A dor do desaparecimento de um filho é algo imensurável. Buscando recortes sobre olhares de mães em relatos profundos sobre desaparecimentos, algumas produções chegam ao seu ponto alto de reflexão através da dor dos parentes. Pensando sobre esse assunto, reunimos 5 filmes que nos mostram olhares para mães em busca de filhos desaparecidos.
Existo porque resisto. Ruído, longa-metragem mexicano dirigido pela cineasta Natalia Beristain é quase um filme denúncia, uma obra que abre o olhar para a violência, para a repressão policial, para a corrupção, todo esse contexto gira em torno de uma trama que nos mostra a incansável busca de uma mãe por informações sobre sua filha desaparecida. Ao longo dos intensos 105 minutos de projeção somos testemunhas de relatos aterrorizantes, de sofrimentos imensuráveis, de absurdos e incertezas que a protagonista encontra pelo caminho. O título não poderia ser mais certeiro, Ruído, aqui no sentido de algo desagradável, com um olhar para dentro, na mistura de sentimentos conflitantes e desesperadores nas dores de uma mãe. No papel principal, a experiente atriz mexicana Julieta Egurrola, mãe da diretora do filme.
Na trama, voltamos no tempo indo para um recorte importante na Argentina, em meados da década de 80 onde logo após um regime bruto de ditadura imposta no país, um promotor chamado Julio César Strassera (Ricardo Darín) tem a missão de juntamente com um grupo de jovens advogados liderar uma equipe de julgamento onde precisam reunir provas suficientes para condenar militares que impuseram o terror na população durante os tempos de ditadura. Strassera contará principalmente com a ajuda de outro promotor público, Luis Moreno Ocampo (Peter Lanzani). Durante todo os meses que cercaram o início, meio e fim do julgamento, sem poderem contar muito com a polícia, que em grande parte era a favor dos militares, os promotores sofrem ameaças e tem a rotina completamente abalada mas sem nunca deixarem de acreditar na importância do que faziam.
A força maternal numa busca imprevisível pela verdade. Premiado no Festival de Gramado e de Vitória, o novo longa-metragem do cineasta Cristiano Burlan, A Mãe, nos leva até a periferia da maior cidade do país onde somos guiados para momentos de tensão, dor, sofrimento, de uma busca desesperada de uma mãe por um filho que desapareceu do dia para noite e se vê em conflitos com vários lados de uma violência constante. No papel principal, a premiada atriz brasileira Marcélia Cartaxo mais uma vez comove o espectador com uma atuação emocionante.
Cicatrizes
Na trama, conhecemos a costureira, amargurada, Ana (Snezana Bogdanovic) que vive dias pacatos e distantes em pensamentos ao lado do marido Jovan (Marko Bacovic), um segurança do turno da madrugada em empresa, e da filha universitária Ivana (Jovana Stojiljkovic). Ana persegue faz quase duas décadas alguma informação sobre o filho que lhe fora tirado 18 anos atrás na maternidade. Sozinha nessa busca, precisa enfrentar o olhar desconfiado de todos ao seu redor até que uma luz surge em meio a esse caos emocional.
Na trama, conhecemos Edmond (James McAvoy), um homem que após ser avisado que seu filho, do primeiro casamento, desapareceu larga tudo e vai até o local onde o garoto vive com a ex-esposa Joan (Claire Foy) e o padrastro Frank (Tom Cullen). Aos poucos ele vai percebendo que tem algo estranho na investigação e ele resolve por conta própria reunir as peças do quebra cabeça que vai encontrando pelo caminho.