A franquia Batman dirigida por Christopher Nolan, também conhecida como a aclamada trilogia Cavaleiro das Trevas, é um marco no cinema, especialmente para os fãs do herói. Composta por três filmes lançados entre 2005 e 2012, a série é amplamente reverenciada por sua abordagem realista e sombria do Batman, um retrato mais introspectivo e complexo do Cavaleiro das Trevas.
No entanto, apesar da popularidade desses filmes, há um “quarto filme” dessa franquia que permanece desconhecido para grande parte do público: a animação Batman: Gotham Knight.
Lançada em 8 de julho de 2008, Batman: Gotham Knight foi um projeto nipo-americano que se passa entre os eventos de Batman Begins (2005) e Batman – O Cavaleiro das Trevas (2008), funcionando como uma espécie de ponte narrativa entre os dois primeiros filmes de Nolan. Embora os longas-metragens tenham sido imensamente populares, a animação passou despercebida por muitos, talvez devido ao fato de não ser um filme de live-action, mas sim uma coletânea de seis curtas-metragens que exploram diferentes facetas do Batman de Christian Bale.
O filme de animação foi lançado duas semanas antes da estreia de O Cavaleiro das Trevas, um movimento estratégico para expandir ainda mais o universo cinematográfico do herói e preparar o terreno para a continuação.
De acordo com o site Screen Rant, a trama de Batman: Gotham Knight é uma exploração do desenvolvimento do Batman de Nolan entre os dois filmes em live-action. A animação mostra como o herói se aprimorou em suas técnicas de combate e investigação, adquirindo experiência e aumentando sua notoriedade no mundo do crime de Gotham. Ao longo dos seis curtas, o Batman é visto enfrentando uma série de vilões que não apareceram nos filmes de Nolan, como o Killer Croc e o Pistoleiro, ampliando ainda mais o universo de Gotham e suas ameaças. Embora esses vilões não tenham sido explorados nos filmes de live-action, a animação dá a eles um contexto que enriquece a mitologia do Cavaleiro das Trevas.
A animação, que mescla influências do estilo japonês com o universo ocidental do herói, apresenta uma diversidade visual impressionante. Cada curta foi produzido por um estúdio diferente, o que resulta em estilos de animação variados, mas com uma coesão narrativa que leva o espectador a entender melhor a evolução do Batman e sua jornada antes dos eventos de O Cavaleiro das Trevas. Apesar de a animação não ser essencial para compreender a trilogia principal de Nolan, ela oferece uma camada adicional de contexto e aprofundamento para os fãs mais dedicados da série. Os produtores, no entanto, destacaram que as histórias presentes em Batman: Gotham Knight não são cruciais para a trama dos filmes, podendo ser apreciadas de forma independente.
Uma das principais diferenças entre Batman: Gotham Knight e os filmes de Nolan é a ausência de sua participação direta na produção da animação. Isso dá ao projeto uma sensação distinta, já que, embora a animação compartilhe o mesmo Batman de Christian Bale, a estética e o tom são diferentes. O fato de Nolan não estar envolvido permitiu uma abordagem mais flexível na maneira como o herói e seu universo foram retratados, sem as restrições e o realismo característicos dos filmes de live-action. No entanto, apesar dessas diferenças, a animação manteve a canonicidade do Batman de Bale, o que permitiu que os fãs vissem uma versão do herói em um contexto mais dinâmico e aberto a diferentes interpretações visuais.
Em relação aos personagens, Batman: Gotham Knight apresenta os mesmos rostos conhecidos dos filmes de Nolan, mas com uma grande diferença: todos os personagens principais são dublados por atores diferentes. O próprio Batman, por exemplo, é interpretado por Kevin Conroy, um ícone no universo das animações do Batman, especialmente por seu trabalho em Batman: The Animated Series. A escolha de Conroy para dar voz ao Cavaleiro das Trevas não é surpresa, considerando sua vasta experiência e sua estreita ligação com o personagem no mundo das animações, mas ela adiciona uma camada interessante à interpretação do Batman em Gotham Knight. Embora Christian Bale tenha sido o Batman de live-action, Conroy conseguiu capturar a essência da versão de Nolan, ao mesmo tempo em que imprimia sua própria interpretação vocal ao herói.
Apesar de não ter sido lançado nos cinemas, Batman: Gotham Knight teve um desempenho financeiro impressionante, arrecadando US$ 8,5 milhões apenas com vendas domésticas de DVD e Blu-ray. Isso foi feito com um orçamento modesto de US$ 3 milhões, o que é um excelente retorno para uma animação que, à época, não teve o mesmo tipo de divulgação maciça que os filmes de live-action. Além disso, a animação foi bem recebida pela crítica, conquistando 75% de aprovação no Rotten Tomatoes, o que atesta sua qualidade e sua importância dentro da franquia, mesmo que tenha sido ofuscada pelo sucesso dos filmes de Nolan.
Em resumo, Batman: Gotham Knight representa uma parte importante, mas muitas vezes ignorada, do legado da trilogia de Christopher Nolan. A animação expande o universo de Gotham e do Cavaleiro das Trevas de uma maneira única, oferecendo aos fãs uma oportunidade de ver o Batman de Christian Bale em novas aventuras e situações, além de fornecer um olhar interessante sobre a evolução do herói entre Batman Begins e O Cavaleiro das Trevas. Para aqueles que não tiveram a chance de assistir, Batman: Gotham Knight é uma obra que vale a pena ser redescoberta, pois oferece uma visão alternativa e enriquecedora do Batman de Nolan, além de ser uma curiosidade valiosa para os fãs do herói.
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