Por incrível que pareça, faz 12 anos que os cinemas brasileiros foram tomados pelo maior fenômeno de 2012 e um dos filmes que redefiniu a década do entretenimento nas telonas. Isso mesmo, Os Vingadores completa doze anos e para isso, o CinePOP preparou uma série de matérias especiais para comemorar essa data tão significativa.
Com pouco mais de 2h de duração, o filme reuniu os maiores heróis da Marvel até então e superou a marca de US$ 1,5 bilhão em bilheteria. Na trama, Capitão América, Homem de Ferro, Thor, Hulk, Viúva Negra e Gavião Arqueiro precisaram se unir para salvar a Terra da ameaça do terrível Loki, que vem para o planeta roubar o Tesseract e usá-lo para dominar o mundo. No entanto, se as coisas fossem seguir o planejamento inicial do diretor e roteirista, Joss Whedon, o filme poderia ter sido bem diferente. Pensando nisso, separamos dez mudanças que teriam alterado completamente Os Vingadores e o próprio MCU.
Mais de três horas
O primeiro corte do filme tinha mais de três horas de duração e um cameo a bem interessante do Stan Lee, que só apareceu por alguns segundos no finalzinho, quando ele dá uma entrevista questionando a existência de super-heróis em Nova York. Aproximadamente 20 minutos desse material cortado seria voltado a Steve Rogers (Chris Evans) tentando se adaptar ao mundo moderno e explorando um pouco mais de suas habilidades no desenho, já que ele se formou na faculdade de Belas Artes. Inclusive, uma dessas cenas traz a garçonete que ele salva no final do filme tentando flertar com ele. E é aí que entra o Stan Lee interpretando um idoso que fala para o Steve que ele deveria ter pego o telefone da menina. Esses momentos estão disponíveis no blu-ray do filme. Essas cenas acabaram não sendo usadas para desenvolver melhor a personalidade de Steve na sequência de sua própria franquia.
Mudança de líder
Por pressão de Robert Downey Jr., o Homem de Ferro quase foi o líder dos Vingadores nos cinemas. Durante as primeiras versões do roteiro, Robert encheu tanto a paciência do Joss para liderar o time que o diretor e roteirista escreveu cenas que davam esse destaque para o personagem, incluindo uma sequência de abertura voltada exclusivamente para o bilionário, mas nenhuma delas funcionou para a proposta de filme de grupo. No entanto, essa situação acabou entrando no filme como uma piada interna do Homem de Ferro não aceitar a liderança do Capitão América e ficar implicando com ele o tempo todo. O mais engraçado de tudo é que Chris Evans só aceitou seu papel no MCU por conta de uma ligação do próprio Robert, mostrando que eles são amigos e se respeitam demais.
Cheiro verde
Nas primeiras versões do roteiro, o icônico confronto do Hulk contra o Loki (Tom Hiddleston) traria o Deus da Trapaça criando várias projeções dele mesmo, fazendo um círculo em volta do Golias Esmeralda. Assim, o verdão usaria seu olfato para reconhecer qual era a versão verdadeira e desceria a porrada nele. Só que isso acabou não entrando no corte final, mas mesmo assim o momento foi referenciado em uma cena, na qual Bruce Banner (Mark Ruffalo) diz que “dá para sentir a loucura vindo dele [Loki]”.
Passado oculto
Falando no Gavião Arqueiro, Joss Whedon realmente gostava do personagem e criou toda uma história de origem para sua versão dos cinemas. Ela é bem similar a dos quadrinhos do universo regular da Marvel, mas acabou praticamente não sendo abordada nas telonas. Whedon queria mostrá-lo como um arqueiro de circo que entraria para os Vingadores depois de ser manipulado por vilões que ele acreditava serem seus amigos. Posteriormente, ele decidiu que era melhor já introduzi-lo como um vilão reabilitado que trabalhava para a SHIELD. Sua estreia deveria ter acontecido em Homem de Ferro 2, mas Kevin Feige e Jon Favreau acharam melhor trazer a Viúva Negra (Scarlett Johansson) nesses mesmos moldes, deixando a estreia do Gavião para Thor (2011) e adaptando a trama de “manipulado pelo vilão” para Os Vingadores mesmo.
Velhos inimigos
Como fã de quadrinhos, Joss Whedon quase inseriu uma cena de luta entre o Homem de Ferro e o Gavião Arqueiro (Jeremy Renner), quando esse último estava sob controle do Loki. Isso porque, lá nas HQs dos anos 60, o Gavião Arqueiro fez sua estreia no Universo Marvel como vilão do Homem de Ferro, posteriormente se reabilitando e mudando de lado. Esse combate, porém, não foi descartado por completo, mas acabou só acontecendo nos cinemas em Capitão América: Guerra Civil (2016).
Nada de coadjuvantes
Inicialmente, Joss Whedon não queria trazer os personagens coadjuvantes das franquias solo da Marvel para o filme, mas ele acabou mudando de ideia e inseriu o Dr. Selvig, Pepper Potts e a Dra. Jane Foster. Essa última, porém, acabou só aparecendo em uma foto porque a atriz Natalie Portman ficou grávida e não conseguiu gravar sua participação a tempo.
Herói de guerra
Na batalha de Nova York, haveria uma cena na qual o Capitão América salvaria um idoso e seu netinho. O velhinho, vendo o Capitão, ficaria surpreso e perguntaria se era mesmo o Capitão América. Vendo as medalhas de veterano da Segunda Guerra, Steve apenas olharia para o senhor e prestaria continência, deixando o local para seguir combatendo a ameaça dos Chitauri. O menino perguntaria então se o avô conhecia aquele homem. O idoso então responderia orgulhoso: “todo mundo conhece ele”. Seria mais uma cena contextualizando o herói estrelado no século XXI. Infelizmente, ela acabou não entrando no filme.
Tic-Tac
Já deu para perceber que o roteiro original era bem diferente, mas talvez nenhum mudança tenha alterado tanto o futuro do MCU quanto essa. Isso porque a primeira versão do roteiro trazia o Homem-Formiga e a Vespa, membros fundadores dos Vingadores nos quadrinhos, como parte do filme. Além disso, Whedon queria Zooey Deschanel para o papel de Vespa. Porém, Kevin Feige não queria que esses personagens aparecessem antes de terem seus filmes solo. Em conversa com o chefe, o próprio Joss Whedon reconheceu que o filme já estava muito inchado de personagens e que seria melhor cortá-los para não afetar o desenvolvimento da trama.
Amigão da Vizinhança
O produtor Avi Arad, desde que decidiu rebootar a franquia Homem-Aranha nos cinemas, tinha a intenção de introduzir o Cabeça de Teia no MCU. E isso quase aconteceu com os filmes do Andrew Garfield. A produção de Vingadores teve uma ideia de última hora para inserir a Torre da Oscorp, de O Espetacular Homem-Aranha ao fundo das cenas em Nova York. As negociações com a Sony, porém, demoraram tanto que acabou não dando tempo de entrar no corte final. Daria até para inserir o prédio depois com a computação gráfica, mas a Marvel achou melhor esperar para ver se resolvia a situação do Homem-Aranha de outro jeito.
Atrasado no rolé
Uma das ausências sentidas pelos fãs foi o Máquina de Combate, também conhecido como Coronel James Rhodes (Don Cheadle), que havia lutado ao lado Tony Stark em Homem de Ferro 2. A ideia inicial para a cena pós-créditos era que ele aparecesse e descobrisse que chegou atrasado para a Batalha de Nova York. Só que essa piada custaria muito caro e não teria relevância para a história, então decidiram deixar pra lá. Um dia depois da estreia mundial, porém, uma nova versão do filme chegou aos cinemas com uma segunda pós-créditos: a famosa cena da Shawarma. Três anos depois, o Máquina de Combate se atrasou novamente, mas conseguiu participar da luta final de Vingadores: Era de Ultron (2015).
Os Vingadores está disponível no Disney+.