domingo , 22 dezembro , 2024

A Importância do Figuro no Cinema

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“O vestuário é comunicação, além de cobrir o corpo da nudez”, afirmou Umberto Eco em uma de suas reflexões.

Em nosso primeiro especial de uma série que contará com a análise dos diversos setores de uma produção cinematográfica, excursionaremos pela seara dos figurinos.  Imagine uma cena épica, estilo Roma ou Grécia Antiga. Imaginou? De repente, no espaço cênico, surge um personagem utilizando calça jeans, camiseta dos Rolling Stones e uma mochila Adidas. Algo estranho, não concorda? Se a trama for uma das tantas histórias de viagem no tempo, tudo bem, mas se não for, temos a prova cabal da necessidade deste setor no âmbito de uma produção cinematográfica.

O figurinista é o profissional que cuida das roupas e acessórios, tendo em vista sempre as necessidades do roteiro e o orçamento de um filme. A leitura do roteiro e a intensa pesquisa são elementos basilares para a realização da função. Parte integrante do departamento de arte, os responsáveis pelo figurino precisam estar alinhados com a cenografia do filme, atentos sempre ao que compõe a narrativa (cores e iluminação).



Segundo a jornalista e assistente de figurino Sarina Sena, “a gente vasculha todas as informações possíveis sobre o personagem”. Sendo assim, entende-se que é preciso ver fotos, filmes, acessar a internet, procurar em revistas, etc. Com todos estes elementos selecionados numa pasta, “é feita uma reunião com o diretor de arte”, e, caso tudo seja aprovado, os envolvidos partem para a produção.

As roupas podem ser encontradas em brechós, bazares, lojas ou feitas especialmente para a produção. Tudo depende do orçamento. O que não se pode esquecer é que o figurino precisa se ater aos seguintes fatores: tempo-espaço (localidade geográfica e época) e o perfil (físico e psicológico) do personagem.

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Palavras-chave da área: indumentária e vestuário. É preciso ressaltar que indumentária e vestuário não são as mesmas coisas. O vestuário é o conjunto de peças de roupa que se veste, enquanto a indumentária é todo o vestuário em relação à época ou a um povo retratado. Pequenos detalhes, mas que durante a produção, fazem toda a diferença, afinal, como uma produção cinematográfica é fruto de um trabalho urdido em grupo, todos precisam “falar a mesma língua”.

Curiosidade: a premiação anual do Oscar incluiu esta categoria em 1948. Inicialmente eram duas subcategorias: Melhor Figurino em Preto e Branco e Melhor Figurino Colorido, mas em 1957, a divisão foi abandonada e continua até hoje como Melhor Figurino, independente da fotografia do filme.

Aprenda mais sobre figurinos através de alguns filmes bem populares.

 

01 – Moulin Rouge – Amor em Vermelho

Em Moulin Rouge – Amor em Vermelho, de Baz Lurhmann, Satine (Nicole Kidman), principal cortesã da casa noturna parisiense teve os seus figurinos desenhados cuidadosamente por Angus Strathie e Catherine Martin, pois era preciso transmitir a miscelânea metalinguística através da imagem do personagem, uma espécie de “Marlene Dietrich, Marilyn Monroe e Madonna”.

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02 – Halloween H20 – Vinte Anos Depois

Em Halloween H20 – Vintes Anos Depois, de Steve Miner, a personagem de Jamie Lee Curtis muda de nome e cidade para fugir dos traumas do passado, marcado pela morte de toda a sua família pelo psicopata Michael Myers. Durante todo o filme, o seu figurino está conectado com a discrição, sempre com a união do branco mesclado com marrom ou cinza, sem excessos, pois qualquer elemento mal conectado não dialogaria com o perfil depressivo da personagem.

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03 – As Horas

O mesmo ocorre com Nicole Kidman, Meryl Streep e Julianne Moore em As Horas. Além das cores discretas dos personagens, os colares e pulseiras utilizados por Meryl Streep numa cena de discussão atendem bem a sua tarefa: passar para o espectador o seu nervosismo diante das pressões de um jantar com presenças simbólicas na vida de todos os envolvidos em seu ciclo. Sacolejados através de gestos expressivos, o som dos adereços são bastante expressivos para a compreensão do trecho.

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04 – Disque M para Matar

Em Disque M Para Matar, de Alfred Hitchcock, a protagonista interpretada por Grace Kelly adentra na narrativa com vestidos de cores vivas, mas ao passo que o filme avança, as cores mudam, assim como o perfil psicológico da personagem, ciente que o seu marido, ao descobrir que estava sendo traído, encomendou assassinato da esposa. A lista, caro leitor, é extensa. São muitos filmes memoráveis e a vontade é de trazer numerosos casos de sucesso.

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05 – Orgulho e Preconceito

Na adaptação realizada em 2005, o personagem Mr. Darcy (Matthew Macfadyen) possui um figurino muito bem cuidado. O filme retrata a transição entre os séculos XVII e XIX, época conhecida pelo estilo de vida “dandismo”: roupas masculinas com ar sóbrio e sério, transportada com muito sucesso na concepção do figurino deste personagem, além dos belo vestuário oriundo do universo feminino da obra.

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06 – Outros casos:

Para dialogar mais próximo com a nossa realidade, confira o curta-metragem Vermelho, adaptação do conto homônimo da escritora baiana Valquíria Lima. Com direção de Shirley Santana e concepção visual dos estudantes de Cinema e Vídeo (FTC) Beatriz Cayres e Samuel Tosta, a produção é bastante cuidadosa nos ajustes do figurino, o que nos mostra que não é apenas nas narrativas de grande orçamento que este setor trabalha com criatividade.

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“O vestuário é comunicação, além de cobrir o corpo da nudez”, afirmou Umberto Eco em uma de suas reflexões.

Em nosso primeiro especial de uma série que contará com a análise dos diversos setores de uma produção cinematográfica, excursionaremos pela seara dos figurinos.  Imagine uma cena épica, estilo Roma ou Grécia Antiga. Imaginou? De repente, no espaço cênico, surge um personagem utilizando calça jeans, camiseta dos Rolling Stones e uma mochila Adidas. Algo estranho, não concorda? Se a trama for uma das tantas histórias de viagem no tempo, tudo bem, mas se não for, temos a prova cabal da necessidade deste setor no âmbito de uma produção cinematográfica.

O figurinista é o profissional que cuida das roupas e acessórios, tendo em vista sempre as necessidades do roteiro e o orçamento de um filme. A leitura do roteiro e a intensa pesquisa são elementos basilares para a realização da função. Parte integrante do departamento de arte, os responsáveis pelo figurino precisam estar alinhados com a cenografia do filme, atentos sempre ao que compõe a narrativa (cores e iluminação).

Segundo a jornalista e assistente de figurino Sarina Sena, “a gente vasculha todas as informações possíveis sobre o personagem”. Sendo assim, entende-se que é preciso ver fotos, filmes, acessar a internet, procurar em revistas, etc. Com todos estes elementos selecionados numa pasta, “é feita uma reunião com o diretor de arte”, e, caso tudo seja aprovado, os envolvidos partem para a produção.

As roupas podem ser encontradas em brechós, bazares, lojas ou feitas especialmente para a produção. Tudo depende do orçamento. O que não se pode esquecer é que o figurino precisa se ater aos seguintes fatores: tempo-espaço (localidade geográfica e época) e o perfil (físico e psicológico) do personagem.

Palavras-chave da área: indumentária e vestuário. É preciso ressaltar que indumentária e vestuário não são as mesmas coisas. O vestuário é o conjunto de peças de roupa que se veste, enquanto a indumentária é todo o vestuário em relação à época ou a um povo retratado. Pequenos detalhes, mas que durante a produção, fazem toda a diferença, afinal, como uma produção cinematográfica é fruto de um trabalho urdido em grupo, todos precisam “falar a mesma língua”.

Curiosidade: a premiação anual do Oscar incluiu esta categoria em 1948. Inicialmente eram duas subcategorias: Melhor Figurino em Preto e Branco e Melhor Figurino Colorido, mas em 1957, a divisão foi abandonada e continua até hoje como Melhor Figurino, independente da fotografia do filme.

Aprenda mais sobre figurinos através de alguns filmes bem populares.

 

01 – Moulin Rouge – Amor em Vermelho

Em Moulin Rouge – Amor em Vermelho, de Baz Lurhmann, Satine (Nicole Kidman), principal cortesã da casa noturna parisiense teve os seus figurinos desenhados cuidadosamente por Angus Strathie e Catherine Martin, pois era preciso transmitir a miscelânea metalinguística através da imagem do personagem, uma espécie de “Marlene Dietrich, Marilyn Monroe e Madonna”.

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02 – Halloween H20 – Vinte Anos Depois

Em Halloween H20 – Vintes Anos Depois, de Steve Miner, a personagem de Jamie Lee Curtis muda de nome e cidade para fugir dos traumas do passado, marcado pela morte de toda a sua família pelo psicopata Michael Myers. Durante todo o filme, o seu figurino está conectado com a discrição, sempre com a união do branco mesclado com marrom ou cinza, sem excessos, pois qualquer elemento mal conectado não dialogaria com o perfil depressivo da personagem.

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03 – As Horas

O mesmo ocorre com Nicole Kidman, Meryl Streep e Julianne Moore em As Horas. Além das cores discretas dos personagens, os colares e pulseiras utilizados por Meryl Streep numa cena de discussão atendem bem a sua tarefa: passar para o espectador o seu nervosismo diante das pressões de um jantar com presenças simbólicas na vida de todos os envolvidos em seu ciclo. Sacolejados através de gestos expressivos, o som dos adereços são bastante expressivos para a compreensão do trecho.

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04 – Disque M para Matar

Em Disque M Para Matar, de Alfred Hitchcock, a protagonista interpretada por Grace Kelly adentra na narrativa com vestidos de cores vivas, mas ao passo que o filme avança, as cores mudam, assim como o perfil psicológico da personagem, ciente que o seu marido, ao descobrir que estava sendo traído, encomendou assassinato da esposa. A lista, caro leitor, é extensa. São muitos filmes memoráveis e a vontade é de trazer numerosos casos de sucesso.

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05 – Orgulho e Preconceito

Na adaptação realizada em 2005, o personagem Mr. Darcy (Matthew Macfadyen) possui um figurino muito bem cuidado. O filme retrata a transição entre os séculos XVII e XIX, época conhecida pelo estilo de vida “dandismo”: roupas masculinas com ar sóbrio e sério, transportada com muito sucesso na concepção do figurino deste personagem, além dos belo vestuário oriundo do universo feminino da obra.

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06 – Outros casos:

Para dialogar mais próximo com a nossa realidade, confira o curta-metragem Vermelho, adaptação do conto homônimo da escritora baiana Valquíria Lima. Com direção de Shirley Santana e concepção visual dos estudantes de Cinema e Vídeo (FTC) Beatriz Cayres e Samuel Tosta, a produção é bastante cuidadosa nos ajustes do figurino, o que nos mostra que não é apenas nas narrativas de grande orçamento que este setor trabalha com criatividade.

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