Beyoncé é, inegavelmente, um dos maiores nomes da história da indústria fonográfica.
Detentora de nada menos que 32 estatuetas do Grammy, a cantora e compositora tem uma habilidade invejável de se reinventar álbum após álbum – tendo feito sua estreia com o icônico grupo Destiny’s Child e migrando para a carreira solo em 2003, com o lançamento do lendário ‘Dangerously in Love’. Já tendo navegado pelo R&B, pelo country, pelo house, pelo pop, pelo disco e por inúmeros outros gêneros, Beyoncé estende seu legado há quase três décadas e continua a nos impressionar com produções cada vez mais importantes e aclamadas.
No último dia 29 de março, Queen B nos presenteou com o lançamento do já aclamado ‘Act II: Cowboy Carter’, segunda parte de uma ambiciosa trilogia que teve início em 2022 com ‘Act I: Renaissance’. Investindo nas clássicas incursões do country, do go-go e do gospel, o compilado de originais é uma épica jornada de 27 faixas que nos envolve desde as primeiras batidas e que emerge como uma autodeclaração de liberdade e empoderamento.
Pensando nisso, preparamos uma breve lista ranqueando as cinco melhores canções do álbum.
Confira abaixo as nossas escolhas e conte para nós qual a sua faixa favorita:
5. “II MOST WANTED”, feat. Miley Cyrus
Como é de praxe àqueles familiarizados com a discografia da performer, o álbum dá espaço para ótimas e emocionantes baladas que ajudam a diminuir o ritmo à medida que cultivam terreno para entregas confessionais e declamatórias – como é o caso do aguardado dueto entre Bey e Miley Cyrus na espetacular “II Most Wanted”, uma memorialística e narcótica track pincelada com as melódicas notas do violão e do banjo – em uma acústica desenhada com majestade por duas das maiores vozes da atualidade
4. “TEXAS HOLD ‘EM”
Além do impecável arranjo instrumental, “Texas Hold ‘Em” é adornado com versos eximiamente assinados em uma colaboração com Elizabeth Lowell Boland, Megan Bülow e Raphael Saadiq que nos transportam para uma pequena cidade idílica do meio-oeste estadunidense em um rodeio musical e vibrante (“um passo para o lado, estamos indo ao bar que sempre achamos legal” volta a mergulhar nos prazeres da vida explorados em ‘Act I’, mas revestidos com uma roupagem diferente e muito bem-vinda).
3. “AMERIICAN REQUIEM”
O compilado abre com a espetacular faixa “Ameriican Requiem”, cujo título faz alusão à litúrgica declaração de re-empoderamento que deseja promover; através de um coro arrepiante e saudosista, ela navega por uma conceitualização do problema identitário ao nos presentear com versos como “eles costumavam dizer que eu falava muito country; então a rejeição veio, disseram que eu não era country o bastante”. Cada trecho dos quase cinco minutos e meio da faixa é pensado sob uma ótima específica, trazendo a dissonância da guitarra elétrica ao impacto da bateria e à sutileza do piano em uma vibrante e urgente jornada.
2. “YA YA”
Como bem sabemos, Beyoncé é um gênio no tocante a construir baladas que ficam marcadas como algumas de suas melhores canções – procurando uma atmosfera cândida para declamar e explorar angústias internas. Mas seu lado mais insano e indesculpável explode em avidez quando ela se apropria de arquiteturas uptempo e dançantes – como é o caso da vibrante “Ya Ya”. Seguindo uma menção à lendária Linda Martell, a track é uma amálgama dançante de country-pop, country-rock e go-go, cujas notas iniciais buscam referência na clássica “These Boots Are Made For Walkin’”, de Nancy Sinatra – e que nos carregam em uma aventura frenética e inescapável.
1. “16 CARRIAGES”
“16 Carriages” emerge como uma culminação testamentária do que Bey já nos ofereceu até hoje. Diferente de “Texas Hold ‘Em”, que aposta fichas no bluegrass e na comunhão de instrumentos como o banjo, a viola e o cajón, aqui ela volta-se para a potência retumbante da guitarra elétrica, em uma atmosfera soul-country pincelada com uma percussão apaixonante – e que reitera sua predileção por investidas, ao mesmo tempo, conceituais e mercadológicas. Há aspectos do rock que dão as caras nos quase quatro minutos da track, possivelmente premeditando o capítulo de encerramento de ‘Renaissance’; há uma junção do country com o gospel à medida que caminhamos para o terceiro ato da canção; e, mais do que tudo, temos rendições vocais que nos recordam do egrégio status da cantora no cenário musical.