domingo , 17 novembro , 2024

Alien – O Oitavo Passageiro | Clássico da ficção e terror completa 40 anos!

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Indiscutivelmente um dos filmes mais influentes do cinema, Alien (1979), de Ridley Scott, criou o molde do que seria “a ficção espacial de monstro”.  O longa comemora em 2019 os 40 anos de seu lançamento. E é claro que o CinePOP precisava homenagear uma obra desta magnitude e ressonância para o cinema. Seu debute foi no dia 25 de maio de 1979, de forma limitada nos EUA. Logo depois, em 22 de junho o longa seria lançado por todo o país. No Brasil, sua estreia ocorreu no dia 20 de agosto do mesmo ano, ou seja, estamos em tempo da celebração de seu 40º aniversário.

Com uma mistura de 2001: Uma Odisseia no Espaço (1968), de Stanley Kubrick, e Tubarão (1975), de Steven Spielberg, Alien pegou emprestado destas duas obras, mas adicionou personalidade própria, estudada e reverenciada até hoje.



O Orçamento da produção foi de US$11 milhões e só no primeiro final de semana juntaria US$3,500 milhões. Nos EUA, a arrecadação foi de US$78 milhões, se mostrando um sucesso. Pelo mundo, o somatório foram impressionantes US$203 milhões.

Os anos 1970 foram marcados como uma nova era para as ficções científicas, das mais variadas temáticas. Nascida nos anos 1950, a ficção do período espalhava o medo do comunismo e da Guerra Fria, sublinhado em seus contos fantásticos de outros mundos. A nova fase surgia com outros tópicos a adereçar: como o perigo ao meio ambiente e a ecologia, a robótica e informática, e o corporativismo desenfreado. Filmes como Westworld: Onde Ninguém tem Alma (1973), No Mundo de 2020 (1973) e Rollerball: Os Gladiadores do Futuro (1975) permearam a década criando um verdadeiro boom.

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Mas foi no final dos anos 1970, que dois filmes surgiram se tornando verdadeiros fenômenos, tirando a ficção de seu nicho e a elevando ao mainstream. Star Wars (1977), o primeiro filme da saga de George Lucas, misturou elementos de aventura matiné e muita ação, entrando para a história como o maior arrasa-quarteirão que o cinema já havia visto até então. Dois anos depois, foi a vez de Alien misturar o gênero com o terror, cenas gráficas e viscerais e uma tensão palpável, nunca antes presenciada pelo público. “No Espaço ninguém pode ouvi-lo gritar” era o slogan da produção. E no cinema, o público de fato enlouquecia.

Na trama, uma gigantesca nave cargueiro recebe um chamado vindo de um planeta inóspito em sua rota, e acorda a equipe de sete membros de seu sono criogênico. Quando chegam ao local, descobrem vestígios de uma raça alienígena e a levam para sua própria embarcação inadvertidamente. A criatura cresce e se transforma numa perfeita máquina de matar, com direito a sangue ácido.

Por falar em sangue ácido, a ideia surgiu de forma simples, mas óbvia. Dan O´Bannon, roteirista do filme, não conseguia pensar numa razão para os tripulantes da nave simplesmente não atirarem no Alien com alguma arma. Foi assim que nasceu, da mente do artista conceitual Ron Cobb, a ideia do sangue ácido – que instantaneamente desencoraja qualquer um a fazer a criatura sangrar. Por falar em criatura, ela foi interpretada pelo nigeriano Bolaji Badejo, que devido a sua altura e forma esguia vestiu o traje e emulou os movimentos com a leveza e ameaça necessárias.

Mostrando que é através de impasses criativos que surgem as melhores ideias, os roteiristas buscavam um motivo para o Alien ir parar na nave, ao invés dele simplesmente entrar no local. Ele precisaria ser levado até lá. Mas como? E por que? Assim, Ronald Shusett (o segundo roteirista) sugeriu: “Que tal se o Alien transar com um deles?”. A ideia foi desenvolvida ao conceito do facehugger engravidar os humanos, independente de seu sexo (outra ideia brilhante e bem a frente de seu tempo, afinal, fugindo da obviedade, é um homem que “engravida” da criatura).

O primeiro corte do filme tinha mais de 3 horas de duração e um nível de violência e sangue muito mais elevado. Devido à recepção negativa desta versão mais visceral nas exibições teste, e temendo uma censura máxima, os realizadores optaram por diminuir o grafismo. No filme, para aumentar o suspense, a criatura só aparece num total de 4 minutos e demora mais de uma hora para dar as caras durante o filme.

Para o papel da protagonista relutante Ellen Ripley, o diretor ficou entre as atrizes Sigourney Weaver e Meryl Streep – as duas eram colegas na universidade de Yale. Já imaginaram Alien sendo protagonizado por Meryl Streep? No fim, Weaver ficou com o papel porque Streep estava de luto pela morte do companheiro, o ator John Cazale (O Fredo de Poderoso Chefão), na época dos testes finais de elenco. Outro personagem que poderia ser bem diferente no filme foi o Capitão Dallas. Harrison Ford– que fazia sucesso como Han Solo – quase viveu o papel, que terminou ficando com Tom Skerritt.

Alien passou por uma verdadeira epopeia até conseguir receber o sinal verde e ser produzido. Inicialmente, todos os estúdios, incluindo a FOX (que eventualmente lançaria o filme e se tornaria dona da franquia), passaram o projeto adiante. O motivo: o nível de violência. Foi apenas quando o produtor Walter Hill (Os Selvagens da Noite e 48 Horas) resolveu bancar a ideia como produtor que a coisa começou a andar e o longa finalmente ganhou forma.

O visual icônico da criatura, assim como o design da nave, dos trajes e de todo este universo futurista foram criados pelo artista suíço H. R. Giger – que viria a se tornar uma lenda na indústria. Giger saiu da experiência com um Oscar debaixo do braço, por sua criação. Mas o caminho para isso também não foi simples. Seus conceitos originais traziam a criatura com olhos. Durante a produção, no entanto, o artista decidiu por deixar o xenomorfo – como viria a ficar conhecido o Alien – com uma carapaça preta no lugar da vista, fazendo da criatura uma caçadora através do faro e sentidos. Além disso, diversas criações tiveram que ser modificadas devido ao elevado contexto sexual das estruturas – fálicas ou convexas emulando as genitálias masculinas ou femininas.

Quarenta anos depois e Alien segue como uma obra irretocável, um dos maiores clássicos modernos (ou não tão mais modernos assim) da sétima arte, que ainda se mantém como expoente de um gênero. Assim como o filme de número 52 entre os melhores de todos os tempos na opinião do grande público da internet, os usurários do IMDB. Fica aqui a homenagem do CinePOP  para uma das maiores definições do que é cinema.

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Indiscutivelmente um dos filmes mais influentes do cinema, Alien (1979), de Ridley Scott, criou o molde do que seria “a ficção espacial de monstro”.  O longa comemora em 2019 os 40 anos de seu lançamento. E é claro que o CinePOP precisava homenagear uma obra desta magnitude e ressonância para o cinema. Seu debute foi no dia 25 de maio de 1979, de forma limitada nos EUA. Logo depois, em 22 de junho o longa seria lançado por todo o país. No Brasil, sua estreia ocorreu no dia 20 de agosto do mesmo ano, ou seja, estamos em tempo da celebração de seu 40º aniversário.

Com uma mistura de 2001: Uma Odisseia no Espaço (1968), de Stanley Kubrick, e Tubarão (1975), de Steven Spielberg, Alien pegou emprestado destas duas obras, mas adicionou personalidade própria, estudada e reverenciada até hoje.

O Orçamento da produção foi de US$11 milhões e só no primeiro final de semana juntaria US$3,500 milhões. Nos EUA, a arrecadação foi de US$78 milhões, se mostrando um sucesso. Pelo mundo, o somatório foram impressionantes US$203 milhões.

Os anos 1970 foram marcados como uma nova era para as ficções científicas, das mais variadas temáticas. Nascida nos anos 1950, a ficção do período espalhava o medo do comunismo e da Guerra Fria, sublinhado em seus contos fantásticos de outros mundos. A nova fase surgia com outros tópicos a adereçar: como o perigo ao meio ambiente e a ecologia, a robótica e informática, e o corporativismo desenfreado. Filmes como Westworld: Onde Ninguém tem Alma (1973), No Mundo de 2020 (1973) e Rollerball: Os Gladiadores do Futuro (1975) permearam a década criando um verdadeiro boom.

Mas foi no final dos anos 1970, que dois filmes surgiram se tornando verdadeiros fenômenos, tirando a ficção de seu nicho e a elevando ao mainstream. Star Wars (1977), o primeiro filme da saga de George Lucas, misturou elementos de aventura matiné e muita ação, entrando para a história como o maior arrasa-quarteirão que o cinema já havia visto até então. Dois anos depois, foi a vez de Alien misturar o gênero com o terror, cenas gráficas e viscerais e uma tensão palpável, nunca antes presenciada pelo público. “No Espaço ninguém pode ouvi-lo gritar” era o slogan da produção. E no cinema, o público de fato enlouquecia.

Na trama, uma gigantesca nave cargueiro recebe um chamado vindo de um planeta inóspito em sua rota, e acorda a equipe de sete membros de seu sono criogênico. Quando chegam ao local, descobrem vestígios de uma raça alienígena e a levam para sua própria embarcação inadvertidamente. A criatura cresce e se transforma numa perfeita máquina de matar, com direito a sangue ácido.

Por falar em sangue ácido, a ideia surgiu de forma simples, mas óbvia. Dan O´Bannon, roteirista do filme, não conseguia pensar numa razão para os tripulantes da nave simplesmente não atirarem no Alien com alguma arma. Foi assim que nasceu, da mente do artista conceitual Ron Cobb, a ideia do sangue ácido – que instantaneamente desencoraja qualquer um a fazer a criatura sangrar. Por falar em criatura, ela foi interpretada pelo nigeriano Bolaji Badejo, que devido a sua altura e forma esguia vestiu o traje e emulou os movimentos com a leveza e ameaça necessárias.

Mostrando que é através de impasses criativos que surgem as melhores ideias, os roteiristas buscavam um motivo para o Alien ir parar na nave, ao invés dele simplesmente entrar no local. Ele precisaria ser levado até lá. Mas como? E por que? Assim, Ronald Shusett (o segundo roteirista) sugeriu: “Que tal se o Alien transar com um deles?”. A ideia foi desenvolvida ao conceito do facehugger engravidar os humanos, independente de seu sexo (outra ideia brilhante e bem a frente de seu tempo, afinal, fugindo da obviedade, é um homem que “engravida” da criatura).

O primeiro corte do filme tinha mais de 3 horas de duração e um nível de violência e sangue muito mais elevado. Devido à recepção negativa desta versão mais visceral nas exibições teste, e temendo uma censura máxima, os realizadores optaram por diminuir o grafismo. No filme, para aumentar o suspense, a criatura só aparece num total de 4 minutos e demora mais de uma hora para dar as caras durante o filme.

Para o papel da protagonista relutante Ellen Ripley, o diretor ficou entre as atrizes Sigourney Weaver e Meryl Streep – as duas eram colegas na universidade de Yale. Já imaginaram Alien sendo protagonizado por Meryl Streep? No fim, Weaver ficou com o papel porque Streep estava de luto pela morte do companheiro, o ator John Cazale (O Fredo de Poderoso Chefão), na época dos testes finais de elenco. Outro personagem que poderia ser bem diferente no filme foi o Capitão Dallas. Harrison Ford– que fazia sucesso como Han Solo – quase viveu o papel, que terminou ficando com Tom Skerritt.

Alien passou por uma verdadeira epopeia até conseguir receber o sinal verde e ser produzido. Inicialmente, todos os estúdios, incluindo a FOX (que eventualmente lançaria o filme e se tornaria dona da franquia), passaram o projeto adiante. O motivo: o nível de violência. Foi apenas quando o produtor Walter Hill (Os Selvagens da Noite e 48 Horas) resolveu bancar a ideia como produtor que a coisa começou a andar e o longa finalmente ganhou forma.

O visual icônico da criatura, assim como o design da nave, dos trajes e de todo este universo futurista foram criados pelo artista suíço H. R. Giger – que viria a se tornar uma lenda na indústria. Giger saiu da experiência com um Oscar debaixo do braço, por sua criação. Mas o caminho para isso também não foi simples. Seus conceitos originais traziam a criatura com olhos. Durante a produção, no entanto, o artista decidiu por deixar o xenomorfo – como viria a ficar conhecido o Alien – com uma carapaça preta no lugar da vista, fazendo da criatura uma caçadora através do faro e sentidos. Além disso, diversas criações tiveram que ser modificadas devido ao elevado contexto sexual das estruturas – fálicas ou convexas emulando as genitálias masculinas ou femininas.

Quarenta anos depois e Alien segue como uma obra irretocável, um dos maiores clássicos modernos (ou não tão mais modernos assim) da sétima arte, que ainda se mantém como expoente de um gênero. Assim como o filme de número 52 entre os melhores de todos os tempos na opinião do grande público da internet, os usurários do IMDB. Fica aqui a homenagem do CinePOP  para uma das maiores definições do que é cinema.

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