Se há um tipo de canção que consegue conquistar automaticamente os ouvintes ao redor do mundo, esse tipo é o das baladas.
Originário do francês medieval, o termo passou por inúmeras transformações até se consagrar como as costumeiras ballads do cenário contemporâneo da indústria fonográfica – e, nos dias de hoje, carrega o significado do século XIX, que descreve, normalmente, produções musicais lentas com narrativas que não se restringem apenas à paixão, mas a outros temas profundos (e destinadas aos gêneros do pop e do rock, em sua maioria).
Pensando nisso, preparamos uma breve lista elencando das dez melhores baladas da década até agora.
Confira abaixo as nossas escolhas:
10. “LIGHTHOUSE”, Birdy

O erro de Birdy no recente álbum ‘Young Heart’ foi se deixar levar pela extensa melancolia das músicas, o que o tornou relativamente repetitivo. Mas isso não significa que a artista não conseguiu nos entregar algumas das melhores faixas de 2021, como foi o caso de “Lighthouse”, uma repaginação country e bluegrass memorável pela presença fantástica dos violinos.
9. “ABLAZE”, Alanis Morissette

“Ablaze” é uma das canções mais emocionantes do ano e, infelizmente, não ganhou a atenção que merecia. Performada pela voz inconfundível de Alanis Morissette, a balada soft-rock brinca com os conceitos de empatia, memória e maternidade, mostrando que essa lenda da música ainda tem muito a nos contar.

8. “LET ME LOVE YOU LIKE A WOMAN”, Lana Del Rey

Lana Del Rey entregou um dos melhores álbuns do ano passado com ‘Norman Fucking Rockwell’ e, agora, está de volta com o que prometera ser o capítulo de abertura de sua próxima obra fonográfica. “Let Me Love You Like a Woman” é uma continuação digna de suas jornadas reflexivas e sensorialistas, seja pela urgência de seus versos amadurecidos, seja pela produção comandada por Jack Antonoff.
7. “BROOKLYN BRIDGE”, Anaïs Mitchell

Em seu álbum de estúdio homônimo, Anaïs Mitchell nos presenteia com a singela e atmosférica “Brooklyn Bridge”, reafirmando-se como uma das storytellers mais potentes da atualidade – e cada palavra suspirada e tecla apertada demonstra uma confiança íntegra e uma sutileza poética que já foram emuladas diversas vezes nos últimos tempos
6. “MARJORIE”, Taylor Swift

É difícil não se emocionar com a potência taciturna de “marjorie”. Um dos muitos ápices artísticos de Swift em ‘Evermore’, a faixa trata com carinho e com uma saudade imbatível Marjorie Finlay, falecida avó da performer que a encorajou a mergulhar no mundo da música. A própria cantora e compositora disse que Finlay a visita, ainda que em sonhos, para lhe dar inspiração e para segurar sua mão em momentos difíceis.
5. “DIE WITH A SMILE”, Lady Gaga & Bruno Mars

Quando pensamos em colaborações musicais, é costumeiro ficarmos com um pé atrás pelo fato de, talvez, um dos nomes envolvidos ofuscar o outro. Porém, considerando o calibre artístico e performático de Bruno Mars e Lady Gaga, sabíamos que a certeira parceria firmada com “Die With a Smile” havia encontrado sucesso antes mesmo do lançamento oficial: não existe uma superposição de entregas que se digladia para roubar os holofotes, e sim uma comunhão sinérgica e simbiótica que se desenrola com naturalidade apaixonante e que, ao nos arrancar de uma brutal realidade, transporta os ouvintes a um lugar perdido no tempo em que nada importa além de um amor que atravessa os mais árduos obstáculos.
4. “STRANGERS BY NATURE”, Adele

Na abertura de seu mais recente álbum, ’30’, a icônica Adele apresenta “Strangers By Nature”, que marca uma inesperada colaboração com o vencedor do Oscar Ludwig Göransson (‘Rocky’, ‘Pantera Negra’) que demonstra uma paixão pela teatralidade. O verso “eu nunca vi o céu com esta cor antes” e a impactante presença de múltiplas camadas e de sintetizadores prestam a melhor das homenagens a Judy Garland e a Barbra Streisand, em uma ode musical que grita no próprio silêncio.
3. “WHAT WAS I MADE FOR?”, Billie Eilish

Quando Billie Eilish foi anunciada como uma das artistas do compilado de músicas originais que integrariam o filme ‘Barbie’, já sabíamos que a múltipla vencedora do Grammy traria mais uma potente balada à sua discografia. O resultado emergiu com a tocante e emotiva “What Was I Made For?”, uma faixa que carrega inúmeras referências a reflexões sobre o próprio eu e sobre as crises de identidade que temos ao longa da vida – possivelmente lhe garantindo mais uma indicação ao Oscar e, quiçá, sua segunda estatueta da premiação.
2. “THE GRUDGE”, Olivia Rodrigo

Já ficou bem claro que Rodrigo não tem nenhum problema em dizer o que pensa, principalmente com os títulos de suas músicas – e “the grudge” não é nenhuma exceção. Traduzida para “o ressentimento”, a música permite que a cantora construa uma ponte estrutural com “drivers license” de maneira poética e que acrescenta mais uma obra-prima à sua jovem carreira. Aqui, ela pondera o término de um relacionamento que ainda machuca e que culmina com alguns dos versos mais dilacerantes da memória recente (“é preciso de força para perdoar, mas não me sinto forte”).
1. “EXILE”, Taylor Swift & Bon Iver

“Exile” é uma das melhores músicas do século e uniu Swift à conhecida e grave voz de Bon Iver em uma tocante história de dois amantes separados por circunstâncias inexplicáveis. Emergindo como a melhor colaboração da artista de “Safe & Sound”, a canção é uma balada indie folk com elementos do gospel e com uma química apaixonante entre os dois vocalistas.