sexta-feira, abril 19, 2024

A Vida Invisível | Karim Aïnouz e Rodrigo Teixeira detalham como será campanha pelo Oscar [EXCLUSIVO]

Um dos principais lançamentos da próxima quinta-feira, 21 de novembro, A Vida Invisível chega aos cinemas brasileiros após uma trajetória memorável. Eleito o Melhor Filme da mostra Un Certain Regard do Festival de Cannes, o longa foi o escolhido para representar o Brasil na corrida por uma indicação ao Oscar de Melhor Filme Internacional (categoria antigamente conhecida como Melhor Filme Estrangeiro).

Durante a 43ª edição da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, o CinePOP teve a felicidade de conversar com exclusividade com o diretor Karim Aïnouz e o produtor Rodrigo Teixeira sobre a campanha para o Oscar. A dupla deu detalhes da campanha, falou sobre a relação com a Amazon – responsável pela distribuição nos Estados Unidos – e ainda revelou que pretendem buscar indicações em outras categorias.

Rodrigo Teixeira, Fernanda Montenegro e Karim Aïnouz (Foto: Mario Miranda Filho/Agência Foto)

O principal objetivo da campanha é dar visibilidade à obra. “É uma campanha em que você apresenta o filme para os membros da Academia. No Oscar, você não pode fazer lobby, não pode dar presente, não pode mandar e-mail. Você tem que apresentar o filme, ser simpático e estar acessível, fazer sessões com debates, este tipo de coisa”, revelou Teixeira. 

Temos uma estratégia de lançar em festivais importantes para membros da Academia. Eu fui recentemente pro Valley Film Festival, na Califórnia, que é um evento que acontece perto de São Francisco, e que tem muita gente da Academia que se aposenta ou mora lá. E agora vamos fazer uma primeira turnê em Nova York e Los Angeles com sessões específicas para a campanha do Oscar. Depois, temos algumas projeções na Europa, em Londres, Paris e Madrid, e aí eu volto para os Estados Unidos para continuar a preparação para o lançamento. Também vamos participar de uma sessão no MoMA que chama The Contenders, que reúne vários filmes que estão buscando uma vaga no Oscar”, apontou Aïnouz.

Na busca por uma indicação ao prêmio mais badalado da sétima arte, Aïnouz e Teixeira contam com a ajuda de um importante player no mercado hollywoodiano, a Amazon, que nos últimos anos recebeu uma estatueta de Melhor Filme Estrangeiro para o iraniano O Apartamento e acumulou indicações com o polonês Guerra Fria. Além de trabalhar o lançamento nos Estados Unidos, marcado para o dia 20 de dezembro, a Amazon tem investido pesado na campanha para o Oscar. “Tenho tido reuniões duas vezes por semana com a Amazon. Eles são extremamente profissionais e possuem uma equipe gigante, e estão trabalhando muito para chegar no Oscar. Obviamente, no momento, é uma campanha para ser indicado. Se for indicado, e for o único filme da Amazon, imagino que vão fazer uma campanha diferente. E acho que vão fazer um grande investimento para ganhar”, revelou o produtor. O tamanho da equipe da companhia também surpreendeu Karim: “Assinamos com a Amazon em agosto e pouco depois tivemos um primeiro encontro no Festival de Toronto. Foi um encontro grande, com vários departamentos da Amazon. Tinha departamento de premiação, departamento de marketing e tal. É uma estratégia que eu nunca tinha vivido, algo de estúdio mesmo. Estava um pouco assustado, mas achei uma relação muito humana. Claro que tem uma coisa corporativa, com diferentes departamentos, mas foi muito bacana.

Equipe de A Vida Invisível (Mario Miranda Filho/Agência Foto)

E engana-se quem pensa que A Vida Invisível tentará apenas uma indicação ao prêmio da Academia. “Estamos pleiteando a possibilidade de estar não só na disputa de Melhor Filme Internacional, mas também Melhor Trilha Sonora Original, Melhor Fotografia e Melhor Atriz Coadjuvante, com a Fernanda Montenegro”, revelou Karim. Embora animado com possibilidade de múltiplas indicações, Teixeira adota um tom mais realista e foca a atenção principal na disputa de estrangeiros. “Eu acho que A Vida Invisível tem a possibilidade de ao menos ser indicado, vejo a indicação como algo concreto. Ganhar, acho mais difícil. Temos uma chance, mas vamos lutar contra dois filmes que são naturalmente favoritos, que são Parasita e Dor e Glória. Vejo A Vida Invisível como um filme que pode ter menos rejeição, já Parasita divide bastante o público. E o Pedro Almodóvar já ganhou, então temos uma chance”, destacou o produtor.

Karim Aïnouz revelou que não gostou muito quando, à época da definição do filme brasileiro escolhido para tentar uma indicação ao Oscar, muita gente colocou sua obra em confronto com Bacurau. “Acho perigoso isso. Primeiro que Bacurau é um grande filme, não tem como desbancá-lo. E, segundo, que eram 12 filmes. Isso alimenta um pouco o discurso de binarismo que alimento o nosso debate político. Independente de qual seja o filme, é um ano tão importante pro audiovisual brasileiro. Eu faço essa campanha com muita alegria porque não é só sobre A Vida Invisível. É uma campanha sobre uma safra de filmes de uma geração e da confirmação de que as políticas de apoio ao audiovisual são políticas vencedoras”, completou o cineasta.

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