domingo , 22 dezembro , 2024

Artigo | Os fantasmas do passado: o final explicado de ‘Them: The Scare’

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Cuidado: muitos spoilers à frente.

Três anos depois do que acreditávamos ser o fim de uma breve série de terror, o Prime Video resolveu nos presentear com a segunda temporada da ambiciosa Them.



Subtitulada ‘The Scare’, a trama nos apresenta a uma narrativa antológica que leva o público quase quatro décadas depois dos eventos da iteração predecessora. Aqui, acompanhamos a detetive Dawn Reeve (Deborah Ayorinde) e sua investigação de um brutal assassinato em Los Angeles que pode estar vinculado à sua própria história. Conforme os episódios se desenrolam, percebemos que o homicídio, na verdade, é apenas o princípio de uma comunhão de acontecimentos medonhos que envolvem uma força sobrenatural inexplicável e que começa a ter como alvo sua família.

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Durante o enredo, também somos convidados a conhecer o insano Edmund Gaines (Luke James), um aspirante a ator que navega entre a insanidade e a loucura ao ser constantemente rejeitado de todos os sonhos que sempre teve – não apenas no âmbito profissional, mas nas outras esferas. A priori, não entendemos de que forma as duas tramas se conectam; porém, conforme o horror cresce, as coisas começam a se encaixar da maneira mais angustiante possível e guiada por uma brincadeira cronológica que não poderíamos ter previsto em nenhum momento.

Como Dawn percebe, não existe nenhum serial killer físico tirando as vidas de pessoas inocentes em Los Angeles, e sim uma criatura demoníaca que parece estar atrás de uma vingança inexplicável. O que ela não imaginava é que um compilado de segredos obscuros viria à tona pouco a pouco – como o fato dela, na verdade, ter sido adotada por Athena (Pam Grier) do orfanato em que vivia desde bebê, em que era maltratada pela cuidadora (a qual, por sua vez, a maltratava dia e noite com ameaças e punições condenáveis). Mas isso não é tudo: Dawn havia sido adotada por Athena junto ao irmão gêmeo, que foi devolvido ao sistema após apresentar um comportamento estranho e beirando a psicopatia; sua mãe adotiva, dessa forma, os separou em uma decisão precipitada e que daria origem à trama principal. Afinal, o irmão gêmeo de Dawn em questão era ninguém menos que Edmund.

A verdade é que a temporada divide-se em duas linhas temporais que só começam a fazer sentido quanto a iteração entra em seu terceiro ato e somos levados a 1989, quando Edmund e Dawn se reencontram. Todavia, após todo o trauma sofrido, Dawn acabou por recalcar o que passou ao lado do irmão e no orfanato, construindo uma vida nova ao lado do até então marido e do filho. Não é surpresa, pois, que a protagonista não o reconheceu de imediato, mas Edmund sabia exatamente quem ela era e utilizou aquele encontro apenas como um último gatilho para se suicidar e transformar-se na implacável e rancorosa criatura que precisa caçar e punir aqueles que representam seus assuntos inacabados.

E isso não é tudo: os gêmeos provêm de uma linhagem que é marcada por traumas e que já foi perseguida por monstros bastante semelhantes. Como é-nos revelado no capítulo de encerramento, Edmund e Dawn são filhos de Ruby Lee Emory (Shahadi Wright Joseph), a filha mais velha de Lucky (Ayorinde) e Henry (Ashley Thomas) na temporada de estreia – que, levando em consideração o que a família passou confinada em um horrível subúrbio dominado por brancos nos anos 1950, resolveu dar a melhor chance possível para os filhos recém-nascidos sem que eles precisassem carregar os fardos de algo que não lhes pertencia.

Ao descobrir quem é sua mãe biológica, Dawn crê que está livre de todas as amarras que borravam sua genealogia – mas, o que ela não esperava, é que os fantasmas de um remoto passado voltariam a assombrá-la em uma espetacular cena final que traz o retorno do Tap Dance Man (Jeremiah Birkett), um dos demônios que assolava os Emory (em especial, Henry, ao emergir como um algoz que o induzia a se render às angústias e à impotência de proteger a família). A sequência em questão pode, inclusive, nos preparar para uma merecida terceira temporada que deve finalizar esse arco multigeracional e muito bem-vindo.

Lembrando que as duas temporadas estão disponíveis no Prime Video.

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Thiago Nollahttps://www.editoraviseu.com.br/a-pedra-negra-prod.html
Em contato com as artes em geral desde muito cedo, Thiago Nolla é jornalista, escritor e drag queen nas horas vagas. Trabalha com cultura pop desde 2015 e é uma enciclopédia ambulante sobre divas pop (principalmente sobre suas musas, Lady Gaga e Beyoncé). Ele também é apaixonado por vinho, literatura e jogar conversa fora.

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Subtitulada ‘The Scare’, a trama nos apresenta a uma narrativa antológica que leva o público quase quatro décadas depois dos eventos da iteração predecessora. Aqui, acompanhamos a detetive Dawn Reeve (Deborah Ayorinde) e sua investigação de um brutal assassinato em Los Angeles que pode estar vinculado à sua própria história. Conforme os episódios se desenrolam, percebemos que o homicídio, na verdade, é apenas o princípio de uma comunhão de acontecimentos medonhos que envolvem uma força sobrenatural inexplicável e que começa a ter como alvo sua família.

Durante o enredo, também somos convidados a conhecer o insano Edmund Gaines (Luke James), um aspirante a ator que navega entre a insanidade e a loucura ao ser constantemente rejeitado de todos os sonhos que sempre teve – não apenas no âmbito profissional, mas nas outras esferas. A priori, não entendemos de que forma as duas tramas se conectam; porém, conforme o horror cresce, as coisas começam a se encaixar da maneira mais angustiante possível e guiada por uma brincadeira cronológica que não poderíamos ter previsto em nenhum momento.

Como Dawn percebe, não existe nenhum serial killer físico tirando as vidas de pessoas inocentes em Los Angeles, e sim uma criatura demoníaca que parece estar atrás de uma vingança inexplicável. O que ela não imaginava é que um compilado de segredos obscuros viria à tona pouco a pouco – como o fato dela, na verdade, ter sido adotada por Athena (Pam Grier) do orfanato em que vivia desde bebê, em que era maltratada pela cuidadora (a qual, por sua vez, a maltratava dia e noite com ameaças e punições condenáveis). Mas isso não é tudo: Dawn havia sido adotada por Athena junto ao irmão gêmeo, que foi devolvido ao sistema após apresentar um comportamento estranho e beirando a psicopatia; sua mãe adotiva, dessa forma, os separou em uma decisão precipitada e que daria origem à trama principal. Afinal, o irmão gêmeo de Dawn em questão era ninguém menos que Edmund.

A verdade é que a temporada divide-se em duas linhas temporais que só começam a fazer sentido quanto a iteração entra em seu terceiro ato e somos levados a 1989, quando Edmund e Dawn se reencontram. Todavia, após todo o trauma sofrido, Dawn acabou por recalcar o que passou ao lado do irmão e no orfanato, construindo uma vida nova ao lado do até então marido e do filho. Não é surpresa, pois, que a protagonista não o reconheceu de imediato, mas Edmund sabia exatamente quem ela era e utilizou aquele encontro apenas como um último gatilho para se suicidar e transformar-se na implacável e rancorosa criatura que precisa caçar e punir aqueles que representam seus assuntos inacabados.

E isso não é tudo: os gêmeos provêm de uma linhagem que é marcada por traumas e que já foi perseguida por monstros bastante semelhantes. Como é-nos revelado no capítulo de encerramento, Edmund e Dawn são filhos de Ruby Lee Emory (Shahadi Wright Joseph), a filha mais velha de Lucky (Ayorinde) e Henry (Ashley Thomas) na temporada de estreia – que, levando em consideração o que a família passou confinada em um horrível subúrbio dominado por brancos nos anos 1950, resolveu dar a melhor chance possível para os filhos recém-nascidos sem que eles precisassem carregar os fardos de algo que não lhes pertencia.

Ao descobrir quem é sua mãe biológica, Dawn crê que está livre de todas as amarras que borravam sua genealogia – mas, o que ela não esperava, é que os fantasmas de um remoto passado voltariam a assombrá-la em uma espetacular cena final que traz o retorno do Tap Dance Man (Jeremiah Birkett), um dos demônios que assolava os Emory (em especial, Henry, ao emergir como um algoz que o induzia a se render às angústias e à impotência de proteger a família). A sequência em questão pode, inclusive, nos preparar para uma merecida terceira temporada que deve finalizar esse arco multigeracional e muito bem-vindo.

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