quinta-feira , 30 janeiro , 2025

10 INCRÍVEIS longas nacionais que deveriam ter sido indicados ao Oscar de Melhor Filme

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Mesmo em meados dos anos 2020, há inúmeras pessoas que enxergam o cinema nacional como uma anomalia da sétima arte que produz apenas filmes de comédia pastelão ou produções esquecíveis e cópias de Hollywood. Todavia, para aqueles que resolvem esquadrinhar um pouco mais as várias décadas do entretenimento nacional, vemos que a nossa cultura não deve nada à internacional – e, muitas vezes, ultrapassa a qualidade dos bombardeios que vêm lá de fora.

Felizmente, parece que o sucesso incontestável do recente drama Ainda Estou Aqui começou a mudar esse melancólico cenário, não apenas dentro do nosso país, mas também na maneira como espectadores e especialistas internacionais enxergam a cultura cinematográfica brasileira. Afinal, o longa dirigido por Walter Salles e estrelado por Fernanda Torres surpreendeu a todos a conquistar nada menos que três indicações ao Oscar – Melhor Filme InternacionalMelhor Atriz para Torres e Melhor Filme (esta última nomeação causando uma enorme comoção entre os cinéfilos.

Se considerarmos a co-produção ‘O Beijo da Mulher Aranha’, essa foi a segunda vez que o Brasil conquistou indicação à principal categoria do Oscar – e a primeira que um projeto totalmente nacional alcançou tal feito. Porém, a conquista de Ainda Estou Aqui apenas nos relembra de que diversos títulos incríveis e memoráveis também poderiam ter alcançado algo similar na premiação mais importante do cinema mundial.

Pensando nisso, preparamos uma breve lista elencando dez longas-metragens nacionais que mereciam ter sido indicados ao Oscar de Melhor Filme.

Veja abaixo as nossas escolhas:

O PAGADOR DE PROMESSAS (1962)

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Caso você nunca tenha assistido a O Pagador de Promessas, não sabe o que está perdendo: dirigido e escrito por Anselmo Duarte e baseado na peça de teatro de mesmo nome assinada por Dias Gomes, a produção é um marco na cultura brasileira e, mais de 70 anos desde seu lançamento, permanece como o único título do nosso país a ter conquistado a Palma de Ouro no Festival de Cannes – além de ser o primeiro longa sul-americano a faturar uma indicação ao Oscar de Melhor Filme Internacional (à época, Melhor Filme Estrangeiro).

Trazendo nomes como Leonardo VillarGeraldo Del ReyDionísio AzevedoGlória Menezes e vários outros ao elenco, a trama é centrada em Zé do Burro, um homem que, depois de ter seu asno de estimação ser atingido por um raio, faz a promessa de carregar nas costas uma imensa cruz de madeira até a igreja de Santa Bárbara. Porém, sua jornada acaba se tornando um pesadelo.

DEUS E O DIABO NA TERRA DO SOL (1964)

Três anos antes de ter encabeçado o ótimo Terra em TranseGlauber Rocha causou um impacto inestimável na cenário nacional com o lançamento de Deus e o Diabo na Terra do Sol. O longa-metragem, que trouxe nomes como Geraldo Del ReyYoná Magalhães e Othon Bastos no elenco, foi escolhido para representar o país no Festival de Cannes e indicado ao Grand Prix, e para o Oscar de Melhor Filme Internacional (mas não foi oficialmente selecionado quando os indicados foram anunciados).

O enredo acompanha Manuel, um vaqueiro que se revolta contra a exploração imposta pelo coronel Moraes e acaba matando-o em uma briga. Ele passa a ser perseguido por jagunços e foge com sua esposa Rosa, juntando-se aos seguidores do beato Sebastião, que promete o fim de qualquer sofrimento. Porém ao presenciar a morte de uma criança, Rosa mata o beato. Enquanto isso, Antônio das Mortes, um matador de aluguel que presta serviço à Igreja Católica e aos latifundiários da região, extermina os seguidores do beato.

TERRA EM TRANSE (1967)

Até hoje, Glauber Rocha é sagrado um dos melhores diretores não apenas do cenário nacional, como da história da sétima arte. Emblema do Cinema Novo, um dos movimentos artísticos de maior importância do escopo cultural do nosso país, Rocha deu vida a títulos memoráveis e atemporais – como o clássico Terra em Transe, que promove uma reflexão do panorama sociopolítico do Brasil nos primeiros anos dos anos 1960.

A trama é centrada em no senador Porfírio Diaz (Paulo Autran), um homem que detesta seu povo e pretende tornar-se imperador de Eldorado, um país fictício localizado na América do Sul. Porém existem diversos homens que querem este poder, que resolvem enfrentá-lo. Enquanto isso, o poeta e jornalista Paulo Martins (Jardel Filho), ao perceber as reais intenções de Diaz, muda de lado, abandonando seu antigo protetor.

O QUE É ISSO, COMPANHEIRO? (1997)

Antes de dividirem as telonas em Ainda Estou AquiFernanda TorresSelton Mello trabalharam juntos no aplaudido drama ‘O Que É Isso, Companheiro?’. Lançado em 1997, o longa-metragem nos transporta de volta aos sombrios tempos da ditadura militar no Brasil – e conquistou uma indicação ao Oscar de Melhor Filme Internacional por suas potentes mensagens e por sua irretocável construção fílmica.

Na trama, o jornalista Fernando e seu amigo César abraçam a luta armada contra a ditadura militar no final da década de 60, após a publicação do AI-5. Os dois se alistam em um grupo guerrilheiro de esquerda e, em uma das ações do grupo militante, César é ferido e capturado pelos militares. Fernando então planeja o sequestro do embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Charles Burke Elbrick, para negociar a liberdade de César e de outros companheiros presos.

CENTRAL DO BRASIL (1998)

Mais de duas décadas e meia se passaram desde que Central do Brasil fez um enorme sucesso crítico e comercial em 1998 – e, além de ter garantido indicação ao Oscar de Melhor Filme Internacional, reiterou o lendário status de Fernanda Montenegro como uma das maiores atrizes de todos os tempos. É simbólico ver que a filha de Montenegro, Fernanda Torres, tem chances de vingar a mãe com Ainda Estou Aqui – e tal legado carregado pelo filme apenas nos relembra de que, injustamente, a produção não conquistou indicação à principal categoria da premiação.

Na produção, Fernanda interpreta Dora, uma amargurada ex-professora, que ganha a vida escrevendo cartas para pessoas analfabetas que ditam o que querem contar às suas famílias. Ela embolsa o dinheiro sem sequer postar as cartas. Um dia, Josué, o filho de nove anos de idade de uma de suas clientes, acaba sozinho quando a mãe é morta em um acidente de ônibus. Ela reluta em cuidar do menino, mas se junta a ele em uma viagem pelo interior do Nordeste em busca do pai de Josué, que ele nunca conheceu.

CIDADE DE DEUS (2002)

Se o século XX abriu espaço para explorações artísticas dentro da sétima arte nacional, o século XXI foi ao encontro de produções de temática bastante visceral e que refletiriam um olhar ainda mais crítico sobre a sociedade brasileira – e nenhum outro título conseguiu delinear tão bem esses objetivos quanto Cidade de Deus.

Além de ter se firmado como uma das maiores e mais cruas produções de todos os tempos, a obra conquistou nada menos que quatro indicações ao Oscar – Melhor Direção para Fernando MeirellesMelhor Roteiro Adaptado para Bráulio MantovaniMelhor Edição para Daniel Rezende e Melhor Fotografia para César Charlone (sendo injustamente esnobado na categoria de Melhor Filme). A trama apresenta um retrato realista da batalha entre o bem e o mal que é travada todos os dias pela população periférica da cidade do Rio do Janeiro, focada em questões como tráfico de drogas, pobreza extrema e violência de todos os tipos.

TROPA DE ELITE (2007)

tropa de elite

Ninguém poderia nos preparar para o que José Padilha estava arquitetando ao lançar o visceral ‘Tropa de Elite’. Estrelado por Wagner Moura em um papel definidor de sua carreira – e que o reiterou como um dos melhores atores de sua geração -, o longa-metragem quebrou os convencionalismos do gênero tratado ao romper as barreiras maniqueístas entre bem e mal e fornecer um cru retrato da realidade carioca.

Vencedor do Urso de Ouro de Melhor Filme, a trama acompanha Nascimento, capitão da Tropa de Elite do Rio de Janeiro, é designado para chefiar uma das equipes que tem como missão apaziguar o Morro do Turano. Ele precisa cumprir as ordens enquanto procura por um substituto para ficar em seu lugar. Em meio a um tiroteio, Nascimento e sua equipe resgatam Neto e Matias, dois aspirantes a oficiais da PM. Ansiosos para entrar em ação e impressionados com a eficiência de seus salvadores, os dois se candidatam ao curso de formação da Tropa de Elite.

O SOM AO REDOR (2012)

o som ao redor

Se há um cineasta que merece nossa atenção no cenário brasileiro, este é Kleber Mendonça Filho. Antes mesmo de comandar produções como Bacurau e ‘Aquarius’, que receberam ovações dos principais veículos de imprensa do planeta, ele nos presenteou com o suspense dramático O Som ao Redor – que foi escolhido para representar o Brasil no Oscar 2013 (mas não foi selecionado na listagem final).

O filme discorre sobre a vida dos residentes de uma rua de classe média do Recife que toma um rumo inesperado quando uma empresa de segurança particular é contratada para trazer paz aos moradores. Para alguns deles, a presença dos guardas cria mais tensão do que alívio.

O LOBO ATRÁS DA PORTA (2014)

Em O Lobo Atrás da Porta, uma criança é sequestrada e seus pais, Bernardo e Sylvia, decidem ir até a delegacia. O delegado resolve interrogá-los separadamente e descobre que Bernardo tinha uma amante, Rosa, que também é levada ao local para averiguações. A partir de depoimentos do trio, o delegado descobre uma rede de mentiras, amor, vingança e ciúmes.

O longa foi escrito e dirigido por Fernando Coimbra e, desde seu lançamento nos cinemas há mais de uma década, é considerado um dos melhores longas-metragens brasileiros de todos os tempos, principalmente por abrir portas para a fomentação do suspense dentro do circuito nacional. Além da competente estética firmada por Coimbra, a produção trouxe performances memoráveis de nomes como Leandra LealMilhem CortazFabiula Nascimento.

BACURAU (2019)

Sete anos depois de O Som ao RedorKleber Mendonça Filho partiu para um novo projeto que viria a ser intitulado Bacurau. Unindo o aclamado realizador a Juliano Dornelles em uma co-produção entre Brasil e França, o longa-metragem conquistou a crítica e o público ao redor do mundo – levando para casa o Prêmio do Júri no Festival de Cannes (o segundo título nacional a conquistar o feito depois de O Pagador de Promessas) e chamando a atenção dos cinéfilos por uma mistura impecável entre ficção científica, drama, faroeste, gore e fantasia.

Na trama, os moradores de Bacurau, um pequeno povoado do sertão brasileiro, descobrem que a comunidade não consta mais em qualquer mapa. Aos poucos, eles percebem algo estranho na região: enquanto drones passeiam pelos céus, estrangeiros chegam à cidade. Quando carros são baleados e cadáveres começam a aparecer, Teresa, Domingas, Acácio, Plínio, Lunga e outros habitantes chegam à conclusão de que estão sendo atacados. Agora, o grupo precisa identificar o inimigo e criar coletivamente um meio de defesa.

Será ALUCINANTE! Patricia Arquette e Tramell Tillman falam sobre a 2ª temporada de Ruptura

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Thiago Nollahttps://www.editoraviseu.com.br/a-pedra-negra-prod.html
Em contato com as artes em geral desde muito cedo, Thiago Nolla é jornalista, escritor e drag queen nas horas vagas. Trabalha com cultura pop desde 2015 e é uma enciclopédia ambulante sobre divas pop (principalmente sobre suas musas, Lady Gaga e Beyoncé). Ele também é apaixonado por vinho, literatura e jogar conversa fora.

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Felizmente, parece que o sucesso incontestável do recente drama Ainda Estou Aqui começou a mudar esse melancólico cenário, não apenas dentro do nosso país, mas também na maneira como espectadores e especialistas internacionais enxergam a cultura cinematográfica brasileira. Afinal, o longa dirigido por Walter Salles e estrelado por Fernanda Torres surpreendeu a todos a conquistar nada menos que três indicações ao Oscar – Melhor Filme InternacionalMelhor Atriz para Torres e Melhor Filme (esta última nomeação causando uma enorme comoção entre os cinéfilos.

Se considerarmos a co-produção ‘O Beijo da Mulher Aranha’, essa foi a segunda vez que o Brasil conquistou indicação à principal categoria do Oscar – e a primeira que um projeto totalmente nacional alcançou tal feito. Porém, a conquista de Ainda Estou Aqui apenas nos relembra de que diversos títulos incríveis e memoráveis também poderiam ter alcançado algo similar na premiação mais importante do cinema mundial.

Pensando nisso, preparamos uma breve lista elencando dez longas-metragens nacionais que mereciam ter sido indicados ao Oscar de Melhor Filme.

Veja abaixo as nossas escolhas:

O PAGADOR DE PROMESSAS (1962)

Caso você nunca tenha assistido a O Pagador de Promessas, não sabe o que está perdendo: dirigido e escrito por Anselmo Duarte e baseado na peça de teatro de mesmo nome assinada por Dias Gomes, a produção é um marco na cultura brasileira e, mais de 70 anos desde seu lançamento, permanece como o único título do nosso país a ter conquistado a Palma de Ouro no Festival de Cannes – além de ser o primeiro longa sul-americano a faturar uma indicação ao Oscar de Melhor Filme Internacional (à época, Melhor Filme Estrangeiro).

Trazendo nomes como Leonardo VillarGeraldo Del ReyDionísio AzevedoGlória Menezes e vários outros ao elenco, a trama é centrada em Zé do Burro, um homem que, depois de ter seu asno de estimação ser atingido por um raio, faz a promessa de carregar nas costas uma imensa cruz de madeira até a igreja de Santa Bárbara. Porém, sua jornada acaba se tornando um pesadelo.

DEUS E O DIABO NA TERRA DO SOL (1964)

Três anos antes de ter encabeçado o ótimo Terra em TranseGlauber Rocha causou um impacto inestimável na cenário nacional com o lançamento de Deus e o Diabo na Terra do Sol. O longa-metragem, que trouxe nomes como Geraldo Del ReyYoná Magalhães e Othon Bastos no elenco, foi escolhido para representar o país no Festival de Cannes e indicado ao Grand Prix, e para o Oscar de Melhor Filme Internacional (mas não foi oficialmente selecionado quando os indicados foram anunciados).

O enredo acompanha Manuel, um vaqueiro que se revolta contra a exploração imposta pelo coronel Moraes e acaba matando-o em uma briga. Ele passa a ser perseguido por jagunços e foge com sua esposa Rosa, juntando-se aos seguidores do beato Sebastião, que promete o fim de qualquer sofrimento. Porém ao presenciar a morte de uma criança, Rosa mata o beato. Enquanto isso, Antônio das Mortes, um matador de aluguel que presta serviço à Igreja Católica e aos latifundiários da região, extermina os seguidores do beato.

TERRA EM TRANSE (1967)

Até hoje, Glauber Rocha é sagrado um dos melhores diretores não apenas do cenário nacional, como da história da sétima arte. Emblema do Cinema Novo, um dos movimentos artísticos de maior importância do escopo cultural do nosso país, Rocha deu vida a títulos memoráveis e atemporais – como o clássico Terra em Transe, que promove uma reflexão do panorama sociopolítico do Brasil nos primeiros anos dos anos 1960.

A trama é centrada em no senador Porfírio Diaz (Paulo Autran), um homem que detesta seu povo e pretende tornar-se imperador de Eldorado, um país fictício localizado na América do Sul. Porém existem diversos homens que querem este poder, que resolvem enfrentá-lo. Enquanto isso, o poeta e jornalista Paulo Martins (Jardel Filho), ao perceber as reais intenções de Diaz, muda de lado, abandonando seu antigo protetor.

O QUE É ISSO, COMPANHEIRO? (1997)

Antes de dividirem as telonas em Ainda Estou AquiFernanda TorresSelton Mello trabalharam juntos no aplaudido drama ‘O Que É Isso, Companheiro?’. Lançado em 1997, o longa-metragem nos transporta de volta aos sombrios tempos da ditadura militar no Brasil – e conquistou uma indicação ao Oscar de Melhor Filme Internacional por suas potentes mensagens e por sua irretocável construção fílmica.

Na trama, o jornalista Fernando e seu amigo César abraçam a luta armada contra a ditadura militar no final da década de 60, após a publicação do AI-5. Os dois se alistam em um grupo guerrilheiro de esquerda e, em uma das ações do grupo militante, César é ferido e capturado pelos militares. Fernando então planeja o sequestro do embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Charles Burke Elbrick, para negociar a liberdade de César e de outros companheiros presos.

CENTRAL DO BRASIL (1998)

Mais de duas décadas e meia se passaram desde que Central do Brasil fez um enorme sucesso crítico e comercial em 1998 – e, além de ter garantido indicação ao Oscar de Melhor Filme Internacional, reiterou o lendário status de Fernanda Montenegro como uma das maiores atrizes de todos os tempos. É simbólico ver que a filha de Montenegro, Fernanda Torres, tem chances de vingar a mãe com Ainda Estou Aqui – e tal legado carregado pelo filme apenas nos relembra de que, injustamente, a produção não conquistou indicação à principal categoria da premiação.

Na produção, Fernanda interpreta Dora, uma amargurada ex-professora, que ganha a vida escrevendo cartas para pessoas analfabetas que ditam o que querem contar às suas famílias. Ela embolsa o dinheiro sem sequer postar as cartas. Um dia, Josué, o filho de nove anos de idade de uma de suas clientes, acaba sozinho quando a mãe é morta em um acidente de ônibus. Ela reluta em cuidar do menino, mas se junta a ele em uma viagem pelo interior do Nordeste em busca do pai de Josué, que ele nunca conheceu.

CIDADE DE DEUS (2002)

Se o século XX abriu espaço para explorações artísticas dentro da sétima arte nacional, o século XXI foi ao encontro de produções de temática bastante visceral e que refletiriam um olhar ainda mais crítico sobre a sociedade brasileira – e nenhum outro título conseguiu delinear tão bem esses objetivos quanto Cidade de Deus.

Além de ter se firmado como uma das maiores e mais cruas produções de todos os tempos, a obra conquistou nada menos que quatro indicações ao Oscar – Melhor Direção para Fernando MeirellesMelhor Roteiro Adaptado para Bráulio MantovaniMelhor Edição para Daniel Rezende e Melhor Fotografia para César Charlone (sendo injustamente esnobado na categoria de Melhor Filme). A trama apresenta um retrato realista da batalha entre o bem e o mal que é travada todos os dias pela população periférica da cidade do Rio do Janeiro, focada em questões como tráfico de drogas, pobreza extrema e violência de todos os tipos.

TROPA DE ELITE (2007)

tropa de elite

Ninguém poderia nos preparar para o que José Padilha estava arquitetando ao lançar o visceral ‘Tropa de Elite’. Estrelado por Wagner Moura em um papel definidor de sua carreira – e que o reiterou como um dos melhores atores de sua geração -, o longa-metragem quebrou os convencionalismos do gênero tratado ao romper as barreiras maniqueístas entre bem e mal e fornecer um cru retrato da realidade carioca.

Vencedor do Urso de Ouro de Melhor Filme, a trama acompanha Nascimento, capitão da Tropa de Elite do Rio de Janeiro, é designado para chefiar uma das equipes que tem como missão apaziguar o Morro do Turano. Ele precisa cumprir as ordens enquanto procura por um substituto para ficar em seu lugar. Em meio a um tiroteio, Nascimento e sua equipe resgatam Neto e Matias, dois aspirantes a oficiais da PM. Ansiosos para entrar em ação e impressionados com a eficiência de seus salvadores, os dois se candidatam ao curso de formação da Tropa de Elite.

O SOM AO REDOR (2012)

o som ao redor

Se há um cineasta que merece nossa atenção no cenário brasileiro, este é Kleber Mendonça Filho. Antes mesmo de comandar produções como Bacurau e ‘Aquarius’, que receberam ovações dos principais veículos de imprensa do planeta, ele nos presenteou com o suspense dramático O Som ao Redor – que foi escolhido para representar o Brasil no Oscar 2013 (mas não foi selecionado na listagem final).

O filme discorre sobre a vida dos residentes de uma rua de classe média do Recife que toma um rumo inesperado quando uma empresa de segurança particular é contratada para trazer paz aos moradores. Para alguns deles, a presença dos guardas cria mais tensão do que alívio.

O LOBO ATRÁS DA PORTA (2014)

Em O Lobo Atrás da Porta, uma criança é sequestrada e seus pais, Bernardo e Sylvia, decidem ir até a delegacia. O delegado resolve interrogá-los separadamente e descobre que Bernardo tinha uma amante, Rosa, que também é levada ao local para averiguações. A partir de depoimentos do trio, o delegado descobre uma rede de mentiras, amor, vingança e ciúmes.

O longa foi escrito e dirigido por Fernando Coimbra e, desde seu lançamento nos cinemas há mais de uma década, é considerado um dos melhores longas-metragens brasileiros de todos os tempos, principalmente por abrir portas para a fomentação do suspense dentro do circuito nacional. Além da competente estética firmada por Coimbra, a produção trouxe performances memoráveis de nomes como Leandra LealMilhem CortazFabiula Nascimento.

BACURAU (2019)

Sete anos depois de O Som ao RedorKleber Mendonça Filho partiu para um novo projeto que viria a ser intitulado Bacurau. Unindo o aclamado realizador a Juliano Dornelles em uma co-produção entre Brasil e França, o longa-metragem conquistou a crítica e o público ao redor do mundo – levando para casa o Prêmio do Júri no Festival de Cannes (o segundo título nacional a conquistar o feito depois de O Pagador de Promessas) e chamando a atenção dos cinéfilos por uma mistura impecável entre ficção científica, drama, faroeste, gore e fantasia.

Na trama, os moradores de Bacurau, um pequeno povoado do sertão brasileiro, descobrem que a comunidade não consta mais em qualquer mapa. Aos poucos, eles percebem algo estranho na região: enquanto drones passeiam pelos céus, estrangeiros chegam à cidade. Quando carros são baleados e cadáveres começam a aparecer, Teresa, Domingas, Acácio, Plínio, Lunga e outros habitantes chegam à conclusão de que estão sendo atacados. Agora, o grupo precisa identificar o inimigo e criar coletivamente um meio de defesa.

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Em contato com as artes em geral desde muito cedo, Thiago Nolla é jornalista, escritor e drag queen nas horas vagas. Trabalha com cultura pop desde 2015 e é uma enciclopédia ambulante sobre divas pop (principalmente sobre suas musas, Lady Gaga e Beyoncé). Ele também é apaixonado por vinho, literatura e jogar conversa fora.

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