quinta-feira , 21 novembro , 2024

As Melhores Produções LGBTQIA+ do Ano (Até Agora)

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Ano após ano, a comunidade LGTBQIA+ ganha mais representatividade no cenário mainstream, conquistando um espaço que, poucas décadas atrás, era confinado a um papel coadjuvante e estereotipado.

Ainda que existam vários pontos que precisam ser melhorados, principalmente em relação às pessoas não-binárias e às pessoas transexuais, é notável como os personagens, título a título, se tornam mais complexos, críveis e com problemas pessoais que vão para além do preconceito enraizado, espalhando-se para obstáculos cotidianos através dos quais os memebros dessa comunidade se sentem representados.



Pensando nisso, preparamos uma breve lista elencando as melhores produções LGBTQIA+ do ano (até agora).

Confira abaixo as nossas escolhas e conte para nós qual a sua favorita:

8. HEARTSTOPPER – 2ª TEMPORADA

“O mais notável é como, fugindo das construções formulaicas de produções românticas do gênero, a história traz à tona um relacionamento saudável que, mesmo diante de obstáculos, sabe como dar a volta por cima e resolver situações de maneira responsável e amadurecida. Nick e Charlie escondem algumas coisas que, a princípio, não os afetam – mas que, gradativamente, se aglutinam em uma avalanche inescapável. Nick, por exemplo, sofre com a ausência do pai e o comportamento aversivo do irmão; Charlie, por sua vez, não sabe de que maneira lidar com o assédio sofrido por Ben ou com um distúrbio alimentar que simplesmente o deixa sem vontade de comer até sofrer com fraqueza extrema. Cada temática é tratada com respeito e, apesar de parecerem superficiais, funcionam como o pontapé inicial de conversas muito necessárias para os dias de hoje” – T.N.

7. GOOD OMENS – 2ª TEMPORADA

Se a 1ª temporada de Good Omens nos deixou com a impressão de que Crowley (David Tennant) e Aziraphale (Michael Sheen) nutriam um sentimento maior do que amizade, o segundo ciclo expandiu a incrível mitologia criada por Neil Gaiman para confirmar nossas suspeitas. É claro que a trama da produção não se restringe apenas a isso, mas aposta na química impagável entre os protagonistas para construir uma subtrama apaixonante que se consagra nos momentos finais – e da forma mais entristecida possível. Ainda que tenham professado seu amor um pelo outro, Crowley e Aziraphale seguem em caminhos diferentes que, com sorte, irão se reencontrar no futuro.

6. NIMONA

Nimona se consagrou como uma das melhores animações do ano – quiçá a melhor. Na trama, Nimona, uma adolescente com o poder da metamorfose, vira alvo de um cavaleiro por assassinato. A missão do cavaleiro em matar Nimona fica complicada quando ele acusado de um crime e descobre que a jovem pode ser a única a conseguir exonerá-lo. E, dentro desse divertido universo, temos a complicada história de amor entre o cavaleiro exonerado, Ballister, dublado por Riz Ahmed, e Ambrosius Goldenloin, cavaleiro campeão dublado por Eugene Lee Yang e namorado de Ballister.

5. GÊMEAS: MÓRBIDA SEMELHANÇA

“A princípio, Ellie [Rachel Weisz] demonstra ter uma liberdade mais urgente que a irmã, por vezes esquecendo-se da própria moral para deixar sua mente levá-la por onde quiser – transando com desconhecidos em bares e baladas, entupindo-se das mais variadas drogas e participando de jogos mentais que nem ao menos parecem abalar sua confiança. Todavia, é Beverly [Weisz] que insurge como a peça central de uma complexa e enigmática estrutura, postando-se como a base que sustente a relação pessoal e profissional entre elas – ora, há uma cena em que Ellie espirala em um misto de ódio e de ressentimento quando a irmã resolve passar alguns dias com sua namorada, Genevieve (Britne Oldford), chegando a cometer atos condenáveis por não saber como ‘viver’ sem sua outra metade” – T.N.

4. VERMELHO, BRANCO E SANGUE AZUL

“Se pensarmos no gênero romântico, a premissa delineada no parágrafo acima já foi vista inúmeras vezes. Todavia, não é o objetivo do filme trazer algo de novo a essas histórias, e sim aproveitar a crescente representatividade LGBTQIA+ na mídia para oferecer uma perspectiva diferente e que apenas recentemente começou a ganhar visibilidade. Alex e Henry devem se portar como foram ensinados, ainda que o príncipe tenha mais a perder pelo status que carrega e pelo fardo que a coroa pesa sobre sua cabeça. Mas isso não o impede de correr atrás de seus sonhos; por mais que não seja uma pessoa anônima, ele tem o direito de ser feliz – e encontra essa felicidade inesperada na personalidade despojada e descontraída de Alex. E o americano, por sua vez, vê em Henry alguém que pode equilibrar sua constante falta de discernimento (e que alegra seus dias como ninguém)” – T.N.

3. EVERY BODY

Conquistando 97% de aprovação no Rotten Tomatoes, o documentário dirigido por Julie Cohen emergiu como mais um passo adiante na representatividade LGTBQIA+ no escopo cinematográfico. A produção, que merece nossa total atenção para compreender a pluralidade de gêneros e orientações sexuais ao redor do planeta, é centrada em três indivíduos que superaram a vergonha, o sigilo e a cirurgia não autorizada durante a infância para desfrutar de uma vida adulta bem-sucedida, escolhendo ignorar os conselhos médicos para esconder seus corpos e assumir quem realmente eram.

2. THE LAST OF US – 1ª TEMPORADA

The Last of Us estreou no começo do ano e, em pouco tempo, se consagrou como uma das melhores séries do século. E, dentro do incrível escopo arquitetado por Craig Mazin, temos uma profunda representatividade queer que vem com Ellie (Bella Ramsey), uma jovem garota lésbica que é a única chave para salvar a humanidade da contínua pandemia fúngica que varreu a humanidade. E isso não é tudo: também temos um capítulo inteiro dedicado ao relacionamento entre Frank (Murray Bartlett) e Bill (Nick Offerman), consagrado como um dos melhores episódios da década pela profunda trama arquitetada.

1. BLUE JEAN

“É muito provável que o longa-metragem não tenha passado por seu radar; entretanto, em um período em que a história se repete e que governos extremistas ao redor do mundo voltam a atacar os direitos da comunidade LGBTQIA+. Ora, Jean se encontra dentro de uma panela de pressão, em que ela deve tomar uma decisão de permanecer escondida e se mesclar com a parcela da população que não sofre com as políticas adotadas pelo parlamento inglês, ou assumir quem é e ter a oportunidade de ver o mundo mudar bem diante dos seus olhos. É notável como a narrativa, inclusive, parece espelhar as investidas pró-fascistas do parlamento italiano, em que a primeira-ministra Giorgia Meloni apresenta um prospecto medieval para os indivíduos queer do país” – T.N.

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Thiago Nollahttps://www.editoraviseu.com.br/a-pedra-negra-prod.html
Em contato com as artes em geral desde muito cedo, Thiago Nolla é jornalista, escritor e drag queen nas horas vagas. Trabalha com cultura pop desde 2015 e é uma enciclopédia ambulante sobre divas pop (principalmente sobre suas musas, Lady Gaga e Beyoncé). Ele também é apaixonado por vinho, literatura e jogar conversa fora.

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Pensando nisso, preparamos uma breve lista elencando as melhores produções LGBTQIA+ do ano (até agora).

Confira abaixo as nossas escolhas e conte para nós qual a sua favorita:

8. HEARTSTOPPER – 2ª TEMPORADA

“O mais notável é como, fugindo das construções formulaicas de produções românticas do gênero, a história traz à tona um relacionamento saudável que, mesmo diante de obstáculos, sabe como dar a volta por cima e resolver situações de maneira responsável e amadurecida. Nick e Charlie escondem algumas coisas que, a princípio, não os afetam – mas que, gradativamente, se aglutinam em uma avalanche inescapável. Nick, por exemplo, sofre com a ausência do pai e o comportamento aversivo do irmão; Charlie, por sua vez, não sabe de que maneira lidar com o assédio sofrido por Ben ou com um distúrbio alimentar que simplesmente o deixa sem vontade de comer até sofrer com fraqueza extrema. Cada temática é tratada com respeito e, apesar de parecerem superficiais, funcionam como o pontapé inicial de conversas muito necessárias para os dias de hoje” – T.N.

7. GOOD OMENS – 2ª TEMPORADA

Se a 1ª temporada de Good Omens nos deixou com a impressão de que Crowley (David Tennant) e Aziraphale (Michael Sheen) nutriam um sentimento maior do que amizade, o segundo ciclo expandiu a incrível mitologia criada por Neil Gaiman para confirmar nossas suspeitas. É claro que a trama da produção não se restringe apenas a isso, mas aposta na química impagável entre os protagonistas para construir uma subtrama apaixonante que se consagra nos momentos finais – e da forma mais entristecida possível. Ainda que tenham professado seu amor um pelo outro, Crowley e Aziraphale seguem em caminhos diferentes que, com sorte, irão se reencontrar no futuro.

6. NIMONA

Nimona se consagrou como uma das melhores animações do ano – quiçá a melhor. Na trama, Nimona, uma adolescente com o poder da metamorfose, vira alvo de um cavaleiro por assassinato. A missão do cavaleiro em matar Nimona fica complicada quando ele acusado de um crime e descobre que a jovem pode ser a única a conseguir exonerá-lo. E, dentro desse divertido universo, temos a complicada história de amor entre o cavaleiro exonerado, Ballister, dublado por Riz Ahmed, e Ambrosius Goldenloin, cavaleiro campeão dublado por Eugene Lee Yang e namorado de Ballister.

5. GÊMEAS: MÓRBIDA SEMELHANÇA

“A princípio, Ellie [Rachel Weisz] demonstra ter uma liberdade mais urgente que a irmã, por vezes esquecendo-se da própria moral para deixar sua mente levá-la por onde quiser – transando com desconhecidos em bares e baladas, entupindo-se das mais variadas drogas e participando de jogos mentais que nem ao menos parecem abalar sua confiança. Todavia, é Beverly [Weisz] que insurge como a peça central de uma complexa e enigmática estrutura, postando-se como a base que sustente a relação pessoal e profissional entre elas – ora, há uma cena em que Ellie espirala em um misto de ódio e de ressentimento quando a irmã resolve passar alguns dias com sua namorada, Genevieve (Britne Oldford), chegando a cometer atos condenáveis por não saber como ‘viver’ sem sua outra metade” – T.N.

4. VERMELHO, BRANCO E SANGUE AZUL

“Se pensarmos no gênero romântico, a premissa delineada no parágrafo acima já foi vista inúmeras vezes. Todavia, não é o objetivo do filme trazer algo de novo a essas histórias, e sim aproveitar a crescente representatividade LGBTQIA+ na mídia para oferecer uma perspectiva diferente e que apenas recentemente começou a ganhar visibilidade. Alex e Henry devem se portar como foram ensinados, ainda que o príncipe tenha mais a perder pelo status que carrega e pelo fardo que a coroa pesa sobre sua cabeça. Mas isso não o impede de correr atrás de seus sonhos; por mais que não seja uma pessoa anônima, ele tem o direito de ser feliz – e encontra essa felicidade inesperada na personalidade despojada e descontraída de Alex. E o americano, por sua vez, vê em Henry alguém que pode equilibrar sua constante falta de discernimento (e que alegra seus dias como ninguém)” – T.N.

3. EVERY BODY

Conquistando 97% de aprovação no Rotten Tomatoes, o documentário dirigido por Julie Cohen emergiu como mais um passo adiante na representatividade LGTBQIA+ no escopo cinematográfico. A produção, que merece nossa total atenção para compreender a pluralidade de gêneros e orientações sexuais ao redor do planeta, é centrada em três indivíduos que superaram a vergonha, o sigilo e a cirurgia não autorizada durante a infância para desfrutar de uma vida adulta bem-sucedida, escolhendo ignorar os conselhos médicos para esconder seus corpos e assumir quem realmente eram.

2. THE LAST OF US – 1ª TEMPORADA

The Last of Us estreou no começo do ano e, em pouco tempo, se consagrou como uma das melhores séries do século. E, dentro do incrível escopo arquitetado por Craig Mazin, temos uma profunda representatividade queer que vem com Ellie (Bella Ramsey), uma jovem garota lésbica que é a única chave para salvar a humanidade da contínua pandemia fúngica que varreu a humanidade. E isso não é tudo: também temos um capítulo inteiro dedicado ao relacionamento entre Frank (Murray Bartlett) e Bill (Nick Offerman), consagrado como um dos melhores episódios da década pela profunda trama arquitetada.

1. BLUE JEAN

“É muito provável que o longa-metragem não tenha passado por seu radar; entretanto, em um período em que a história se repete e que governos extremistas ao redor do mundo voltam a atacar os direitos da comunidade LGBTQIA+. Ora, Jean se encontra dentro de uma panela de pressão, em que ela deve tomar uma decisão de permanecer escondida e se mesclar com a parcela da população que não sofre com as políticas adotadas pelo parlamento inglês, ou assumir quem é e ter a oportunidade de ver o mundo mudar bem diante dos seus olhos. É notável como a narrativa, inclusive, parece espelhar as investidas pró-fascistas do parlamento italiano, em que a primeira-ministra Giorgia Meloni apresenta um prospecto medieval para os indivíduos queer do país” – T.N.

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Thiago Nollahttps://www.editoraviseu.com.br/a-pedra-negra-prod.html
Em contato com as artes em geral desde muito cedo, Thiago Nolla é jornalista, escritor e drag queen nas horas vagas. Trabalha com cultura pop desde 2015 e é uma enciclopédia ambulante sobre divas pop (principalmente sobre suas musas, Lady Gaga e Beyoncé). Ele também é apaixonado por vinho, literatura e jogar conversa fora.

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