domingo , 24 novembro , 2024

‘Aniquilação’: Fracasso nos cinemas, sucesso na Netflix… Destinado a virar cult!

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Por Ana Carolina Reis, de Nova York

Com um budget estimado em US$ 40 milhões, o sci-fi girl power estrelado pela vencedora do Oscar Natalie Portman teve seu destino selado: estreou direto na NETFLIX no mercado internacional e nada de cinema mundo afora.



O motivo: flopou nas bilheterias americanas, fazendo apenas US$ 11 milhões em seu fim de semana de estreia. Mas se por um lado, fez feio com a audiência numa primeira análise, não se pode dizer o mesmo com a crítica (até o fim desse texto cravou 86% no site Rotten Tomatoes), que sim, curtiu. E foi nessa vibe de dúvida que assisti ao filme em uma sala VAZIA (aos 16min de projeção chegou um grupo de 5 adolescentes, ufa!) em plena sexta-feira à noite em Nova York, para tentar entender o que aconteceu.

O filme conta a história da bióloga, ex-soldado do Exército, Lena (Natalie Portman), que sofre com o sumiço do marido, o também soldado Kane (Oscar Isaac, repetindo a parceria com Alex Garland, seu diretor também em “Ex Machina”) em uma missão secreta. Logo no primeiro ato do filme, Kane retorna para Lena, mas mental e fisicamente em bad shape. Quando as coisas se agravam, Lena é levada à misteriosa “Área X” e lá tenta encontrar respostas para o que teria acontecido com ele. Tudo o que se sabe até então é que Kane fazia parte de uma equipe que entrou numa espécie de “Névoa Cintilante Alienígena”, que vem se expandindo em uma floresta no litoral, e ele foi o único que conseguiu retornar de lá. A partir daí, uma expedição de quatro cientistas (uma paramédica, uma física, uma psicóloga e uma antropóloga) está prestes a se aventurar na área misteriosa e Lena se voluntaria na missão na busca por explicações.

Uma vez dentro do “campo cintilante” (em inglês “shimmering”), elas se deparam com uma biosfera metamorfose ambulante, que ganha uma pegada forte da polêmica “Lost” – lembram da série do J.J. Abrams? Então, os elementos e metáforas estão todos lá, pode procurar. Essa correlação me ajudou a fazer as pazes com ideia de que eu poderia sair do cinema sem respostas. A partir daí a tônica era “aproveitar a jornada”, com seus momentos de suspense/horror, fotografia bonita, desenho sonoro de afligir (no bom sentido), cenas que fazem homenagem a outros clássicos do sci-fi terror, atuações honestas (já que temos o selo Natalie Portman de qualidade) e a questão da representatividade, afinal é sci-fem oras!

Falando em ficção feminista, as companheiras de Portman em cena são: a veterana Jennifer Jason Leigh (do thriller clássico dos anos 90 “Mulher Solteira Procura”), Gina Rodriguez (“Jane the Virgin”), Tessa Thompson (Thor: Ragnarok” e da série “Westworld”) e Tuva Novotny (“Comer Rezar Amar”).

A parte mais fraca do filme fica por conta dos flashbacks que tentam dar nuance ao romance de Lena e Kane , que não atingem e são desnecessários para o roteiro. ‘Aniquilação‘ é uma adaptação do romance homônimo (o primeiro da trilogia nomeada como Southern Reach) de Jeff VanderMeer, por Alex Garland, que também assina a direção. Alex teria optado por não reler o livro ao escrever o roteiro, se baseando apenas em suas lembranças, como se fosse um sonho do livro, o que casa com o tom onírico em imagem do filme.

Uma pena que, aniquilado nas bilheterias (desculpe o trocadilho), ‘Aniquilação‘, um filme visualmente com muito mais impacto e sentido ao ser visto na telona, foi direto para o streaming com a desculpa arrogante de que faria vergonha de novo no estrangeiro por ser “muito complicado” e “intelectual demais”. Nasce assim um cult movie.

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O motivo: flopou nas bilheterias americanas, fazendo apenas US$ 11 milhões em seu fim de semana de estreia. Mas se por um lado, fez feio com a audiência numa primeira análise, não se pode dizer o mesmo com a crítica (até o fim desse texto cravou 86% no site Rotten Tomatoes), que sim, curtiu. E foi nessa vibe de dúvida que assisti ao filme em uma sala VAZIA (aos 16min de projeção chegou um grupo de 5 adolescentes, ufa!) em plena sexta-feira à noite em Nova York, para tentar entender o que aconteceu.

O filme conta a história da bióloga, ex-soldado do Exército, Lena (Natalie Portman), que sofre com o sumiço do marido, o também soldado Kane (Oscar Isaac, repetindo a parceria com Alex Garland, seu diretor também em “Ex Machina”) em uma missão secreta. Logo no primeiro ato do filme, Kane retorna para Lena, mas mental e fisicamente em bad shape. Quando as coisas se agravam, Lena é levada à misteriosa “Área X” e lá tenta encontrar respostas para o que teria acontecido com ele. Tudo o que se sabe até então é que Kane fazia parte de uma equipe que entrou numa espécie de “Névoa Cintilante Alienígena”, que vem se expandindo em uma floresta no litoral, e ele foi o único que conseguiu retornar de lá. A partir daí, uma expedição de quatro cientistas (uma paramédica, uma física, uma psicóloga e uma antropóloga) está prestes a se aventurar na área misteriosa e Lena se voluntaria na missão na busca por explicações.

Uma vez dentro do “campo cintilante” (em inglês “shimmering”), elas se deparam com uma biosfera metamorfose ambulante, que ganha uma pegada forte da polêmica “Lost” – lembram da série do J.J. Abrams? Então, os elementos e metáforas estão todos lá, pode procurar. Essa correlação me ajudou a fazer as pazes com ideia de que eu poderia sair do cinema sem respostas. A partir daí a tônica era “aproveitar a jornada”, com seus momentos de suspense/horror, fotografia bonita, desenho sonoro de afligir (no bom sentido), cenas que fazem homenagem a outros clássicos do sci-fi terror, atuações honestas (já que temos o selo Natalie Portman de qualidade) e a questão da representatividade, afinal é sci-fem oras!

Falando em ficção feminista, as companheiras de Portman em cena são: a veterana Jennifer Jason Leigh (do thriller clássico dos anos 90 “Mulher Solteira Procura”), Gina Rodriguez (“Jane the Virgin”), Tessa Thompson (Thor: Ragnarok” e da série “Westworld”) e Tuva Novotny (“Comer Rezar Amar”).

A parte mais fraca do filme fica por conta dos flashbacks que tentam dar nuance ao romance de Lena e Kane , que não atingem e são desnecessários para o roteiro. ‘Aniquilação‘ é uma adaptação do romance homônimo (o primeiro da trilogia nomeada como Southern Reach) de Jeff VanderMeer, por Alex Garland, que também assina a direção. Alex teria optado por não reler o livro ao escrever o roteiro, se baseando apenas em suas lembranças, como se fosse um sonho do livro, o que casa com o tom onírico em imagem do filme.

Uma pena que, aniquilado nas bilheterias (desculpe o trocadilho), ‘Aniquilação‘, um filme visualmente com muito mais impacto e sentido ao ser visto na telona, foi direto para o streaming com a desculpa arrogante de que faria vergonha de novo no estrangeiro por ser “muito complicado” e “intelectual demais”. Nasce assim um cult movie.

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