quinta-feira , 21 novembro , 2024

1408

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Adaptar uma obra literária para as telas do cinema é sempre um grande risco não apenas para os estúdios, mas também para o público. Este pode se surpreender ao ver seu personagem predileto fora da trama ou encontrar passagens essenciais da história reescritas. E o risco se torna ainda maior quando o autor do livro possui uma legião de fãs.



 

Em 1408 (1408 – EUA/2007, 104min. Imagem Filmes), história adaptada da Coleção de Contos “Tudo é Eventual” de Stephen King, o diretor sueco Mikael Hafstrom (Fora de Rumo) e o roteirista Matt Greenberg (Halloween 20 Anos Depois & Reino de Fogo) tiveram a sensibilidade de captar cada detalhe das vinte e cinco páginas do conto e filmar uma ótima e arrepiante história de terror.

 

1408 conta à história de Mike Enslin (John Cusack – O Júri), um famoso autor de livros que dedica suas solitárias noites hospedando-se em casas e castelos mal-assombrados e dormindo em sombrios cemitérios. Certo dia, Mike decide hospedar-se no Hotel Dolphin. Vestindo sua camisa havaiana da sorte ele entra no pequeno e charmoso saguão do hotel, com sua antiga porta giratória e suas superestofadas poltronas. Recebido a contra-gosto pelo inteligente e perspicaz gerente Olin (Samuel L. Jackson – Pulp Fiction – Tempo de Violência), Mike é persuadido a desistir da idéia de passar uma noite em um quarto localizado no 13º andar, cuja soma dos números é 13 e onde 30 mortes naturais e 12 suicídios ocorreram desde 1910. Mesmo avisado de que “algo ruim” habita o quarto, de que os relógios de pulso, celulares, cartões magnéticos, calculadoras, bipes…não funcionam no local, Mike insiste em passar a noite num lugar onde ninguém conseguiu permanecer vivo por mais de 60 minutos.

 

A janela onde vários hóspedes pularam para a morte, os três quadros tortos na parede, o cinzeiro de vidro, a caixa de fósforos de 1955, o grande e preto telefone a disco, o silêncio do quarto mesmo com as janelas abertas e as cortinas se balançando, as rachaduras nas paredes, os suicidas…tudo está no filme de Hafstrom, assim como o incrédulo escritor que John Cusack incorporou com “alma”. As sensações de clausuramento, impotência e terror se devem, sem dúvida, a Cusack, que atua praticamente só durante quase toda a trama. Dentro de um quarto, munido de apenas um gravador e um telefone, ele conversa com si próprio enquanto é atormentado pela visão de fantasma caminhando pelo quarto e pela pergunta: ele está sonhando ou está acordado?

 

A Samuel L. Jackson, que na versão para a grande tela ganhou mais destaque, coube preparar uma aterrorizante atmosfera e deixar a platéia e o personagem de Cusack de “cabelos em pé”, antes mesmo de todos “pisarem” no sombrio quarto.

 

Apesar do desfecho diferente do livro (que o diretor promete inserir, ao lado de outros finais alternativos, no DVD) e de algumas passagens e personagens criados para a trama do filme, mas que em nada interferem ou modificam a essência da história, 1408 é diversão certa para os fãs do gênero. Alguns minutos de ótimos sustos!

 


Crítica por:
Viviane França
Site Oficial : —

 

 

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Em 1408 (1408 – EUA/2007, 104min. Imagem Filmes), história adaptada da Coleção de Contos “Tudo é Eventual” de Stephen King, o diretor sueco Mikael Hafstrom (Fora de Rumo) e o roteirista Matt Greenberg (Halloween 20 Anos Depois & Reino de Fogo) tiveram a sensibilidade de captar cada detalhe das vinte e cinco páginas do conto e filmar uma ótima e arrepiante história de terror.

 

1408 conta à história de Mike Enslin (John Cusack – O Júri), um famoso autor de livros que dedica suas solitárias noites hospedando-se em casas e castelos mal-assombrados e dormindo em sombrios cemitérios. Certo dia, Mike decide hospedar-se no Hotel Dolphin. Vestindo sua camisa havaiana da sorte ele entra no pequeno e charmoso saguão do hotel, com sua antiga porta giratória e suas superestofadas poltronas. Recebido a contra-gosto pelo inteligente e perspicaz gerente Olin (Samuel L. Jackson – Pulp Fiction – Tempo de Violência), Mike é persuadido a desistir da idéia de passar uma noite em um quarto localizado no 13º andar, cuja soma dos números é 13 e onde 30 mortes naturais e 12 suicídios ocorreram desde 1910. Mesmo avisado de que “algo ruim” habita o quarto, de que os relógios de pulso, celulares, cartões magnéticos, calculadoras, bipes…não funcionam no local, Mike insiste em passar a noite num lugar onde ninguém conseguiu permanecer vivo por mais de 60 minutos.

 

A janela onde vários hóspedes pularam para a morte, os três quadros tortos na parede, o cinzeiro de vidro, a caixa de fósforos de 1955, o grande e preto telefone a disco, o silêncio do quarto mesmo com as janelas abertas e as cortinas se balançando, as rachaduras nas paredes, os suicidas…tudo está no filme de Hafstrom, assim como o incrédulo escritor que John Cusack incorporou com “alma”. As sensações de clausuramento, impotência e terror se devem, sem dúvida, a Cusack, que atua praticamente só durante quase toda a trama. Dentro de um quarto, munido de apenas um gravador e um telefone, ele conversa com si próprio enquanto é atormentado pela visão de fantasma caminhando pelo quarto e pela pergunta: ele está sonhando ou está acordado?

 

A Samuel L. Jackson, que na versão para a grande tela ganhou mais destaque, coube preparar uma aterrorizante atmosfera e deixar a platéia e o personagem de Cusack de “cabelos em pé”, antes mesmo de todos “pisarem” no sombrio quarto.

 

Apesar do desfecho diferente do livro (que o diretor promete inserir, ao lado de outros finais alternativos, no DVD) e de algumas passagens e personagens criados para a trama do filme, mas que em nada interferem ou modificam a essência da história, 1408 é diversão certa para os fãs do gênero. Alguns minutos de ótimos sustos!

 


Crítica por:
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