The Good Place é uma série americana produzida pelo canal NBC desde 2016. Também exibida na Netflix, conta com uma história interessante e original. Mesmo não tão famosa e popular no Brasil como outras produções, vale muito a pena assistir por diversos motivos. Atualmente com duas temporadas lançadas e um total de 26 episódios, The Good Place tem vários pontos notáveis e que motivam as pessoas a acompanhar a história que se passa em um local equivalente ao céu.
É possível citar vários exemplos de motivos para assistir The Good Place, como:
– Originalidade
Uma mulher que teve atitudes no mínimo questionáveis durante toda a sua vida morre, vai para o céu por engano e tem que fazer o possível para se passar despercebida entre os seres que de fato pertencem ao Paraíso, caso contrário ela será transferida para onde de fato merece, o inferno (The Bad Place, na série). Esta premissa poderia muito bem se assemelhar a alguma história de mangá ou anime, mas pertence a uma série americana, em live-action, com atores de carne e osso.
A ideia de ponto de partida de The Good Place é algo muito novo e foge de inúmeras produções clichês, independentemente da mídia ou local de origem. Isso faz com que seja difícil prever o que pode acontecer mais à frente. Toda a estrutura narrativa é algo pelo qual as pessoas não estão acostumadas a acompanhar e isso gera uma curiosidade em assistir aos episódios seguintes.
– Roteiro
A premissa da série é muito interessante, mas não seria o suficiente para se sustentar se o roteiro não fosse bem escrito ao longo da história. Pelo desenrolar dos acontecimentos, o público tende a acreditar que o arco principal e, consequentemente, a série está próxima do fim, porém, o roteiro usa artifícios muito inteligentes que inverte toda a perspectiva dos personagens e do público, e cria novas situações, fazendo com que The Good Place expanda seu universo mesmo que em um primeiro momento pareça que toda a história será curta.
Principalmente na primeira temporada são muitos acontecimentos que fazem com que a história se desenvolva rapidamente e mesmo assim os roteiristas conseguem fazer com que ela se desdobre ainda mais e surpreenda a todos de diversas formas. Eles exploram diversos pontos e assim dão continuidade à história de um modo primoroso.
– Levanta questões éticas e morais
O que de fato é ser uma pessoa boa?
The Good Place levanta muito bem essa questão e coloca em cheque algumas atitudes que para muitos podem parecer inofensivas, mas que na verdade prejudicam outras. Mesmo que não sejam ações más de fato, podem fazer mal a terceiros, por mais – supostamente – do bem que o indivíduo seja. Além disso, “fazer o bem” a outros, porém, com motivações erradas e desonestas também é sinal de que o caráter da pessoa seja questionável. O que é ser bom? The Good Place retrata bem isso, mesmo que de modo leve, sem aprofundar muito para que não fique um tema pesado, visto que a série tem uma pegada muito leve e acessível a todo o tipo de público.
– Diversidade
The Good Place tem algo incomum que é a diversidade étnica em seu grupo principal. Por mais que você não se importe com isso, muitas pessoas tem uma maior facilidade para se identificar e ter uma relação maior com uma série ou filme se neles estiverem personagens visualmente parecidas. Sim, o que importa de fato é se a história é boa (e ela é). Sim, a protagonista é uma branca loira americana, mas ainda assim temos à sua volta um africano, um descendente de asiático e uma europeia. Isso não é gratuito e faz todo o sentido dentro do contexto da série, visto que no céu há pessoas de todos os países e etnias possíveis.
– Janet
Por falar em personagens, eles são bem construídos, com um maior destaque para Eleanor (Kristen Bell), Chidi (William Jackson Harper) e Michael (Ted Danson). Porém, quem rouba a cena sempre que aparece é Janet (D´Arcy Carden). Ela tem um tipo de humor muito diferente dos demais e sempre brilha quando é acionada. É impossível não ficar com “Not a robot” na cabeça sempre que alguém a chama desta forma. Seus momentos são muito engraçados e seu relacionamento com os personagens do quinteto principal é muito bom, principalmente com Jason, o que gera situações hilárias.
Ao longo da série, vemos que Janet não é única e sua contraparte protagoniza cenas tão boas quanto e em situações e contextos opostos ao qual nos acostumados com a Janet principal que acompanhamos desde o início.
– Humor diferente
A série pode ser considerada de comédia, porém, ela não utiliza punchlines, não é um tipo de produção para ver e gargalhar como Two and a Half Man ou Eu, a Patroa e as Crianças, por exemplo. Seu humor é sutil e tem todo o mérito oriundo do roteiro. Algumas piadas são subjetivas e passam sem o público perceber. A série atrai e cativa muito mais pela história em si do que as piadas explícitas, que são, ao mesmo tempo, bobas e inteligentes.
Desde que estreou há dois anos, The Good Place recebeu algumas indicações em premiações, o que é totalmente justificável. A terceira temporada está agendada para o dia 27 de setembro deste ano e a tendência é que aos poucos a série ganhe mais reconhecimento e se torne popular. De todo modo, se você ainda não conhece, vale a pena dar uma chance à série e assistir pelo menos os 13 episódios iniciais, que correspondem à primeira temporada. O início é fraco, mas ao longo da história você se prende totalmente a ela, culminando num dos melhores plot twists de uma séria dos últimos tempos.