Beyoncé é um dos nomes mais conhecidos da história da música e, ao longo de sua carreira, entregou algumas das músicas e performances mais memoráveis de todos os tempos.
Com uma capacidade de reinvenção e repaginação assustadoras, a cantora e compositora iniciou sua carreira como membro do grupo ‘Destiny’s Child’, lançando-se como performer solo a partir de ‘Dangerously in Love’, em 2001, e investindo cada vez mais esforços em sua identidade apaixonante. Não é surpresa que ela já tenha lançado dois dos grandes álbuns do século, ‘BEYONCÉ’ e ‘Lemonade’, e agora, tenha dado continuado com sua trilogia fonográfica com o lançamento de ‘Act II: Cowboy Carter’.
Pensando nisso, preparamos uma lista ranqueando todos os seus álbuns de estúdio.
Confira:
8. I AM… SASHA FIERCE (2008)
“‘I Am… Sasha Fierce’ […] configura-se como uma obra bem pensada e com uma divisão clara entre construções mais mercadológicas e vibrantes, e iterações que refletem o lado mais íntimo da performer (e não é surpresa, pois, que Beyoncé tenha resolvido lançar duas partes que se juntariam, mais para a frente, como um compilado só). Conforme diversas entrevistas que deu para promover o álbum, a ideia era unir o pop e o soul, bem como de incorporações de gêneros distintos para pincelar as faixas, e expandi-los afora os limites impostos. Em comparação com as produções anteriores, algumas músicas deslizam e tropeçam aqui e ali – mas o resultado é consideravelmente sólido e aprazível.” – Thiago Nolla
7. B’DAY (2003)
“Diferente das costumeiras rendições falando sobre amor, ‘B’Day’ aproveitaria a recente participação de Beyoncé no filme ‘Dreamgirls’ para apresentar aos fãs uma série de canções que, unidas, gestam uma narrativa que, em certos aspectos, fugiria das fórmulas dos gêneros explorados e abriria espaço para discussões sobre feminismo e empoderamento – utilizando suas características habilidades artísticas para vocalizar declamações que a acompanhariam nos álbuns subsequentes. E foi nessa ambientação regada a estilos dos anos 1970 e 1980 que o disco ganhou forma e encantou ouvintes ao redor do mundo, além de ter se transformar em um sucesso comercial com nada menos que 8 milhões de cópias vendidas.” – T.N.
6. DANGEROUSLY IN LOVE (2001)
“Funcionando como uma explosiva amálgama de diversos gêneros, Beyoncé já vinha seguido as tendências que ajudara a estampar no mainstream desde os anos 1990, aproveitando a popularização gigantesca do R&B para construir, ao lado de dezenas de produtores e compositores, uma jornada apaixonante pelas múltiplas fases da paixão e do amor. E é apenas inteligente que a faixa de abertura reverbere com “Crazy In Love”, lead single cantado ao lado de Jay-Z e que é exaltada em baladas e playlists inclusive em 2022. Quase duas décadas depois, o vibrante e sensual mergulho lírico serve como um hino romântico que se afasta das costumeiras baladas do gênero e é movida por um gancho tão chiclete que é quase impossível não reconhecê-lo imediatamente quando o ouvimos em… Bem, praticamente qualquer lugar.” – T.N.
5. 4 (2011)
“A obra é adornada com diversas iterações eximiamente bem arquitetadas, seja no quesito instrumental, seja nas aproximações sociológicas e literárias que Beyoncé promove ao lado de um time muito competente. Ora, como nos esquecer da icônica “Run the World (Girls)”, cuja infusão de electropop e R&B marcou época e permanece como uma das assinaturas da artista? Apesar da simplicidade lírica, que se vale bastante das repetições e de versos unidimensionais, o que mais nos chama a atenção é a vibrante paleta sonora que atravessa gêneros contrastantes entre si e que carrega uma simbologia que vai além da superfície – e que, de certa forma, parece ter prenunciado o encontro do passado e do futuro em si própria. Algo similar ocorre em “Countdown” (cujas referências também nos jogam de volta para a divertida “Freakum Dress”, de ‘B’Day’)” – T.N.
4. ACT II: COWBOY CARTER (2024)
“Já é redundante dizer que Beyoncé faz mágica com seus álbuns – e ‘Act II: Cowboy Carter’ é uma excelente adição a uma discografia que beira a transcendentalidade. Mais uma vez, nossa Queen B reitera seu inescapável status na indústria fonográfica com um disco que celebra a cultura negra não apenas ao reavivá-la, mas ao reclamá-la e retirá-la da subjugação a uma supremacia artística branca que se esquece do que veio antes e de quem merece, de fato, ser idolatrado como precursor e pioneiro” – T.N.
3. ACT I: RENAISSANCE (2022)
“A verdade é que o primeiro capítulo de ‘Renaissance’ marca mais uma transição profunda nas idiossincrasias eternizadas pela cantora e compositora, em que o art pop, o trip-hop e o R&B conceituais do disco anteriores são deixados de lado em prol de um mergulho no ponto de encontro entre o passado e o futuro. Logo, a amálgama de estilos, que já vinha sido explorada por nomes como Lady Gaga, Dua Lipa e Drake nos últimos meses e anos, ganha um escopo gigantesco e de profunda sinestesia em basicamente qualquer uma das faixas que escolhamos para ouvir. A jornada, por exemplo, se inicia com a ótima “I’m That Girl”, que serve como ponte entre ‘Lemonade’ e a obra mais recente – em que a densidade do baixo se aglutina ao tropical house e ao rap” – T.N.
2. BEYONCÉ (2013)
“Se os álbuns iniciais de Beyoncé tinham um elo mais forte com as tendências do escopo mainstream – fossem infundidos com R&B, pop ou rap -, esta obra-prima musical se afastaria dos convencionalismos em prol de uma abordagem mais conceitual e que reiterasse, novamente, uma habilidade incrível de reinvenção e repaginação. Mesmo que estejamos analisando a versão padrão do álbum, a sólida jornada sinestésica e multimidiática promovida pela cantora é de tirar o fôlego e é redescoberta em camadas e mais camadas de profundidade toda vez que a ouvimos e canalizamos nossa atenção para um aspecto em particular. Entretanto, o que se exalta em foco principal é a explosão de incursões inesperadas que regem cada canção, movendo-se graciosamente por instrumentos contrastantes e um time de produção que demonstra estar sempre atento aos mínimos detalhes” – T.N.
1. LEMONADE (2016)
“Passando por arranjos ainda mais cínicos com “Sorry” e por obscurantismos muito bem-vindos com a joia “6 Inch”, Knowles-Carter alcança mais um ápice em seu álbum com “Daddy Lessons”, que é diferente de tudo o que já ouvimos até hoje. Com a música em questão, a lead singer eleva as expectativas de sua própria sonoridade, iniciando com os primórdios do jazz apenas para cultivar um terreno propício à insurgência de um country texano que louva, como preconiza o título, as lições que seu pai lhe ensinou: “ele me disse para não chorar; meu pai disse ‘atire’”, repetindo o refrão inúmeras vezes como forma de encontrar as forças necessárias para seguir em frente; tudo isso incluso em um escopo paradoxalmente nostálgico e modernizado.” – T.N.