A romancista britânica Jane Austen, conhecida por inúmeros títulos que entraram para a lista das obras mais ovacionadas da literatura, tinha como principais estilos a crítica à sensibilidade da segunda metade do século XVIII, além de calcar o caminho transitório para o realismo literário do século XIX, utilizando ironia, humor e comentários sociais para analisar o funcionamento da sociedade inglesa da época.
Para celebrar seu contínuo legado tanto na literatura quanto no cinema e na televisão, separamos uma breve lista com cinco adaptações de seus romances que merecem ser conferidas pelos fãs de drama de época.
Confira abaixo:
RAZÃO E SENSIBILIDADE (1995)
Direção: Ang Lee
Considerada uma das releituras mais ovacionadas dos escritos de Austen, ‘Razão e Sensibilidade’ tornou-se um sucesso crítico e comercial. Dirigido por Ang Lee, o longa-metragem trouxe no elenco nomes como Emma Thompson (que também ficou responsável pelo roteiro e inclusive ganhou um Oscar por seu impecável trabalho) e Kate Winslet.
Na trama, uma viúva e as três filhas passam a enfrentar dificuldades financeiras após a morte do patriarca da família, pois praticamente toda a herança foi para um filho do primeiro casamento, que ignora a promessa feita no leito de morte de seu pai que ampararia as meias-irmãs. Neste contexto, enquanto uma irmã prática (Thompson), usando a razão como principal forma de conduzir as situações, a outra (Winslet) se mostra emotiva, sem se reprimir nunca com uma sensibilidade flor da pele.
MANSFIELD PARK (1999)
Direção: Patricia Rozema
O drama cômico-romântico ‘Mansfield Park’ (ganhando o título de ‘Palácio das Ilusões’ no Brasil) não é tão conhecido, mas merece maior atenção por parte do público pela ousadia em incorporar elementos fora da obra homônima de Austen à narrativa – fazendo referências à vida da própria autora e também a temáticas como escravidão e plantações. Encabeçado por Patricia Rozema, o longa trouxe ao elenco nomes como Frances O’Connor, Jonny Lee Miller e James Purefoy.
ORGULHO E PRECONCEITO (2005)
Direção: Joe Wright
‘Orgulho e Preconceito’ é um dos títulos mais famosos da extensa carreira de Austen e é considerado por muitos especialistas como sua magnum opus. A versão mais recente da adaptação foi lançada em 2005 pelas habilidosas mãos de Joe Wright, fazendo jus ao romance original e consagrando uma das maiores estreias cinematográficas da contemporaneidade.
A trama acompanha Elizabeth Bennett (Keira Knightley), que vive com a mãe, o pai e as quatro irmãs na zona rural da Inglaterra. Por ser a filha mais velha, ela enfrenta uma crescente pressão de seus pais para se casar. Quando Elizabeth é apresentada ao belo e rico Darcy (Matthew Macfadyen), faíscas voam. Embora haja uma química óbvia entre os dois, a natureza excessivamente reservada de Darcy ameaça a relação.
AMOR & AMIZADE (2016)
Direção: Whit Stillman
‘Amor & Amizade’ se tornou uma das grandes surpresas de 2016 e foi comandado por Whit Stilman, conhecido por seu trabalho nos filmes ‘Barcelona’ e ‘Metropolitan’. Aclamado pela crítica arrecadando nada menos que sete vezes seu orçamento, a adaptação entrou para a lista das melhores das obras de Austen e contou um elenco estelar formado por nomes como Kate Beckinsale, Chloë Sevigny, Xavier Samuel, Stephen Fry e outros.
Baseado no romance epistolar ‘Lady Susan’, lançado em 1794, o drama cômico acompanha a bela Susan Vernon (Beckinsale), que foge das fofocas sobre seus casos amorosos buscando refúgio na fazenda dos antigos cunhados. Lá reflete sobre a vida e decide arranjar um novo marido para si e um bom pretendente para a filha, Frederica (Morfydd Clark).
EMMA. (2020)
Direção: Autumn de Wilde
‘EMMA.’ gira em torno da heroína titular, uma verborrágica e rica jovem pertencente à família Woodhouse que não filtra o que lhe passa à mente e não pensa duas vezes antes de exprimir o que acha sobre determinado assunto – substancialmente quando esses assuntos envolvem seu pai, suas irmãs, sua amiga mais próxima e um charmoso e cínico galã que a tira do sério. Emma é revestida pela presença instantânea de Anya Taylor-Joy, que volta a provar sua versatilidade com um papel bem distinto dos outros filmes que estrelou; na verdade, a atriz emerge no longa-metragem em uma rendição inesquecível, encarnando o cantado sotaque britânico da era regencial e afastando-se por completo dos estigmas de ‘A Bruxa’ e ‘Fragmentado’.
A adaptação recebeu diversos elogios por parte da crítica especializada, que comentou acerca da química do elenco e da capacidade da roteirista Eleanor Catton em administrar com proeza os principais elementos do romance original. Apesar de não ter feito um gigantesco sucesso financeiro, a produção conquistou duas indicações ao Oscar e uma indicação ao BAFTA.