‘Liga da Justiça‘ está chegando, com a promessa de ser um sucesso nas bilheterias. Pegando carona na estreia de um dos blockbusters mais esperados do ano, vamos dar uma olhada nas curiosidades em volta dos treze atores que quase foram personagens muito conhecidos da editora nos cinemas (entre heróis e vilões). Não esqueça de conferir também os 10 Atores que Quase Foram Heróis Marvel e comente abaixo, seja você Marvete ou DCnauta.
Jaimie Alexander | Mulher-Maravilha
Hoje temos a Mulher-Maravilha nos cinemas, linda, formosa e… Maravilhosa nas formas da israelense Gal Gadot. Mas saiba que por muito pouco este fato não se concretiza. Acontece que antes de Gadot ser escolhida para a intérprete da super-heroína mais famosa de todas, outra atriz quase assumiu os trajes da guerreira Amazona. Curiosamente, a americana Jaimie Alexander ganhou destaque interpretando uma personagem de quadrinhos; e uma que guarda muitas semelhanças com a Amazona da DC. Estou falando de Lady Sif, a guerreira Asgardiana, da rival Marvel, presente nos filmes do Deus do Trovão, Thor. Foi em 2011 que Alexander vestiu a armadura de Sif pela primeira vez, se tornando uma coadjuvante de luxo e ganhando tanto destaque quanto os personagens principais.
O fato fez com que a atriz garantisse lugar na continuação O Mundo Sombrio (2013), além de abrir caminho em filmes como O Último Desafio (2013), com Arnold Schwarzenegger e a chance de ser a protagonista pela primeira vez na carreira com a série Blindspot – Ponto Cego (2015 – ). Ao que parece, Alexander se encaminhava para o papel da Amazona em Batman Vs Superman (2016), mas foi vetada de pegar a vaga devido ao contrato com a Marvel. Além do cinema, que inclui o vindouro Thor: Ragnarok, Alexander viveu a guerreira asgardiana também nas telinhas, na série Agents of SHIELD. Em novembro de 2014, a diretora Michelle MacLaren (Game of Thrones e The Walking Dead) havia sido contratada para a direção de Mulher Maravilha, largando o projeto em março de 2015 por divergências criativas com o estúdio – alguém lembra do tigre falante?
Nicolas Cage | Superman
Esta talvez seja a mais infame escalação da lista, mas também a que chegou mais perto de acontecer de fato. Os testes de figurino estão na rede para quem quiser ver, e exibem um Cage cabeludo entrevado nos trajes azuis do maior herói da DC. Um documentário sobre o assunto intitulado The Death of Superman Lives: What Happened? foi produzido e esmiúça cada detalhe deste que foi um verdadeiro desenvolvimento dos infernos, terminando por ser cancelado antes de ver a luz do dia. Caso você esteja completamente alheio a este muito conhecido tópico, o cultuado Tim Burton estava contratado pela própria Warner, casa na qual dirigiu os primeiros dois filmes de outro grande herói da editora de quadrinhos, com Batman (1989) e Batman – O Retorno (1992). De fato, Superman Lives seria lançado no final da década de 1990, antes de Burton terminar no comando de A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça (1999).
O anúncio era feito em emissoras como a MTV, durante o Movie Awards, sua premiação de cinema, e teria roteiro de Kevin Smith. A trama traria para o cinema a famosa história da morte e ressurreição do homem de aço, bem como mostrada agora por Zack Snyder em Batman VS. Superman. Além de Apocalipse e Lex Luthor, Superman enfrentaria também o vilão Brainiac, que adquiriria em algum momento do filme a forma de uma grande aranha metálica (fetiche na época, terminando por ser usada em As Loucas Aventuras de James West, 1999). Nada jamais teria nos preparado para Cage gritando, “para o alto e avante!”. Algum tempo depois, Cage finalmente realizava seu sonho de se tornar um personagem de quadrinhos no cinema, não uma, mas duas vezes, com Motoqueiro Fantasma (2007) e sua sequência (2011), e com Big Daddy de Kick-Ass: Quebrando Tudo (2010).
Armie Hammer | Batman
Outra das lendárias histórias de bastidores de filmes de super-heróis que nunca aconteceram, foi a Liga da Justiça de George Miller. O pai do anti-herói pós-apocalíptico Mad Max mostrou que ainda tem gás ao entregar, em 2015, o sucesso indicado ao Oscar de melhor filme, Estrada da Fúria. Em outubro de 2007, Miller já havia escalado todo o elenco de sua Liga, que contava com o jovem Armie Hammer na pele de Batman / Bruce Wayne. Dentre tantas escolhas aparentemente equivocadas para os personagens, com a maioria de ilustres desconhecidos pegando papéis importantes, Hammer era mais uma das mais arriscadas.
Hammer é um ator muito jovem, ainda mais levando em conta que seu papel de destaque no cinema foi quando viveu os gêmeos universitários de A Rede Social (2010), três anos após ter sido escolhido por Miller para a Liga. O ator tinha 21 anos na época em que quase viveu o Homem-Morcego, ou devemos dizer Garoto-Morcego. Mais pra frente, Hammer foi cogitado de novo, dessa vez para o Superman de Zack Snyder, antes de Henry Cavill pegar o papel. O ator eventualmente viria a se tornar dois heróis conhecidos, mas da TV, em adaptações como O Cavaleiro Solitário (2013) e O Agente da UNCLE (2015). Hammer é um dos nomes mais comentados atualmente para o papel do novo Lanterna Verde no universo cinematográfico da DC.
Emma Roberts | Arlequina
Essa aqui fará o queixo de todos caírem. A musa Margot Robbie é a escolha definitiva para a amalucada Arlequina, certo? Bem, por muito pouco a face pintada de branco da palhacinha do crime não teve outra intérprete. Mesmo que o diretor David Ayer afirme para os quatro ventos que sua primeira e única Arlequina foi Robbie, o fato é que o papel foi sim oferecido para a pouco expressiva Emma Roberts, sobrinha de Julia Roberts e filha de Eric Roberts.
Mais incrível ainda é que Roberts recusou o papel, em prol da série cômica de terror, Scream Queens, que acaba de ser cancelada após duas temporadas. Na série, Roberts interpreta a sociopata Chanel, que se formos olhar bem de perto, guarda algumas semelhanças com a psicótica Doutora Harley Quinzel. Vendo o resultado de Esquadrão Suicida (2016), é difícil dizer se Roberts fez uma boa escolha ou não. O que você acha? Apesar da aparência de menina, Roberts é apenas um ano mais nova que o “mulherão” Robbie. Já imaginaram como ficaria Emma Roberts de Arlequina? Será que isso ajudaria ou pioraria a recepção do primeiro filme de vilões dos quadrinhos?
Tom Hardy | Rick Flag
Outra do filme que mais despertou apatia por parte dos fãs e pessoas com olhos. O talentoso Tom Hardy havia sido contratado para participar de Esquadrão Suicida no papel de Rick Flag, o militar líder do grupo, e um dos poucos não criminosos da equipe. A informação voou pela rede, favorecendo um dos melhores elencos para uma produção do gênero da qual se teve notícia. Aqui, ao contrário de Emma Roberts e sua desistência, é inegável que Hardy optou pela coisa certa, mesmo que tenha tido problemas com sua saída (aparentemente, o ator assinou contrato para viver o personagem).
Hardy abandonou o projeto devido a O Regresso (2015), filme de Alejandro Inarritu, prestigiado pela Academia, que lhe rendeu sua primeira indicação ao Oscar. Em seu lugar, o sueco Joel Kinnaman, que vinha do fracasso do novo RoboCop (2014), e tentou vaga para o Pistoleiro no mesmo filme, deu forma a Rick Flag, ficando com o personagem. Lembrando que Hardy viveu Bane, outro icônico vilão da DC, no encerramento da trilogia do Cavaleiro das Trevas (2012), de Christopher Nolan.
Gal Gadot | Faora
Há males que vem para o bem. É o que a israelense Gal Gadot deve dizer todos os dias em frente ao espelho. O que acontece é que só temos Gadot como a personificação ideal da Mulher Maravilha hoje, porque ela foi negada para um papel em 2013. Estou falando de O Homem de Aço (2013), filme considerado o primeiro passo na construção do universo cinematográfico da DC, após as tentativas frustradas de Superman – O Retorno (2006) e Lanterna Verde (2011) – os filmes do Batman, de Nolan, funcionam de forma fechada. Gadot havia sido escalada para o papel da vilã Faora, braço direito do General Zod (Michael Shannon), do exército kriptoniano na Terra.
Na época, Gadot havia participado de dois filmes da franquia Velozes e Furiosos, seu primeiro divisor de águas na carreira (a parte quatro, lançada em 2009, e a parte cinco, em 2011 – a parte seis, foi lançada no mesmo ano de O Homem de Aço). Uma gravidez, sua primeira, impossibilitou a atriz de interpretar a antagonista, já que o papel exigia muito esforço físico, e a personagem acabou assumindo as formas da alemã Antje Traue – que deixa sua marca no filme. Provando que a segunda opção pode ser infinitamente melhor que a primeira, Gadot terminou abocanhando o papel da super-heroína em BVS (2016), apesar de um resultado não tão inspirador assim. Agora, a atriz pôde mostrar todo seu carisma no filme solo da maior heroína dos quadrinhos.
Ryan Gosling | Coringa
Gosling já foi considerado o melhor ator de sua geração. Em 2011, clamava por uma indicação ao Oscar por Namorados para Sempre. No ano seguinte viriam Drive e Tudo pelo Poder. Mesmo que tenha se mantido afastado dos holofotes, trabalhando em pouquíssimas grandes produções e deixando seu foco em obras mais intimistas oriundas do cinema de arte, Gosling ganhou o mundo de novo ao protagonizar La La Land – Cantando Estações, grande sensação do último Oscar. E foi justamente o filme citado que em partes afastou o ator de uma possível participação em um filme de super-heróis da DC. A atuação do falecido Heath Ledger elevou tanto o jogo para qualquer um que fosse segui-lo, que todos imaginaram ser impossível continuar com um dos maiores vilões da empresa (ou o maior) – que o diga Christopher Nolan.
No entanto, o insano palhaço do crime precisava voltar ao universo cinematográfico da DC e dar as caras em novas produções. A escolha de um talentoso ator renomado seria o caminho natural. Antes do Oscarizado Jared Leto entregar sua estranha atuação (com grunhidos, miados e ronronadas, que nos fez pensar se o personagem era na verdade a Hello Kitty), Ryan Gosling foi não apenas cogitado para o papel, como era a principal opção do estúdio. O ator recusou a oferta, pois não tinha planos de ficar preso por um contrato que especificava sua aparição como o mesmo personagem em diversos filmes do estúdio. Sabendo agora dos resultados de Esquadrão Suicida e La La Land, poucos dirão que ele fez a escolha errada.
Mila Kunis | Lois Lane
Lois Lane não é uma super-heroína. Bem, não no sentido literal da palavra. A personagem, no entanto, é uma das mais tradicionais da editora, sendo um verdadeiro pilar para a empresa. Intrépida, espevitada e mais do que inteligente, a repórter do Planeta Diário foi capaz de cativar e capturar a atenção e os sentimentos do maior herói da Terra. A personagem também possuiu diversas intérpretes ao longo dos anos, tanto no cinema, quanto na TV. A primeira no cinema foi a canadense Margot Kidder, que deu qualidade avoada para a personagem em 1978, em Superman – O Filme, com Christopher Reeve, e em mais duas continuações. Lane é uma personagem tão importante para o universo DC, que em 1993, foi a protagonista na série Lois & Clark – As Novas Aventuras do Superman, deixando o Homem de Aço como coadjuvante.
Em 2006, foi a vez de Kate Bosworth viver a Lois Lane mais insossa (e com a escolha mais equivocada de cabelo), em Superman – O Retorno, de Bryan Singer. A cinco vezes indicada ao Oscar Amy Adams é a nova face da repórter, e a que faz parte do universo cinematográfico da DC. Mas as coisas nem sempre foram assim e Lois por pouco não teve as formas da ucraniana Mila Kunis. A morena baixinha está mais acostumada a fazer comédias, no entanto, mostrou funcionar bem em dramas, vide Cisne Negro (2010). Porém, quando o assunto são superproduções, Kunis não tem dado muita sorte, é só ver os resultados de Oz: Mágico e Poderoso (2013) e O Destino de Júpiter (2015). Adams, por outro lado, tentava o papel pela terceira vez até consegui-lo em O Homem de Aço. Antes, a atriz havia testado no projeto abandonado de Brett Ratner e no filme seguinte, de Bryan Singer.
Bradley Cooper | Lanterna Verde
Bradley Cooper vai muito bem, obrigado, cedendo sua voz para o guaxinim mais piadista e sem noção do espaço, em Guardiões da Galáxia (2014) e sua recente sequência (2017). Mas há alguns anos, o ator estava sedento por uma vaga na então nova superprodução da DC / Warner, Lanterna Verde (2011). Obviamente, como todos sabem agora, o filme não faz parte do universo cinematográfico da DC, que tentava de novo após o resultado morno de Superman – O Retorno (2006). Como todos sabem também, Ryan ‘Deadpool’ Reynolds ficou com o papel de Hal Jordan, alter ego do herói. Segundo o ator, no entanto, a esposa Blake Lively foi a única coisa boa que ele levou durante seu tempo na produção, e não hesitou em tirar sarro do longa no citado filme do mercenário tagarela da Marvel / Fox.
O rancor que Reynolds guarda da obra não se deve apenas pelo resultado pobre junto ao público e críticos, mas sim pela forma como foi tratado nas filmagens, em especial pelo diretor Martin Campbell. O cineasta tinha apenas uma opção para o papel, e ele atendia pelo nome Bradley Cooper. A Warner, porém, desejava um ator de maior apelo e seguiu com Reynolds, o que fez o comportamento de Campbell nada menos do que hostil em relação ao seu protagonista. O diretor exigia inúmeras tomadas e transformou a vida do ator durante as gravações num verdadeiro inferno, ao ponto de Reynolds se declarar feliz pelo filme não ter feito sucesso, já que segundo o próprio, não aguentaria voltar para uma sequência em tais condições. Enquanto isso, Bradley Cooper achava que não havia conseguido o papel pois em seu teste tratou de empostar a voz a la Christian Bale em Batman, segundo o mesmo.
Chris Pine | Flash
Chris Pine é um dos envolvidos que está no topo do mundo após o sucesso de Mulher Maravilha. Pine vive o piloto Steve Trevor, espião britânico na Primeira Guerra Mundial, que chega à paradisíaca ilha Themyscira, povoada por mulheres mitológicas. Mesmo que não venha a se tornar um personagem recorrente, já que as próximas aparições da heroína, assim como o Capitão América, ocorrerão no presente, o ator não tem do que reclamar, já que guarda em seu currículo mais um ponto a favor. Pine, no entanto, poderia ter seguido por outro caminho dentro do universo da DC no cinema, sendo uma das apostas do estúdio para viver o velocista escarlate em Batman Vs. Superman (2016).
Eventualmente, o andrógeno Ezra Miller acabou ficando com o papel. Houve inclusive certa campanha por parte do ator Stephen Amell, o Arrow da TV, para que o amigo Grant Gustin, que interpreta o corredor na adorada série televisiva, interpretasse o personagem no cinema. Mas como afirmaram os executivos, a DC no cinema e na TV pertencem a universos distintos. E você, já imaginou como seria Pine de Flash. Acham que ficaria melhor que Miller, ou são time Ezra até o fim? Preferem Gustin? Comente.
Blake Lively | Magia
Ninguém dança a hula como a Magia, a bruxa traiçoeira de Esquadrão Suicida. Ou será que ninguém dança como Cara Delevingne. Bem, seja como for, por pouco Magia, ou Enchantress no original, não trocou a dança ou desistiu dela – podemos apenas imaginar. Acontece que antes da modelo transformada em atriz assumir as formas sinistras de June Moone e seu alter ego, outra jovem atriz, de mais renome, quase interpretou a arqueóloga amaldiçoada da DC. O único motivo que fez Blake Lively recusar a oferta para o papel, foi o conflito de agenda com as gravações do terror Águas Rasas, de Jaume Collet-Serra, filmado na mesma época e lançado no mesmo ano.
O papel terminou nas mãos de Delevingne, que não é uma atriz ruim, como demonstrou em Cidades de Papel (2015). Vale lembrar que Lively interpretou outra personagem da DC nas telonas, Carol Ferris, piloto e interesse amoroso de Hal Jordan no malfadado Lanterna Verde (2011), onde conheceu o marido Ryan Reynolds. Novamente, com o resultado de Esquadrão Suicida, filme que teve Magia como vilã, Lively é outra atriz que fez a escolha correta de projeto.
Ashley Judd | Mulher-Gato
Se o Coringa é o maior vilão da DC, a Mulher-Gato pode ser considerada a maior vilã da editora, ou quem sabe a maior anti-heroína. No cinema, sua primeira aparição serviu também para cimentar a imagem de Michelle Pfeiffer como a personagem, presente em Batman – O Retorno (1992), tornando impossível pensar na gatuna sem lembrar da figura da atriz. Apesar de diversas interpretações da personagem na TV e Anne Hathaway desempenhando um bom trabalho em O Cavaleiro das Trevas Ressurge (2012), Pfeiffer segue como a Mulher-Gato definitiva, mesmo que sua origem no filme tenha sido muito alterada dos quadrinhos. Seja como for, sem dúvida alguma, Mulher-Gato (2014), filme solo da personagem protagonizado por Halle Berry, não ajudou em nada a causa. Quando Selina Kyle (alter ego da vilã) apareceu na continuação do bem sucedido Batman (1989), de Tim Burton, o desfecho do filme nos deixou querendo e esperando novas aparições da personagem.
O fato poderia ter ocorrido, não fosse o pontapé no traseiro que o diretor de Beetlejuice recebeu da Warner após o resultado irregular de O Retorno. Mesmo depois de sair do comando das continuações do Homem Morcego, Burton planejava levar a felina aos cinemas de novo num filme solo, protagonizada pela musa comedora de periquitos em pessoa, Michelle Pfeiffer. Assim como ocorreu com seu Superman Lives, o projeto de um filme solo da Mulher-Gato morreu em fase de pré-produção e Burton seguiu outros rumos, apesar de Pfeiffer estar 100% a bordo. A ideia, porém, continuava na Warner e em determinada altura, a atriz Ashley Judd estava pronta para vestir os trajes colados de vinil da ladra ardilosa. O resultado como sabemos não foi esse e podemos apenas imaginar como seria Judd, que guarda certas semelhanças físicas com Pfeiffer, no papel. Com Halle Berry, a opção remete diretamente a Eartha Kitt, atriz negra que viveu a personagem no seriado da década de 1960. Tudo foi alterado nesta versão de 2004, dirigida por Pitof, técnico de efeitos visuais dos filmes de Jean-Pierre Jeunet, inclusive a identidade secreta da protagonista (de Selina Kyle para Patience Phillips), sua história e personalidade.
Jude Law | Superman
O maior herói da casa merece replay. Superman pode ser o maior super-herói de todos os tempos, mas é também um dos mais sofridos, pelo menos no cinema. Primeiro, veio apenas o sucesso, com os filmes de Richard Donner, protagonizados por Christopher Reeve. Quando o quarto filme atingiu os cinemas, em 1987, o personagem já não era sinônimo de qualidade e sua popularidade começou a declinar. E assim ficaria, estacionado, até meados da década de 1990, quando Nicolas Cage e Tim Burton planejavam um reinício para a franquia com o lendário Superman Lives, um dos maiores filmes que jamais aconteceu. Mas este não foi o único caso de largada queimada com o personagem. No início da década seguinte, mais precisamente em 2002, tudo estava aparentemente no lugar para um novo filme do Homem de Aço, com roteiro de J. J. Abrams e direção de Brett Ratner. Pouco se sabe sobre o roteiro, mas sites que o leram, afirmam que seria uma das produções mais caras da história, com direito a um combate aéreo envolvendo cinco kryptonianos superpoderosos e caças a jato de 24 nações.
Alguns brincaram que o orçamento ficaria em torno dos US$ 400 milhões. Outros comentam a possibilidade de um filme assim na era pós-Matrix (1999). Nesta época, Superman chegou perto de ter as formas de ninguém menos do que o britânico Jude Law (se formos levar em conta que o Homem de Aço atual também é inglês, a coisa soa mais aceitável). Além disso, a trama da morte e retorno do herói seria mantida (deu pra ver que era um desejo antigo da Warner levar esta história aos cinemas). As maiores surpresas no roteiro, no entanto, vinham na forma da revelação de que Lex Luthor era na realidade igualmente um filho de Krypton, com direito a superpoderes (ei, ainda soa melhor que o amalucado ‘Lexringa’ de Jesse Eisenberg), e o ápice do filme, que mostraria uma batalha entre Superman e o Rouser, um veículo de combate kryptoniano, em Gotham City! (sim, você leu certo) – o fato também reflete outro desejo antigo do estúdio, unir os maiores heróis da casa num só filme.
Bônus:
Batman VS Superman
Para você que aguentou e permaneceu até agora, aqui vai um bônus. Como dito acima, o desejo de unir os dois maiores heróis da DC num só filme é antigo e data do final da década de 1990. É só lembrar de um dos primeiros diálogos do desastroso Batman & Robin (1997), quando o Homem-Morcego, então personificado por George Clooney, faz uma citação na forma de uma gag envolvendo o Superman. Parece só um caco descompromissado, mas o diálogo, escrito por Akiva Goldsman, serviria para reconhecer que os personagens habitavam o mesmo universo e preparar terreno para o vindouro Superman Lives, de Cage e Burton. Algum tempo depois do filme ser engavetado, mais precisamente em 2001, o produtor Andrew Kevin Walker propôs a ideia de Batman VS Superman para a Warner, que primeiramente deu sinal verde.
O mesmo Goldsman escreveu o roteiro, e a história traria a noiva de Bruce Wayne brutalmente assassinada pelo Coringa, o que desencadearia uma rota de vingança enfurecida do Homem-Morcego pela cidade. O confronto com o Homem de Aço viria justamente quando o herói tentasse parar a fúria do vigilante de Gotham – convenhamos, um motivo muito mais legal do que o mostrado de fato em BVS. O alemão Wolfgang Petersen seria o diretor. Mas o fato mais chocante vem agora, com as escalações planejadas para os protagonistas. Estão sentados? John Travolta era a primeira opção como intérprete do Homem de Aço kryptoniano e George Clooney reprisaria o papel do Homem-Morcego. O filme, obviamente foi pro fundo da gaveta, mas Goldsman brincou com o fato em Eu Sou a Lenda (2007), filme que escreveu e produziu, ao mostrar numa das primeiras cenas de uma cidade futurística e pós-apocalíptica, o logo, hoje muito conhecido, dos heróis mesclados um dentro do outro.