Dizem que o tempo voa. Hoje em dia assistimos a vários clássicos de tantos anos atrás passando na TV, ou aquele DVD esquecido no fundo da locadora, e mergulhamos na nostalgia e nas lembranças da infância.
Isso acontece com muitos filmes de Tim Burton, em especial com a saga do Batman contada por ele, precursor dessa Era de super-heróis que vivemos hoje, antes da Marvel construir um universo cinematográfico e dominar as bilheterias mundiais, em uma época em que ninguém nunca iria acreditar que os filmes mais esperados e assistidos do ano seriam blockbusters baseados em quadrinhos. Pois é, muita coisa aconteceu desde 1992.
E como o tempo voa, esse ano ‘Batman: O Retorno’, segundo filme do herói dirigido por ele, está completando 25 anos de seu lançamento nos cinemas. Um dos maiores sucessos da carreira do diretor e também um dos mais interessantes filmes do Homem-Morcego.
Desde suas origens, Burton nunca foi muito fã de seguir padrões pré-estabelecidos, o que influencia muito na sua escolha de protagonistas, ou melhor, de falsos-protagonistas, já que o foco da história, na verdade, pertence ao vilão Pinguim, vivido por Danny DeVito, ao apresentar sua história, suas dores e como se tornou um líder cruel, deixando o Batman como pano de fundo.
E por falar em roubar a cena, a inesquecível Mulher-Gato vivida pela talentosíssima Michelle Pfeiffer, não fica muito para trás não. Sedutora, ágil e fatal. E muito mais do que apenas uma vilã, o desenvolvimento do roteiro apresenta todo um arco dramático da personagem, que passa de recatada assistente para uma mulher forte e empoderada.
E o Batman está lá, em meio a todo esse caos animal que Gotham City está enfrentando. Salvando os inocentes e tentando deter o Pinguim e sua trupe de palhaços assassinos. O herói fica de lado, mas isso não significa que ele não seja o ponto de ligação entre todas as tramas do filme.
A parte técnica é impecável, visualmente gótica, ao melhor estilo Tim Burton possível. Gotham nunca foi tão escura e fria. A direção de fotografia do Stefan Czapsky, com belíssimas cores frias, muito azul e preto, ressaltam o ar gótico da obra, assim como a trilha sonora inesquecível de Danny Elfman, e sua famosa música tema do Batman (que está sendo usada até hoje!). O conjunto da obra, somado a direção animada de Burton, torna ‘Batman: O Retorno’ um dos filmes mais importantes do herói e também uma grande inspiração para o que veio a seguir no universo da DC e da Warner Bros nos cinemas, sempre buscando um tom mais sério e sombrio para seus filmes e se diferenciando do convencional cinema colorido e piadista moderno, fato pela qual é muito criticada e, sem dúvida, também muito elogiada.