Nesta semana, depois de mais de trinta anos, milhões de fãs veremos em tela grande o que anda acontecendo naquela galáxia muito, muito distante. Mas, antes que a força desperte em casa um de nós, faço a lista de 10 momentos memoráveis da Saga Star Wars nos cinemas.
- Luta final entre Obi-Wan e Anakin
Possivelmente um dos poucos momentos que podem ser salvos da trilogia apócrifa. É certo consenso entre crítica e público de que os episódios I, II e III são ruins, especialmente o A Ameaça Fantasma. Eles vêm envelhecendo mal, mas, peneirando, podemos achar alguns bons momentos. A luta final entre Obi-Wan Kenobi (Ewan McGregor) e Anakin Skywalker (Hayden Christensen) é das poucas coisas interessantes da nova saga, não só pela luta em si, como também pelo duelo verbal entre os dois.
- Destruição de Alderaan
É a Saga original que define o DNA de Star Wars. É nela que estão os momentos marcantes. A destruição do planeta Alderaan, no Episódio IV, apresentou para o público uma das armas mais ameaçadoras da história do cinema, a Estrela da Morte! Um único raio varrendo um planeta do espaço. A cena também possui efeitos especiais de impacto para a época. O momento se completa com a reação de Obi-Wan (Alec Guinness), o que ajuda o espectador a entender a Força.
- Congelamento de Han Solo
Não é um momento definidor, mas é daqueles que os fãs adoram! Desde a chegada Han Solo (Harrison Ford), Princesa Leia (Carrie Fisher) toda a trupe à cidade das nuvens já há um clima de ameaça. Quando vemos Darth Vader (David Prowse e voz de James Earl Jones) na sala de jantar, isso se confirma! O congelamento de Han em carbonita marca o público tanto por deixar a dúvida sobre o destino do personagem como pela declaração de amor mais cafa do universo.
- Batalha Final de Star Wars – Episódio VI – O Retorno de Jedi
Tão características da Saga quanto os robôs e as diversas raças, são as batalhas espaciais. A batalha que fecha O Retorno de Jedi não é apenas um capricho de efeitos especiais; a montagem alternando as várias frentes dessa batalha (no espaço, em Endor e no confronto entre Luke e Vader) brinca com a adrenalina do público. Em comparação com outras batalhas da saga original, suas proporções são maiores e os efeitos especiais mais refinados.
- Batalha Final de Star Wars – Episódio IV
Se a batalha final de O Retorno de Jedi tem escala épica, a batalha que encerra o Star Wars – Episódio IV é memorável! Nunca o cinema havia visto algo parecido. Uma orquestra de naves espaciais lutando na orbita da Estrela da Morte – uma das concepções artísticas mais impressionantes que o cinema já produziu. A sequência é um marco dos efeitos especiais – assim como a toda a saga original, responsável por moldar o cinemão atual. A batalha não se reduz aos efeitos especiais, como alguns filmes atuais. A sequência é construída para manter alta a adrenalina do público, intercalando momentos de perigo, como as explosões das X-Wings, com momentos mais intimistas, como as lições sobre a força dadas por Obi-Wan para Luke Skywalker (Mark Hamill).
- Treinamento Jedi de Luke com Mestre Yoda
Todas as cenas envolvendo o treinamento Jedi de Luke com Yoda (Frank Oz) no planeta Dagobah (O Império Contra-Ataca) são cruciais para a narrativa. O treinamento é essencial para transmitir ao público o alcance da Força e para transformar Luke, definitivamente, em um herói. A sincronia entre o ator (Mark Hamill) e o boneco que representa Yoda é essencial para tornar crível essa relação – ao ponto que a morte de Yoda em O Retorno de Jedi ser dos momentos mais comoventes da Saga. Por fim, quando ele retira a X-Wing do atoleiro, torna-se, para um Luke e um público mesmerizados, o Mestre Yoda.
- Batalha de Hoth
Os confrontos espaciais são mais numerosos na Saga, mas uma das batalhas mais incríveis é a que ocorre no planeta gelado de Hoth, o primeiro confronto em O Império Contra Ataca. Orquestração entre soldados, naves e veículos terrestres, a batalha de Hoth é um feito artístico e técnico. Como a sequência transcorre em um planeta coberto por neve, havia uma dificuldade a mais para esconder as linhas que indicavam a montagem, algo bem mais simples nos confrontos espaciais. Vale a pena assistir ao making of dessa batalha. Além se ser, de longe, o melhor confronto em terra da saga.
- Luta final entre Luke e Darth Vader
Sabres de luz! Poucos objetos são mais icônicos na saga do que os sabres de luz. Eles expõem a influência que os filmes de samurais tiveram na concepção de Star Wars. E nenhuma luta de sabre de luz conseguiu superar os confrontos entre Luke e Darth Vader. O confronto de ambos na parte final de O Retorno de Jedi é das mais belas lutas de toda a saga. Dramática, não é um simples luta de sabres, é um confronto de emoções, um duelo entre pai e filho, entre os dois lados da força. É o cumprimento da profecia de que um Skywalker traria equilíbrio à força, bem como é a redenção de um dos maiores vilões do cinema. O instante em que Luke retira a marcara de Vader levou fãs ao êxtase.
- Abertura de Star Wars – Episódio IV
Primeiro um letreiro, silencioso, falando de uma galáxia muito, muito distante, seguido dos acordes de John Williams emoldurando o nome Star Wars e um prólogo textual. E o espaço, que logo é cortado por uma nave espacial, sendo perseguida por outra muito maior. Imaginem o que foi isso no ano de 1977! Se os efeitos especiais dessa sequência continuam ótimos mesmo para os padrões de hoje, o que devem ter sentido aqueles que estavam na sala de projeção. Fato, o público já tinha visto imagens até mais perfeitas em 2001: Uma Odisseia no Espaço, de 1968. Mas, em Star Wars – Episódio IV, a técnica foi usada em uma orquestração que uniu a escala épica (já presente em 2001) e o plano da aventura. No filme 2001, não vemos ação, mas reflexão. Para o bem e para o mal, a prioridade em Star Wars era a emoção derivada da aventura e da ação, tão típica dos filmes de faroeste e de samurais, relida em uma chave sci-fi. Se Tubarão, de Steven Spielberg, foi o primeiro filme pipoca, Star Wars – Episódio IV foi a certidão de nascimento do que viria a ser os blockbuster, com essa sequência de abertura sendo um batismo para o público.
Esta abertura ainda foi capaz de, em poucos planos, estabelecer Darth Vader como um dos vilões mais temidos do cinema. O desenho de sua roupa, a sua entrada, surgindo do meio de uma névoa branca e sua postura e respiração são uma aula para qualquer aspirante a diretor que queira aprender como um personagem deve ser apresentado ao público.
- “Eu Sou Seu Pai”
Sem essa frase, a Saga Star Wars ainda seria um imenso sucesso e ainda venderia milhões de ingressos e quiquilharias. Mas, a revelação de que Drath Vader era pai de Luke Skywalker definiu o que é a Saga Star Wars e seu significa para milhões de fãs. Talvez, nem todos os fãs tenham essa noção, mas essa virada – das mais conhecidas do cinema – é o norte que orientou toda a saga até hoje – e certamente ainda influenciará os próximos filmes. Por ela que lemos os seis filmes. Por causa dela que podemos falar que a Saga é a história da família Skywalker, ou que é a história da queda e redenção de Anakin, ou ainda que é sobre como a Força foi reequilibrada.
Alguns podem ver a virada como um clichê. Eu prefiro vê-la como uma lição de bom uso do clichê. Com uma única frase – obviamente sustentada por tudo que veio antes nos filmes – mudou-se todo o eixo narrativo, a percepção que temos sobre a história, além de ter dado uma dimensão mítica e trágica à Saga. George Lucas usou o conceito de monomito (mais conhecido como Jornada do Herói) para construir o primeiro filme. Ao transformar antagonistas em pai e filho, Lucas regressa às bases da mitologia e do teatro grego, e adentrando, inclusive, no terreno psicanalítico. Pode parecer viagem deste crítico, mas, sem essa frase, Star Wars não teria a mesma importância cultural.
E você, quais seus momentos favoritos? Muito ansioso para O Despertar da Força?