terça-feira, abril 30, 2024

E aí, querido cinéfilo?! – Nossa Coluna de Entrevista | Parte 33: Celso Sabadin

Nessa vida temos encontros e desencontros. A internet veio para bagunçar isso tudo e para quem é esperto conseguir se aproximar de ídolos ou apaixonados por cinema que nunca teria a chance de conhecer os pensamentos se a distância entre os dois pontos não existisse, como é agora no planeta internet. Dividir curiosidades sobre o gosto cinéfilo é um grande exercício que todos nós cinéfilos adoramos descobrir. Esse especial chega exatamente para apresentar universos diferentes do seu mas sempre com um grande amor ao cinema como o seu.

Cineasta, escritor, mestre em Comunicações, publicitário, jornalista e foi crítico de cinema diversos veículo badalados. Nosso convidado de hoje é uma verdadeira enciclopédia cinéfila. Maior especialista vivo em MazzaropiCelso Sabadin, a quem eu carinhosamente chamo de Mestre Cinéfilo, está sempre pelas redes sociais comentando sobre uma variedade enorme de filmes e sobre o Corinthians. Querido cinéfilo, que eu nunca pude conversar pessoalmente mas tenho certeza que esse dia chegará. Com vocês, meu amigo, Celso Sabadin.

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

É o Reserva Cultural, que exibe grandes filmes (em sua maioria, europeus) contemporâneos que quase nunca decepcionam. É o tipo do cinema que nem precisa consultar a programação antes: é só chegar e escolher qualquer filme em exibição nas suas quatro salas. Quase nunca dá errado. Fora o café, o croissant de chocolate, a livraria e um “detalhe” que a maioria dos cinemas não leva em conta: o conforto da sala de espera.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

Rapaz, eu vou ao cinema desde tão pequeno que eu não lembro. Mas me lembro de um filme especial que eu vi no finado Cine Rivieira, perto aqui de casa, que me impressionou muito: foi Pinochio, da Disney, Principalmente na cena em que os meninos se transformam em burros. Fiquei semanas apavorado com aquilo, e com certeza eu não teria a mesma sensação se tivesse visto numa tela pequena.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Não deixe de assistir:

Muitas vezes me perguntam sobre isso, mas para mim é simplesmente impossível determinar um único diretor ou um único filme favorito. Não consigo. É muita gente boa, é muito filme bom, não tenho a capacidade de escolher um só. E se eu citar dez vou ser injusto com outros dez, e assim por diante. Desculpa, mas não sei responder… e isso vale para a próxima pergunta também (Qual seu filme nacional favorito e porquê?)… rsrs..  Aliás, tenho a maior dificuldade de fazer lista dos melhores filmes do ano, do dia, da década, do universo, sei lá. Tenho muita dificuldade com esta questão “competitiva” do cinema. Não consigo quantificar se uma obra de arte é “melhor” que a outra. Todas têm seu valor, cada uma a seu tempo, com seu estilo.

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

Respondida na pergunta anterior.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

É se deixar levar com prazer e arte por outros mundos, outros realidades, outras dimensões.

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Nããããããõ. A maior parte dos cinemas do mundo tem programação definida por quem entende de pipoca.

7)  Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Nunca. Já “mataram” o cinema nos anos 1950, quando inventaram a televisão; depois nos anos 1980, quando inventaram o VHS; depois em 1990 quando inventaram o DVD; depois em 2010 quando veio o VOD e agora em 2020 com a pandemia. E ele nunca morreu. Aliás, os primeiros a “matar” o cinema foram os próprios Irmãos Lumiére: em 1900, cinco anos depois deles mesmos terem inventado o cinema, eles decidiram parar de filmar. Alegando que tudo o que era possível filmar já havia sido filmado. E pararam mesmo.

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

Roma às 11 Horas, de Giuseppe de Santis.

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Não, nunca, jamais. Nada deveria abrir antes da vacina.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

A qualidade eu acho ótima. Chegamos a um nível de diversidade temática e capacidade produtiva muito boa, algo impensável para quem viu o cinema brasileiro “morrer” na Era Collor, no início dos anos 1990. O problema é aquele de sempre: a distribuição. Não adianta a gente fazer quase 200 longas por ano – como de fato estamos fazendo – para essa produção ficar entalada num sistema de distribuição e exibição dominado por políticas criminosas das multinacionais. Junte-se a isso, agora, a falta de políticas públicas deste antigoverno idiota, genocida, infantilizado, estúpido, preconceituoso, incompetente e podre em que estamos vivendo.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Atualmente, Kleber Mendonça Filho.

12) Defina cinema com uma frase:

Sonhar acordado.

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema.

Estava eu sossegadamente vendo um filme no cinema quando duas pessoas atrás de mim começaram a conversar em tom razoavelmente alto. Virei para trás e mandei o tradicional “psiiiu!”. O sujeito atrás de mim reclamou, indignado: “Psiu por que? Não tem ninguém falando na cena agora!”. Fiquei abismado com a percepção de um tipo de público que acha que, se não há diálogos em determinada cena, nada de importante está acontecendo de fato naquele momento do filme.  É a “visão telenovelística” de parte do nosso público.

14) Defina ‘Cinderela Baiana’ em poucas palavras…

A sublimação de um mito.

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