Estamos perto de dar as boas-vindas a um novo ano e, continuando nossas matérias especiais, chegou a hora de relembrar o melhor do cinema e da televisão LGBTQIA+.
Em 2022, diversas produções ganharam as telonas e as telinhas e conquistaram o público e a crítica, desde o retorno da aclamada série ‘Gentleman Jack’, passando pela estreia da ótima adaptação ‘Heartstopper’ e chegando na divertida rom-com ‘Mais que Amigos’.
Pensando nisso, separamos as dez melhores produções queer que nos deliciaram nesses últimos doze meses.
Confira abaixo as nossas escolhas e conte para nós qual foi a sua favorita:
10. LOVE, VICTOR
Dois anos depois da estreia oficial da série, o público retornou uma última vez para Creekwood e deu adeus a personagens que aprenderam a amar, despedindo-se com um instigante finale que, de fato, irá deixar saudades. Nos oito episódios finais, acompanhamos Victor (Michael Cimino) completando sua jornada de autodescoberta e percebendo que deve tomar decisões complexas sobre como seguir com a vida em meio a turbulências amorosas, realizações impactantes e uma constante evolução que não diz respeito apenas a ele, mas também a sua família e a seus amigos.
9. MORTE MORTE MORTE
8. YOUNG ROYALS
A série sueca ‘Young Royals’ veio comendo pelas beiradas desde sua estreia em 2021 e, em pouco tempo, fez um sucesso gigantesco de crítica e de público. Ambientada na escola de elite Hillerska, a trama companha o Príncipe Wilhelm da Suécia (Edvin Ryding) e seu romance com o estudante Simon Eriksson (Omar Rudberg) – bem como os dramas em virtude de seu relacionamento. A 2ª temporada aproveita o universo apresentado aos fãs para aumentar a carga dramática e analisar de forma bela e apaixonante o que acontece quando duas pessoas que se amam estão separadas.
7. WARRIOR NUN
Infelizmente, a Netflix decidiu cancelar ‘Warrior Nun’ pouco depois de uma espetacular 2ª temporada – mas isso não nos impediu de aproveitar os incríveis episódios. Ainda que o foco da série também seja destinado aos eventos sobrenaturais e aos ácidos comentários sociais e religiosos, um outro aspecto merece reconhecimento e contribui para a beleza da série: o relacionamento entre Ava (Alba Baptista) e Beatrice (Kristina Tonteri-Young), que gritam representatividade e que é muito mais explorado no último ciclo.
6. CRUSH: AMOR COLORIDO
É bem provável que ‘Crush’ tenha passado longe de seu radar, mas não do nosso. A adorável e divertida comédia coming-of-age trouxe vários talentos jovens às telas, incluindo Rowan Blanchard, Auli’i Cravalho e Isabella Ferreira, e contou a história de Paige, uma artista que luta para encontrar seu lugar no mundo e que entra para o time de atletismo de seu colégio para ficar mais próxima de sua crush – até perceber que está se aproximando de outra jogadora. A produção nos ganha o coração ao apostar na singuralidade do amor adolescente e pela química explosiva do elenco.
5. HEARTSTOPPER
‘Heartstopper’ foi lançada como HQ em 2017 e, considerando o longo tempo que obras literárias demoram para ser adaptadas ao audiovisual, até que os fãs dos quadrinhos não morreram de ansiedade esperando por uma releitura. Em certo aspecto, ficamos com um pé atrás quando conhecemos o catálogo oscilante da Netflix, que tem capacidade de entregar projetos ótimos e ruins ao mesmo tempo. Felizmente, a série emerge como uma das melhores do ano, não por promover uma revolução estética ou uma desconstrução das fórmulas, mas por utilizá-las em prol de um ideal bem delineado, gestando um sólido coming-of-age que nos envolve com força gigantesca e nos gruda a cada um dos breves oito episódios. Desde a singela atuação do elenco protagonista à competente direção de Euros Lyn, a temporada de estreia de ‘Heartstopper’ é uma carta de amor às rom-coms adolescentes e ao fato de toda forma de amor ser válida.
4. GENTLEMAN JACK
‘Gentleman Jack’ é uma das séries mais incríveis deste século e, provavelmente pela falta de um marketing digno, não tem o reconhecimento que merece. A trama acompanha a vida de Anne Lister (Suranne Jones), uma mulher com ideias avançadas para seu tempo. Anne é dona de terras, comanda seu negócio, não tem receio de bater de frente com os homens e ainda nutre grande amor por uma mulher. Enquanto a temporada de estreia serviu como apresentação dessa narrativa, o mais recente ciclo aprofundou os relacionamentos e a personalidade da protagonista, encantando do começo ao fim.
3. TUDO É POSSÍVEL
Billy Porter ganhou fama mundial depois de estrelar o aclamado drama ‘Pose’, conquistando inclusive uma estatueta do Emmy Award por sua icônica interpretação como Pray Tell. E, pouco depois de ter quebrado barreiras de gênero ao interpretar a fabulosa Fada Madrinha na adaptação musical de ‘Cinderela’, Porter resolveu mergulhar de cabeça no mundo cinematográfico ao fazer sua estreia diretorial com a vindoura dramédia romântica ‘Tudo é Possível’ – cujas fórmulas do gênero são utilizadas para se afastar de convencionalismos e criar uma divertida e funcional narrativa destina não só à comunidade LGBTQIA+, mas essencialmente às pessoas trans (cuja representatividade na mídia ainda permanece muito escassa).
2. MAIS QUE AMIGOS
Dirigido por Nicholas Stoller, que não é nenhum estranho às rom-coms, e contando com o roteiro de Billy Eichner e Stoller, o longa-metragem desmistifica os estereótipos encontrados em filmes similares ao trazer para o centro dos holofotes um homem gay chamado Bobby (que também é interpretado por Eichner), que beira os quarenta anos e praticamente desistiu do amor. Logo no começo da história, é notável como Bobby talvez tenha percebido que não nasceu para ficar com alguém em uma relação duradoura – e ele nem sequer procura por isso. Afinal, sua carreira de sucesso fala por conta própria, considerando que ele é diretor do vindouro museu LGBTQIA+ de Nova York, além de comandar um podcast que abarca discussões queer e fala com abertura invejável sobre o que bem quiser (indesculpável e descaradamente).
1. FIRE ISLAND: ORGULHO & SEDUÇÃO
Talvez o aspecto mais emblemático de ‘Fire Island’ seja sua concisão e o fato de ser destinado a um público específico, a comunidade queer. É nesse universo exuberante que o diretor Andrew Ahn arquiteta uma singela e hilária aventura em uma ilha conhecida como Fire Island – uma espécie de refúgio que, como anunciado logo nas primeiras cenas, funciona como uma “Disneyland gay”. Aqui, o comediante Joel Kim Booster, que também empresta suas habilidades para o exímio e coeso roteiro, interpreta Noah, um jovem rapaz despreocupado com assuntos do coração e que carrega um mote bastante específico de estar livre para se relacionar com quem quiser e sempre permanecer ao lado de sua família.