O feminismo é um dos assuntos mais em voga na atualidade. Sem dúvidas, as mulheres caminharam muito desde a década de 1950 e conquistaram um grande espaço na sociedade – mais do que merecido, obviamente. Porém, a luta por igualdade continua. Veio bem a calhar que no último dia 8 de março, o dia internacional da mulher, os cinemas mundiais tenham sido agraciados com a estreia de Capitã Marvel – o primeiro filme protagonizado por uma super-heroína dos estúdios Marvel/Disney; seguindo o que havia sido traçado em 2017 por Mulher-Maravilha.
Para os adultos, a grande estreia feminina chega neste fim de semana com Suprema (On the Basis of Sex), biografia de Ruth Bader Ginsburg, a primeira mulher eleita juíza da Suprema Corte Norte-Americana. Antes disso, no entanto, a advogada já havia feito muito pelas mulheres e focou na alteração de leis que não as comportava. No filme, Ruth é interpretada pela talentosa Felicity Jones, que tem um histórico de papeis de mulheres fortes. Pensando nisso, o CinePOP decidiu selecionar os personagens mais interessantes dentro deste aspecto da carreira da jovem estrela de 35 anos. Vem conhecer.
Ruth Bader Ginsburg (Suprema, 2018)
Não poderíamos começar por outra que não fosse a juíza Ginsburg. Uma verdadeira heroína – não só americana, como mundial -, RBG, como ficou conhecida, lutou contra todas as adversidades e foi conseguindo abrir espaço para mulheres como ela num mundo então exclusivamente masculino. Seus esforços acadêmicos treinava mulheres para entender seu lugar e seus direitos em sociedade. E Felicity Jones a interpreta com graça e muito pulso.
Jyn Erso (Rogue One, 2016)
Até mesmo a franquia Star Wars se mostrou antenada com os novos tempos em seus últimos exemplares. Tudo bem que a Princesa Leia (Carrie Fisher) sempre foi símbolo de empoderamento feminino, mas dividia o protagonismo, ou até mesmo dava um passo atrás de Luke (Mark Hamill). Nos novos filmes temos Rey (a carismática Daisy Ridley), “a escolhida” da vez pela força. E ganhando ainda mais os holofotes, a Jyn Erso (Felicity Jones) é uma guerreira silenciosa, cujo feito nunca havia sido anunciado de forma abrangente. Líder de um verdadeiro esquadrão suicida, a jornada do herói e a sombra do pai são narrados através de uma mulher numa grande produção Hollywoodiana. E o melhor, deu certo.
Jane Hawking (A Teoria de Tudo, 2014)
Esse é o filme que deu a indicação ao Oscar para a jovem atriz, colocando assim seu nome no mapa das estrelas mais brilhantes da sétima arte. Como costuma fazer, a honraria impulsionou a carreira de Felicity Jones a outro patamar. Aqui, ela interpreta Jane Hawking, a esposa não menos heroína de uma das maiores mentes a passarem por nosso planeta, o astrofísico Stephen Hawking (vivido pelo Oscarizado Eddie Redmayne). Apesar de ser um gênio raro, o acadêmico foi abatido por uma terrível doença, que paralisou seu corpo, o deixando basicamente com o cérebro. A dor e a coragem da esposa são retratadas com rigor pela jovem atriz. A dupla Redmayne e Jones será reunida este ano na aventura biográfica The Aeronauts.
Anna Gardner (Loucamente Apaixonados, 2011)
Filme de romance dramático que se tornou cult para os aficionados pelo gênero. O longa tornou Felicity Jones conhecida para um nicho, que adora a obra. Fora isso, traz um dos desempenhos mais lembrados da carreira do jovem Anton Yelchin, falecido em 2016, aos 27 anos. Na trama, os dois vivem, como diz o título, um casal loucamente apaixonado. Como toda história de amor, precisa existir um grande problema, que será superado ou não. Aqui, Anna Gardner, assim como a própria atriz, é inglesa e quando passa a permissão para viver nos EUA, precisa voltar para casa. E agora?
O mundo dá voltas, e aqui, Jennifer Lawrence era apenas uma coadjuvante.
Lizzy Clayton – “Mãe” (Sete Minutos Depois da Meia-Noite, 2016)
Baseado no livro de Patrick Ness, esta é uma história dramática, sobre perda e superação. O longa do diretor J.A. Bayona (O Impossível e Jurassic World: Reino Ameaçado) também fala sobre o relacionamento entre mãe e filho, e sobre seu forte vínculo. Na trama, Jones vive a mãe doente terminal de um menino. O pequeno acha refúgio da dor através de um monstro na forma de uma árvore. Muitas vezes, nossa força se traduz no legado que deixamos.
Felicia Hardy (O Espetacular Homem-Aranha 2, 2014)
A franquia O Espetacular Homem-Aranha, de Marc Webb, teve seu plugue puxado, se tornando grande exemplo de uma série inacabada no cinema. Triste para os envolvidos e para os fãs também. Do jeito que os filmes estavam indo, o resultado não estava agradando aos executivos e a grande parte do público. A verdade é que tais filmes tinham grande potencial, que nunca chegou a ser atingido.
Neste segundo filme, muitas adições foram feitas ao elenco, com a intenção de plantar diversas sementes para sequências vindouras – que nunca existiram. Uma delas era Felicity Jones no papel de Felicida Hardy, executiva de uma grande empresa. Quem conhece os quadrinhos sabe que a moça assume a identidade da Gata Negra, que é para o Homem-Aranha, o que a Mulher Gato é para o Batman. Da forma que ficou, Jones se tornou o Billy Dee Williams da vez, encarnando somente o alter ego da anti-heroína. Pior foi para Shailene Woodley, que chegou a gravar cenas no papel de Mary Jane, que ficaram pela sala de edição a serem usadas no terceiro filme. Err, bem…
Sienna Brooks (Inferno, 2016)
Nossa vida pessoal e profissional é dividida por marcos. Com os atores, sem dúvida, ocorre o mesmo. E nestas etapas, crescemos gradativamente. Os anos de 2011 e 2014 foram muito significativos para a carreira de Felicity Jones. Mas um grande divisor viria em 2016. Este foi o ano em que protagonizou Rogue One, Sete Minutos Depois da Meia-Noite, este item e outro mais para o fim da lista.
Aqui, mais um filme de grande abrangência. Trata-se da terceira adaptação para o cinema das aventuras do simbologista mais famoso da cultura pop atual, Robert Langdon, baseado, é claro, nos livros de Dan Brown. Em Inferno, uma ameaça global, como nunca anteriormente, é o novo desafio do heroico acadêmico. Aqui é onde ele se torna praticamente 007 (ou seria Bourne, já que se encontra desmemoriado?). Já Jones, vive uma doutora que ajuda o protagonista em sua jornada, no entanto, ela guarda seus próprios segredos. A reviravolta em relação à personagem da atriz transforma o papel em algo diferente de tudo que Jones havia feito em sua filmografia.
Sophie (Paixão Inocente, 2013)
Dirigido pelo mesmo Drake Doremus de Loucamente Apaixonados (2011), Paixão Inocente, de fato, poderia ser uma continuação não declarada do filme romântico – caso a personagem de Felicity Jones fosse para “o lado negro da força”. Se na primeira parceria da dupla de diretor e atriz, sua personagem é forçada a ir embora para casa na Inglaterra, aqui ela retorna de seu país para os EUA como estudante de intercâmbio. Quem a acolhe é a típica família americana. No entanto, os elementos que entram em jogo neste longa são os que dizem respeito à forte atração entre a jovem e o pai, um professor de música, vivido pelo ótimo Guy Pearce.
Ellen ‘Nelly’ Ternan (O Nosso Segredo, 2013)
No título original The Invisible Woman (não, não se trata da adaptação da comédia nacional A Mulher Invisível, com Selton Mello e Luana Piovani, na gringa), o filme conta uma história real, varrida para debaixo dos panos durante mais de um século. Na trama, Felicity Jones vive Nelly, uma aspirante a atriz que termina encantando o famoso escritor Charles Dickens, vivido por Ralph Fiennes (também o diretor do filme), e com ele vivendo um tórrido caso de amor proibido – já que o sujeito era casado. A jovem foi sua amante durante toda a vida, em segredo. A força reprimida de mulheres como ela serviram como uma panela de pressão prestes a explodir para a causa feminista. O longa foi indicado ao Oscar de melhor figurino.
Juliette Marne (Busca Sem Limites, 2016)
Este é o quarto item da lista, citado acima, que somou ao maravilhoso ano de 2016 para a atriz. Esta é também a produção menos conhecida do quarteto – embora conte com grandes nomes na frente das câmeras. Neste thriller de ação, Jones (de madeixas loiras) e Nicholas Hoult (o Fera dos X-Men) vivem um casal fugindo pelas estradas do país dos antigos empregadores do rapaz, traficantes perigosos. A jovem dupla é quem protagoniza esta espécie de Bonnie e Clyde moderno, mas os nomes de mais peso são os de Sir Anthony Hopkins e Sir Ben Kingsley, coadjuvando nos papeis dos bandidos.