O gênero animado tem um lugarzinho especial no coração dos cinéfilos – e, depois de muito lutar, se sagrou como um dos desmembramentos da sétima arte e passível de enorme reconhecimento como arte cinematográfica.
Pensando nisso, preparamos uma breve matéria elencando as dez melhores animações dos anos 2000 – abrangendo apenas os longas-metragens que façam parte desse estilo.
Confira abaixo as nossas escolhas e conte para nós qual a sua favorita:
10. A NOIVA CADÁVER (2005)
“‘A Noiva Cadáver’ é uma narrativa bem diferente de todas as outras por inclinar-se às vertentes musicais; essa fábula vitoriana gira em torno do jovem e descuidado Victor Van Dort (Johnny Depp, marcando mais uma colaboração com Tim Burton), que tenta portar-se como um cavalheiro à medida em que seu casamento arranjado com a pálida e assustada Victoria Everglot (Emily Watson) para que as duas família finalmente encontrem um pouco de estabilidade financeira em meio à crescente crise da Inglaterra. De forma quase imperceptível, o pano de fundo é colocado como base para a construção das múltiplas subtramas, incluindo a tendência amalgamada entre teocentrismo e capitalismo, a subjugação à santidade do matrimônio e o conservadorismos dos valores tradicionalistas das famílias nobres” – Thiago Nolla
9. A PRINCESA E O SAPO (2009)
No auge da popularização das animações em 3D, a Walt Disney Studios nos entregou uma pérola do gênero 2D que conquistou os fãs ao redor do mundo e trouxe uma das fábulas mais clássicas à vida. Em 2009, nascia ‘A Princesa e o Sapo’, uma potente história ambientada em Nova Orleans dos anos 1920 e que estende um legado memorável até os dias de hoje. A trama acompanha Tiana, uma jobem que deseja abrir o seu próprio restaurante. Seus planos tomam um rumo diferente quando ela conhece o príncipe Naveen, que foi transformado em sapo pelo maldoso Dr. Facilier. Porém, o príncipe sapo tem esperanças de se tornar um humano novamente se Tiana beijá-lo.
8. O CASTELO ANIMADO (2004)
“Quando falamos em animação, automaticamente a grande maioria pensa em Disney e Pixar – filmes criados para todo o tipo de público, que são tão recomendados para os pais quanto para as crianças. Porém, tão adorados quanto pelos cinéfilos são as obras cult dos estúdios Ghibli, empresa japonesa que possui verdadeiros clássicos em sua filmografia como ‘Meu Amigo Totoro’, ‘Túmulo dos Vagalumes’ e ‘A Viagem de Chihiro’. Desde os anos 80 o estúdio encanta plateias pelo mundo, mas o grande público fora do Japão começou a descobrir e se apaixonar pelas produções da casa nos anos 2000, quando ‘A Viagem de Chihiro’ encantou o planeta. ‘O Castelo Animado’ foi o filme seguinte do estúdio e conta a história sobre uma maldição colocada por uma bruxa em que uma jovem é transformada em idosa – e precisa encontrar um feiticeiro em um castelo itinerante para quebrar o feitiço” – Pablo Bazarello
7. WALL-E (2008)
‘WALL-E’ destaca-se como uma das maiores pérolas da Pixar e do gênero animado – tendo entrado para diversas listas de melhores filmes de todos os tempos. E, enquanto o aspecto ambiental é o que mais nos chama a atenção pela própria ambientação do enredo, há inúmeras investidas que despontam no projeto, incluindo a questão das inteligências artificiais em uma época em que tais discussões não tinham palco considerável; a alienação frente a um prospecto que não existe; o capitalismo predatório como antecessor da ruína humana; entre muitos outros.
6. UP – ALTAS AVENTURAS (2009)
É difícil não pensar em alguma pessoa que não tenha se emocionado com ‘Up – Altas Aventuras’. A animação da Pixar é impecável do começo ao fim e faz parte da Era de Ouro do estúdio – e não é por qualquer motivo. Além da irretocável técnica empregada por Pete Docter e por seu habilidoso time criativo, somos apresentados a uma narrativa motivada por temas como perda, solidão, reencontro e amor, contando com personagens eximiamente arquitetados. A trama acompanha Carl Fredricksen, um vendedor de balões que está prestes a perder a casa em que sempre viveu com sua falecida esposa. Após um incidente, Carl é considerado uma ameaça pública e forçado a ser internado. Para evitar que isto aconteça, ele põe balões em sua casa, fazendo com que ela levante voo. Carl quer viajar para uma floresta na América do Sul, onde ele e a esposa sempre desejaram morar, mas descobre que um problema embarcou junto: um jovem garoto chamado Russell.
5. RATATOUILLE (2007)
“O brilho do filme já se inicia com sua estrutura narrativa, a qual é estranha e satisfatoriamente comparável às páginas de um cardápio, preparando o terreno para o espectador e para o que ele verá durante seus quase 120 minutos de duração. Os momentos trágicos, cômicos, tensos e empáticos seguem uma linha catártica que se mistura à cronologia impessoal e atemporal da história, usufruindo de elementos com décadas de diferenças para construir uma ambientação atmosférica deliciosamente agradável. E, bom, não é à toa que a obra seja uma das melhores de todo o legado dos estúdios – e talvez fosse uma que merecesse uma possível sequência” – Thiago Nolla
4. SHREK (2001)
Em 18 de Maio de 2001, a icônica e lendária animação ‘Shrek’ fazia sua estreia oficial nos cinemas estadunidenses e sagrava-se um dos títulos mais adorados pelo público. Ousando desconstruir o maniqueísmo dos contos de fada com tramas originais e um protagonista fora do convencional – um ogro sem quaisquer maneiras que se torna o grande herói da saga -, o longa foi o primeiro filme da história a levar para casa o Oscar de Melhor Animação, ganhando em cima de ‘Monstros S.A.’ e ‘Jimmy Neutron’, e seu sucesso crítico e comercial rendeu nada menos que três sequências e um spin-off.
3. CORALINE E O MUNDO SECRETO (2009)
“Quando uma história é bem contada, é muito difícil esquecê-la. Normalmente, anos podem se passar e memórias da narrativa, por mais fragmentadas que estejam, ainda perambulam nossa mente e nos transportam a um momento nostálgico em que nada mais existia a não ser a pura envolvência entre o espectador e o filme: é por essas e outras razões que ‘Coraline e o Mundo Secreto’ permanece como uma das melhores e mais sombrias animações já feitas, cuja amplitude de alcance não se restringe apenas a uma parcela da audiência, mas esgarça suas inúmeras ramificações e encanta qualquer um que ouse lhe assistir” – Thiago Nolla
2. PROCURANDO NEMO (2003)
‘Procurando Nemo’ é um dos melhores e mais importantes da Pixar e é um dos grandes representantes da Era de Ouro do estúdio. Mais do que isso, o longa tornou-se o primeiro da companhia a levar para casa o Oscar de Melhor Animação, além de ter conquistado outras três indicações na premiação (incluindo Melhor Roteiro Original). Arrecadando mais de US$940 milhões nas bilheterias mundiais, a aclamada produção gira em torno de Marlin, um peixe-palhaço superprotetor que cruza o oceano em busca do filho, Nemo, levado por uma dupla de mergulhadores. Enfrentando tubarões famintos, águas-vivas perigosas e uma baleia gigantesca, Marlin e Dory, uma peixinha com síndrome de perda de memória recente, lutam contra seus piores medos para resgatar o jovem Nemo.
1. A VIAGEM DE CHIHIRO (2001)
‘A Viagem de Chihiro’ não é considerado um dos melhores filmes da história por qualquer motivo: a produção, dirigida e escrita por Hayao Miyazaki, surpreendeu a todos por uma competente e emotiva narrativa, guiada por uma animação cautelosamente arquitetada – e não apenas conquistou aclame da crítica, como carregou o título do filme mais bem-sucedido da história da sétima arte japonesa por quase duas décadas. Como se não bastasse, o título ajudou a calcar a animação como arte, e não apenas como um gênero voltado ao público infantil.
Na trama, Chihiro e seus pais estão se mudando para uma cidade diferente. A caminho da nova casa, o pai decide pegar um atalho. Eles se deparam com uma mesa repleta de comida, embora ninguém esteja por perto. Chihiro sente o perigo, mas seus pais começam a comer. Quando anoitece, eles se transformam em porcos. Agora, apenas Chihiro pode salvá-los.