domingo , 17 novembro , 2024

Batman vs Superman | POLÊMICA obra de Zack Snyder completa 5 Anos; Você gostou?

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Filme polarizou não só o público como a indústria, provocando reações extremas de amor e ódio

Entre 1941 e 1986 a DC Comics publicou uma revista intitulada World’s Finest Comics, esta que de início se propôs a trazer aventuras isoladas de Superman e Batman optou, a partir dos anos 50 por motivos de controle de gastos, juntar os dois personagens em histórias únicas; assim resultando nos hoje tão famosos crossovers

No geral essas aventuras sempre traziam conteúdos agradáveis para todas as idades e principalmente para seu público-alvo, o infantil, onde o bem e a amizade sempre prevaleciam sobre a vilania de inimigos como Lex Luthor e Coringa. Elas também foram importantes para solidificar a amizade entre o Guardião de Metrópolis e o Morcego de Gotham como o bromance mais famoso dos quadrinhos.



Décadas depois, a partir de 2013, a Warner Bros (detentora dos direitos de adaptação das propriedades da DC) se encontrava em uma sinuca de bico. Sua maior competidora no mercado cinematográfico, a Disney, via a cada dia a relevância econômica e cultural da Marvel Studios decolar na mesma velocidade com que seus filmes expandiam seu recém estabelecido universo compartilhado nos cinemas.

As histórias da World’s Finest fizeram por merecer o carinho recebido pelos fãs da DC

No ano anterior eles haviam lançado o primeiro filme dos Vingadores, batendo a marca do bilhão e apresentando o primeiro grande filme de quadrinhos a reunir a maior quantidade possível de heróis conhecidos em uma trama coesa (em 1997 a CBS lançou para a TV uma adaptação da Liga da Justiça da América que foi e é extremamente rejeitada por todos). Dessa maneira, para os executivos da Warner era imperativo dar início ao seu próprio universo compartilhado o mais rápido possível.

Para tanto foi escolhido o diretor Zack Snyder, que era até então contratado exclusivo do estúdio, para planejar um projeto similar voltado para os personagens da DC Comics. Auxiliado por Christopher Nolan e com roteiro de David S.Goyer (ambos tendo sido responsáveis pela trilogia Cavaleiro das Trevas), Snyder lançou Homem de Aço; filme solo do Superman que contaria uma nova origem do alienígena, agora com referências a um universo bem maior.

O filme teve um sucesso perceptível, tanto financeiramente (conseguindo pagar os custos de produção) quanto por gerar ampla aceitação pela performance de Henry Cavill como Clark KentSuperman. Entretanto, as primeiras rachaduras e sinais do que estava por vir já eram exibidas ao final da projeção. Na trama, após uma luta extremamente destrutiva com o General Zod, Superman se vê numa posição complicada; não há como aprisioná-lo na zona fantasma, não há como convencê-lo a desistir, não tem como lutar eternamente com ele e, o mais importante, o próprio Zod afirma que jamais iria parar até tirar a vida de todos os humanos. 

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Terceiro ato do filme ficou famoso pela decisão polêmica do Superman

Dessa maneira, Superman quebra o pescoço do vilão e parte do público enlouquece em revoltas virtuais. Com esse ambiente dividido, a Warner confiou novamente a Snyder para que produzisse uma sequência, mas dessa vez ela deveria ter a função de deixar o terreno pronto para em seguida vir uma adaptação da Liga da Justiça. Sem projetos solos prévios dos heróis envolvidos, sem paciência, sem planejamento. A confirmação junto com o logo do filme veio na Comic Con de 2013.

Não muito depois de anunciada a produção da sequência foi confirmado que o Batman faria sua primeira aparição desde o fim da fase Christian Bale. De imediato se especulou que a Warner tentou insistentemente contar com o ator para reprisar o papel mas, mediante uma negativa em definitivo dele, começaram as especulações sobre quem seria o novo ator.

Tão logo começou a incerteza o nome de Ben Affleck passou a ser constantemente ventilado como um forte candidato e toda vez que isso acontecia era seguido de críticas e provocações. No entanto, o ator foi enfim confirmado no papel justamente pensado para trazer um Bruce Wayne mais velho e experiente que o Superman, dessa maneira confirmando que o filme teria grande influência do clássico O Retorno do Cavaleiro das Trevas

A escalação de Ben Affleck, à época, foi motivo de muitas críticas devido a seu histórico com filmes de herói

A ideia de que a Graphic Novel teria seu quinhão de importância já vinha desde a Comic Con de 2013 quando a revelação da logo oficial do filme veio após um monólogo do ator Harry Lennix recitando um famoso trecho da obra. Snyder já havia confirmado que o filme não seria uma adaptação literal e fiel da obra de Frank Miller, mas que pegaria emprestado alguns conceitos apresentados lá; mais especificamente o de um Batman voltando da aposentadoria e eventualmente se envolvendo em um embate com o Superman.

Uma nova polêmica de escalação veio também com a confirmação de que Jesse Eisenberg seria responsável por dar uma nova abordagem a Lex Luthor, se afastando da versão cômica de Gene Hackman e se aproximando mais da abordagem empresarial do personagem que se tornou a padrão desde 1986 com Man of Steel de John Byrne. Quando divulgadas as primeiras fotos do ator, no entanto, elas não acompanharam a expectativa dos fãs de um Luthor mais próximo das animações e foram bastante comparadas ao Mark Zuckerberg presente no filme A Rede Social, também interpretado por Eisenberg.

E então veio a estreia e com ela uma divisão nunca antes vista no gênero de quadrinhos. De um lado houve a parcela de público que realmente se encantou com o que foi mostrado, defendendo que o filme trazia um dinamismo diferente para o mercado com dramas mais convincentes e discussões sobre que papel esses super seres desempenhariam na sociedade caso existissem.

O Lex Luthor de Eisenberg apresentou algo completamente diferente de qualquer outra versão live action

A trilha sonora composta mais uma vez por Hans Zimmer e a curta, porém, marcante participação de Gal Gadot (a primeira participação da Mulher Maravilha em um longa live action) foram alguns dos poucos fatores de consenso pela qualidade apresentada.

Já do outro lado houveram as reprovações e essas podem ser divididas em duas subcategorias: estrutura problemática do filme e quebra de expectativa sobre os personagens. Sobre o primeiro existe um ponto bastante válido que é a complicada pós-produção pelo qual passou Batman vs Superman. A versão lançada para os cinemas apresentava problemas visíveis quanto a montagem de cenas, com sequências de acontecimentos que pareciam quebradas e desenvolvimento de subtramas que ou se resolviam inesperadamente ou eram abandonadas, como foi o caso do problemático plano de Luthor.

Como se soube depois, o estúdio interferiu ativamente na pós-produção ao retirar certos trechos e rearranjar outros. O que resultou foi uma versão que claramente tinha problemas de continuidade e que em muito influenciou uma parcela dos críticos. Já a outra teve um descontentamento evidente com a representação dos heróis. 

Somente com Batman e Superman são mais de cem anos de desenvolvimento, quebra e de novo desenvolvimento; nesse ínterim é inevitável que certos conceitos se mantenham como referenciais para leitores e autores no decorrer das décadas. “Batman não mata”, “Superman é uma força totalmente otimista”, “Lex Luthor é frio e calculista” (com o perdão da piada). Então, vem BvS e apresenta para o público basicamente todo o inverso dessas ideias. O Batman mata, Superman é tudo menos otimista sobre a humanidade e Lex Luthor abraça de vez a teatralidade.

Personagens de quadrinho são, afinal de contas, materiais facilmente modificáveis

O primeiro encontro dos dois maiores ícones da DC Comics no cinema não é uma World ‘s Finest mencionada no início da matéria, não uma celebração da amizade imortalizada naquele título. É atrito, o combate, visões diferentes de mundo que inevitavelmente terão um choque violento. É tudo que um espectador tradicional dos quadrinhosanimações ou o público casual não esperava receber. 

Num período em que se tornou comum discutir e até esperar a quebra de expectativa graças a filmes como Os últimos Jedi, Entre Facas e Segredos e Guerra Infinita quando se volta para 2016 isso ainda era um conceito pouco comentado no cinema mainstream e cujas reações geradas eram bem imprevisíveis. No entanto, se existe algo mais camaleônico do que David Bowie com certeza são personagens de quadrinhos, que constantemente se reinventam, atualizam e modificam; logo a inconstância de tais seres fictícios é algo que deveria ser esperado. 

Ao final, o sentimento gerado acabou sendo o de profunda divisão popular e medo por parte do estúdio que inevitavelmente levou aos acontecimentos de Liga da Justiça e basicamente o fim prematuro da DCEU (Universo Expandido da DC). Zack Snyder tornou-se um pária nos corredores da Warner e basicamente a diretoria não soube o que fazer com ele. Ainda assim, se passaram cinco anos e Batman vs Superman permanece um tópico de discussão nas redes sociais e conversas sobre as adaptações de quadrinhos. É, afinal, um capítulo importante do fenômeno pop mais lucrativo em décadas. 

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Entre 1941 e 1986 a DC Comics publicou uma revista intitulada World’s Finest Comics, esta que de início se propôs a trazer aventuras isoladas de Superman e Batman optou, a partir dos anos 50 por motivos de controle de gastos, juntar os dois personagens em histórias únicas; assim resultando nos hoje tão famosos crossovers

No geral essas aventuras sempre traziam conteúdos agradáveis para todas as idades e principalmente para seu público-alvo, o infantil, onde o bem e a amizade sempre prevaleciam sobre a vilania de inimigos como Lex Luthor e Coringa. Elas também foram importantes para solidificar a amizade entre o Guardião de Metrópolis e o Morcego de Gotham como o bromance mais famoso dos quadrinhos.

Décadas depois, a partir de 2013, a Warner Bros (detentora dos direitos de adaptação das propriedades da DC) se encontrava em uma sinuca de bico. Sua maior competidora no mercado cinematográfico, a Disney, via a cada dia a relevância econômica e cultural da Marvel Studios decolar na mesma velocidade com que seus filmes expandiam seu recém estabelecido universo compartilhado nos cinemas.

As histórias da World’s Finest fizeram por merecer o carinho recebido pelos fãs da DC

No ano anterior eles haviam lançado o primeiro filme dos Vingadores, batendo a marca do bilhão e apresentando o primeiro grande filme de quadrinhos a reunir a maior quantidade possível de heróis conhecidos em uma trama coesa (em 1997 a CBS lançou para a TV uma adaptação da Liga da Justiça da América que foi e é extremamente rejeitada por todos). Dessa maneira, para os executivos da Warner era imperativo dar início ao seu próprio universo compartilhado o mais rápido possível.

Para tanto foi escolhido o diretor Zack Snyder, que era até então contratado exclusivo do estúdio, para planejar um projeto similar voltado para os personagens da DC Comics. Auxiliado por Christopher Nolan e com roteiro de David S.Goyer (ambos tendo sido responsáveis pela trilogia Cavaleiro das Trevas), Snyder lançou Homem de Aço; filme solo do Superman que contaria uma nova origem do alienígena, agora com referências a um universo bem maior.

O filme teve um sucesso perceptível, tanto financeiramente (conseguindo pagar os custos de produção) quanto por gerar ampla aceitação pela performance de Henry Cavill como Clark KentSuperman. Entretanto, as primeiras rachaduras e sinais do que estava por vir já eram exibidas ao final da projeção. Na trama, após uma luta extremamente destrutiva com o General Zod, Superman se vê numa posição complicada; não há como aprisioná-lo na zona fantasma, não há como convencê-lo a desistir, não tem como lutar eternamente com ele e, o mais importante, o próprio Zod afirma que jamais iria parar até tirar a vida de todos os humanos. 

Terceiro ato do filme ficou famoso pela decisão polêmica do Superman

Dessa maneira, Superman quebra o pescoço do vilão e parte do público enlouquece em revoltas virtuais. Com esse ambiente dividido, a Warner confiou novamente a Snyder para que produzisse uma sequência, mas dessa vez ela deveria ter a função de deixar o terreno pronto para em seguida vir uma adaptação da Liga da Justiça. Sem projetos solos prévios dos heróis envolvidos, sem paciência, sem planejamento. A confirmação junto com o logo do filme veio na Comic Con de 2013.

Não muito depois de anunciada a produção da sequência foi confirmado que o Batman faria sua primeira aparição desde o fim da fase Christian Bale. De imediato se especulou que a Warner tentou insistentemente contar com o ator para reprisar o papel mas, mediante uma negativa em definitivo dele, começaram as especulações sobre quem seria o novo ator.

Tão logo começou a incerteza o nome de Ben Affleck passou a ser constantemente ventilado como um forte candidato e toda vez que isso acontecia era seguido de críticas e provocações. No entanto, o ator foi enfim confirmado no papel justamente pensado para trazer um Bruce Wayne mais velho e experiente que o Superman, dessa maneira confirmando que o filme teria grande influência do clássico O Retorno do Cavaleiro das Trevas

A escalação de Ben Affleck, à época, foi motivo de muitas críticas devido a seu histórico com filmes de herói

A ideia de que a Graphic Novel teria seu quinhão de importância já vinha desde a Comic Con de 2013 quando a revelação da logo oficial do filme veio após um monólogo do ator Harry Lennix recitando um famoso trecho da obra. Snyder já havia confirmado que o filme não seria uma adaptação literal e fiel da obra de Frank Miller, mas que pegaria emprestado alguns conceitos apresentados lá; mais especificamente o de um Batman voltando da aposentadoria e eventualmente se envolvendo em um embate com o Superman.

Uma nova polêmica de escalação veio também com a confirmação de que Jesse Eisenberg seria responsável por dar uma nova abordagem a Lex Luthor, se afastando da versão cômica de Gene Hackman e se aproximando mais da abordagem empresarial do personagem que se tornou a padrão desde 1986 com Man of Steel de John Byrne. Quando divulgadas as primeiras fotos do ator, no entanto, elas não acompanharam a expectativa dos fãs de um Luthor mais próximo das animações e foram bastante comparadas ao Mark Zuckerberg presente no filme A Rede Social, também interpretado por Eisenberg.

E então veio a estreia e com ela uma divisão nunca antes vista no gênero de quadrinhos. De um lado houve a parcela de público que realmente se encantou com o que foi mostrado, defendendo que o filme trazia um dinamismo diferente para o mercado com dramas mais convincentes e discussões sobre que papel esses super seres desempenhariam na sociedade caso existissem.

O Lex Luthor de Eisenberg apresentou algo completamente diferente de qualquer outra versão live action

A trilha sonora composta mais uma vez por Hans Zimmer e a curta, porém, marcante participação de Gal Gadot (a primeira participação da Mulher Maravilha em um longa live action) foram alguns dos poucos fatores de consenso pela qualidade apresentada.

Já do outro lado houveram as reprovações e essas podem ser divididas em duas subcategorias: estrutura problemática do filme e quebra de expectativa sobre os personagens. Sobre o primeiro existe um ponto bastante válido que é a complicada pós-produção pelo qual passou Batman vs Superman. A versão lançada para os cinemas apresentava problemas visíveis quanto a montagem de cenas, com sequências de acontecimentos que pareciam quebradas e desenvolvimento de subtramas que ou se resolviam inesperadamente ou eram abandonadas, como foi o caso do problemático plano de Luthor.

Como se soube depois, o estúdio interferiu ativamente na pós-produção ao retirar certos trechos e rearranjar outros. O que resultou foi uma versão que claramente tinha problemas de continuidade e que em muito influenciou uma parcela dos críticos. Já a outra teve um descontentamento evidente com a representação dos heróis. 

Somente com Batman e Superman são mais de cem anos de desenvolvimento, quebra e de novo desenvolvimento; nesse ínterim é inevitável que certos conceitos se mantenham como referenciais para leitores e autores no decorrer das décadas. “Batman não mata”, “Superman é uma força totalmente otimista”, “Lex Luthor é frio e calculista” (com o perdão da piada). Então, vem BvS e apresenta para o público basicamente todo o inverso dessas ideias. O Batman mata, Superman é tudo menos otimista sobre a humanidade e Lex Luthor abraça de vez a teatralidade.

Personagens de quadrinho são, afinal de contas, materiais facilmente modificáveis

O primeiro encontro dos dois maiores ícones da DC Comics no cinema não é uma World ‘s Finest mencionada no início da matéria, não uma celebração da amizade imortalizada naquele título. É atrito, o combate, visões diferentes de mundo que inevitavelmente terão um choque violento. É tudo que um espectador tradicional dos quadrinhosanimações ou o público casual não esperava receber. 

Num período em que se tornou comum discutir e até esperar a quebra de expectativa graças a filmes como Os últimos Jedi, Entre Facas e Segredos e Guerra Infinita quando se volta para 2016 isso ainda era um conceito pouco comentado no cinema mainstream e cujas reações geradas eram bem imprevisíveis. No entanto, se existe algo mais camaleônico do que David Bowie com certeza são personagens de quadrinhos, que constantemente se reinventam, atualizam e modificam; logo a inconstância de tais seres fictícios é algo que deveria ser esperado. 

Ao final, o sentimento gerado acabou sendo o de profunda divisão popular e medo por parte do estúdio que inevitavelmente levou aos acontecimentos de Liga da Justiça e basicamente o fim prematuro da DCEU (Universo Expandido da DC). Zack Snyder tornou-se um pária nos corredores da Warner e basicamente a diretoria não soube o que fazer com ele. Ainda assim, se passaram cinco anos e Batman vs Superman permanece um tópico de discussão nas redes sociais e conversas sobre as adaptações de quadrinhos. É, afinal, um capítulo importante do fenômeno pop mais lucrativo em décadas. 

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