Ah, Netflix… sempre tão cheia de estreias que dão o que falar nas redes sociais e ficam na boca do povo! A gigante do streaming, uma das responsáveis pelas olheiras dos críticos de séries e de cinema, certamente investe uma boa grana na produção de conteúdos originais — a previsão, só para 2021, é aplicar US$ 17 bilhões —, mas nem tudo são flores. Em meio a sucessos estrondosos como ‘Stranger Things’, ‘La Casa de Papel’ e ‘The Witcher’, a plataforma também tem a sua carga de seriados que gostaria de esquecer. E quem é que não tem?!
Embora a leva de séries que foram massacradas pela crítica especializada seja grande, é importante considerar as proporções. Justamente porque produz uma grande quantidade de séries e de filmes, é de se esperar que alguns destes conteúdos sejam bons, enquanto outros… nem tanto.
Pensando nisso, o CinePOP resolveu listar as 10 originais Netflix que mais decepcionaram os críticos. Mas será que elas causaram a mesma reação no público? Vem conferir!
13 Reasons Why
Polêmica do início ao fim, a série que revelou Katherine Langford até começou bem intencionada, e chegou a ser elogiada por profissionais bastante respeitados na indústria por sua abordagem corajosa da saúde mental e de como o abuso psicológico e verbal pode causar danos irreversíveis em jovens em idade de transformação.
Entretanto, tão logo a primeira temporada se popularizou, a escolha de retratar de forma explícita cenas que podem levar a uma certa ideação foram criticadas por outros profissionais da crítica e estudiosos da psicologia. O assunto continuou rendendo nas temporadas seguintes, quando as reações negativas passaram a ser cada vez mais unânimes, e muitos passaram a apontar a predileção da série por uma certa violência gratuita e excessivamente sombria.
Insatiable
Massacrada antes mesmo do lançamento, esta série estrelada por Debby Ryan incomodou já no primeiro trailer, quando recebeu acusações de gordofobia que só foram reafirmadas pelo material.
A história de vingança de Patty e Bob Armstrong (Dallas Roberts) só toma ares mais cruéis e grotescos — no pior sentido da palavra — durante a primeira temporada. Mesmo amargando uma das piores classificações de todos os tempos no agregador Rotten Tomatoes, a série ganhou SIM a sua segunda temporada. Prova de que não há limites para quem nasceu sem freio.
Punho de Ferro
Quem se lembra do extinto universo compartilhado dos Defensores na Netflix? O projeto, que começou no topo com a ótima primeira temporada de ‘Demolidor’, só foi ladeira abaixo a cada novo lançamento — e o pior deles, certamente, foi ‘Punho de Ferro’. Finn Jones recebeu um personagem mal desenvolvido e sua boa vontade não compensou a falta de carisma, os episódios excessivamente longos ou os conflitos genéricos.
Embora a segunda temporada tenha se esforçado para melhorar, toda a estrutura de ‘Os Defensores’ já estava em ruínas, e agora só nos resta chorar de saudades da única personagem que funcionou na série. Kevin Feige, resgata a Colleen Wing!
Haters Back Off!
Baseada na personagem criada por Colleen Ballinger-Evans, a série retrata a excêntrica vida familiar de Miranda Sings, uma estrela em ascensão que não tem talento nenhum, mas sim muita força de vontade de provar que ela nasceu para brilhar, basta ser descoberta.
Segundo a sinopse acima, oficial da Netflix, HBO parece uma abordagem irônica da busca por sucesso de jovens, agora adultos, da geração millennial. Entretanto, não apenas a atração mira no público errado como tem um resultado insosso, doloroso e que carece de risadas. O que funcionava no YouTube não funcionou tão bem no formato tradicional televisivo, prova de que é importante dar o passo conforme a perna.
Fuller House
Um inocente revival de uma sitcom que foi febre na década de 90, e alçou as gêmeas Olsen ao estrelato, ‘Fuller House’ realmente se alimentou de nostalgia o máximo possível, e a tática não passou despercebida pela imprensa — que não se mostrou muito contente com a comédia, que mesmo assim durou cinco temporadas.
Embora não tenha caído nas graças dos críticos, a série cativou a audiência justamente pelo saudosismo, que era a sua arma desde o início.
October Faction
Com singelos 29% de aprovação no Rotten Tomatoes, a série conta a história de dois caçadores de monstros que escondem suas identidades enquanto os filhos adolescentes são forçados a viverem em uma cidade presa no passado. A trama baseada nos quadrinhos de Steve Niles e Damien Worm deixa muito a desejar em relação ao original, e passou tão despercebida que foi rapidamente cancelada dois meses após o lançamento.
The Ranch
Mais uma comédia de situação sem grandes pretensões, com Ashton Kutcher no elenco principal, a atração criada por Jim Patterson e Don Reo teve oito temporadas, com direito até mesmo a treta nos bastidores! Mas a longa duração não foi mérito da imprensa especializada, que deixou a série tão de lado que ela sequer chega a ter avaliações o suficiente no Rotten Tomatoes para formar um consenso!
Friends From College
A série prometia o retorno da atriz Cobie Smulders às comédias após o fim de How I Met Your Mother, mas a primeira temporada… digamos que não deixou uma boa impressão. Ela tem apenas 26% de aprovação no RT, isso apesar do elenco estelar e muitíssimo competente.
Os especialistas observaram que a série se ancorou num humor extremamente cansativo, que subestimou o próprio elenco e confiou demais na paciência do público.
Girlboss
Cancelada após uma temporada, a série que tinha de tudo para contar uma história empoderadora de uma jovem que venceu em um mundo comandado por homens na verdade esbarra em uma protagonista problemática e egocêntrica que “representa tudo o que as pessoas odeiam nos millennials, segundo o portal Mashable. O resultado foi uma adaptação que vai contra tudo o que o livro prega, e também dá vários passos para trás na luta por uma representação multifacetada de mulheres em produções audiovisuais.
Os Irregulares de Baker Street
A mais recente série da Netflix a ser decepada, “Os Irregulares” foi descrita pelo The Hollywood Reporter como uma mistura de ‘Bridgerton’, ‘Stranger Things’ e ‘Sherlock Holmes’ — o que deveria ser um elogio, se houvesse algo de genuíno na atração.
Segundo os especialistas, a produção é a epítome de uma “série de algoritmo”, e o resultado foi algo sem vida e cuja trama se desenvolve exatamente dentro do esperado, sem grandes momentos apesar de algumas abordagens satisfatórias.
Na prática, foi uma série que passou quase despercebida pelo Top 10 nos Estados Unidos, e não precisou nem de três meses para a gigante do streaming perceber que era melhor fingir que ela nunca aconteceu.