manchester à Beira-Mar

Só nos curamos de um sofrimento depois de o haver suportado até ao fim. Após alguns anos de hiato desde seu último filme, o cineasta nova iorquino Kenneth Lonergan (Conta Comigo) volta às telonas roteirizando e dirigindo um filme pra lá de triste que passa um angustia arrepiante sempre na ótica melancólica de seu protagonista. Manchester à Beira-Mar indicado a seis prêmios do Oscar, é uma história profunda repleta de buscas e dor, com flashbacks impactantes que muito nos mostram nas mudanças da vida de um homem que luta contra uma terrível tragédia em seu passado. Atuações marcantes são vistas, Casey Affleck e Michelle Williams elevam a qualidade da fita e Lucas Hedges cumpre com louvor seu importante papel na história.

Na trama, conhecemos Lee Chandler (Casey Affleck) um homem solitário que vive em um minúsculo quarto na cidade de Boston e sobrevive sendo uma espécie de faz tudo para alguns condomínios próximos a onde mora. Certo dia, seu passado bate em sua porta com a terrível notícia de que seu único irmão Joe (Kyle Chandler) acabara de falecera. Imediatamente, Lee precisa voltar a cidade onde morou durante anos, muito por conta de único sobrinho Patrick (Lucas Hedges), mas precisará enfrentar terríveis dores de seu passado.

Manchester à Beira-Mar é um longa-metragem cirúrgico na modelagem de seus dramas. Há subtramas importantes que são exploradas aos poucos como a distante relação da ex-cunhada do protagonista com o filho. Quando descobrimos o que aconteceu com o protagonista, começamos a entender seu jeito caladão e distante que o acompanha em toda a trama. Os flashbacks, nos arcos iniciais um pouco jogados no roteiro, são parte importante do quebra cabeça que se monta, começamos a entender melhor o porquê daquela personalidade, perguntas do tipo: ‘Será que ele foi sempre assim?’ e ‘O que houve com esse personagem?’ são rapidamente respondidas, fator que nos faz sofrer junto com o personagem.

O filme fala também sobre as inúmeras tentativas que temos de recomeçar, mesmo quando quase tudo parece conspirar contra. A chance que Lee tem em tentar criar o filho de seu irmão, sendo seu tutor, é algo importante para ambos. Nesse desenrolar o roteiro segue frio e seco, e entre seus traumas (visão do protagonista), principalmente o confronto que acontece com sua ex-mulher Randi (Michelle Williams), após ser atualizado de como ela conseguiu de alguma forma seguir em frente é uma das cenas mais bonitas dos últimos anos, arrepia e emoção à flor da pele em cada segundo do emocionante diálogo.

 

 

Ferrugem e Osso

Quantas formas de amor existem? Escrito e dirigido pelo cineasta francês Jacques Audiard (O Profeta), Ferrugem e Osso é um drama que consegue tocar a alma de todos os espectadores de maneira bruta, intensa, deixando um rastro de emoção em cada sequência. Estrelado pela ganhadora do Oscar Marion Cotillard o filme é adaptado de uma história do autor Craig Davidson que mais parece o encontro da era moderna entre a bela e a fera.

Na trama, acompanhamos dois destinos que se cruzam de maneira inusitada transformando a vida dos envolvidos. Ali é um rapaz inconsequente que cresceu com sérias dificuldades sociais. É pai de um menino, pelo qual tem um grande carinho que não sabe demonstrar, deixa a cidade onde mora para morar com a irmã e o cunhado. Ao mesmo tempo, somos apresentados a Stephanie uma comprometida treinadora de baleias que sofre um acidente gravíssimo. Esses dois personagens enfrentarão medo, preconceito, dificuldades sociais tendo como grande companheiro a união que nasce desse amor peculiar.

A trajetória fria, triste e vazia da personagem principal, a bela moderna Stephanie, se agrava com um acontecimento que muda para sempre sua vida. A partir desse momento, a personagem amadurece e conseguimos acompanhar essa linda mulher com outros olhos. Marion Cotillard está mais uma vez excelente em um papel sofrido, onde precisou de muita doação, dessa que é uma das melhores atrizes francesas de sua geração. Uma atuação digna de Oscar, fala com o olhar, impressionante e constante.  O que impressiona é que Cotillard estava filmando Ferrugem e Osso e Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge ao mesmo tempo, conseguindo desenvolver muito bem seus personagens nos dois longas.

O outro lado da moeda, é quando paramos para analisar a fera, o personagem principal Alain, interpretado pelo artista belga Matthias Schoenaerts (do marcante Bullhead). Enquanto a personagem de Marion precisa de carinho, Alain só tem a oferecer a frieza e a falta de sentimento. Esse conflito é entendido pelos personagens ao longo do filme, o que enriquece mais ainda a trama, pois, o amadurecimento dessa relação é exatamente aonde o filme se sustenta, levando muitos espectadores às lágrimas pela forma como essa história é contada.

 

Fruitvale Station: A Última Parada

Em seu primeiro longa-metragem, o cineasta californiano Ryan Coogler surpreende o mundo do cinema com um poderoso drama baseado em fatos reais que gera indignação e calafrios do início ao fim. Fruitvale Station: A Última Parada é aquele tipo de filme que faz o espectador não conseguir desgrudar os olhos da telona. A impactante trama não deixa de ser uma bandeira contra a violência policial e o despreparo da segurança, que ainda ocorre em muitas grandes cidades ao redor do planeta.

O vencedor do importante prêmio Um Certo Olhar, no Festival de Cannes, conta a história de Oscar (Michael B. Jordan), um rapaz de 22 anos que busca redenção em sua vida. Demitido do seu honesto emprego, busca forças na sua carinhosa família para não voltar ao mundo das drogas. Mesmo com o passado triste batendo em sua porta muitas vezes, Oscar possui um desejo gigante de ser um melhor pai e um parceiro melhor para sua namorada. No dia 31 de dezembro de 2008, ele e sua família foram protagonistas de uma das cenas mais chocantes, dramáticas e absurdas da história da polícia norte-americana.

Fruitvale Station: A Última Parada é um filme independente. Partindo desse ponto, já sabemos que a força cênica precisa funcionar, exatamente para conseguir criar toda a atmosfera de sofrimento que a trama pede. A vencedora do Oscar Octavia Spencer domina o filme com sua sofrida, controlada e bastante racional personagem. Aos olhos dessa mãe em desespero por dentro mas controlada por fora, o público se sente, cada minuto que passa, mais próximo desta trágica história.

O projeto como um todo, pode ser visto como uma grande crítica às injustiças do destino, ao despreparo de policiais e ao preconceito que ainda cisma em sobreviver nesse mundo. Ao causar indignação do público, ou para todos que não conheciam essa história, o diretor consegue que a mensagem seja passada de forma muito objetiva nas telonas. Fruitvale Station: A Última Parada é um filme que pode e deve ser usado em salas de aula, principalmente em disciplinas ligadas à sociologia e direito. Essa é, sem dúvidas, uma fita que todo cinéfilo precisa conferir.

 

Para Sempre Alice

E se todas as lembranças de nossas vidas simplesmente sumissem ou nunca mais conseguíssemos lembrá-las mais? Para falar sobre o terrível Mal de Alzheimer nas telonas, os diretores Richard Glatzer e Wash Westmoreland criam uma história forte, convincente e comovente que envolve problemas existenciais de uma impactante mulher. Para Sempre Alice é muito mais que um drama tocante, é uma lição de vida onde o público presencia uma das grandes atrizes em atividade no auge do seu talento.

Na trama, conhecemos Alice (Julianne Moore), uma conceituada professora e autora de livros que se encontra em uma fase conturbada de sua vida ao ser diagnosticada com Mal de Alzheimer aos 50 anos. Tentando não enlouquecer e espantando a tristeza, encontra um desafogo para suas dores na tentativa de reaproximação com sua filha mais nova, com quem sempre teve muitos problemas e discussões.

O roteiro, que é baseado na obra de Lisa Genova, aborda a vida da protagonista no trabalho e na família, antes e depois de ser diagnosticada com a doença. No campo familiar, as relações passam a ser mais melancólicas, frias e distantes. Vemos uma protagonista que se desmonta no campo emocional com tanta verdade que somente uma atriz do nível de Julianne Moore para conseguir tal feito.

A protagonista é levada a um recomeço distante, se encontra aprendendo a arte do reaprender todos os dias. Toda a vida acumulando memórias, como conheceu seu marido, quando segurou pela primeira vez seus filhos, tudo isso sendo retirado de maneira cruel. Esse trabalho não deixa de levantar uma bandeira importante sobre a doença que sofre a personagem principal.

 

Tiranossauro

Com uma história intensa que fala sobre raiva e redenção de maneira muito comovente, o ator e agora diretor Paddy Considine (que assina a direção e o roteiro) apresenta aos cinéfilos seu trabalho, Tiranossauro. O nome assusta um pouco, tem gente que acha até que o filme é de ficção científica, porém, qualquer suposição é apenas ilusão. O filme é recheado de pontos positivos e com duas atuações pra lá de convincentes.

Na trama, conhecemos Joseph (Peter Mullan) um homem rodeado por desilusões e que está à beira da loucura dominado completamente pelo ódio que sente. Um certo dia, após beber todas em uma tarde, acaba indo parar na loja de Hannah (Olivia Colman), uma simpática vendedora que também possui seus problemas no cotidiano. Aos poucos, entre um drama e outro, vai surgindo entre eles uma amizade muito forte que acaba virando um conforto para essas duas almas perturbadas por fantasmas que os assombram faz muito tempo.

O longa possui cenas fortes e marcantes provocadas pela fúria sem limite dos personagens principais. O desfecho caracteriza um novo caminho e a liberdade de alguns desses carmas passados, porém, toda ação tem suas consequências. Bruto, intenso, brilhante!  Você não pode perder essa fita irlandesa!

 

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