Billie Eilish fez sua estreia oficial no mundo da música em 2017 com o EP ‘Don’t Smile at Me’, mas foi apenas em 2019 que conquistou fama mundial através do aclamado ‘When We All Fall Asleep, Where Do We Go?’, rendendo-lhe, dentre vários outros prêmios, as quatro estatuetas mais cobiçadas do Grammy Awards (Álbum do Ano, Artista Revelação, Música do Ano e Gravação do Ano – estas duas últimas com o single “bad guy”).
Em 2021, lançou seu segundo álbum de estúdio, ‘Happier Than Ever’, que também foi ovacionado pela crítica especializada e lhe garantiu mais indicações ao Grammy. Dois anos mais tarde, tornou-se a pessoa mais jovem a levar duas estatuetas do Oscar para casa ao ganhar o prêmio de Melhor Canção Original por “What Was I Made For?”, do filme ‘Barbie’.
Nos últimos dias, Eilish fez seu glorioso retorno ao cenário fonográfico com o lançamento do antecipado e já aclamado ‘Hit Me Hard and Soft’, terceiro compilado de originais que representou um importante capítulo em sua carreira e já se sagrou como um dos melhores do ano.
Para celebrar a recente estreia do disco, preparamos uma brevíssima lista elencando seus álbuns de estúdio do “pior” para o melhor.
Veja abaixo as nossas escolhas:
3. HAPPIER THAN EVER (2021)
“[…] aspecto mais interessante de ‘Happier Than Ever’ seja a sutileza indesculpável no qual ele se alicerça: enquanto a estreia de Eilish foi marcada pelo choque, aqui ela alcança o mesmo objetivo mudando completamente a perspectiva e as mensagens a que se promove a entregar aos fãs. Desde as irretocáveis inflexões minimalistas às densas metáforas que exalam dos versos, há um senso de credibilidade que emana da posição em que a artista se encontra que nos faz aceitar o diabólico convite para essa jornada de autodescobrimento. “NDA” arranca uma das melhores letras dos últimos anos (“levei um garoto bonito para casa, mas ele não pôde ficar; quando saiu, o fiz assinar um acordo de sigilo”) e explode em um electro-pop ecoante; já “Your Power” exila-se num oposto complementar, delineado pelos acordes do violão e por uma mensagem angustiante de cautela” – Thiago Nolla
2. WHEN WE ALL FALL ASLEEP, WHERE DO WE GO? (2019)
“A obra ganha notoriedade já com a primeira canção completa, “bad guy”. A batida bem demarcada é acompanhada pela entrega pausada e propositalmente cansada da lead singer que nos arremessa de volta para o uma atmosfera neo-noir e misteriosa. É claro que a imensa catarse causada pela música não abre margens para clichês sonoros – e é por isso que o grave baixo nos guia de modo retumbante até o refrão, onde criações imaginativas dos primórdios do synth-pop nos aguardam com paciência. A prosódia epopeica funciona como um hino trap sensual e fluido, aumentando nossas expectativas para as próximas iterações” – T.N.
1. HIT ME HARD AND SOFT (2024)
“É notável como a performer, ano após ano, demonstra mais conforto em abrir sua vulnerabilidade e imprimir declamações mais pessoais e intimistas em suas peças musicais. Dessa forma, ‘Hit Me Hard and Soft’ não foca apenas em um mercadológico produto para alimentar sua crescente legião de fãs, como posa em um conceitualismo marcante que amalgama diversos gêneros em um microcosmos vibrante e recheado de inflexões rítmicas arrepiantes e que nos mantêm dinamizados e energizados dentro de uma jornada sinestésica. À medida que Billie e Finneas continuam a se aventurar nos altos e baixos da indústria e firmam seus nomes para as futuras gerações de artistas, percebe-se uma renegação do que está em voga e um contraposto movimento de vaivém que nos impede de imaginar o que eles estão nos preparando” – T.N.