Lançado há um ano atrás em grande escala após a Paramount comprar os direitos do filme, Atividade Paranormal 1 pode não ter sido uma inovação em gênero de terror documental, mas a justificativa de câmera digital em primeira pessoa era plausível.
Com um orçamento de 11 mil dólares, o filme fica acima da média com sua história simples bem contada e efeitos visuais bem produzidos. O filme trouxe um revival no gênero de filmagem totalmente independente.
Na seqüência lançada agora nos cinemas, todos os elementos estão de volta, inclusive os personagens Kate e Micah.
Os eventos do segundo filme precedem à história do primeiro, chegando ao ponto em que ambas se encontram e explicam os eventos ocorridos no primeiro longa.
Kristi, irmã de Kate acaba de ter um filho com Daniel que já é pai de uma adolescente. Após vivenciarem um suposto arrombamento em sua residência, Daniel resolve instalar um sistema de câmeras de segurança para monitoramento de todos os cômodos de sua casa. O trio também tem o costume de filmar tudo que acontece ao redor até que as situações estranhas começam a ocorrer, fazendo o trio de personagens acreditarem que vivem em uma casa mal assombrada.
Logo no início da exibição a mensagem na tela, em nome da Paramount, pede desculpas pelas mortes das pessoas envolvidas no relato por vir, tentando vender ao público que a história a ser contada é de fato real.
A Paramount na verdade deveria pedir desculpas pelos absurdos erros seqüenciais na trama e repetição incessante de cenas já utilizadas.
Hora objetos aparecem em cena, hora somem e de repente estão lá mais uma vez. Como na cena de discussão logo após a adolescente ficar trancada para fora de casa, repare na mesa que a faca está lá, corte brusco de cena e a faca desaparece, mais um corte brusco e a faca retorna agora acompanhada por correspondências (?). Esse é somente um dos erros que reparei, convido todos a se divertirem procurando os objetos do mal que subitamente aparecem em cena, não porque a casa é assombrada, mas porque a produção não prestou muita atenção.
Outro ponto ruim na trama é a justificativa de uso da câmera em 1ª pessoa para filmagem. No início do filme funciona como um relato pessoal da família para registro do bebê recém-nascido e acontecimentos de cotidiano, mas ao longo da história ver as personagens discutindo sobre traumas espirituais de infância ou pesquisar na internet sobre pactos com o demônio simplesmente não convence!
A repetição de cenas, a fim de criar uma atmosfera de suspense, causa nada mais do que irritação e desapontamento, pois os elementos de sustos são os mesmos: barulhos de fundo, portas que fecham sozinhas, objetos que caem e pessoas sendo arrastadas, não trazendo nenhuma inovação ao gênero documental ou para a franquia Paranormal.
Dando ênfase ao aspirador de piscina ou a panela que insiste em cair, quando o filme chega ao clímax, onde esperamos que algo terrivelmente assustador finalmente aconteça, o espectador já está tão saturado de prestar atenção nesses simples objetos por uma hora e meia, que as cenas finais acabam passando despercebidas.
Minha única e maior dúvida é porque a Paramount não fez uma prévia exibição do filme para críticos e imprensa especializada? – Em resposta talvez, por ser uma produção com orçamento e equipe superiores ao primeiro filme, a seqüência simplesmente não funciona como deveria, ficando bem abaixo da produção do longa original.
O único elemento que talvez funcione nessa franquia é o clima de discussão gerado fora das telas no primeiro filme devido a uma engenhosa máquina chamada publicidade.
Crítica por: Caio Cavalcanti