2022 já está terminando – e, como é de costume, é sempre bom relembrarmos a nata da nata do que já assistimos na explosiva indústria do entretenimento.
Nessa nova matéria, voltamos nossa atenção para um dos gêneros mais adorados pelo público: as animações.
Por isso, preparamos uma breve lista elencando as melhores produções animadas do ano, desde o incrível ‘A Fera do Mar’ até a impecável e pungente adaptação em stop-motion de ‘Pinóquio’.
Confira abaixo as nossas escolhas:
10. MINIONS 2: A ORIGEM DE GRU
“Curtinho, com apenas uma hora e vinte de duração, e sem pós-créditos, ‘Minions 2: A Origem de Gru’ tem o formato certo para agradar tanto a garotada quanto aos pais que os acompanha no cinema. Ao mesmo tempo em que o roteiro de Matthew Fogel para a história de Brian Lynch se preocupa em incluir cenas de suave escatologia para arrancar risadas dos pequenos, também trabalha, de maneira não profunda porém evidente, a importância da passagem do saber dos mais velhos aos mais novos, a valorização do conhecimento (dos avós), que andou sendo desprezado pela juventude mas que atualmente vem sendo resgatado” – Janda Montenegro
9. LIGHTYEAR
“É inegável perceber as inspirações adotadas pela produção à medida que compramos essa jornada, mas a maior surpresa vem com a competência do time de animadores. O hiper-realismo empregado no filme é de tirar o fôlego, apostando fichas em uma space-opera colorida e vibrante, cuja paleta de cores avermelhada da estação espacial contrasta com o inebriante esverdeado do planeta e das criaturas que lá vivem – e com a iminência mortal de uma nave alienígena que começa a atacar a colônia humana. E, no topo disso, a atmosférica e orquestral trilha sonora de Michael Giacchino nos transporta a uma belíssima sinestesia instrumental” – Thiago Nolla
8. OS CARAS MALVADOS
“[…] o filme fica mais interessante quando a trama dele mesmo se acha, ou finalmente se mostra, e é aí que percebemos que a história não é apenas uma adaptação ou um filme de gangue com ladrões que querem roubar algo. Na realidade, o longa de estreia do diretor francês Pierre Perifel discute a respeito de vários preconceitos, dos quais os seus personagens centrais são expostos. E, nesse sentido, a analogia com a figuras de cada animal se mostra inteligente e, finamente, original” – Wilker Medeiros
7. CYBERPUNK: MERCENÁRIOS
A aclamada animação ‘Cyberpunk: Mercenários’ foi lançada em setembro na Netflix e serviu como uma produção baseada no aclamado game ‘Cyberpunk 2077’. Na trama, um jovem tentando sobreviver em uma cidade do futuro, cheia de tecnologia e modificações corporais. Tendo tudo a perder, ele escolhe permanecer vivo ao se tornar um edgerunner – um mercenário fora da lei também conhecido como cyberpunk.
6. O GATO DE BOTAS 2: O ÚLTIMO DESEJO
“Com todos os personagens em busca desse tal último desejo – um mágico mapa regado por uma lenda mítica -, a audiência é presenteada com uma aventura eletrizante, que caminha entre a calmaria reflexiva das atitudes de cada um e as intensas cenas de ação tradicionais da narrativa do protagonista principal. Exibindo uma mescla de estilos de desenhos que garantem maior dinamismo à trama, O Gato de Botas 2 inova dentro de seu formato e se inspira na arte oriental dos animes com liberdade, criando um filme que sempre nos surpreende artística e tecnicamente”- Rafaela Gomes
5. A FERA DO MAR
A recente animação da Netflix veio sem muitos materiais promocionais – mas já conquistou o público da gigante do streaming e vem fazendo sucesso considerável entre a crítica especializada. Conquistando nada menos que 94% de aprovação no Rotten Tomatoes, a trama é ambientada numa época em que as feras aterrorizantes ainda vagavam pelos mares e os caçadores de monstros eram considerados heróis — e o maior de todos eles era o valente Jacob Holland. Agora, o famoso aventureiro encontrará em Maisie, uma garota que embarcou como clandestina em seu navio, uma aliada inesperada numa jornada épica por águas desconhecidas.
4. RICK E MORTY – 6ª TEMPORADA
Depois de um espetacular season finale, ‘Rick e Morty’ retornou para novos episódios e manteve e aplaudível nível da série. Dessa vez, Justin Roiland, criador da animação, parece ter investido mais fichas em histórias amadurecidas e que trouxeram não apenas arcos incríveis para seus personagens, como reviravoltas espetaculares e uma celebração do cânone que vem sendo estabelecido há vários anos. Mais uma temporada impecável de uma das maiores obras da atualidade.
3. THE HOUSE
“A pretensão e o desejo são os temas que se repetem nas histórias da antologia, pinceladas com pulsões psicológicas e intimistas que refletem a atmosfera teatral dos enredos. A construção dramática de “And heard within, a lie is spun”, que abre a jornada, é apenas o princípio de uma afeição pelo surrealismo cinematográfico que remonta a clássicos do terror e do suspense, nunca, de fato, chegando à essência do medo, mas fomentando uma agridoce sensação de que confiar nas pessoas erradas pode ser um trajeto sem volta. E o que mais funciona é a brevidade das inflexões, que se desenrolam por pouco mais de meia hora” – T.N.
2. RED – CRESCER É UMA FERA
“Pouco depois de ter lançado ‘Soul’ e ‘Luca’, duas produções bastante diferentes entre si e que tiveram problemas próprios para enfrentarem, a Pixar retomou sua parceria com a incrível Domee Shi, vencedora do Oscar pelo curta-metragem ‘Bao’, para uma de suas narrativas mais honestas. Tomando forma no título de ‘Red: Crescer é uma Fera’, Shi, aliando-se a uma equipe técnica e artística aplaudível, constrói uma jornada relacionável pelas complexidades do amadurecimento e pelos conflitos intergeracionais – algo que é costumeiro dentro desse panteão animado. A diferença é que, pela primeira vez, começamos a ter uma representatividade mais acentuada com personagens complexos e que fogem da bolha mainstream dos últimos anos (cortesia da diretora e de um elenco de dublagem que não perde a mão em qualquer que seja a cena).” – T.N.
1. PINÓQUIO
“As investidas artísticas dialogam com o enredo das formas mais variadas: cada sequência é pensada com detalhismo apaixonante, desde os galhos das árvores às protuberâncias do monstro marinho que engole os protagonistas. As cores transitam entre o naturalismo de um escopo amalfitano, paradisíaco, ao pessimismo convulsionado da guerra, manchada por vermelho, laranja e pela sóbria neutralidade do marrom; a trilha sonora, assinada por Alexandre Desplat e uma forte concorrente ao Oscar, aposta em elementos fantasiosos, mas fundindo teatralidade com realismo em uma explosão sentimental que nos arrepia do começo ao fim. O único obstáculo enfrentado pelo filme é a paixão repentina de explicar as coisas que acontecem, movido a uma precisão que, por vezes, se torna cansativa (em outras palavras, seria mais divertido que fôssemos levássemos a pensar sobre os temas tratados do que engoli-los já mastigados)” – T.N.