terça-feira , 24 dezembro , 2024

Artigo | Um mundo de pura imaginação: o final explicado de ‘Wonka’

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A Fantástica Fábrica de Chocolate, seja através do livro assinado por Roald Dahl, seja na adaptação cinematográfica estrelada por Gene Wilder, ajudou a eternizar um dos maiores personagens da cultura pop: o famoso chocolateiro Willy Wonka. E não levou muito tempo até que a indústria do entretenimento mainstream resolvesse revisitar o cosmos arquitetado por Dahl com o antecipado musical Wonka, que estreou recentemente nos cinemas nacionais e, em pouco tempo, conquistou o público e a crítica como um clássico instantâneo de final de ano.

Protagonizado por Timothée Chalamet, o filme serve como uma história de origem para Wonka, mostrando o momento em que ele retorna de uma árdua viagem pelo mundo e decide compartilhar suas descobertas com as pessoas através de doces fabulosos e mágicos que surpreendem e encantam qualquer um que os experimente. Entretanto, ele passa por inúmeras dificuldades até conseguir imortalizar o próprio nome, lidando com magnatas corruptos que querem manter o monopólio sobre o chocolate, estalajadeiros mentirosos que criam artimanhas para prender seus hóspedes e oficiais de justiça facilmente influenciáveis. No final das contas, Willy e seus amigos conseguem alcançar seus objetivos – atando o final da história ao enredo original de Dahl.



Pouco antes do fim da trama, Willy e Noodle (Calah Lane) se veem presos em um enorme tanque de chocolate, onde são deixados para morrer pela tríade de vilões formada por Arthur Slugworth (Paterson Joseph), Prodnose (Matt Lucas) e Fickelgruber (Matthew Baynton), visto que todos querem que o chocolateiro saia de cena e não revele os segredos sujos que mantiveram escondidos de todos para continuarem a controlar o fluxo de doces para a população e utilizarem-nos como moeda de troca e de suborno com os líderes religiosos e os policiais. Porém, o Oompa-Loompa Lofty (Hugh Grant) de quem Willy havia criado ressentimento acaba por ajudá-los a escapar – garantindo que os antagonistas tenham o que mereçam (isto é, comerem bombons que os fazem voar e, pouco depois, serem presos junto aos outros comparsas).

Mas isso não é tudo: o principal desfecho destina-se ao protagonista titular, que cumpre seu sonho em reunir as pessoas e compartilhar seu dom e seu chocolate com uma família escolhida inesperada e que o permitiram reacreditar no amor, seja ele como for. No primeiro ato do filme, Willy rememora as lembranças com a mãe (Sally Hawkins), que lhe jurou que estaria ao lado dele quando ele se transformasse em um chocolatier. Ainda que saibamos que não estará em presença física, considerando seu falecimento, ela retorna em alma para prestigiar o filho e para reassegurá-lo de que nunca esteve sozinho. E é a partir daí que Wonka consegue reunir os recursos necessários para começar a construir a icônica fábrica de chocolate ao lado do Oompa-Lompa, prestando homenagem à relação entre os personagens que vimos no título de 1971 e, é claro, no romance infantil de Dahl – com direito a uma cena envolvendo a memorável xícara de açúcar que o doceiro come.

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Um outro aspecto a encontrar conclusão envolve o arco de Noodle: deixada como órfão às portas da hospedagem comandada pela Sra. Scrubbit (Olivia Colman), ela foi condenada a uma vida de servidão, sem qualquer prospecto, mas sem deixar a esperança de encontrar a mãe uma vez mais. A única memorabilia que tinha era um anel cravado com a letra N que, como descobrimos depois, era um Z – indicativo do nome Zebedee Slugworth, seu pai biológico que também morreu e que era ninguém menos que irmão de Arthur. Ao descobrir que ela tinha uma sobrinha que poderia ameaçar seu direito à fortuna da família, ele criou uma artimanha para fingir que a infante tinha sucumbido, tirando-a das mãos da mãe e nunca revelando a verdadeira origem da garota. Mas Wonka a ajuda a descobrir a verdade e, como num conto de fadas que Noodle sempre idealizou, ela se reúne com a mãe e começa a viver de verdade.

Por fim, o restante dos personagens encontra suas respectivas conclusões: Abacus (Jim Carter) retorna para sua família; Lottie (Rakhee Thakrar) volta a trabalhar como telefonista, a grande paixão de sua vida; Piper (Natasha Rothwell) se reencontra com os amigos; Larry (Rich Fulcher) se vê em uma maré de sucesso como comediante; e a Sra. Scrubitt e Bleacher (Tom Davis) são presos por terem participado da propina do chocolate ao lado dos três magnatas supracitados.

E você? O que achou do filme?

Lembrando que o filme está em exibição nos cinemas nacionais.

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Thiago Nollahttps://www.editoraviseu.com.br/a-pedra-negra-prod.html
Em contato com as artes em geral desde muito cedo, Thiago Nolla é jornalista, escritor e drag queen nas horas vagas. Trabalha com cultura pop desde 2015 e é uma enciclopédia ambulante sobre divas pop (principalmente sobre suas musas, Lady Gaga e Beyoncé). Ele também é apaixonado por vinho, literatura e jogar conversa fora.

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A Fantástica Fábrica de Chocolate, seja através do livro assinado por Roald Dahl, seja na adaptação cinematográfica estrelada por Gene Wilder, ajudou a eternizar um dos maiores personagens da cultura pop: o famoso chocolateiro Willy Wonka. E não levou muito tempo até que a indústria do entretenimento mainstream resolvesse revisitar o cosmos arquitetado por Dahl com o antecipado musical Wonka, que estreou recentemente nos cinemas nacionais e, em pouco tempo, conquistou o público e a crítica como um clássico instantâneo de final de ano.

Protagonizado por Timothée Chalamet, o filme serve como uma história de origem para Wonka, mostrando o momento em que ele retorna de uma árdua viagem pelo mundo e decide compartilhar suas descobertas com as pessoas através de doces fabulosos e mágicos que surpreendem e encantam qualquer um que os experimente. Entretanto, ele passa por inúmeras dificuldades até conseguir imortalizar o próprio nome, lidando com magnatas corruptos que querem manter o monopólio sobre o chocolate, estalajadeiros mentirosos que criam artimanhas para prender seus hóspedes e oficiais de justiça facilmente influenciáveis. No final das contas, Willy e seus amigos conseguem alcançar seus objetivos – atando o final da história ao enredo original de Dahl.

Pouco antes do fim da trama, Willy e Noodle (Calah Lane) se veem presos em um enorme tanque de chocolate, onde são deixados para morrer pela tríade de vilões formada por Arthur Slugworth (Paterson Joseph), Prodnose (Matt Lucas) e Fickelgruber (Matthew Baynton), visto que todos querem que o chocolateiro saia de cena e não revele os segredos sujos que mantiveram escondidos de todos para continuarem a controlar o fluxo de doces para a população e utilizarem-nos como moeda de troca e de suborno com os líderes religiosos e os policiais. Porém, o Oompa-Loompa Lofty (Hugh Grant) de quem Willy havia criado ressentimento acaba por ajudá-los a escapar – garantindo que os antagonistas tenham o que mereçam (isto é, comerem bombons que os fazem voar e, pouco depois, serem presos junto aos outros comparsas).

Mas isso não é tudo: o principal desfecho destina-se ao protagonista titular, que cumpre seu sonho em reunir as pessoas e compartilhar seu dom e seu chocolate com uma família escolhida inesperada e que o permitiram reacreditar no amor, seja ele como for. No primeiro ato do filme, Willy rememora as lembranças com a mãe (Sally Hawkins), que lhe jurou que estaria ao lado dele quando ele se transformasse em um chocolatier. Ainda que saibamos que não estará em presença física, considerando seu falecimento, ela retorna em alma para prestigiar o filho e para reassegurá-lo de que nunca esteve sozinho. E é a partir daí que Wonka consegue reunir os recursos necessários para começar a construir a icônica fábrica de chocolate ao lado do Oompa-Lompa, prestando homenagem à relação entre os personagens que vimos no título de 1971 e, é claro, no romance infantil de Dahl – com direito a uma cena envolvendo a memorável xícara de açúcar que o doceiro come.

Um outro aspecto a encontrar conclusão envolve o arco de Noodle: deixada como órfão às portas da hospedagem comandada pela Sra. Scrubbit (Olivia Colman), ela foi condenada a uma vida de servidão, sem qualquer prospecto, mas sem deixar a esperança de encontrar a mãe uma vez mais. A única memorabilia que tinha era um anel cravado com a letra N que, como descobrimos depois, era um Z – indicativo do nome Zebedee Slugworth, seu pai biológico que também morreu e que era ninguém menos que irmão de Arthur. Ao descobrir que ela tinha uma sobrinha que poderia ameaçar seu direito à fortuna da família, ele criou uma artimanha para fingir que a infante tinha sucumbido, tirando-a das mãos da mãe e nunca revelando a verdadeira origem da garota. Mas Wonka a ajuda a descobrir a verdade e, como num conto de fadas que Noodle sempre idealizou, ela se reúne com a mãe e começa a viver de verdade.

Por fim, o restante dos personagens encontra suas respectivas conclusões: Abacus (Jim Carter) retorna para sua família; Lottie (Rakhee Thakrar) volta a trabalhar como telefonista, a grande paixão de sua vida; Piper (Natasha Rothwell) se reencontra com os amigos; Larry (Rich Fulcher) se vê em uma maré de sucesso como comediante; e a Sra. Scrubitt e Bleacher (Tom Davis) são presos por terem participado da propina do chocolate ao lado dos três magnatas supracitados.

E você? O que achou do filme?

Lembrando que o filme está em exibição nos cinemas nacionais.

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