domingo , 22 dezembro , 2024

Amazon Prime Vídeo lança ‘O Chamado’ original

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Produção japonesa que inspirou obra de 2002 está no catálogo do serviço

A essa altura muitos já conhecem a icônica Samara, a menina de longos cabelos negros que sai de um poço e mata dentro de sete dias todos os que assistem à sua fita. A vilã se tornou um ícone do terror no início do século XXI graças a, não só seu visual marcante ou modus operandi diferente, como  também por ser uma peça central no filme O Chamado protagonizado por Naomi Watts.



No entanto, como já é bem conhecido, o tão famoso terror não é uma produção original mas sim um remake ocidental de um filme japonês de 1998. Um adendo importante é que abordagem oriental, mais especificamente a japonesa, para o gênero terror por vezes costuma divergir daquela esperada por plateias em outros cantos do mundo e que estão acostumadas com outro modelo.

Normalmente os realizadores japoneses tendem a optar por tramas sobrenaturais quando lidam com esse gênero, mirando principalmente na forma como o além se relaciona com os seres terrenos. Noroi de 2005 é um exemplo desse tipo de preferência pelo sobrenatural também, ainda que vindo depois. Enfim, a ideia para Ringu surgiu na mente do diretor Hideo Nakata junto ao co-roteirista Hiroshi Takahashi  após o mesmo ler o livro homônimo de 1991 escrito por Koji Suzuki.

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“Ringu” é, com justiça, uma referência do terror japonês

A ideia central do romance, por sua vez, não era tão distante do que foi transposto para a tela; tendo como protagonista um jornalista que suspeita da ligação de quatro mortes, todas de causas naturais mas envolvendo pessoas jovens, resolve conduzir uma investigação para determinar o que está acontecendo. Seu caminho acaba cruzando com o de uma lenda urbana a respeito de uma fita que mata quem a assistir dentro de sete dias.

Evidentemente ele consegue rastrear a fita até um chalé em que as últimas vítimas estavam hospedadas e lá ele assiste ao material. Ainda que o filme de 1998 tenha tomado liberdades narrativas na horas de adaptar o material existente, com a lista de mudanças indo de gêneros de personagens até o funcionamento da maldição lançada por Sadako Yamamura (a Samara) através da fita, percebe-se uma preservação da essência da história enquanto terror psicológico.

Certas técnicas de direção empregadas por Nakata evidenciam o desejo de manter a história como algo de menor escopo mas de extrema urgência para os personagens, como por exemplo deixa claro que a protagonista tem uma ligação afetiva com seu filho; tem uma jornada investigativa bem detalhada onde uma pista sempre leva a outra; um visual tomado por uma fotografia fria, que evita cores claras a todo custo ou cenários muito largos.

Para se contar uma boa história não é necessário um orçamento gigantesco

Esse tom minimalista empregado no visual da obra lhe concede uma sensação tanto da pessoalidade já mencionada para os personagens quanto, no caso do espectador, a manutenção da atenção na história; algo que poderia ser perdido se o filme contasse com excesso de efeitos especiais ou um visual mais chamativo.

A própria Sadako acaba sendo um artifício de roteiro bem proveitoso pois ela não é uma figura constante, em termos físicos, na história. Sua ameaça sempre está no ar e o mistério por trás da fita também, no entanto, até por questões de orçamento provavelmente, suas aparições são escassas; o que acaba forçando a equipe criativa a saber quando mostrá-la claramente no filme. 

Esse recurso não é novo no campo do terror (Spielberg fez isso em Tubarão décadas antes) mas é sempre uma opção bem vinda e que rende muito quando bem utilizada. Ringu foi uma obra que se tornou referência muito rapidamente no terror japonês; é um compilado bem interessante de técnicas desenvolvidas por essa escola em décadas anteriores. Por volta de 1999 o filme recebeu uma sequência, esta que sofreu críticas por focar mais nos sustos do que em criar uma atmosfera como o anterior fizera. 

 

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No entanto, como já é bem conhecido, o tão famoso terror não é uma produção original mas sim um remake ocidental de um filme japonês de 1998. Um adendo importante é que abordagem oriental, mais especificamente a japonesa, para o gênero terror por vezes costuma divergir daquela esperada por plateias em outros cantos do mundo e que estão acostumadas com outro modelo.

Normalmente os realizadores japoneses tendem a optar por tramas sobrenaturais quando lidam com esse gênero, mirando principalmente na forma como o além se relaciona com os seres terrenos. Noroi de 2005 é um exemplo desse tipo de preferência pelo sobrenatural também, ainda que vindo depois. Enfim, a ideia para Ringu surgiu na mente do diretor Hideo Nakata junto ao co-roteirista Hiroshi Takahashi  após o mesmo ler o livro homônimo de 1991 escrito por Koji Suzuki.

“Ringu” é, com justiça, uma referência do terror japonês

A ideia central do romance, por sua vez, não era tão distante do que foi transposto para a tela; tendo como protagonista um jornalista que suspeita da ligação de quatro mortes, todas de causas naturais mas envolvendo pessoas jovens, resolve conduzir uma investigação para determinar o que está acontecendo. Seu caminho acaba cruzando com o de uma lenda urbana a respeito de uma fita que mata quem a assistir dentro de sete dias.

Evidentemente ele consegue rastrear a fita até um chalé em que as últimas vítimas estavam hospedadas e lá ele assiste ao material. Ainda que o filme de 1998 tenha tomado liberdades narrativas na horas de adaptar o material existente, com a lista de mudanças indo de gêneros de personagens até o funcionamento da maldição lançada por Sadako Yamamura (a Samara) através da fita, percebe-se uma preservação da essência da história enquanto terror psicológico.

Certas técnicas de direção empregadas por Nakata evidenciam o desejo de manter a história como algo de menor escopo mas de extrema urgência para os personagens, como por exemplo deixa claro que a protagonista tem uma ligação afetiva com seu filho; tem uma jornada investigativa bem detalhada onde uma pista sempre leva a outra; um visual tomado por uma fotografia fria, que evita cores claras a todo custo ou cenários muito largos.

Para se contar uma boa história não é necessário um orçamento gigantesco

Esse tom minimalista empregado no visual da obra lhe concede uma sensação tanto da pessoalidade já mencionada para os personagens quanto, no caso do espectador, a manutenção da atenção na história; algo que poderia ser perdido se o filme contasse com excesso de efeitos especiais ou um visual mais chamativo.

A própria Sadako acaba sendo um artifício de roteiro bem proveitoso pois ela não é uma figura constante, em termos físicos, na história. Sua ameaça sempre está no ar e o mistério por trás da fita também, no entanto, até por questões de orçamento provavelmente, suas aparições são escassas; o que acaba forçando a equipe criativa a saber quando mostrá-la claramente no filme. 

Esse recurso não é novo no campo do terror (Spielberg fez isso em Tubarão décadas antes) mas é sempre uma opção bem vinda e que rende muito quando bem utilizada. Ringu foi uma obra que se tornou referência muito rapidamente no terror japonês; é um compilado bem interessante de técnicas desenvolvidas por essa escola em décadas anteriores. Por volta de 1999 o filme recebeu uma sequência, esta que sofreu críticas por focar mais nos sustos do que em criar uma atmosfera como o anterior fizera. 

 

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