Não adianta, tem dias que nada dá certo, semanas que só nos vemos em conflitos que não conseguimos fugir, parece que tudo conspira para que não conseguimos nem dormir direito! Nessas horas, a arte pode chegar como elemento de transição para nosso refletir através de histórias completamente diferentes mas que de alguma forma nos fazem pensar sobre a nossa vida e a sociedade em que vivemos. Assim, resolvemos criar essa lista com 10 filmes para te tirar de dias com pensamentos ruins
Não é a altura, nem o peso, nem os pés grandes que tornam uma pessoa grande, é a sua sensibilidade sem tamanho. Depois de um hiato de três anos desde seu último trabalho, o excelente Amantes Eternos (2013), o veterano cineasta norte-americano Jim Jarmusch voltou às telonas com o sensível longa Paterson. O filme, grande sucesso de crítica e público pelos lugares onde já fora exibido, como em Cannes, é uma grande jornada emocional com recheios poéticos onde atravessamos e somos testemunhas de uma alma quase solitária que busca em seu rotineiro cotidiano, sem grandes eventos, formas lindas de ver a tão pacata vida.
Marguerite
Os gritos de uma angústia sonhadora. Selecionado para o Festival Varilux de Cinema Francês 2016, o drama Marguerite é uma longa-metragem deleitável, que possui interpretações fantásticas. Década de 20, França, em uma época onde Chaplin andava por Paris, dividido em capítulos, atos, Marguerite possui um roteiro muito bem estruturado e uma direção detalhista muito perto da perfeição. Essa é uma vantagem em ter um diretor autoral na condução de uma obra tão complexa. Méritos do cineasta Xavier Giannoli que com certeza, com este trabalho, vai ganhar um espaço na memória dos cinéfilos.
À Três Vamos lá
Nas leis do amor, os limites são meros e delicados detalhes. Escrito e dirigida pelo cineasta Jérôme Bonnell, À Três Vamos Lá é quase que um conto de fadas com alternâncias entre a profundidade do amar e as crônicas que se pode esperar de um conflituoso porém extremamente simpático triângulo amoroso. Ao longo dos curtos 85 minutos de projeção somos testemunhas de uma história nem tão original mas com uma narrativa empolgante e uma direção para lá de competente.
O prazer em fazer os outros rirem é quase uma exclusividade das pessoas que amam o que fazem. Lembrando de uma época de glória do cinema mundial, onde astros inesquecíveis cortavam quarteirões emendando uma grande produção atrás da outra, o simpático longa-metragem Cantinflas mostra a trajetória corajosa de um ícone do cinema mexicano, seus amores e seu trinfo em Hollywood. Na pele do protagonista, o ótimo ator espanhol Óscar Jaenada dá conta do recado tirando diversos risos da plateia ao longo dos 100 minutos de filme.
Short Term 12
Ajudar ao próximo a superar os problemas é uma maneira mágica de ajudar a si mesmo. Sensação em muitos festivais de cinema independente no mundo todo, o profundo drama Short Term 12 é um daqueles filmes que de tão bonito vira lembrança inesquecível dentro dos nossos corações. Escrito e dirigido pelo desconhecido cineasta hawaiano Destin Cretton, o simpático projeto aborda a boa ação em ajudar ao próximo sem pedir absolutamente nada em troca para isso. Com uma atuação fantástica de Brie Larson, esse trabalho se consagra como um dos grandes filmes de sua carreira.
Um ano a Mais (Another Year)
O consultório carismático de um casal gente boa O que fazer para manter a felicidade tão próxima por tanto tempo? O longa britânico Um Ano a Mais é um filme muito simpático que tem diálogos sensacionais, fato que faz lembrar de cara no clássico Invasões Bárbaras. Assim começamos relatando a primeira impressão que fica desse trabalho do famoso cineasta Mike Leigh (diretor dos excelentes: O Segredo de Vera Drake e Segredos e Mentiras).
O longa conta a história de Arthur, filho do Papai Noel, que possui um cargo na época natalina, ser o encarregado de receber os pedidos e responder a todas as crianças que mandam cartinhas para o bom velhinho. Após um dos presentes não ser entregue por uma falha de um dos ajudantes elfos da grande figura natalina, Arthur corre contra o tempo e conta com a ajuda de seu avô (um antigo Papai Noel) e da elfa, especialista em embrulhar presentes, Bryony, para fazer essa última entrega restante. Juntos, embarcam numa super aventura pelo mundo, todos à bordo de um trenó antigo, que é bastante especial.
A Maratona de Brittany
Os benefícios mental e corporal a partir de mudanças chaves na nossa rotina. Cinema é um ótimo jeito de conscientizar pessoas ao redor de todo o planeta, com esse pensamento o debutante em roteiros e direção cinematográfica de longas-metragens Paul Downs Colaizzo resolve contar com bastante realidade e de maneira muito objetiva, a trajetória de uma mulher que entra em uma auto descoberta sobre a vida perto dos 30 anos e revoluciona sua maneira de pensar, agir e se cuidar. Exibido no Festival de Sundance, e passando quase desapercebido pelo circuito exibidor brasileiro, o projeto conta com ótima atuação da atriz Jillian Bell.
A Guerra está Declarada
O Indicado da França para o Oscar de melhor filme estrangeiro (2012) emociona os cinéfilos com uma trama comovente e que envolve o espectador do primeiro minuto até o último. O caminho para o final feliz dessa história vai se revelando uma maratona que ninguém consegue saber o tamanho do percurso. A presença do narrador torna a fita mais dinâmica, um ótimo elemento usado pela diretora. No longa (escrito pelos protagonistas), um casal jovem, feliz e apaixonado tem que enfrentar um tumor cerebral que é diagnosticado no filho deles. Roméo e Juliette são jogados em uma guerra diferente daquela dos célebres personagens de William Shakespeare. Aos poucos o pai começa a notar que a criança tem algum tipo de problema, quando procuram ajuda de uma especialista o resultado não é o esperado. O sofrimento visto em cena é desesperante, a câmera ágil da diretora é um personagem importante na transmissão dessa emocionante jornada em busca da cura.
O Porco Espinho
Toda família feliz é igual mas toda família infeliz é única. Escrito e dirigido pela cineasta francesa Mona Achache, com roteiro baseado na obra A Elegância do Ouriço de Muriel Barbery, O Porco Espinho, lançado no ano de 2009, é um belíssimo filme que usa de diversos contrapontos para nos fazer enxergar todo um contexto sob a ótica de duas solitárias (cada uma à sua maneira): uma jovem super esperta que está decidida a se matar e uma solitária zeladora leitora assídua. Diálogos sobre livros, questões existenciais, cotidiano estressante, impossível não abrir um sorriso e também não ficar com o coração apertado após assistir a esse belo trabalho que diz muito sobre amizade e esperança.