O filme é baseado no trecho de Fantasia (1940), filme de curtas musicais Disney, cujo trecho “Aprendiz de Feiticeiro” é protagonizado pelo Mickey, num dos números musicais mais queridos do cinema, no qual ele (Mickey) é incumbido pelo seu mestre feiticeiro a limpar toda a casa. Cansado, o ratinho resolve usar dos seus poderes para ordenar que as vassouras e outros apetrechos limpem todo o recinto automaticamente, o que obviamente termina em bagunça, pois ele ainda não sabe domar seus poderes. A sequência é repetida no novo longa do diretor Jon Turteltaub (A Lenda do Tesouro Perdido), mas sem a magia da sua fonte inspiradora.
Após a sequência de apresentação no (pior) estilo Harry Potter, vem o infeliz e batido truque do bilhete, que é deixado cair por um garotinho e é levado pelo vento, passando pela pata de um cachorro, a bolsa de uma senhora e assim vai, sendo seguido pelo garotinho, até que chega a uma antiga loja de antiguidades, na qual obviamente o menino entrará e encontrará o bruxo Balthazar (Nicolas “Hagrid” Cage), que verá nele a figura do “escolhido” (Neo?), aquele que poderá lhe ajudar a desfazer o feitiço que prendeu sua amada bruxa Verônica numa boneca chinesa, junto com a malvada bruxa Morgana. Só que os dois terão que enfrentar a perseguição e os poderes de Horvath (Alfred “Snape” Molina), que também cobiça a boneca, assim como o anel do mago Merlin, agora em poder do aprendiz de feiticeiro.
O tal aprendiz é Dave, interpretado por Jay Baruchel, jovem ator que parece ter disposto de todos os tiques e caras e bocas teatrais para ganhar o personagem principal. Interessante é que nem galã ele é, para podermos achar que a escolha foi feita por este motivo. Nicolas Cage é outro perdido, que não veste a camisa da produção e entrega um trabalho bem mediano. Ele contracena no filme com um outro ator-de-filmes-ruins, Alfred Molina, e com a bela mudinha Monica Bellucci (alguém dá uma fala para ela, pelamordedeus? Tadinha!).
Cheio de efeitos visuais bacanérrimos, o filme conta ainda com uma boa trilha sonora e algumas (poucas) sequências divertidas, mas só deve agradar as crianças… ou aqueles que curtiram Eragon e/ou Percy Jackson, quem sabe?!
Tudo bem que a safra de blockbusters não está num nível muito bom neste ano, mas daí a pagar para assistir um filme de roteiro tão batido e sem nenhum elemento ou personagem ou situações que no mínimo divirtam é frustrante.
Crítica por: Fred Burle (Fred Burle no Cinema)