O segundo episódio de American Horror Story: Apocalypse permanece com o mesmo ritmo da season premiere, mais lento e sem revelar muitos detalhes. Michael Langdon (Cody Fern) – por sinal parecidíssimo com Lestat, de Entrevista com o Vampiro – se apresenta aos demais moradores do búnquer e informa que realizará um interrogatório com cada um que determinará se estarão aptos a seguir para o Santuário.
A narrativa não desperta muito a curiosidade do público ao longo dos 41 minutos que se sucede. Pouco é explorado, somente Mr. Gallant (Evan Peters) e Ms. Wilhemina Venable (Sarah Paulson) ganham mais destaque juntamente a Langdon, enquanto os outros personagens parecem ser esquecidos no churrasco e alguns praticamente realizam algumas participações especiais. A história, em dois episódios, ainda não conseguiu criar identidade de quem assiste para com os personagens ali mostrados.
O personagem de Peters é o primeiro a ser interrogado e fica evidente que o filho de Vivien (Connie Britton) e Tate (Peters) está buscando manipular as coisas por ali e, provavelmente, deseja levar os piores (de moralidade?) com ele. A presença do rubber man – que era o próprio Tate durante ‘Murder House’ – é mais uma marca do crossover entre temporadas. E a confusão criada na cabeça de Mr. Gallant chega ao ponto de fazê-lo assassinar a própria avó, Evie Gallant (Joan Collins), o que só contribui para a fama do portador do fim dos dias.
Já com Ms. Venable o interrogatório segue um rumo diferente e ele, na sua posição de poder, afinal é quem pode ou não leva-lo ao tal Santuário, pede para ver algo no corpo da líder do búnquer Outpost Three do qual ela se envergonha. Não fica esclarecido o que é aquela espécie de nódulo que ela possui nas costas ou como adquiriu, mas é visível a vulnerabilidade da personagem, algo que Paulson interpreta muito bem. Porém, me pergunto se sua perversidade para com os outros não atrairia Langdon ou se sua audácia o assusta em algum nível? Afinal, ela não parece o tipo de pessoa que segue ordens facilmente.
Enquanto isso a dupla que, aparentemente, serão os mocinhos da temporada, Timothy (Kyle Allen) e Emily (Ash Santos) decidem invadir o quarto do portador do fim dos dias e descobre em seu notebook que Wilhemina estava criando suas próprias regras, o que, provavelmente, foi deixado de forma proposital pelo mesmo. O ponto é que os dois personagens, além de não trazerem nada de interessante por agora, tem intérpretes que ainda não convenceram na atuação e nem na química.
Um detalhe é que ao invés de confrontarem a questão das regras estabelecidas, os dois decidem dormir juntos (tesão cega as pessoas?) e são descobertos de qualquer forma, o que encaminha o episódio para o cliffhanger da semana quando Ms. Miriam Mead (Kathy Bates) leva um tiro de Campbell, numa tentativa de sobrevivência, e não sai sangue vermelho… WHAT?! Seria ela um androide? Uma espécie de híbrido? Ou seria o que, exatamente, aquele líquido branco? Fica a dúvida para o próximo capítulo.
O ponto é que a narrativa, exceto pelo gancho final, não apresentou nada exatamente de novo e ainda não se preocupou em esclarecer mais detalhes sobre os outros personagens ou torna-los interessantes para quem assiste. O slow burn que está sendo apresentado ainda não convenceu e cenas de provocar medo permanecem esquecidas no churrasco. Bom, resta esperar para ver se as coisas melhoram na terceira parte.