Há muitos lançamentos todos anos nos cinemas de todo o planeta. Mas sempre tem aqueles filmes que de alguma forma mexem com nosso pensar mesmo quando o filme termina. Aqueles projetos que nos fazem refletir sobre várias questões que vão desde as emoções até a sociedade. Para você leitor que gosta de filmes reflexivos, segue abaixo 10 filmes que quando terminamos, ficamos semanas pensando sobre eles:
O Truque da Galinha
Quando a peculiaridade nos prende. Ganhador de prêmios no Festival de Cannes em 2021, chegou em junho ao circuito brasileiro de exibição um dos longas-metragens mais peculiares que vão desembarcar por aqui nesse ano. Em O Truque da Galinha, dirigido pelo cineasta de 34 anos Omar El Zohairy, em seu primeiro longa-metragem como diretor, há um exercício bastante curioso em busca da originalidade. Colocando contrapontos inteligentes sobre o instinto de sobrevivência, por meio de uma espécie de faz de conta, o protagonismo de uma família árabe acaba se invertendo o que nos aproxima de uma realidade chocante que, por conta de leis discriminatórias, assédio e outras questões, o Egito, um território extremamente conservador e machista, é um dos piores lugares do mundo para as mulheres.
Os Reféns de Gladbeck
Um dos sequestros mais absurdos e com desenrolares inacreditáveis da história da Europa. Gravações feitas no mês de agosto do ano de 1988 se transformaram em um documentário que nos impacta do início ao fim. Os Reféns de Gladbeck, lançado na Netflix tem a proposta de apresentar os fatos de um sequestro onde, por mais de 50 horas, sem interrupção, telespectadores da Alemanha Ocidental acompanharam os desenrolares da ação criminosa que virou um grande circo midiático. Totalmente feito com gravações originais, mostrados em ordem cronológica, vamos acompanhando uma série de absurdos que se sucedem, desde um passivo comando das forças policiais até a interferência massiva de jornalistas ao longo de todos os fatos.
Rosie
Na trama, conhecemos Rosie (Sarah Greene) e John (Moe Dunford), um casal que enfrenta dificuldades financeiras e não conseguem um lugar para morar tendo que passar dia após dia dentro do carro com seus filhos. Assim, ao longo de uma tentativa e outra, acompanhamos melhor a trajetória dessa jovem mãe, seu passado de brigas com a mãe e a busca por dias melhores para sua família.
Verão em Berlim
Na trama, conhecemos Katrin (Inka Friedrich) e Nick (Nadja Uhl), duas inseparáveis amigas que estão perto dos 40 anos e ainda não conseguem encontrar rumos em alguns campos de suas respectivas vidas. Quando a segunda, uma leitora assídua de Stendhal, começa um relacionamento com um caminhoneiro que leva tapetes pelas estradas da Alemanha, a primeira, que enfrenta forte preconceito por sua idade nas entrevistas de trabalho que vai, entra em certo desespero mas aos poucos começa a entender melhor toda a situação. Composto por pequenos recortes do cotidiano dessas duas ótimas personagens, o filme navega pelos conflitos europeus bastante atuais.
Força Maior
Na trama, conhecemos uma família sueca que vai para uma estação de esqui para passar um período de férias. Tudo ia bem até que um dia, almoçando em um restaurante ao ar livre, uma avalanche inesperada surge, dando um grande susto. Na hora em que estava se aproximando o fenômeno natural, o pai pega suas luvas e celular e sai correndo, deixando o restante da família para trás. Agora, a partir desse ato, terá que viver as consequências que impulsionarão brigas e desconfianças com sua mulher.
Coração Mudo
Na trama, conhecemos Esther (Ghita Nørby), uma senhora de idade avançada que em certo momento resolveu dar um fim à sua vida, antes porém, resolve passar um último final de semana com sua família (que está por completa ciente do eminente suicídio). Quando chega o fatídico dia, ações e emoções descontroladas começam a tomar conta da história, com muitos personagens mudando de opinião a todo instante sobre a situação.
Mosquito
A guerra no pensamento e a pátria no coração. Em seu segundo longa-metragem como diretor, o moçambicano João Nuno Pinto encontra dentro de uma fórmula de um roteiro não-linear, fragmentado, para contar o começo, meio e o fim de uma jornada inclusa dentro de uma guerra que encontra pelo caminho o medo, as incertezas e figuras que fazem o protagonista pensar sobre a própria existência. Mosquito passa pela dura realidade da guerra e termina dentro de lições em busca de uma dignidade. Nos sentimos dentro de uma poesia embaçada, explicando as mais diversas formas de ativação do espírito de sobrevivência. Um belo trabalho, sem dúvidas.
Toprak
O acrobata no abismo de olhos vendados para um norte que desconhece. Diretamente da Turquia o longa-metragem Toprak nos mostra um recorte muito verdadeiro de uma família com avó, tio, sobrinho, e, como relações ‘pais e filhos’ atravessaram gerações com a mesma mentalidade. Há duas perspectivas, a do tio (um homem que não viu o mundo, desconfia de tudo, e só acredita no trabalho manual, no campo, como forma de ganhar seu sustento) e a do protagonista Burak que sonha em cursar a universidade. Dirigido pela cineasta turca Sevgi Hirschhäuser, o filme nos leva para a terra, a dor, as escolhas em um confronto contra o medo do desconhecido.
Na trama, conhecemos Tyler (Kelvin Harrison Jr.), um jovem estudante por volta dos 18 anos que faz parte da equipe do colégio de lutas e vive uma bela vida ao lado de sua madrasta Catharine (Renée Elise Goldsberry), seu pai Ronald (Sterling K. Brown) e sua irmã Emily (Taylor Russell). Extremamente pressionado aos seus treinos e em ser o melhor pelo seu pai, Tyler vive um grande conflito interno quando recebe a notícia de que sua namorada está grávida e vai ficar com o bebê. A partir dessa situação se desenrola fatos que vão marcar para sempre a vida do jovem e também de sua irmã que precisará ter forças para lutar contra pensamentos do seu passado para seguir em frente e tentar encontrar a tão sonhada felicidade.
Na trama, somos jogados para a realidade de uma família de classe média baixa britânica, onde o pai Ricky (Kris Hitchen), um torcedor entusiasmado do Manchester United, resolve investir em uma van de entregas para tentar mudar um pouco da realidade apertada financeira de sua família. A questão é que a partir desse ponto, acaba influenciando a todos em sua volta, sua esposa Abbie (Debbie Honeywood em uma atuação primorosa) é uma cuidadora que após vender seu carro para o investimento na van de Ricky vê sua agenda e rotina mudarem ocasionando em uma escassez maior ainda de uma coisa valorosa: o tempo. Assim, os dois filhos do casal também passam por transformações e a todo instante perguntamos, será que Ricky fez o certo em tentar dar um passo além do que já tinha? As certezas dessa resposta nos chegam forte quando entendemos melhor a empresa que fornece os conteúdos de entrega ao protagonista.