A esperança de um planeta num filme de ação que emociona mesmo sendo repleto de clichês. Muito longe de trazer enormes reflexões físicas precisas, com licenças poéticas por todos os lados, clichês amontoados em cima de clichês, 25 anos atrás chegava aos cinemas, com um orçamento girando na casa dos 140 milhões de dólares, um blockbuster cheio de peculiaridades mas que caiu nas graças de muitos corações cinéfilos. Dirigido por Michael Bay, e tendo como um dos roteiristas J. J. Abrams, Armageddon apresenta sua trama apocalíptica de maneira grandiosa, cheia de cenas de ação tendo como plano de fundo relações interpessoais conflitantes, principalmente entre pai e filha.
Na trama, 65 milhões de anos depois da extinção dos dinossauros, um meteoro com o poder de milhares de bombas atômicas está em rota de colisão com nosso planeta. Com poucos dias para o impacto com a Terra, A NASA entra em desespero e sem tempo para planos mais elaborados, resolvem chamar um exímio perfurador, chamado Harry (Bruce Willis), e sua equipe para treiná-los e os enviarem para o espaço com a esperança de colocarem uma bomba no meteoro e esse se romper, não atingindo a terra. Assim, vamos vendo subtramas bem direcionadas ao protagonista e seus conflitos com a filha Grace (Liv Tyler) e o novo amor dela, o melhor integrante de sua equipe, A. J. (Ben Affleck). Quando a equipe chega lá em cima, à bordo das naves Freedom e Independence, percebem que a tarefa será bem mais difícil do que imaginaram.
Com filmagens realizadas em apenas 16 semanas, algo bem complexo para um filme cheio de variáveis, Armageddon segue seu caminho dando ênfase aos conflitos que guiam a narrativa para um clímax marcante, mesmo com situações completamente fora de qualquer realidade. Problemas interpessoais entre os militares e os civis, problemas na transferências de combustíveis de uma estação espacial russa, o curto período de treinamento… fora que as mentes mais brilhantes do mundo parecem terem tomado a decisão mais difícil: levar pessoas não treinadas ao espaço em vez de orientar quem pelo menos tem experiência no espaço. Observações à parte, o drama familiar, os ruídos de comunicação entre pai e filha, buscam seu destaque. A relação conturbada entre eles ganham vários elementos guiados pelas emoções, inclusive alguns ligados à fé e a esperança. É possível se emocionar com esse filme, mesmo com as redundantes sequências com bandeiras americanas ao fundo, como se só os Estados Unidos fossem capaz de salvar o mundo.
O filme teve locações na própria NASA: aquelas piscinas cheias de galões de água (para ambientar as condições espaciais), além de alguns trajes espaciais reais, filmagens em plataformas reais de lançamentos. E por falar em agência espacial, críticas às verbas destinadas as pesquisas espaciais, algo que ficou em segundo plano numa época longe do epicentro da corrida espacial, também ganham seu espaço, camuflada pela ação desenfreada.
Esse rentável blockbuster é um projeto que tem um ponto importante, é um dos poucos que tem uma canção que em fração de segundos te faz lembrar logo do filme. I Don’t Want to Miss a Thing, escrita pela compositora californiana Diane Warren se tornou um mega hit tocado nas rádios (leia-se também streamings de músicas) até hoje.
E pra finalizar, que saudades do Bruce Willis salvando o mundo! O ator foi diagnosticado recentemente com demência frontotemporal, fato que comoveu o planeta e causou sua aposentadoria. Que Bruce fique bem!
Pra quem ainda não viu, ou ficou com vontade de rever Armageddon, o filme está disponível no catálogo da Star Plus.