quinta-feira , 7 novembro , 2024

Baz Luhrmann revela por que decidiu contar a história de ‘Elvis’ pela perspectiva do Coronel Tom Parker [COLETIVA]

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Elvis Presley é considerado, até hoje, como um dos maiores ícones da indústria fonográfica e do entretenimento. Alcunhado como O Rei do Rock, Elvis é conhecido por múltiplas gerações e, ainda que não seja o artista favorito dos ouvintes mais novos, com certeza todos já ouviram algumas de suas canções mais famosas – como “Jailhouse Rock”“Love Me Tender”“Can’t Help Falling in Love”. E, agora, o icônico musicista ganhará uma aguardada cinebiografia comandada por Baz Luhrmann.

Na longa-metragem, Austin Butler interpreta o personagem titular e faz um trabalho magnífico ao absorver todos os trejeitos de Presley, passando por um longo processo laboral e tornando-se rapidamente um dos favoritos para a próxima temporada de premiações – podendo conseguir uma cobiçada estatueta do Oscar de Melhor Ator.

Afastando-se dos convencionalismos de cinebiografias, Luhrmann constrói uma frenética e colorida jornada que explora a ascensão e a queda de Elvis. A trama parte de uma perspectiva do Coronel Tom Parker (interpretado por ninguém menos que Tom Hanks), empresário musical que “descobriu” o cantor e o ajudou a trilha uma meteórica fama que culminaria em sua trágica e precoce morte. E, apesar dos deslizes, o longa-metragem configura-se como uma carta de amor para um dos maiores símbolos musicais do planeta e que estende seu legado até os dias de hoje.

Recentemente, o CinePOP participou de uma coletiva de imprensa com os nomes por trás do projeto – e o nosso Thiago Nolla traz para vocês as principais revelações e algumas curiosidades de bastidores contados pela equipe.

Na coletiva, Luhrmann abriu a sessão de perguntas e respostas ao ser questionado sobre o motivo que o levou a abraçar uma produção tão ambiciosa quanto esta e de que maneira a transformaria em algo seu. Afinal, o cineasta, considerado um dos principais autores do cenário contemporâneo, calcou seu nome com obras instantaneamente reconhecíveis como o musical ‘Moulin Rouge’ e a adaptação ‘O Grande Gatsby’.

“Acho que é mais que apenas uma história sobre a vida de Elvis”, ele contou. “Mas ele tem uma vida tão incrível para ser explorada, os Estados Unidos nos anos 1950, 1960 e 1970. E, para além do relacionamento entre Elvis e o Coronel Tom Parker, [o filme] é sobre show e negócios, sobre gerenciamento e controle e exploração – e também sobre criatividade na solidão e na verdade. Acho que tudo isso está ocorrendo no mundo agora, e pareceu uma forma incrível de pegar uma ótima vida, ótimas músicas e explorar ideias ótimas”.

Em se tratando de uma dramatização cinebiográfica, é sempre um trabalho complicado selecionar os acontecimentos que entrarão para o filme, ainda mais pelo fato de ser impossível condensar tudo em algumas horas (ou, neste caso, em quase três horas de duração). Dessa forma, Luhrmann teve de selecionar com minúcia e cautela o que faria parte do corte final.

“Bom, há coisas sem as quais você não consegue contar a história, [como] não retratar os Estados Unidos nos anos 1950, 1960 e 1970 e não poder falar sobre alguém que é da música sem lidar com os artistas e a música afroamericanas”, o cineasta conta. “Essa jornada em que Elvis mergulhou e os artistas com que ele tinha um relacionamento – esses personagens eram os Estados Unidos. E onde estamos agora? Nós evoluímos, nós crescemos mais? E, no caminho, temos essa experiência íntima de um cara chamado Elvis e um cara chamado Tom Parker. Essa é a verdade. Espero que as pessoas [vejam o filme] e pensem: ‘legal, estávamos lá, mas onde estamos agora? Estamos regredindo?’”.

Como já mencionado nesta breve matéria, ‘Elvis’ parte de uma perspectiva diferenciada dos projetos do gênero, optando guiar a narrativa principal pelos olhos de Tom Parker. Luhrmann também foi questionado sobre o que o levou a fazer essa escolha para o filme.

“Nós poderíamos simplesmente contar: Elvis nasce, ele faz isso, ele tem uma história extraordinária. Mas quando temos que lidar com a venda e a alma do personagem que a maioria das pessoas encara como o vilão. E, nessa história, ele debate e argumenta: ‘eu não sou o vilão’. Dá a nós uma tensão incrivelmente dramática e nos permite ir a lugares e revelar coisas que não poderíamos revelar de outra forma. Creio que nos ajuda a explorar uma ideia maior: como Elvis veio de raízes bastante humildes, da pobreza e enfrentando a perda da mãe, e voou tão alto e então, como Ícaro, tragicamente despencou. Por que isso aconteceu? E ele fala: ‘ah, vocês acham que fui eu, o magnata malvado, quem fez isso?’. Mas o que ele diz no filme é: ‘tudo o que eu fiz foi o meu trabalho’”.

O cineasta continua, revelando um dos vários eventos que não foi incluído no longa-metragem e que reitera a complexidade de Tom Parker.

“Há uma história, que não está no filme, em que, quando Elvis morre e o Coronel fica sabendo, ele pega o telefone e diz: ‘faça mais discos’. E nós pensamos: ‘nossa, que homem sem coração’. Mas o Coronel diria: ‘você queria os discos, não queria? Eu só estava fazendo o meu trabalho. Sempre que um ícone morre, nós corremos para ouvir sua música. Então, eu o estava mantendo vivo para vocês’. E, quando lembramos que ele estava ganhando dinheiro com isso, percebemos que é um relacionamento complicado, um relacionamento entre coração e mercado. É uma das histórias mais memoráveis dos Estados Unidos”.

Lembrando que ‘Elvis’ chega aos cinemas brasileiros no dia 14 de julho.

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Thiago Nollahttps://www.editoraviseu.com.br/a-pedra-negra-prod.html
Em contato com as artes em geral desde muito cedo, Thiago Nolla é jornalista, escritor e drag queen nas horas vagas. Trabalha com cultura pop desde 2015 e é uma enciclopédia ambulante sobre divas pop (principalmente sobre suas musas, Lady Gaga e Beyoncé). Ele também é apaixonado por vinho, literatura e jogar conversa fora.

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Na longa-metragem, Austin Butler interpreta o personagem titular e faz um trabalho magnífico ao absorver todos os trejeitos de Presley, passando por um longo processo laboral e tornando-se rapidamente um dos favoritos para a próxima temporada de premiações – podendo conseguir uma cobiçada estatueta do Oscar de Melhor Ator.

Afastando-se dos convencionalismos de cinebiografias, Luhrmann constrói uma frenética e colorida jornada que explora a ascensão e a queda de Elvis. A trama parte de uma perspectiva do Coronel Tom Parker (interpretado por ninguém menos que Tom Hanks), empresário musical que “descobriu” o cantor e o ajudou a trilha uma meteórica fama que culminaria em sua trágica e precoce morte. E, apesar dos deslizes, o longa-metragem configura-se como uma carta de amor para um dos maiores símbolos musicais do planeta e que estende seu legado até os dias de hoje.

Recentemente, o CinePOP participou de uma coletiva de imprensa com os nomes por trás do projeto – e o nosso Thiago Nolla traz para vocês as principais revelações e algumas curiosidades de bastidores contados pela equipe.

Na coletiva, Luhrmann abriu a sessão de perguntas e respostas ao ser questionado sobre o motivo que o levou a abraçar uma produção tão ambiciosa quanto esta e de que maneira a transformaria em algo seu. Afinal, o cineasta, considerado um dos principais autores do cenário contemporâneo, calcou seu nome com obras instantaneamente reconhecíveis como o musical ‘Moulin Rouge’ e a adaptação ‘O Grande Gatsby’.

“Acho que é mais que apenas uma história sobre a vida de Elvis”, ele contou. “Mas ele tem uma vida tão incrível para ser explorada, os Estados Unidos nos anos 1950, 1960 e 1970. E, para além do relacionamento entre Elvis e o Coronel Tom Parker, [o filme] é sobre show e negócios, sobre gerenciamento e controle e exploração – e também sobre criatividade na solidão e na verdade. Acho que tudo isso está ocorrendo no mundo agora, e pareceu uma forma incrível de pegar uma ótima vida, ótimas músicas e explorar ideias ótimas”.

Em se tratando de uma dramatização cinebiográfica, é sempre um trabalho complicado selecionar os acontecimentos que entrarão para o filme, ainda mais pelo fato de ser impossível condensar tudo em algumas horas (ou, neste caso, em quase três horas de duração). Dessa forma, Luhrmann teve de selecionar com minúcia e cautela o que faria parte do corte final.

“Bom, há coisas sem as quais você não consegue contar a história, [como] não retratar os Estados Unidos nos anos 1950, 1960 e 1970 e não poder falar sobre alguém que é da música sem lidar com os artistas e a música afroamericanas”, o cineasta conta. “Essa jornada em que Elvis mergulhou e os artistas com que ele tinha um relacionamento – esses personagens eram os Estados Unidos. E onde estamos agora? Nós evoluímos, nós crescemos mais? E, no caminho, temos essa experiência íntima de um cara chamado Elvis e um cara chamado Tom Parker. Essa é a verdade. Espero que as pessoas [vejam o filme] e pensem: ‘legal, estávamos lá, mas onde estamos agora? Estamos regredindo?’”.

Como já mencionado nesta breve matéria, ‘Elvis’ parte de uma perspectiva diferenciada dos projetos do gênero, optando guiar a narrativa principal pelos olhos de Tom Parker. Luhrmann também foi questionado sobre o que o levou a fazer essa escolha para o filme.

“Nós poderíamos simplesmente contar: Elvis nasce, ele faz isso, ele tem uma história extraordinária. Mas quando temos que lidar com a venda e a alma do personagem que a maioria das pessoas encara como o vilão. E, nessa história, ele debate e argumenta: ‘eu não sou o vilão’. Dá a nós uma tensão incrivelmente dramática e nos permite ir a lugares e revelar coisas que não poderíamos revelar de outra forma. Creio que nos ajuda a explorar uma ideia maior: como Elvis veio de raízes bastante humildes, da pobreza e enfrentando a perda da mãe, e voou tão alto e então, como Ícaro, tragicamente despencou. Por que isso aconteceu? E ele fala: ‘ah, vocês acham que fui eu, o magnata malvado, quem fez isso?’. Mas o que ele diz no filme é: ‘tudo o que eu fiz foi o meu trabalho’”.

O cineasta continua, revelando um dos vários eventos que não foi incluído no longa-metragem e que reitera a complexidade de Tom Parker.

“Há uma história, que não está no filme, em que, quando Elvis morre e o Coronel fica sabendo, ele pega o telefone e diz: ‘faça mais discos’. E nós pensamos: ‘nossa, que homem sem coração’. Mas o Coronel diria: ‘você queria os discos, não queria? Eu só estava fazendo o meu trabalho. Sempre que um ícone morre, nós corremos para ouvir sua música. Então, eu o estava mantendo vivo para vocês’. E, quando lembramos que ele estava ganhando dinheiro com isso, percebemos que é um relacionamento complicado, um relacionamento entre coração e mercado. É uma das histórias mais memoráveis dos Estados Unidos”.

Lembrando que ‘Elvis’ chega aos cinemas brasileiros no dia 14 de julho.

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Em contato com as artes em geral desde muito cedo, Thiago Nolla é jornalista, escritor e drag queen nas horas vagas. Trabalha com cultura pop desde 2015 e é uma enciclopédia ambulante sobre divas pop (principalmente sobre suas musas, Lady Gaga e Beyoncé). Ele também é apaixonado por vinho, literatura e jogar conversa fora.

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