A década de 2020 vem se mostrando um ótimo momento para a música – seja com a presença de gêneros que estavam às vésperas de conquistar uma popularização necessária, seja com o resgate de incursões mais antigas com roupagens modernizadas e nostálgicas.
E é claro que 2024 não ficaria de fora de um ano incrível para artistas apresentarem o que têm de melhor. Ora, dentre nomes que dominaram os holofotes, podemos citar Lady Gaga, Bruno Mars, Beyoncé, Ariana Grande, Sabrina Carpenter, Kendrick Lamar e vários outros.
Pensando nisso, montamos mais um ranking musical relembrando o suprassumo de 2024 ao elencar as quinze melhores canções internacionais do ano.
Confira as nossas escolhas abaixo e conte para nós qual a sua favorita:
15. “LOML”, Taylor Swift
Para aqueles que acompanham a carreira de Swift, sabe-se que a performer tem uma habilidade invejável e espetacular de construir baladas pungentes e bastante impactantes – e é claro que ‘The Tortured Poets Department’ traria algumas incursões muito bem arquitetadas. Nesse âmbito, insurge “Loml”, uma derradeira reflexão desde os primeiros toques do piano clássico, reiterando a mágica que Swift tem a habilidade de criar com o instrumento, projetando uma tristeza teatral e confessional em cada uma das palavras proferidas.
14. “TRAINING SEASON”, Dua Lipa
“Training Season” é alicerçada na potência do euro-disco, revelando as predileções da cantora e compositora por um passado não muito longínquo e que ganha uma roupagem, ao mesmo tempo, nostálgica e modernizada; os versos, que falam das dúvidas de um amor em potencial que apenas se concretizará caso entregue exatamente o que ela queira, são demarcados por batidas profundas e saudosistas, afastando-se de um conceitualismo exaustivo ou de uma reinvenção do gênero. O que Dua promove é a celebração daquilo que a inspira até hoje – e que reitera seu merecido status no escopo da música.
13. “PLEASE PLEASE PLEASE”, Sabrina Carpenter
Enquanto Sabrina Carpenter conquistou o mundo com o lançamento de “Espresso”, ela continuaria sua onde de extremo sucesso com a divulgação da segunda faixa promocional, intitulada “Please Please Please”. A track se afasta do escopo pop do single anterior, mergulhando em uma mistura soberba de Yacht rock e country que começa a dar as caras de uma versatilidade apaixonante – e que arranca alguns dos melhores vocais da cantora em uma rendição bastante caprichosa (no melhor sentido do termo).
12. “LIGHTS CAMERA ACTION”, Kylie Minogue
“Lights Camera Action” é exatamente o que esperamos de uma artista com o calibre de Kylie Minogue: uma investida impulsionada pelo melhor do dance-pop e do techno, milimetricamente arquitetada para maximizar uma experiência sensorial e pautada em um instigante hedonismo sonoro. Através das estrofes, Kylie aposta em uma entrega vocal que se afasta da teatralidade e se volta para as incursões mais “robotizadas” do cenário mainstream atual – mas sem deixar de lado seu potente soubrette como o conhecemos e amamos.
11. “BROKEN MAN”, St. Vincent
Três anos depois de sua última incursão no cenário fonográfico, St. Vincent voltou com força total com o lançamento de ‘All Born Screaming’, um dos melhores álbuns do ano e uma das melhores entradas de sua fabulosa e encantadora carreira. Dentro desse exuberante compilado de originais, a cantora e compositora deu início à era com o potente art-rock e rock industrial de “Broken Man”: aqui, as impactantes e dissonantes notas da guitarra são acompanhadas de versos angustiantes que preza por uma roupagem punk e pós-industrial de tirar o fôlego.
10. “THE DINER”, Billie Eilish
“THE DINER”, considerado por este que vos escreve como a melhor canção do álbum ‘Hit Me Hard and Soft’ – e como uma das melhores incursões da década no mundo fonográfico -, nos leva de volta a algo similar ao que Lenka nos presenteara em 2009 com a ótima “Trouble Is a Friend” – remodelada ao bel-prazer de Billie e garantindo mais uma performance aplaudível que une “bad guy”, “oxytocin” e “nda” em um mesmo lugar.
9. “VON DUTCH”, Charli XCX
Charli XCX já vinha nos preparando para a exagerada e vibrante jornada de ‘BRAT’ com a divulgação de vários faixas promocionais, incluindo a irretocável investida “Von Dutch” – uma mistura pungente e dançante de electroclash e dance-pop, cuja lírica é uma exploração de um autoempoderamento necessário e que é tradução quase direta da intitulação do álbum, com uma repetição antêmica da frase “eu sou sua número 1” (“I’m your number one”), quase funcionando como um epítome que resume as principais mensagens.
8. “YA YA”, Beyoncé
Como bem sabemos, Beyoncé é um gênio no tocante a construir baladas que ficam marcadas como algumas de suas melhores canções – procurando uma atmosfera cândida para declamar e explorar angústias internas. Mas seu lado mais insano e indesculpável explode em avidez quando ela se apropria de arquiteturas uptempo e dançantes – como é o caso da vibrante “Ya Ya”. Seguindo uma menção à lendária Linda Martell, a track é uma amálgama dançante de country-pop, country-rock e go-go, cujas notas iniciais buscam referência na clássica “These Boots Are Made For Walkin’”, de Nancy Sinatra – e que nos carregam em uma aventura frenética e inescapável.
7. “DISEASE”, Lady Gaga
Apresentando uma amálgama diabolicamente equilibrada de referências a ‘The Fame Monster’ e a ‘Born This Way’, “Disease” abre a mais nova era de Lady Gaga com uma força irrefreável e um comprometimento arrepiante – sendo lançada em uma época certeira e revelando que nossa Mother Monster ainda tem muito a nos contar.
6. “WE CAN’T BE FRIENDS (WAIT FOR YOUR LOVE)”, Ariana Grande
O segundo single de ‘eternal sunshine’ se tornou uma das iterações mais bem construídas do álbum e, em um piscar de olhos, conquistou os ouvintes ao redor do planeta pela produção nostálgica e pela lírica pungente. “we can’t be friends (wait for your love)”, arquitetado sobre uma estrutura synth-pop cortesia das habilidosas mãos de Max Martin e Ilya Salmanzadeh, nutre de similaridades envolventes com o trabalho de Robyn, por exemplo, e serve como reflexo de um coração partido que precisa se curar.
5. “GUESS”, Charli XCX feat. Billie Eilish
Neste ano, Charli XCX lançou o que apenas podemos considerar como um dos seus melhores álbuns com o aclamado ‘BRAT’ – e, como forma de promover uma das obras-primas do ano, a artista uniu-se a ninguém menos que Billie Eilish para uma vibrante colaboração que emergiu no remix de “Guess”. A versão aposta fichas no pop industrial, no EDM e no electro-clash e une uma química invejável e extremamente sensual que traz o melhor de ambas as artistas à tona.
4. “NOT LIKE US”, Kendrick Lamar
São poucas as pessoas que não conhecem a infame rixa entre os rappers Drake e Kendrick Lamar, que se iniciou na década de 2010 e estendeu-se até os dias de hoje. O conflito entre ambos os artistas chegou a uma espécie de fim com a última “pá de cal” jogada por Lamar no impressionante e chocante single “Not Like Us”: o single, que quebrou inúmeros recordes de vendas (alcançando o primeiro lugar da Hot 100 da Billboard) é uma inflexão do hip-hop e do hyphy pautada em versos tão cínicos e impactantes que chega a ser difícil não ficar boquiaberto. Ora, Kendrick não pensa duas vezes antes de criticar a posição de Drake no cenário rap e hip-hop, chamando-o de “colonizador” e de estar afiliado a um grupo de pedofilia.
3. “16 CARRIAGES”, Beyoncé
“16 Carriages” emerge como uma culminação testamentária do que Bey já nos ofereceu até hoje. Diferente de “Texas Hold ‘Em”, que aposta fichas no bluegrass e na comunhão de instrumentos como o banjo, a viola e o cajón, aqui ela volta-se para a potência retumbante da guitarra elétrica, em uma atmosfera soul-country pincelada com uma percussão apaixonante – e que reitera sua predileção por investidas, ao mesmo tempo, conceituais e mercadológicas. Há aspectos do rock que dão as caras nos quase quatro minutos da track, possivelmente premeditando o capítulo de encerramento de ‘Renaissance’; há uma junção do country com o gospel à medida que caminhamos para o terceiro ato da canção; e, mais do que tudo, temos rendições vocais que nos recordam do egrégio status da cantora no cenário musical.
2. “GOOD LUCK, BABE!”, Chappell Roan
Chappell Roan finalmente está tendo o reconhecimento que merece, sagrando-se como uma das maiores artistas da nova geração – em um nível que a propulsiona e a prevê como uma artista a níveis de Lady Gaga ou Beyoncé. E, com “Good Luck, Babe!”, a cantora e compositora explora um dos temas mais difíceis de ser analisado no cenário fonográfico: o da heterossexualidade compulsória. Através de uma pungente e ansiosa lírica, movida por uma construção pop e orquestral arrepiante e irretocável do começo ao fim, Roan fala sobre as angústias de uma personagem que não consegue aceitar quem é por quaisquer que sejam as razões. E, para além do enredo indesculpavelmente potente, temos uma rendição performática aplaudível que puxa elementos até mesmo do oitentismo irrefreável de Kate Bush.
1. “DIE WITH A SMILE”, Lady Gaga & Bruno Mars
Em 2024, Charli XCX lançou o que apenas podemos considerar como um dos seus melhores álbuns com o aclamado ‘BRAT’ – e, como forma de promover uma das obras-primas do ano, a artista uniu-se a ninguém menos que Billie Eilish para uma vibrante colaboração que emergiu no remix de “Guess”. A versão aposta fichas no pop industrial, no EDM e no electro-clash e une uma química invejável e extremamente sensual que traz o melhor de ambas as artistas à tona.