De acordo com o G1, todos os 41 funcionários da Cinemateca Brasileira foram demitidos pela Associação Comunicação Educativa Roquette Pinto (Acerp) por falta de recursos para manter seus salários.
Desde o início do governo Bolsonaro, a Cinemateca vem sofrendo com cortes de verba e ausência de incentivo cultural, sob a justificativa de que o espaço não é necessário e traz prejuízo aos cofres públicos.
Através de um comunicado, os diretores da Acerp argumentaram que o plano de demissão foi inevitável por conta da crise financeira que afeta o órgão, que está atrasando os salários dos empregados há mais de três meses.
Isso porque a Justiça Federal negou o pedido para que o governo pagasse os R$ 14 milhões anteriormente destinados para a manutenção da Cinemateca em 2020.
Em entrevista ao portal, um dos funcionários disse que:
“Todos que tinham vínculo com a Acerp foram comunicados da demissão em uma reunião com a diretoria na quarta-feira (12). As portas do prédio estão fechadas desde o dia sete (quando o governo tomou posse da Cinemateca), e contrataram apenas seguranças e bombeiros terceirizados para tomar conta do espaço. Os trabalhos técnicos estão parados, e talvez contratem profissionais para fazer a manutenção predial, mas é só isso.”
Durante uma visita da comitiva federal à cidade de São Paulo, os diretores da Acerp insistiram para que o secretário adjunto do Audiovisual pudesse recontratar os empregados, mas o pedido foi em vão.
O destino da Cinemateca agora está nas mãos do Ministério do Turismo, que irá definir uma nova equipe para gerenciar a organização.
Em nota, o ministério anunciou que tem “o compromisso de resguardar a continuidade dos serviços e a segurança do patrimônio cultural preservado pela Cinemateca e já viabilizou uma série de contratos que garantem a continuidade da prestação de serviços fundamentais para o trabalho desenvolvido pela instituição.”
Criada em 1946, a Cinemateca Brasileira é a maior entidade de preservação da memória do cinema nacional e é a maior da América Latina, contendo 250 mil rolos de filmes, 1 milhão de documentos, incluindo fotografias, e receita equivalente a R$ 11 milhões.