É fato que ‘Stranger Things‘, a nova produção da Netflix, fez o povo voltar a olhar para o cinema e as músicas dos anos 80, mas essa década também foi marcada por várias séries que moram em nossos corações até hoje.
Minha missão hoje é embarcar no túnel do tempo e trazer pra vocês 15 entre as muitas maravilhosas produções que foram criadas nesse período, pra vocês matarem a saudade e, porque não, também conhecer alguma coisa nova, já que muita gente aqui não viveu nos maravilhosos 80’s da vida.
Uma das produções mais famosas e rentáveis da década. Talvez você não lembre tão bem de Miami Vice, mas, acredite, ela foi gigante! Suas 5 temporadas de 20 e poucos episódios cada foram transmitidas entre os anos de 84 e 89.
No seu ápice, que aconteceu principalmente nos períodos da segunda e terceira temporada, cada episódio da série custava uma base de 1 milhão de dólares, e a audiência batia recordes sucessivos no período.
A trama tinha Miami como cenário e contava a história de 2 policiais. Sua investigações mostravam um submundo que hoje é evidente, afinal muitas séries escancaram o mundo da corrupção, das drogas e de tantos problemas da sociedade, mas isso se deve muito ao estouro da série dos anos 80 que começou a fazer isso e obteve um ótimo resultado.
Anos Incríveis
Constantemente lembrada pelos fãs brasileiros como uma série dos anos 90, quando foi transmitida por aqui pela primeira vez, anos incríveis é, na realidade, uma das queridinhas da década anterior, começando a ser transmitida na ABC entre 88 e 93.
Considerada uma das séries mais marcantes pra uma legião de apaixonados por seriados, a história de Kevin faz jus ao nome também quando diz respeito ao legado que deixou enquanto transmitida, fazendo com que cada um de nós tivesse anos incríveis enquanto assistíamos o mundo pela perspectiva de seu protagonista e seus amigos.
Com uma narrativa inicial num estilo bem HIMYM, o personagem do futuro vai contando os acontecimentos impactados sobre eventos históricos do final dos anos 60, adentrando os 70. Talvez tenha sido também uma das primeiras séries a refinar nosso gosto musical, e isso se refletiu no lançamento em DVD da série, que só foi feito recentemente, uma vez que era complicadíssimo comprar todos os direitos autorais de todas as trilhas que embalaram esse seriado maravilhoso.
The A-Team
Esquadrão Classe A foi transmitida entre os anos de 83 e 87, originalmente pela NBC e tem como um de seus protagonistas o lendário Mr. T.
A produção é uma narrativa do Coronel John Smith e seu esquadrão, que serviram na guerra do Vietnã e são detidos por assaltar um banco, uma coisa que eles fizeram de verdade, mas sob encomenda. Julgados e enviado para a prisão militar, eles conseguem fugir e buscam refúgio em Los Angeles, onde passam a oferecer proteção para qualquer pessoa que precisasse.
Cada um dos integrantes do esquadrão tem uma personalidade diferente e cada um deles é profundamente divertido ao seu modo, principalmente o Murdock, que volta e meia tem que ser resgatado pelo grupo em um sanatório após as missões.
Punky, a levada da breca
Um clássico que nasceu no mesmo ano que eu – 84 – e durou quatro anos. Punky é uma menina que foi toda largada na vida, o pai dela abandonou a família quando ela tinha apenas dois anos de idade e, alguns anos mais tarde, a mãe dela foi com ela a um supermercado e simplesmente desapareceu, largando a coitada lá.
Ela foi levando a vida, solta por aí na companhia de seu fiel escudeiro, seu cãozinho Pinky, até que ela descobre um apartamento vago na cidade e resolve começar a morar lá. O prédio no qual ela passa a viver é gerenciado pelo nosso querido fotógrafo Arthur Bicudo, que se comove com a história dela e acaba virando um paizão pra ela.
A protagonista, como o título sugere, é uma menina extremamente aprontona. Punky é um retrato da vida das crianças na época, afinal temos que considerar que as épocas de 80/90 foram praticamente as últimas onde a molecada brincava nas ruas, não tinha tecnologia e tinha que inventar tudo que é moda pra se divertir.
Conhecida como “a série sobre o nada”, uma das melhores – se não A melhor – sitcom de todos os tempos não estourou tanto por aqui quanto Friends, mas isso não quer dizer que ela não é digna de ser vista o quanto antes por quem ainda não conhece as 9 maravilhosas temporadas dessa série que chegou no finalzinho da década, em 89, e seguiu fazendo muito sucesso até 98.
A produção se destacou na época por sair completamente do contexto padrão do momento, que trazia sempre famílias em suas tramas. Seinfeld inovou quando mostrou um grupo que não desgrudava por nada, mesmo não tendo laço algum de sangue correndo nas veias. Outro fator diferenciado da série é seu aspecto incorreto, ela não servia para dar nenhuma lição de moral ou evoluir seus personagens, apenas para fazer rir muito de tudo.
O episódio final da série é o 3º mais assistido de todos os tempos, com uma audiência de quase 77 milhões de expectadores. Jerry Seinfeld, idealizador da série, ainda é considerado um dos maiores comediantes de todos os tempos. Outra personalidade que ‘nasceu’ na série e tem grande destaque até hoje é Julia Louis-Dreyfus, a grande estrela de produções como The New Adventures of Old Christine e Veep.
Considerada uma das séries mais longas da TV, Cheers foi transmitida entre os anos de 82 e 93, tendo a impressionante marca de 270 episódios e um spin-off igualmente longo, adorado e premiado, retratando um de seus personagens. Lendo isso é até curioso relembrar que a série quase foi cancelada e não teve um grande impacto em suas 3 primeiras temporadas.
Acontece que o status da série mudou e a sua longevidade é prova do amor dos fãs pela produção. Com uma música tema bastante marcante, que já foi referenciada em séries mais recentes como Friends e HIMYM, o enredo se passava todo no bar que deu nome ao seriado, onde o pessoal sentava pra conversar, beber, reclamar e contar fatos insanos de suas vidas.
Ela também agregava dramas românticos no meio de tanta comédia e fazia as pessoas ficarem assistindo como se fosse uma novela, pensando em como seriam os acontecimentos seguintes das pessoas que apareciam na série, algo que, por incrível que pareça, não acontecia muito em produções daqueles tempos.
Preciso falar que essa é, definitivamente, uma das minhas favoritas de todos os tempos. Para quem gosta do estilo de esquetes do Casseta & Planeta, vale lembrar que TV Pirata é praticamente a mãe da série que imortalizou o eterno Bussunda e sua trupe.
Foi uma das primeiras séries brasileiras ao levar o nonsense ao extremo e fazer sátira de absolutamente tudo, principalmente dos comerciais de TV, cujas paródias me fazem rir alto até hoje. TV Pirata foi o berço de grandes nomes da tela e do teatro do país, incluindo o hilário e recém falecido Guilherme Karan.
Com esquetes rápidas, desconexas e absurdas, a série foi pioneira no estilo entre os anos de 88 e 92, tendo 4 temporadas que inovaram o formato de humor que era feito por aqui. Mesmo que não tenhamos mais um estilo de programa como a TV Pirata, temos que registrar o legado que ela deixou.
Como esquecer da série animada que mais revoltou o pessoal ao seu (não) final? Criada em 83 por três gigantes da área, toda a saga do grupo de crianças que vivia na tutela dos aprendizados do Mestre dos Magos foi criada em volta de jogadas feitas por um grupo de amigos em jogos de RPG. Eles anotavam o que haviam feito e, ao final do jogo, escreviam um roteiro.
Seus 27 episódios – e especialmente um que não está nessa lista, que é justamente o final – são comentados até hoje, e foram transmitidos aqui no Brasil em 86, no extinto Xou da Xuxa. A maior polêmica em torno dos desenhos é o fato de a produtora não ter comprado o episódio final, e toda e qualquer justificativa para isso não ter se consolidado com o tempo.
Alguns dizem que, na realidade, isso se dá pelo final ser muito cruel, afinal no momento em que as crianças passam para uma outra dimensão, na verdade elas morrem, e aquele ambiente que elas estão seria nada mais, nada menos, que o inferno.
Deixando as teorias de lado, não dá pra negar que todo o falatório em volta disso tudo só faz aumentar e manter a fama da série diante do seu legado de admiradores.
Muito mais que uma série famosa, Anjos da Lei trouxe à tona uma das figuras mais comentadas do cinema atual, Johnny Depp. Com 5 temporadas, que foram exibidas entre os anos de 87 e 91, a série foi inspirada em um programa de abordagem da polícia que realmente acontecia naquela época.
Sempre que era feita a denúncia sobre algum jovem infrator, um grupo da polícia se passava por alunos do colégio, com a intenção de se aproximar daquela pessoa e, assim, obter informações e provas que fossem contra ela, ou também evidências que a inocentasse.
Na linha de séries que acompanhamos frequentemente, cada episódio começava com uma investigação. O sucesso da série foi tão grande na época que a Fox chegou a disponibilizar um telefone para que a audiência pudesse ligar e denunciar crimes relacionados ao tema tratado no dia.
As mensagens transmitidas pela série acabaram virando determinantes para a formação dos adolescentes que a acompanhavam, o que acabou fazendo de Anjos da lei um sucesso em basicamente todos os países que foi transmitida.
Entre 85 e 92 a ABC transmitiu a série de um dos caras mais fodásticos de todos os tempos, o Chuck Norris dos anos 80, ele, que até hoje tem seu nome usado como adjetivo para caracterizar uma pessoa que é simplesmente ninja no que faz.
O protagonista dessa série homônima é um agente secreto que trabalha como um “resolvedor de problemas” para a Fundação Phoenix. O cara é cientista e, ainda por cima, prestou serviços na comentadíssima guerra do Vietnã. Com uma cabeça boa e um amplo conhecimento de armas e afins, ele tem as manhas de fazer qualquer coisa virar um objeto para ataque ou defesa. Ou seja, o cara é um MacGyver!
Gostando de um charminho pessoal, ele nunca fala qual é o primeiro nome dele, embora a gente descubra essa informação na última temporada. Tudo que a gente precisa saber sobre ele é que não há problema nenhum que ele não possa resolver.
A Gata e o Rato
Mais uma ‘filha’ da ABC, essa série é uma mistura de comédia, drama e romance que trás como um dos protagonistas ninguém menos que o charmosíssimo Bruce Willis.
Suas 5 temporadas foram ao ar entre 85 e 89 e formam uma trama que até hoje é lembrada por muitos como um clássico das séries de detetives.
O enredo trata de uma modelo de sucesso que toma uma rasteira de seu empresário e perde toda sua grana, a única coisa que foi deixada para ela, além da casa que ela morava, foi uma decadente agência de detetives que era comandada por David Addison que logo a convence de virar sócia dele e dar um up na agência.
Assim como veríamos em produções como Bones, tempos mais tarde, os diálogos picantes e implícitos e a eterna tensão sexual entre os personagens eram a cereja no topo do bolo da série, e a ansiedade em saber se eles se tornarão ou não um casal (e como isso se dará) foi um dos fatores do sucesso do seriado.
Armação Ilimitada
A série brasileira teve 40 episódios e foi uma aposta da Globo entre os anos de 85 e 88.
Juba e Lula são dois apaixonados por surf e esportes radicais em geral que levaram à tela a verdadeira definição do termo “viver de bico”. Armação ilimitada nada mais é que o nome da empresa deles, que realiza armações em geral, seja onde for.
Eles dividem o apartamento com duas pessoas, uma delas é Zelda Scott, interpretada pela impagável Andréa Beltrão. O fato é que os dois são apaixonados por ela, e ela não sabe com qual dos dois quer ficar, então namora os dois até se decidir.
Pra aumentar a bagunça, Bacana, um menino órfão, passa a morar no apartamento com eles também. No fim das contas, eles acabam meio que virando uma pequena família, com todos os dramas vividos, os problemas financeiros e, acima de tudo, muita diversão.
Exibida aqui em terras brasileiras pela TV Record, a série começou em 82 e sua quarta e derradeira temporada foi ao ar em 86.
O maior trunfo da série, sem dúvidas, foi incluir um carro como personagem da produção, o que atraiu uma audiência grande na época. O enredo é um tanto quanto interessante!
O protagonista foi traído por sua parceira em uma missão, e leva um tiro que deixa seu rosto desfigurado. A parada é que um cara mega milionário resgata ele e o leva pra um cirurgião que engata a tarefa de arrumar a bagunça e resolve reconstruir na face dele o rosto de seu filho renegado. Assim, dado como morto, ele ressurge novo em folha pra uma nova vida.
A Fundação para Lei e Governo resolve dar uma ajudinha pra ele voltar a trabalhar, oferecendo a ele uma nova arma no combate ao crime. Sim, ela, a super máquina! Um carrinho bem fodástico e praticamente indestrutível que tem, ainda por cima, uma tecnologia que permite que o bonito até fale!
Mano, sério! Dá pra acreditar que a saga do Jaspion durou apenas uma temporada? Entre 85 e 86 foram transmitidos os 46 episódios desse clássico!
O sucesso de Jaspion é praticamente inexplicável, o que fez com que a série gerasse o fuá que gerou é difícil de entender, uma vez que zilhões de produções do mesmo estilo eram exibidas freneticamente no mesmo tempo que ela.
A série fala de um tipo Harry Potter japonês, um moleque que sobreviveu a uma parada sinistra e, assim criou-se a lenda de que ele era destinado a salvar geral das forças do mal.
Ele acaba sendo adotado e criado por um profeta chamado Edin, que bota fé que Jaspion é predestinado a se tornar um lendário guerreiro. Já adolescente ele aprende mais sobre sua missão e, com a ajuda de seu pai adotivo, ganha uma penca de equipamentos pra ajuda-lo a se defender de tudo que enfrentará.
A parada é a seguinte, o que ele tem que fazer, o que é o destino dele, é encontrar pedaços da bíblia galáctica, que estavam espalhados por todo universo, e destruir o império de Satan Goss.
Na sua busca pelos fragmentos da bíblia, ele vai ganhando novos aliados e viajando por aí com sua famosa nave Daileon.
A série que (para noooooooossa alegria) voltou pelas abençoadas mãos da Netflix era conhecida pela geral daqui como “Três é Demais”. Na TV aberta ela já passou na Globo (na época da TV Colosso) e, bem mais recentemente, pelo SBT, quando cobriu o horário de exibição de Um maluco no pedaço entre 2013 e 2014.
Exibida originalmente em 87, foi esse o seriado que fez o mundo conhecer as irmãs Olsen (que não voltaram pro revival da plataforma de vídeos mais linda de nosso Senhor).
Indo no sentido oposto de um padrão de família tradicional, Full House mostra um pai que fica viúvo, e com três filhas pra cuidar. Ele acaba dividindo essa tarefa com seu cunhado e também com seu melhor amigo. Na série as gêmeas Olsen interpretavam o mesmo papel, que era da caçula Michelle, elas tinham que revezar na interpretação por causa do tempo de gravação, que era longo, e havia severas leis pra participação de atores mirins na série.
A série tem muitas indicações e premiações, mas a galera da produção passou muito perrengue para fazer com que Full House conseguisse sobreviver por lendárias 8 temporadas, uma vez que várias vezes ela foi ameaçada de cancelamento.
A prova de que ela ainda mora no coração de muita gente foi o trabalho da Netflix em resgatar a produção, que deixa um sabor de nostalgia pra quem viu a original, mas pode ser acompanhada e deliciada tranquilamente por quem está começando a ouvir família nessa família agora.