O último dia de 2023 chegou e, para encerrar o ano com chave de ouro, preparamos uma breve lista elencando as melhores séries de fantasia/sci-fi que conquistaram os assinantes das plataformas de streaming nesses últimos doze meses.
Desde a ótima 3ª temporada de ‘The Witcher’ até o impacto causado por ‘The Last of Us’, diversas obras dos gêneros supracitados fizeram bonito ao trazerem elementos novos e/ou nostálgicos a um nicho que precisava de renovação há bastante tempo no cenário do entretenimento mainstream.
Confira as nossas escolhas abaixo e conte para nós qual foi o seu título favorito:
9. SOMBRA E OSSOS – 2ª TEMPORADA
O novo ciclo de ‘Sombra e Ossos’ se desenvolve com um pouco mais de fluidez que o anterior, principalmente por não carregar uma necessidade de apresentar o complexo universo arquitetado por Leigh Bardugo. Nos episódios anteriores, foi notável como o roteiro mergulhou na exploração dos Grishas e das múltiplas habilidades especiais que carregavam, além da intrincada engrenagem política que servia de atmosfera para a trama; agora, é possível investir enredos muito mais distintos para cada personagem pelo fato de já os conhecermos e termos nos conectado com seus respectivos traumas e ambições. E, apesar dos óbvios deslizes, o resultado é bem aprazível e aproveita para introduzir diversos personagens ao panteão que devem se tornar os favoritos dos fãs.
8. THE WITCHER – 3ª TEMPORADA
É notável o amadurecimento de ‘The Witcher’ desde seu lançamento: agora que todos os personagens já foram apresentados e explorados, o roteiro pode investir esforços em reviravoltas inesperadas e sacrifícios mandatórios que apenas aumentam a complexidade do enredo. Afinal, o lado aventuresco ainda permanece, mas pincelado com reflexões políticas, traições e a iminência de uma guerra catastrófica. Geralt, outrora fechado ao mundo e enclausurado em sua única missão, agora lida com a construção de uma família inesperada, vendo-se rodeado de amor e confiança por aqueles que o enxergam como mentor, ou amante, ou pai. Nesse quesito, Henry Cavill entrega-se a uma performance primorosa e que vai deixar saudades, considerando que o ator dará adeus à produção no próximo ciclo.
7. SWEET TOOTH – 2ª TEMPORADA
Na 2ª temporada de ‘Sweet Tooth’, o showrunner e criador Jim Mickle consegue navegar por uma estrutura que se difere em diversos aspectos da iteração anterior. Em um passado não muito remoto, Gus era apenas uma criança sem conhecimento palpável sobre o que o esperava longe de sua confortável cabana; movido pela curiosidade e pela necessidade de pertencer a algum lugar, o adorável menino-cervo descobriu que as coisas não são tão simples e que, por ser diferente dos outros e estar intimamente ligado a uma catástrofe planetária, ele é caçado por algozes perigosos. E, após enfrentar tantos obstáculos, ele se vê pronto para emergir como um herói e garantir a continuidade de uma espécie que representa o futuro, e não a destruição.
6. LOKI – 2ª TEMPORADA
“Se a série mantém um nível altíssimo nos primeiros episódios, explorando ao máximos os diferentes poderes e facetas da personalidade do Loki, ela se supera – e muito – na metade final. Os três últimos capítulos são dirigidos por Justin Benson e Aaron Moorhead, e escritos por Eric Martin. Então, olho neles! É bem provável que apareçam em breve em algum filme ou produção maior do estúdio, porque o que eles fizeram nessa reta final foi absurdo! Eles literalmente fizeram o público esperar pelo inesperado e consolidaram o desenvolvimento do Loki de forma brilhante” – Pedro Sobreiro
5. GEN V – 1ª TEMPORADA
É notável como a indústria do entretenimento mainstream tem um apreço significativo por expandir universos já consolidados – e é claro que ‘The Boys’ não ficaria de fora disso. Foi aí que surgiu ‘Gen V’, série spin-off que, em pouco tempo, conquistou o público e a crítica. Segundo nossa redatora Rafaela Gomes, a obra “flerta levemente com o cinema indie de amadurecimento – tudo isso para construir o cenário perfeito para uma onda infindável de mortes gráficas e comportamentos compulsivos destruidores. Em um contexto propício para a transgressão – belos jovens à flor da pele em um amplo campus universitário sob “baixa” supervisão -, a sanguinolência da série original ganha vida, se incorpora em seus protagonistas e nos presenteia com o que há de mais grotesco na raça humana”.
4. SILO – 1ª TEMPORADA
O ambicioso sci-fi pós-apocalíptico e distópico estrelado por Rebecca Ferguson tinha tudo para não fazer jus à saga literária de Hugh Howey – mas nos encantou com uma potente e intrincada trama pela barbárie e pelo medo humanos. De acordo com nossa redatora Rafaela Gomes em sua crítica, a série constrói “uma atmosfera sombria e pulsante que nos angustia e nos deixa perplexos, [conseguindo] romper sua lentidão ao fazer jogos mentais com a audiência. Revelando novas camadas de seu universo conforme caminhamos com a trama, a série é um deleite para quem não tem pressa e um primor para amantes de tramas complexas”.
3. GÊMEAS – MÓRBIDA SEMELHANÇA
Rachel Weisz faz um trabalho aplaudível ao encarnar com impecável esmero as protagonistas de ‘Gêmeas: Mórbida Semelhança’, chegando aos pés de Jeremy Irons, que estrelou o longa original de David Cronenberg. É notável o constante movimento de fluxo e refluxo promovido por performances tão distintas, garantindo que o público perceba uma tóxica e inebriante co-dependência que escala a níveis assustadoras e transforma-se em um thriller arrepiante. E, considerando que Weisz é uma das criadoras e uma das produtoras executivas da releitura seriada, ela sabe como trabalhar cada elemento sem entregar tudo de uma vez e garantindo que fiquemos animados capítulo a capítulo.
2. A QUEDA DA CASA DE USHER
Nessa minissérie de oito episódios, Mike Flanagan se apropria do extenso catálogo literário do lendário Edgar Allan Poe, que eternizou contos góticos através de um estilo apaixonante, dilacerante e envolvente. É claro que, considerando o impacto significativo que Poe causou à época de suas publicações e até os dias de hoje, a narrativa poderia muito bem se render às obviedades do gênero e funcionar apenas como uma remodelagem live-action de enredos complexos e bastante intrincados. Felizmente, não é isso o que acontece; Flanagan já demonstrou ter uma visão única sobre o mundo e sobre os medos que nos assolam dia após dia e, no final das contas, ele transforma essa incursão em uma pérola artística muito mais profunda do que aparenta.