Sinopse: Um pai de família trabalha como motorista de um candidato político. Quando o tal político comete um crime de trânsito, convence seu empregado a assumir a culpa e ir para a cadeia em troca de uma boa quantia em dinheiro.
O título 3 Macacos (Üç maymun) faz referência à universal imagem dos três primatas, cada um tampando os olhos, os ouvidos ou a boca. A mensagem do filme é exatamente essa: mostrar aquilo que todos fingem não ver e não ouvir e que, portanto, não é comentado.
Além da prisão arranjada do pai da família, os outros membros acabam assumindo o papel dos outros dois símios. A mãe começa um caso de adultério e não disfarça muito bem, e o filho também não se esforça em parecer um trabalhador. Os momentos de maior enganação são as visitas que o filho faz ao pai na cadeia.
O filme agradará aos cinéfilos que acompanham o chamado circuito de arte e ganhou o prêmio de Melhor Direção em Cannes. Realmente, belos quadros podem ser apreciados no decorrer da sessão, com a ajuda de uma direção de fotografia encantadora. Normalmente elogios são desferidos a essa área pelo bom uso da luz, mas nesse caso ocorre o oposto e o uso da sombra é o maior mérito.
A escolha de uma câmera fixa em diálogos que deveriam ter grande carga emotiva é estranha. Comumente, closes são explorados para intensificar a emoção em tais seqüências. Remando contra a maré, a câmera fica totalmente parada e distante.
Outra característica marcante é o andamento arrastado de 3 Macacos. Se, por um lado, é possível apreciar melhor os belos quadros já comentados, o ritmo lento pode provocar uma angústia incontrolável em quem estiver interessado em mais ação.
Crítica por: Edu Fernandes
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