A Sessão da Tarde foi um programa formador de apaixonados por cinema, em especial nos anos 1980 e 1990. Para toda uma geração, o programa diurno na Globo (e suas contrapartes no SBT, por exemplo) foi responsável pela introdução de alguns dos maiores sucessos da sétima arte, numa época que precede até mesmo as vídeo locadoras – que fez parte da transição para a adolescência de grande parte do público, afinal era preciso saber mexer no vídeo cassete para alugar as fitas. Sendo assim, as crianças da época simplesmente ligavam a Televisão e assistiam à programação, desta forma conseguindo conhecer alguns dos filmes mais badalados da época. Por isso a Sessão da Tarde é tão especial e querida para quem cresceu nesta época.
Hoje, os mais novos contam com as plataformas de streaming para assistir filmes a qualquer dia e a qualquer hora. E quem sabe o que virá amanhã em termos da relação dos cinéfilos e os filmes. Seguindo por este caminho da nostalgia, reunimos 10 produções clássicas dos anos 80 que marcaram época na Sessão da Tarde e que se encontram disponíveis atualmente para serem assistidas na HBO Max. É a união de dois mundos, passado e futuro dando as mãos em prol da nostalgia. E você não pode perder. Confira abaixo e prepare-se para voltar no tempo.
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Batman (1989)
Se hoje temos um dos grandes sucessos de 2022 nas formas do Batman de Robert Pattinson, é preciso olhar para trás e perceber que tudo foi graças ao pioneiro dos pioneiros – a primeira adaptação em grande estilo do Homem Morcego para o cinema. Com Tim Burton como diretor e Michael Keaton protagonizando, Batman foi uma verdadeira febre mundial, dando início a uma nova era de adaptações de quadrinhos e elevando o personagem a uma das propriedades mais quentes da época. O filme deu início a uma verdadeira “Batmania” e o merchandising da produção estava em todo lugar. Mais do que isso, Batman é um filme adulto e sombrio, que mudou para sempre a forma como todos veriam o herói de Gotham.
Os Fantasmas se Divertem (1988)
Por falar em Tim Burton, antes de ser contratado para a direção do mega blockbuster da época, Batman, o cineasta entregou para a mesma Warner esta comédia “de outro mundo”, que fez muito sucesso com sua mistura de trama surreal e alucinada, e efeitos especiais de primeira para a época. De fato, foi este Beetlejuice que chamou atenção para Burton e o fez ser considerado para Batman, o resto é história. Burton deu a volta por cima em sua carreira recentemente, graças ao sucesso absoluto da série Wandinha, na Netflix – e quem quiser conhecer como o estilo do diretor começou, é só conferir este seu primeiro grande sucesso sobrenatural. Há anos fala-se de uma sequência para o filme – que pode estar mais perto de acontecer.
Máquina Mortífera (1987)
Hoje, o subgênero dos buddy cop movies são lugar comum no cinema policial e de ação. Mas foi Máquina Mortífera um dos filmes que ajudaram a consolidar o estilo. No filme temos Danny Glover como o paizão americano, um policial da velha guarda, que gosta de paz e sossego, evitando problemas e se dedicando à sua grande família: esposa, três filhos e um cachorro na grande casa. Para seu desespero, seu novo parceiro na força é um sujeito literalmente louco, o suicida interpretado por Mel Gibson. Hoje, o personagem seria diagnosticado com depressão, já que desistiu da vida após a morte da esposa – e usa este desprezo para realizar seu trabalho policial de uma forma… digamos, não convencional. Durante muito tempo, Máquina Mortífera foi uma das propriedades mais lucrativas da Warner, e gerou três continuações até 1998 (todas contidas na plataforma). A novidade é que foi confirmado para o ano que vem o quinto filme da franquia, com a dupla agora na terceira idade. É ver para crer.
Gremlins (1984)
Deu para ver que a Warner tem algumas das produções mais emblemáticas dos anos 1980 em seu acervo. E muitas delas fazem parte da filmoteca da HBO Max. Uma das mais queridas é esta produção de Steven Spielberg, perfeita para ser assistida nesta época do ano, afinal embora não pareça, trata-se de um filme natalino. A verdade é que facilmente se enquadra também no dia das bruxas, já que mistura comédia, clima família e certo terror. Era comum nos anos 80 misturar gêneros e deixar os espectadores confusos. Aqui, um jovem é presenteado pelo pai com um bichinho incomum da cultura chinesa, chamado Mogwai. A criaturinha possui algumas regras para quem cuida delas, e desrespeitá-las pode se mostrar fatal para todos ao redor. O sucesso foi grande, mas a continuação demorou para vir. Atualmente, fala-se muito em um terceiro filme.
Mad Max 2 – A Caçada Continua (1981)
Aqui temos outra produção estrelada pelo astro Mel Gibson, essa com clima mais cult. Acontece que o primeiro Mad Max (1979) é uma obra australiana pequena mesmo para os padrões de antigamente, mas que caiu nas graças do público brasileiro graças às reprises no SBT. Dois anos depois, chegava a sequência, maior e melhor em todos os sentidos e que não precisava verdadeiramente do anterior, já que recapitula tudo direitinho e rápido em seu prólogo. Da mesma forma, Mad Max 2 se tornou cult, e no Brasil muito famoso graças às exibições na Globo. Os fãs e críticos, no entanto, o elegiam como um dos grandes filmes de ação de todos os tempos – realmente o que o diretor George Miller faz aqui ainda impressiona. Se você nunca assistiu a esta pérola não perca mais tempo e faça esse favor a si mesmo.
A História Sem Fim (1984)
Assim como a franquia Karatê Kid encontrou um novo sopro de popularidade junto às novas gerações graças ao sucesso da série Cobra Kai (e o fato de a Netflix disponibilizar em sua plataforma todos os filmes da franquia do saudoso Sr. Miyagi), esta franquia de aventura e fantasia também recebeu sobrevida para as gerações atuais devido ao sucesso de uma série da mesma plataforma: Stranger Things. A série dos irmãos Duffer é uma verdadeira carta de amor aos anos 80, e em um dos últimos episódios da terceira temporada da série, os produtores prestam uma bela homenagem ao filme A História Sem Fim, quando dois personagens cantam a música tema (numa cena que virou icônica no programa). Na trama desta coprodução entre Alemanha e EUA, o menino Bastian mergulha num mundo de fantasia ao ler de um livro fantástico, repleto de criaturas fascinantes e também muito perigo.
Superman II – A Aventura Continua (1980)
É curioso pensar num mundo onde as adaptações da DC dominavam e a Marvel sequer havia aparecido neste mercado. Este mundo é o nosso, apenas precisamos voltar mais ou menos uns 40 anos no passado. Nesta época, Superman – O Filme (1978) estreava e se tornava o primeiro filme de um personagem de quadrinhos verdadeiramente levado a sério. Ou seja, com a produção de um grande estúdio (a Warner), um grande orçamento e um elenco de primeira, encabeçado por figurões da época como Marlon Brando e Gene Hackman, levando seus papeis a sério, como se estivessem em um drama. Sim, antes da estreia do primeiro filme do Batman, que deu continuidade a esta onda de bons exemplares da DC, Superman já havia estrelado quatro filmes nos cinemas – todos disponíveis na HBO Max. Aqui, no entanto, selecionamos um veterano da Sessão da Tarde, Superman II, a primeira continuação do herói, que muitos consideram inclusive superior ao original – sem dúvidas com mais ação e um desafio à altura.
Cobra (1986)
Até hoje este filme policial é conhecido como “Stallone Cobra” por todos que cresceram nos anos 80 e 90, e assistiram às inúmeras exibições do longa na TV aberta. Acontece que os responsáveis olharam para a capa do filme e viram o nome do ator Sylvester Stallone (constando apenas como Stallone) acima do título Cobra – e decidiram (ou confundiram, esperamos que não) que o título era Stallone Cobra. Muitos podem não saber, mas este thriller de ação barra-pesada surgiu graças a outro ícone da década, a comédia policial Um Tira da Pesada (1984), com Eddie Murphy. Acontece que tal filme iria ser protagonizado por Stallone, mas o ator decidiu pular fora. Assim, Um Tira da Pesada foi remodelado para as piadas de Murphy. Mas Stallone vendo o sucesso que o longa fez, decidiu dar mais uma chance par a tal ideia sobre o policial de Los Angeles, adaptando ele mesmo a história. E assim nascia uma lenda. Pena que nunca gerou uma sequência. Stallone, nunca te pedimos nada.
A Lenda (1985)
Por falar em filmes de aventura e fantasia mirados para toda a família, nos anos 1980 este gênero ainda era muito forte com o grande público. Depois da década, o gênero só seria resgatado novamente com os lançamentos de Harry Potter e O Senhor dos Anéis. Hoje, este tipo de filme vive novo auge de popularidade. Seguindo os passos de A História Sem Fim, quem protagoniza aqui, acredite se quiser, é Tom Cruise, um ano antes de se tornar um astro internacional graças ao sucesso de seu primeiro blockbuster, Top Gun. Essa aventura fantástica é assinada por Ridley Scott – saído dos sucessos cult de Alien – O Oitavo Passageiro (1979) e Blade Runner – O Caçador de Androides (1982). A Lenda também ressurgiu como cult, e guarda um ótimo desempenho de Tim Curry como o vilão do filme, um grande demônio vermelho conhecido como Escuridão. Nessa onda atual de continuações tardias, seria interessante ver Tom Cruise retornando a este universo, com uma superprodução no melhor estilo de O Senhor dos Anéis.
Viagem Insólita (1987)
Finalizando a lista temos mais uma produção assinada por Steven Spielberg. O diretor foi figurinha certa na década e parecia estar em todos os cantos. Quando não estava dirigindo, pegava para si a produção de obras icônicas – como Gremlins e este aqui. Espécie de reimaginação do clássico Viagem Fantástica (1966) em que um submarino é diminuído a um tamanho microscópico e inserido na corrente sanguínea de um brilhante cientista a fim de salvá-lo da morte, Viagem Insólita está completando 35 anos em 2022, e tem direção do mesmo Joe Dante de Gremlins. Na trama, um piloto é reduzido a um tamanho microscópico para um experimento, que termina sabotado e ele é injetado num sujeito amalucado e com sérios problemas de paranoia, que trabalha como caixa de supermercado. Dennis Quaid vive o piloto minúsculo e Martin Short pôde usar muito de seu talento na comédia para o papel do amalucado Jack. Completando o elenco Meg Ryan. Marcou época.