2022 está chegando ao fim e, como é de costume, estamos trabalhando em várias listas para relembrar os melhores e os piores do ano.
Nesta mais nova matéria, separamos as melhores séries de fantasia a agraciarem os espectadores nos últimos doze meses.
Veja abaixo o nosso ranking e conte para nós qual foi a sua favorita:
8. O CLUBE DA MEIA-NOITE
“Enquanto cada um se entrega de corpo e alma a atuações impecáveis, nossa atenção é constantemente direcionada para Ruth Codd como Anya. A rebelde jovem posa como durona e com uma personalidade intransponível, como forma de se proteger dos males. Anos atrás, ela era uma habilidosa bailarina que sofria com um perfeccionismo atroz e que a levou a tomar decisões bem controversas que lhe custaram tanto os pais (visto que ela se culpa pelo fato de terem morrido), o melhor amigo e uma das pernas, impedindo-a de continuar dançando. E, considerando que é natural que tenhamos uma personagem assim em uma série adolescente, Codd se afasta das obviedades e fornece uma naturalidade comovente que arranca lágrimas de qualquer um que se conecte com as dores que Anya sente” – Thiago Nolla
7. STRANGER THINGS
“Não são apenas as atuações que exalam beleza extraordinária nas telinhas, mas a sagacidade com a qual o roteiro é conduzido. A ideia aqui não é revolucionar o modo de se contar histórias, e sim encontrar uma forma de usar as fórmulas para um determinado propósito – que é nos conduzir em um conto amalgamado entre épica e drama, em que os Irmãos Duffer e seu competente time criativo entrevem uma multiplicidade de cronologias que se amarram logo nos últimos minutos do episódio final do primeiro volume. Afinal, o principal antagonista da temporada, apelidado pela memorialística alcunha de Vecna (em alusão ao jogo ‘Dungeons & Dragons’), não é apenas uma das culminações do Mundo Invertido, mas está intimamente atado às tragédias de Hawkins, preso ao perigoso universo espelhado da cidade e coletando vítimas para aumentar seus poderes” – T.N.
6. WANDINHA
“A série, como já podemos imaginar, é uma celebração do macabro e funciona com fluidez invejável – algo muito bem-vindo, considerando a carreira oscilante de Burton nas telonas. O diretor e produtor aproveitar incursões de grande sucesso de um passado não muito distante, como ‘A Noiva Cadáver’, ‘Sweeney Todd’ e ‘Frankenweenie’, para delinear um universo que, em qualquer outro lugar, seria impossível demais para ter credibilidades. Felizmente, Burton sabe como organizar cada um dos elementos e se alia a um time competente de artistas para dar origem à sua visão, firmando colaboração com os criadores Alfred Gough e Miles Millar e nos encantando do começo ao fim. Claro que o show comete deslizes, ainda mais no tocante aos efeitos especiais, mas um elenco de peso e uma história envolvente são o bastante para nos querer fazer maratonar a temporada de estreia” – T.N.
5. ENTREVISTA COM O VAMPIRO
A série ‘Entrevista com o Vampiro’ causou certo alvoroço quando anunciada – e o resultado surpreendeu tanto a crítica quanto o público. A temporada de estreia superou todas as nossas expectativas e ganhou aclame universal por parte dos especialistas, principalmente pela condução da obra e pela impecável química do elenco protagonista e coadjuvante. Logo, era mais que certo que a produção fosse renovada para um segundo ciclo, nos deixando animados para o que a obra tem a oferecer a mais.
4. SANDMAN
“A arquitetura antológica não se limita apenas ao processo de delineação da narrativa, mas às escolhas técnicas e artísticas: como podemos ver ao longo da temporada, cada episódio porta-se de uma forma diferente, mesmo tendo como mote uma significação em comum, que prenuncia uma vibrante resolução e acontecimentos para o próximo ciclo. O sexto episódio, por exemplo, é marcado pela ternura de um realismo que abraça o inexorável, por mais duro que ele seja; já o quinto capítulo, que imprime maior foco ao personagem de Thewlis, mergulha na atemporalidade cênica e nos transporta para o microcosmos do que seria uma lanchonete perdida no tempo e no espaço, marcada pelo contraste de cores, pelos figurinos detalhados e por uma tétrica sonora que o transforma em uma das melhores iterações do não” – T.N.
3. THE LEGEND OF VOX MACHINA
A animação inspirada em ‘Dungeons & Dragons’ chegou ao catálogo do Prime Video sem fazer muito barulho, mas merece reconhecimento por seu caráter completamente nostálgico e pela beleza ímpar dos episódios. A trama acompanha um time de improváveis heróis que gosta de beber e brigar. Eles recebem a missão de salvar o reino de Exandria de uma ameaça mortal que utiliza magias ocultas e obscuras. Durante o percurso, eles terão de enfrentar diversos inimigos poderosos, testando não apenas suas habilidades em batalha, mas também seu vínculo enquanto grupo.
2. A CASA DO DRAGÃO
“A temporada segue uma linha bem explícita de equilibrar drama com ação e algumas incursões reflexivas que mais servem como metáforas para a compreensão do mundo em que vivemos que para auxiliar no ritmo da história. Mesmo com o saldo positivo, é notável como a série é muito apaixonada pela original e não pensa duas vezes antes de homenageá-la como pode, com referências pontuais e escolhas estéticas que puxam elementos de capítulos como “The Rains of Castamere”, no tocante à atmosfera de suspense e angústia, e “Battle of the Bastards” e “The Bells”, no tocante a acontecimentos mais grandiosos que premeditam o desenlace dos capítulos. Ainda que as semelhanças sejam óbvias, o time criativo procura ao máximo se desvencilhar de repetições – ora, Ramin Djawadi, por exemplo, se inspira na trilha sonora primogênita, remodelando-a para uma ambientação mais densa e condizente com o que acontece” – T.N.
1. O SENHOR DOS ANÉIS: OS ANÉIS DE PODER
“Ficar com um pé atrás era algo natural, ainda mais levando em conta a memória afetiva da trilogia original e a decepção com a saga ‘O Hobbit’, que não conseguiu atender às expectativas e se valeu demais da paixão pela jornada de Frodo e seus companheiros. Entretanto, para a felicidade de todos, o saldo da obra é mais que positivo e já pode ser considerada uma das grandes investidas do ano – e que deve ser apreciada em sua completude. Desenvolvida por J.D. Payne e Patrick McKay, cada engrenagem é forjada com cautela magnífica, demonstrando respeito pelo cosmos assinado por Tolkien e até mesmo pelo legado deixado por Jackson. Enquanto a narrativa bebe das fórmulas da Jornada do Herói em estágios diferentes (e não num sentido pejorativo, pelo contrário), o escopo imagético é de tirar o fôlego, talhado em um espetáculo visual irretocável” – T.N.